sábado, 3 de setembro de 2016

JOHN LENNON - GOD - SENSACIONAL, SEMPRE!

O primeiro álbum “oficialmente” lançado por John Lennon depois do fim dos Beatles, “John Lennon/Plastic Ono Band” é sua criação mais impressionante em termos de carreira-solo e cada vez, que ouvido com mais atenção, um dos melhores, senão o melhor de todos. Melhor ainda que “imagine” que viria depois, todo arranjado, todo produzido e comercial. Era a decretação de Lennon de sua ruptura com o passado, os Beatles, ou o que quer que fosse, e o clímax do álbum (depois de tantas bombas) é a última, “God”, uma de suas mais verdadeiras reflexões sobre seu passado, presente e possível futuro. Na época, John e Yoko participavam da terapia do grito primal do Dr. Arthur Janov em Los Angeles. Através da terapia, Lennon tentou lidar com seus traumas da infância (abandono, isolamento e morte). De volta a Inglaterra, John chamou o produtor Phil Spector e começou as gravações do álbum. Participaram do álbum somente o ex-beatle Ringo Starr, além de Billy Preston, Klaus Voorman e Alan White. John Lennon fala do abandono da mãe e do pai na canção "Mother" e em "God" diz a famosa frase "O sonho acabou", e afirma não acreditar em mágica, I-ching, Bíblia, tarô, Hitler, Jesus, Kennedy, Buda, Mantra, Gita, Ioga, reis, Elvis, Zimmerman (Dylan) e nem nos Beatles. Só nele e em Yoko Ono.

2 comentários:

Marcelennon disse...

"GOD" é uma das mais fantásticas criações de Lennon, um retrato de como andava sua mente naquele momento. Embora eu não possa fazer todas as afirmativas que estão ali, gosto de fazer minha própria litania (eu não acredito em..., e, como o próprio Lennon disse, daria uma lista). Com relação à crítica, que sempre compara "PLASTIC ONO BAND" com "IMAGINE", eu penso que os dois álbuns são o retrato mais fiel de Lennon, em toda a sua carreira. Um, em preto e branco, rústico, nervoso e "tô nem aí pra nada"; o outro, colorido, meigo e com ares de segurar a própria raiva (que era tão grande, naquele momento, que ainda vazou em "How do You Sleep", "Gimme Some Truth", "Crippled Inside" e "I don't Wanna Be a Soldier, Mama, I don't Wanna Die"), mas com um pensamento do tipo "quero ser amado pelo que faço". George Martin, comparando Paul e John uma certa vez, disse que ambos se complementavam; que Lennon era como o suco de um limão e o Paul era como um azeite de oliva virgem. Tenho essa impressão desses dois álbuns... Álbuns que são obrigatórios na discoteca de qualquer roqueiro que se preze.

João Carlos disse...

God é genialmente metafórica. Um foda-se elegante!