sábado, 26 de dezembro de 2009

THE BEATLES - O FENÔMENO


Antes de comentarmos sobre “O FENÔMENO” que aconteceu em meados do século passado, e que vivi intensivamente, quero dizer que tudo foi repassado, por meio de boas lembranças, muita curtição e comentários da época a respeito dos BEATLES e demais bandas. Vasculhei meus bolachões originais, procurei os amigos beatlemaníacos e relembramos fatos como a primeira vez em que ouvimos o disco compacto de Strawberry Fields Forever, e achamos que a rotação do aparelho estava desregulada. Recordo dos freqüentes encontros, onde cantávamos e tocávamos as músicas dos Beatles no violão, fazíamos conjuntos covers, onde discussões calorosas sobre a interpretação das letras e o layout das capas dos discos eram comuns e essas sweet memories, estão sendo revividas de maneira prazerosa, mas isso é assunto para o final. Não pretendo fazer uma biografia, longe disso, tenho consciência de que meu conhecimento é menor em relação ao amigo, porém, vamos tentar mostrar como “O FENÔMENO” afetou a mim e meus companheiros: Mardônio, Clênio, Carminha, Tomé, Cosete, Magalhães, Roberto Gasosa, Sunny e muitos outros. Dito isso, vamos lá! Quando a chama do rock and roll esmaeceu, com a ida de Elvis para o Exército, e o boicote da sociedade norte-americana ao “The Killer”, catalisado com o fato de Jerry Lee Lewis assumir seu romance com sua prima menor de idade, a lacuna no cenário pop foi ocupado com outras modalidades de ritmos, onde o soul teve participação preponderante, por meio da gravadora Motown. Houve, então, anos depois, um revival do rock and roll e a chama reacendeu com força total por meio do som de quatro rapazes cabeludos ingleses, na cidade de Liverpool. Mas os fatos não aconteceram de maneira tão simples assim. Tudo isso está muito bem historiado na excelente matéria do Dudu: “Mersey Sound - O Som de Liverpool - THE BEATLLES - A Gênesis”, postada aqui no Baú do Edu em 11.12.09
Os Beatles entraram no cenário internacional, no início dos anos 60, executando os riffs de Chuck Berry, Fats Domino, Little Richard, Carl Perkins, etc, e também com composições próprias do gênero, com terninhos e franjinhas, exigência atribuída pelo empresário Brian Epstein, nada parecido com os topetes e as vestimentas de couro que usavam antes.
Isso foi o início de um de grande FENÔMENO que estava pronto para explodir, como uma grande bomba atômica do bem, extrapolando todas as barreiras e limites no universo pop, pois eles evoluíram e foram muito longe. Os padrões do rock and roll não eram mais suficientes para expressar sua arte bem trabalhada, de altíssima qualidade! Entraram nas estruturas eruditas, usando instrumentos exóticos da cultura oriental, misturando o psicodelismo da época com muito talento, criatividade e tecnologia de ponta. Porém, não foi apenas o talento, o bom gosto e a criatividade do grupo que os levou a um patamar superior dos demais conjuntos contemporâneos, mas, a presença de GEORGE MARTIN produzia as composições de acordo com a orientação, principalmente, de LENNON e McCARTNEY. As outras bandas não entendiam porque a qualidade musical dos BEATLES era tão superior. Enquanto BOB DYLAN representava os anseios de uma geração, por meio de seus belíssimos versos engajados com as questões sociais, os Beatles comandavam “o som a ser seguido” por essa mesma geração. A cada álbum lançado, uma revolução era estabelecida, não somente no som pop internacional, como também no design gráfico apresentado. Eles ditavam um novo caminho e muitos músicos enveredavam por essa trilha. O grande BRIAN JONES, responsável pela direção tomada pelos ROLLING STONES rumo ao blues, afirmava abertamente, em relação às inevitáveis comparações entre as duas bandas, que era necessário compreender OS BEATLES, pois eles eram um FENÔMENO.
Para se ter noção da qualidade sonora dos Beatles, iniciou-se uma integração com a música clássica. E até hoje regentes, músicos de orquestras sinfônicas, filarmônicas e quartetos interpretam composições da banda de Liverpool, com o mesmo rigor e exigências requeridos nos trabalhos de BEETHOVEN, BACH, MOZART e tantos outros. O mesmo se dá com o pessoal do Jazz. Os caras realizam interpretações interessantíssimas, com variações e viagens pelo som beatleniano. Me lembro que GEORGE BENSON lançou o belo Another Side do Abbey Road, com capa semelhante ao original, ele atravessando uma rua com a guitarra. Se pesquisarmos, encontraremos bonitos covers e muita coisa fascinante. Infelizmente, o inevitável aconteceu. Houve a separação, com troca de ofensas e acusações, uma fuxicada danada, sentimentos machucados, e a mídia especulando notadamente na direção dos dois pólos antagônicos LENNON e McCARTNEY. Então cada um resolveu tomar diferentes rumos e, em conseqüência, todos nós perdemos, inclusive eles. Na carreira solo de cada um, o excelente nível artístico foi mantido, mas não como nos velhos tempos, quando existia união e motivação, condição necessária para produzir a magia sonora de outrora. Sem essa mistura mágica e inexplicável, o trabalho ficou diferente, faltava algo, não era o mesmo, porém excelente. John prosseguiu compondo trabalhos autênticos, 100% confiáveis, ora em prol da paz, ora expressando seus conflitos internos ou valorizando seu recluso lar com Yoko e seu filho Sean. Paul continuou estraçalhando na linha melódica e na harmonia de suas canções, produzindo maravilhas, como sempre foi do seu feitio. George, logo de cara lançou um álbum triplo o belo All Things Must Pass, pois de acordo com ele, suas canções estavam encalhadas pela dupla LENNON e McCARTNEY e continuou realizando excelentes trabalhos.O carismático e querido de todos Ringo, sempre prestigiado pelos amigos, em 1974, lançou o álbum Goodnight Viena, com participação de John Lennon, que entre outras, fez um bonito arranjo para a famosa canção Only You, dos THE PLATTERS, e um vigoroso rock Goodnight Viena, onde a interpretação do baterista, é como sempre, muito agradável. Ringo até hoje produz e participa de apresentações em todo o mundo. Infelizmente perdemos George Harrison e John Lennon. Agora,o mais importante e interessante disso tudo, é que esse formidável fenômeno atingiu como um raio um jovem sensível e talentoso, o Sr. Eduardo Badfinger que era um garoto como nós, que amava os Beatles e os Rolling
Stones. Por meio do seu trabalho autêntico e honesto, nós: Lara Selem, Marco Miranda, Danielle Starkey, Rita Pimenta, Magic Alexx, Adrianna Stewart, Lucy Diamont, Vania Junqueira, Frederico, Ludovico, Henrique Behr, e tantos outros nos encontramos na “crossroad” do Baú, com John, Paul, George e Ringo. Somos muito gratos por esse revival e desejamos a você, Edu, estimado amigo, um FELIZ NATAL e 2010 com muitas novidades, que tu sabes fazer tão bem, muito obrigado por tudo. Abração! Luiz Clementino.

Texto dedicado a Margarethinha e a nossos tesouros:
Pedro, Clarisse, Bruno, João Luiz,Camilinha e Marquinho.

2 comentários:

LSelem disse...

Amei, Clementino!!!!!!!

Unknown disse...

Parabéns clementino. parabens pro edu e toda a galera do baú!