Após 21 anos da morte de John Lennon, George Harrison, 58, vítima de um câncer, é o segundo Beatle a deixar os fãs e todo o Reino Unido chorando nesta sexta-feira pelo mais jovem dos "quatro rapazes de Liverpool". Muitos jovens, o que testemunha a imortalidade dos Beatles, correram para manifestar sua emoção para os estúdios EMI de Abbey Road, ao norte de Londres, onde John, Paul, George e Ringo gravaram a maioria de suas canções. Muitos londrinos também estão se dirigindo para a frente da casa de Harrison, em Henley-on-Thames (oeste de Londres). O mais discreto dos componentes do conjunto musical mais famoso da história da música pop morreu ontem em conseqüência de um câncer no cérebro, confirmou seu companheiro de música e amigo de infância, Paul McCartney.
George Harrison morreu na casa de um amigo, em Los Angeles, tendo a seu lado a mulher Olivia, de 51 anos, e seu filho Dhani, de 24 anos. O músico "se foi deste mundo como viveu, consciente da existência de Deus, sem medo da morte e em paz", declarou sua família, em um comunicado. "Sabíamos que estava doente há muito tempo. Foi um cara adorável e um homem muito corajoso, e tinha um maravilhoso senso do humor. Era um verdadeiro irmãozinho meu", declarou Paul McCartney à imprensa, em sua residência ao norte de Londres. "Travou uma longa batalha contra o câncer. Eu o vi na semana passada e ainda estava cheio de humor, como sempre", acrescentou McCartney, visivelmente comovido. Na pátria dos Beatles, as homenagens ao autor de "Here Comes the Sun", "While My Guitar Gently Weeps" e "Something" se sucedem nesta sexta-feira, em todos os setores do país.
A rainha Elizabeth 2º declarou-se "muito triste", a bandera britânica foi colocada a meio mastro na prefeitura de Liverpool, berço dos Beatles, onde a municipalidade expôs um livro de condolências. O primeiro-ministro Tony Blair, que chegava a Dublin, na Irlanda, para participar em uma reunião com seu colega irlandês Bertie Ahern, dedicou suas primeiras palavras à morte de George Harrison. "A geração de Bertie (Ahern) e a minha cresceu com os Beatles", declarou Blair, 48. "Sua música e a personalidade dos membros do conjunto faziam parte de nossa vida", acrescentou, recordando que "Harrison não foi apenas um grande músico, e sim fez um grande trabalho de caridade." George Harrison lutava havia anos contra o câncer. Foi operado uma primeira vez, em 1997, de um tumor na garganta, e foi submetido a uma segunda operação, dessa vez nos pulmões, em março passado. No início deste mês, voltou a ser operado de um tumor no cérebro, no Staten Island University Hospital, de Nova York. O mais jovem dos Beatles é o segundo membro do grupo que desaparece, depois que John Lennon foi assassinado por um desequilibrado em 1980. Mas, ao contrário da violenta morte do excêntrico Lennon, George Harrison morreu discretamente, da mesma maneira com que viveu e conduziu sua carreira, eclipsado pela sombra gigante de John e Paul. Mas este homem discreto, mais interessado pela vida interior do que pelas atividades mundanas, deixa uma contribuição essencial para a música popular, como enfatizou o músico Bob Geldof, ex-cantor dos Boomtown Rats.
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
FOLHA ILUSTRADA - 30/11/2001
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