sexta-feira, 16 de setembro de 2016

PAUL McCARTNEY - CHAOS AND CREATION IN THE BACKYARD

 
Como sempre, com absoluta exclusividade do Baú do Edu, a gente confere agora o que disse Claudio D. Dirani em seu livro "Paul McCartney - Todos os segredos da carreira solo".
Em 2001, o mundo parou por causa dos ataques terroristas aos EUA. O clima confuso também atingiu em cheio algum nichos da indústria fonográfica. incluído a promoção do álbum de Paul McCartney. Com o álbum “vazando” com quase dois meses de antecedência na internet, seu sucesso comercial foi, no mínimo, pífio. Paul, é preciso dizer, também se mostrou um pouco arrependido de ter gravado Driving Rain com tanta pressa. Por causa disso e outros fatores. McCartney quis mudar tudo em seu próximo trabalho. Desta vez, ele ficaria mais tempo no estúdio. E muita coisa iria mudar a partir desta decisão crucial. Inclusive sua postura dentro do estúdio, e a forma como a música seria registrada. A mudança mais drástica foi a ausência de Rusty, Abe, Wix e Brian na versão final do álbum, que participaram apenas do início das sessões, que em breve seriam abortadas, e algumas canções já prontas, totalmente regravadas. Outro fator mais do que vital motivou o trabalho redobrado de Paul neste novo CD: o nascimento da filha Beatrice Milly em 28 de outubro de 2003, quando Paul estava no meio de uma sessão de gravação. No intervalo entre as sessões de “Chaos and Creation In The Backyard” - título retirado das letras das faixas ‘Fine Line’ e ‘Promise To You Girl’, a carreira de McCartney prosseguiu a todo vapor. Entre 2002 e 2003, deu sequência aos shows nos EUA, Europa, México e Japão, tendo tempo para finalizar com a banda a música composta em 1995 com David Stewart - Whole Life - lançada apenas como arquivo de Mp3 em um “EP eletrônico”, 46664, em beneficio à causa de Nelson Mandela. No verão europeu de 2004, Paul voltou aos palcos para esquentar as turbinas para o festival de Glastonbury na Inglaterra, onde participou pela primeira vez do evento e incluiu no setlist a canção “Follow Me”, que seria adicionada ao novo disco. Antes de confirmar em uma entrevista à radio BBC, no início de julho, às vésperas de participar do concerto Live 8 a convite de Bob Geldof, Paul anunciou o lançamento de seu álbum para 12 de setembro de 2005. E mais: confirmou com grande antecipação a produção um outro disco - este sim gravado com sua banda em estágio bastante avançado, e que seria finalizado após sua nova turnê norte-americana com inicio programado para 16 de setembro de 2005). No estúdio, Paul convocou uma das maiores figuras ao pop britânico e mundial dos últimos 8 anos: Nigel Godrich - sugerido como produtor por George Martin. O início dos trabalhos foi tempestivo. McCartney apresentava a Godrich suas demos e ele dava opiniões incisivas e sem “papas na língua”. A atmosfera chegou a ficar pesada, em um momento em que discutiam sobre a letra e arranjo de uma das faixas que quase não foi lançada no album, Riding To Vanity Fair. Em opinião sobre a atitude de Godrich, Paul constatou: “ Cbeguei a um ponto que pensei em demiti-lo. Mas daí , refleti. Não. o que ele está fazendo era o certo! Quando não gostava de uma letra, dizia na cara: isso já toi dito. não gostei deste verso. O que me fez suar a camisa para acertar mais do que em vezes anteriores”, revelou. Outra atitude de Nigel Godrich, segundo Paul McCartney, foi a de proporcionar ao album um estalo diferente: um ar mais “britânico contemporâneo”, mais atmosférico - Nigel quis me tirar de uma zona de segurança, pedindo que a banda não participasse das sessões. Deste modo. trabalhei muito... tive de tocar bateria. Nào sou tão bom baterista como Abe (Laboriel), mas tenho meu feeling”. O mesmo feeling usado por Paul para tocar, foi transferido também na parte poética. Suas letras nunca estiveram tão abertas, sinceras e pessoais como em “Chaos and Creation In The Backyard” - primeiro álbum em que o produtor, Nigel Godrich. assumiu total controle, sem a costumeira co-produção de Paul McCartney. A produção de “Chaos and Creation In The Backyard” pode ser dividida em fases distintas: antes e depois da entrada de Nigel Godrich, vitorioso e badalado produtor de artistas como Radiohead, Travis, Beta Band, AIR e Beck. Em 2003. David Kahne, que produzira Driving Rain, assumiu o comando de algumas sessões realizadas em Londres, nos estúdios Abbey Road. Não se sabe do conteúdo real deste trabalho, mas é certo que a maioria das músicas foram arquivadas. Alguns dos títulos especulados nos sessões iniciais incluem trabalhos em canções gravadas para o disco Dnving Rain, como Always Be There e Washington, entre outras SUPOSTAS como: Firefly, Riding On A Rocket, Hometown Papers, Bushie-Tushie Jellv Jam, I’ve Got My Magic Back. Flying Blind Dark Eagle, That SeemsTo Make No Sense (esta, oficialmente anunciada como composta em julho de 2004 em entrevista a ao jornal francês Le Monde), Wings of a Leighfest Weight (sobra de Flaming Pie), Big Gorilla, Get Dolled Up (faixa à moda Eleanor Rigby. supostamente gravada com Godnch). Os primeiros dias de trabalho com Godrich aconteceram em setembro de 2003, com a dupla gravando no estúdio RAK, em Londres.Nesta sessão, foram produzidas as faixas “This Never Happened Before”, “Follow Me” (com a participação de Brian Ray, Rusty Anderson e Abe Laboriel Junior) e Confort For Love, sendo que esta última foi reservada para o lado B de Fine Line. Entre os poucos músicos que participaram do álbum, que teve a maioria dos instrumentos tocados por Paul McCartney, Jason Falkner (violão e guiarra) e James Gadson (bateria) foram os mais atuantes. Ambos tocaram nas músicas “At The Mercy”, “A Certain Softness”, “Growing Up”, “Falling Down” (“Growing Up” acabou como lado B do single europeu e vinil) e I Want You To Fly (lado B do CD single de Jenny Wren). Estas faixas foram registradas no Ocean Way Siudios em Los Angeles entre fevereiro e março de 2004.

 
Confira a postagem PAUL McCARTNEY - CHAOS AND CREATION AT ABBEY ROAD publicada aqui em 22 de janeiro de 2013.

3 comentários:

João Carlos disse...

Disco elegantíssimo de fato.

Valdir Junior disse...

O disco não saiu do meu player desde que saiu, bom demais da conta.
Texto pra lá de genial do Claudio Dirani. No Face ele disse que já está preparando a segunda edição revisada do livro.

Edu disse...

Discão. Como sempre foi, tudo a ver com o momento que eu passava.