sexta-feira, 5 de novembro de 2010

PAUL McCARTNEY - TUG OF WAR - 1982





Em 1982, Paul McCartney volta a sorrir e dominar o cenário pop com um álbum cheio de convidados especiais:
Stevie Wonder, Carl Perkins, Stanley Clark, Ringo Starr, Steve Gadd, e Denny Laine.

Fonte: "Paul McCartney - Todos os segredos da carreira solo" de Claudio D. Dirani

Tempo para viver, tempo para morrer. Nunca um dos versos encontrados na Bíblia, mais precisamente no livro Eclesiastes, serviria para descrever tão bem este momento antagônico na vida de Paul. A data: 9 de dezembro de 1980, terceiro dia de trabalho para ele nas sessões iniciais do seu próximo LP no A.I.R Studios, em Londres. Nas primeiras horas do dia, Paul receberia a notícia trágica: John Lennon havia sido assassinado na noite anterior na frente de seu prédio em Nova York por Mark Chapman.

Determinado a afogar suas mágoas pela morte do parceiro, ele deixou sua residência em East Sussex rumo a Londres onde passaria o dia inteiro chorando e relembrando com George Martin os bons tempos vividos ao lado de Lennon por mais de vinte anos. Tempo para viver. Apesar de ser tocado pela tragédia, McCartney daria prosseguimento a sua carreira para não ser invadido pela paranóia. E mais. O ano de 1981 seria dedicado totalmente à produção de um dos seus discos mais aclamados e bem sucedidos comercialmente, batizado logo após a gravação da faixa Tug OF War, na hoje extinta filial do A.I.R Studios na Ilha de Montserrat.

Entra Eric Stewart. Sai Denny Laine. Com o final do Wings decretado (ainda que nas entrelinhas, sem muito alarde), o ex-parceiro ainda colaboraria no início das gravações, mas logo seguiria por outros caminhos após quase dez anos de trabalho conjunto. Stewart, embora pouco tenha sido divulgado, havia dividido com os Beatles o palco do Cavern Club, em Liverpool, quando tocava em um grupo chamado Mindbenders. O retorno de George Martin em um projeto de grande escala também marcaria profundamente o produto final do LP, o qual teria um sabor ainda mais nostálgico com Ringo Starr tocando bateria em Take It Away. Mas as participações especiais não ficariam por aí. Além dos parceiros de longa data, Paul contou com as presenças dos ídolos Stevie Wonder e Carl Pekins tocando em seu álbum, e das feras do jazz Steve Gadd (bateria) E Stanley Clark (contra-baixo), como coadjuvantes de luxo. Tempo de colher. O LP, programado anteriormente como um lançamento duplo, chegaria com facilidade no ano seguinte ao topo das paradas nos Estados Unidos e Reino Unido, provando que muitas vezes o sofrimento caminho ao lado de momentos felizes por mais estranho que isso possa parecer.

Com o reatamento da parceria estabelecido, Paul e George Martin começariam a trabalhar juntos novamente após um intervalo de uma década. A primeira canção gravada pela dupla, a infantil We All Stand Together, não faria parte de Tug OF War, mas sim de um compacto somente lançado em 1984, com o objetivo de promover o curta-metragem animado baseado no urso Rupert. As gravações iniciais do álbum começaram dia 7 de dezembro de 1980, em Londres, produzindo cinco faixas: All The Love Is There (inédita), Keep Under Cover, Ode To A Koala Bear, Rainclouds e Ballroom Dancing, sendo que apenas a última entraria no LP. As Demais, com exceção de All The Love Is There, e Keep Under Cover (Pipes OF Peace) seriam lançadas como Lado B em diversos compactos lançados posteriormente. Embora versões iniciais de Take It Away e Wanderlust tenham sido gravadas em locações não registradas no mês de janeiro, a segunda parte das sessões prosseguiu oficialmente entre fevereiroe março do ano seguinte, com a participação de Denny Laine e David Mattacks (bateria). Canções registradas no A.I.R Studios, em Montserrat: Dress Me UP As A Robber, The Pound Is Sinking, Somebody Who Cares (com Stanley Clarke no contra-baixo), Take It Away (com Steve Gadd e Ringo tocando bateria), Get It (dueto com Carl Perkins), Tug OF War, Average Person, Hey Hey, Ebony and Ivory e What´s That You’re Doing? – as duas últimas em parceria com “Little” Stevie Wonder. De volta à Inglaterra, em março, os trabalhos foram resumidos no estúdio de George Martin até o final do ano. Eric Stewart entraria em cena no lugar de Denny Laine, permanecendo ao lado de McCartney até 1986, com o lançamento de Press To Play.

Durante esse período as faixas trabalhadas anteriormente em Montserrat seriam devidamente finalizadas. Outras composições apareceriam durante as sessões: Stop You Don’t Know Where She Came From, Any Younger e New Rack (mais provavelmente New Track), No Values (Give My Regards To Broad Street) Tug OF War (reprise – rebatizada como Tug OF Peace) e Sweetest Little Show, incluída somente em Pipes of Peace. Após a escolha das faixas incluídas no LP, George Martin cuidaria da orquestração da faixa-título e de outros arranjos no estúdio Abbey Road. O sucesso de seu novo álbum comercial empolgaria McCartney a compor mais canções e roteiros para um longa-metragem, que começaria a ser produzido no final de 1982, ao mesmo tempo em que o disco sucessor de Tug OF War, o polêmico Pipes of Peace. Este LP marcaria a união criativa com Michael Jackson, iniciada em sessões de composição realizadas em Londres, em abril de 1981. 01. Tug Of War (McCartney)
02. Take It Away (McCartney)
03. Somebody Who Cares (McCartney)
04. What's That You're Doing? (Wonder/McCartney)
05. Here Today (McCartney)
06. Ballroom Dancing (McCartney)
07. The Pound Is Sinking (McCartney)
08. Wanderlust (McCartney)
09. Get It (McCartney)
10. Be What You See (Link) (McCartney)
11. Dress Me Up As A Robber (McCartney)
12. Ebony And Ivory (McCartney)
Para finalizar, a gente relembra o megasucesso em parceria com Stevie Wonder, Ebony And Ivory. Abração! Quem quiser, deixe sua sugestão de qual álbum gostaria de ver aqui.


4 comentários:

Edu disse...

Pra mim, ou é o "BACK TO THE EGG" ou o "PRESS TO PLAY"!

João Carlos disse...

Tremendo discaço.Cristalino,arejado.E tem um som muito bom.

Michellen disse...

Lindinha essa música. Adoro.

Anônimo disse...

acabei de comprar o LP.Muito bom não me arrependo.