Por Michael Molenda
Revista Guitar Player nº 117 - janeiro/2006
O trabalho de Rusty Anderson vai além de apresentações com um ex-beatle. Ele tem chegado muito mais aos nossos ouvidos. Como músico de estúdio, Anderson participou de sucessos como Living La Vida Loca (Ricky Martin), The Game of Love (Santana) e de álbuns do Walflowers, Elton John, Sinead O’Connor, Courtney Love e outros artistas. Neste ano, o guitarrista free-lancer de Los Angeles lançou o trabalho Undressing Underwater (Surfdog)“As pessoas têm me falado que ele soa como um disco de pop britânico”, diz Anderson, “Mas eu apenas deixei que meu estilo natural aflorasse e procurei não pensar demais sobre nada. As canções se formaram ao longo do tempo, como estalagmites e estalactites”.
Não importa como as músicas surgiram, Undressing Underwater (Surfdog) é fantástico. Trata-se de um trabalho repleto de texturas que traz a energia do glam, surf music, rock clássico, hard rock, new wave e punk pop, além de conter partes maravilhosas de guitarra, belas melodias e arrojadas harmonias vocais.
“Gosto de cores”, diz ele. “E curto linhas de guitarra que funcionem verticalmente e horizontalmente – o que significa que a linha é boa por si só e também funciona dentro do contexto da música. Uma boa parte deve lembrá-lo instantaneamente de uma sensação especial, recordar uma gravação favorita ou produzir uma emoção – é o que chamo de “lembrança involuntária”.
Influenciado pelos três Micks – Mick Ralphs, Mick Jones (The Clash) e Mick Ronson -, Jimi Hendrix (“Axis Bold as Love é a bíblia da guitarra para mim”), Adrian Belew, Tom Morello, Steve Hackett e Jonny Greenwood (Radiohead), Anderson toca sempre com um timbre decisivo e articulado.
“Em termos sonoros, tenho a tendência de partir para a saturação, e acredito que o ataque é muito importante”, ele explica. “O som de Mick Ralphs em Mott, do Mott the Hoople, por exemplo, é consistente e elegante, além de ter um ataque muito bonito. Este é o exemplo perfeito da utilização equilibrada de saturação e ataque”.
Embora o disco de Anderson esteja repleto de surpresas sonoras, ele afirma que uma tonelada de equipamento nem sempre é necessária. “Você pode distrair-se facilmente com equipamentos e perder o foco de criação”, diz ele. “Acredito que os gostos das pessoas aparecem no momento em que elas tocam um instrumento, e é com isso que você pode contar. Técnica e equipamentos são apenas meios para um fim: a comunicação de suas idéias para outras pessoas. Você precisa limpar sua mente, focar-se em sua inspiração e renová-la para uma boa música surgir”.
Brian Ray parece um rock star quando se mexe sem parar pelo palco quando toca guitarra e baixo com Paul McCartney. Mas ele é também um maníaco por canções que também se sente feliz compondo sozinho, dentro de uma sala. E ele mostra talento em ambas as frentes. Este entusiasmado guitarrista já tocou com duas grandes lendas – McCartney e Etta James – e seus dotes de compositor já foram utilizados por Peter Frampton, Michael Steele (The Bangles), Rita Coolidge, entre outros artistas. Ele gravou, inclusive, o grande sucesso One Heartbeat para Smockey Robinson, em 1987. “Embora as minhas raízes estejam nos músicos de blues dos 1950(cinqüenta) e 60(sessenta) – e o meu herói seja o Jeff Beck da era Truth – sempre fui um aficionado pelas boas canções pop. Portanto, a composição sempre vem em primeiro lugar. Tocar guitarra é tudo para mim, mas as seis cordas não é nada a menos que esteja dando suporte e chamando a atenção do ouvinte à canção, ao cantor e à letra. Não gosto de guitarra somente pela guitarra”.
Para garantir que suas partes tenham contribuído para a música, Ray e seu amigo co-produtor Oliver Leiber passaram um bocado de tempo procurando pelos melhores ajustes até encontrarem os sons perfeitos.
“Eu estava disposto a experimentar uma porção de colorações de guitarra, para que cada parte tivesse uma essência verdadeira”, diz Ray. “Não queria dar uma de preguiçoso e falar: ‘Tenho três guitarras e dois amplificadores dos quais gosto, e vou usá-los o tempo todo na gravação’. E aí que a parceria com Oliver proporciona experiências maravilhosas, porque o seu estúdio possui um arsenal de amplificadores e efeitos vintage. Nos overdubs, eu cantava ou tocava uma parte para Oliver e ele dizia: ‘Certo, experimente esta guitarra plugada naquele amplificador Watkins Dominator e depois insira um delay’. Quando eu escutava o resultado final, ficava sempre impressionado”.
Em relação aos solos, Ray jamais aprendeu os de outras pessoas. Pelo contrário, ele absorveu os timbres, estilos e gostos de seus guitarristas prediletos. “Sigo dois métodos para solar”, explica. “O primeiro é mais energético – uma abordagem de rock clássico e blues. Depois, após o segundo ou terceiro take, experimento solos mais temáticos e melodiosos, à La George Harrison ou Paul McCartney. Nunca fui fâ de guitarristas fanáticos por velocidade. Meu negócio é mais ligado às pausas que existem entre as notas, à pegada e à expressão. Não tem nada a ver com ‘Confiram este meu riff arrasador’. Meu negócio é causar choro ou riso em uma pessoa”.
E agora, você confere as feras em ação com BACK IN THE USSR. Valeu, abração!
Em relação aos solos, Ray jamais aprendeu os de outras pessoas. Pelo contrário, ele absorveu os timbres, estilos e gostos de seus guitarristas prediletos. “Sigo dois métodos para solar”, explica. “O primeiro é mais energético – uma abordagem de rock clássico e blues. Depois, após o segundo ou terceiro take, experimento solos mais temáticos e melodiosos, à La George Harrison ou Paul McCartney. Nunca fui fâ de guitarristas fanáticos por velocidade. Meu negócio é mais ligado às pausas que existem entre as notas, à pegada e à expressão. Não tem nada a ver com ‘Confiram este meu riff arrasador’. Meu negócio é causar choro ou riso em uma pessoa”.
E agora, você confere as feras em ação com BACK IN THE USSR. Valeu, abração!
Agradecimentos: Thiago Salim - thi.salim@gmail.com
Um comentário:
Faltou falar no monstro ABE LABORIEL JR! Outro dia farei um especial com ele!
Postar um comentário