quinta-feira, 11 de abril de 2013

THE BEATLES - GET BACK / DON'T LET ME DOWN


Paul declarou que escreveu “Get Back” originalmente “como uma canção política” e fitas demo remanescentes revelam que ele planejava satirizar as atitudes daqueles que achavam que os imigrantes da Inglaterra deveriam ser repatriados. Deveria ser cantada do ponto de vista de alguém que que acha que imigrantes estavam “tirando” seus lugares e, consequentemente, incitava-os a “voltar” para o lugar de onde tinham saído, e suas intenções satíricas podiam facilmente ser mal interpretadas.Anos depois, Paul ainda tinha que responder perguntas de jornalistas que tinham ouvido versões piratas e queriam saber se ele tinha passado por uma fase racista. “Os versos não eram nada racistas. Se houve um grupo que não era racista, eram os Beatles. Todas as nossas pessoas preferidas eram sempre negras”. Ele disse. Quando foi gravada, “Get Back” tinha sido transformada em uma música sobre Jojo de Tucson, Arizona e Loretta Martin. Nenhuma história se desenvolve, e o refrão original foi mantido. Por se tratar de um rock, “Get Back” foi entendida como um retorno às raízes musicais, e o anúncio de jornal da Apple que trazia o slogan “Os Beatles como a natureza os queria” parecia confirmar essa idéia, “Get Back” é o novo single dos Beatles, dizia. “É a gravação dos Beatles mais ao vivo, impossível, nessa era eletrônica. Não há nada eletrônico nela. Get Back é um puro rock de primavera”. O anúncio continuava citando Paul: “Estávamos sentados no estúdio e a fizemos do nada... começamos a escrever a letra ali mesmo... quando terminamos, nós a gravamos nos estúdios da Apple e a transformamos em uma música para curtir as mudanças”. Em entrevistas posteriores George Harrison disse que Paul cantava o refrão nos ensaios com um olhar “esquartejador” para Yoko Ono: “Get back to where you once belonged” ou “Volte para o lugar de onde você veio”. Isso tornou-se a paranóia de John Lennon. Ao final da música, Paul agradece os aplausos de Maureen, esposa de Ringo (Thanks, Mo!) e John tem a palavra final por alguns segundos: "Gostaria de agradecer a todos em nome do grupo, e espero que tenhamos passado no teste".
John sempre manisfetou seu medo de ser “let down” (decepcionado) por aqueles em quem confiava. Para esta, e outras canções em que confessava sua preocupação em ser rejeitado, ele se inspirou em outro tema dos Beatles, “If I Fell”. Escrita sobre Yoko e lançada com lado B de “Get Back” em abril de 1969, essa antiga angústia foi manifestada como um grito atormentado depois de encontrar alguém que o amava mais do que qualquer outra pessoa já tinha feito. Influenciado pela arte minimalista de Yoko Ono, ele cortou tudo que era perfumaria, reduzindo seu apelo à forma de um simples telegrama urgente.

5 comentários:

Unknown disse...

Get back continua sendo pra mim um dos melhores rocks do começo dos anos setenta.

João Carlos disse...

Muito bom o artigo.Não acredito nessa de "olhar Yoko".Não é muito do Paul. Get Back parece inclusive,ter sido feita à 4 mãos. Tem ensaios com John cantando etc. Parece que seria "No Pakistanes" ou coisa parecida.Mas adoro ambas e lembro bem do impacto do single!

Valdir Junior disse...

Compacto Perfeito !!!
Rock and Roll da mais pura qualidade !
Acho que a paranoia do John na época era tão grande que qualquer coisa ele já vestia a carapuça !!!

henrique disse...

Beatles é luxo! Que single! Get back e Don't Let Me Down...existia um pensamento em que o lado B seria uma faixa com menor potencial e etc, mas os Beatles acabaram com isso, eu particularmente não sei que lado é o melhor...e é assim com Hey Jude/Revolution, Penny Lane/ Strawberry Fields, Day Triper/We Can Work It Out e outros. Vida Longa Ao Baú.

depaula disse...

Tenho sérias dúvidas sobre este amor de Yoko. Ela demonstrou ser incapaz de amar. Como amaria o John? O Don't let me down me parece mais um apelo aos amigos para o que o entendessem. Eu não afirmo nada. Digo apenas o que sinto. Mas muitos tambem nada sabem e afirmam que ela o amava. Julian Lennon disse que ela preparou um golpe desde o dia um. Eu acredito em Julian.