Foi há exatamente 30 anos, no dia 1 de Julho de 1979, que a Sony apresentou ao mundo o Walkman, o primeiro aparelho portátil que convenceu de fato as pessoas a aderirem à ideia de ouvirem música em movimento. É certo que o rádio transístor, mais conhecido por rádio de pilhas ou rádio de bolso, já tinha inaugurado a era da música em movimento no início dos anos 50. Nesse sentido, se é verdade que o engenheiro germano-brasileiro Andreas Pavel foi o primeiro a ter a ideia ao inventar o seu Stereobelt em 1972, na prática foi o leitor de cassetes da empresa de Akio Morita a popularizar o conceito de música em movimento. Depois de ter tentado sem sucesso que vários fabricantes de eletrônica comercializassem o seu aparelho, Pavel conseguiu patentear o Stereobelt em alguns países do mundo (Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Alemanha e Itália). No entanto, isso de pouco lhe valeu na hora de receber royalties da Sony relativos ao Walkman.
Mas foi de fato com o Walkman que a ideia de criar a nossa própria seleção de músicas para a vida em movimento na cidade, se tornou uma realidade acessível e comum dos adolescentes. O modelo original do Sony Walkman chamava-se TPS-L2 e foi posto à venda apenas no mercado japonês. O aparelho tinha sido concebido em 1978 pelo engenheiro japonês Nobutoshi Kihara a pedido do seu patrão Morita que queria arranjar uma forma de ouvir operas durante as suas viagens entre o Japão e os Estados Unidos. Comparado com as 140 gramas que um iPod Classic de 120 GB pesa, o TPS-L2 era um autêntico tijolão (390 gramas). Além disso, os fones pesavam 45 gramas. Mas o pior de tudo é que o preço de 33 mil ienes (242 euros) também não era nada convidativo.
De qualquer modo, isso não o impediu de se tornar um autêntico fenômeno de vendas, tendo vendido mais de 1,5 milhões de unidades em apenas dois anos após o seu lançamento. Dez anos depois, as vendas superaram os 50 milhões de exemplares. Em 1995, a Sony informou que o número de aparelhos Walkman vendidos em todo o mundo ascendia aos 186 milhões. Apesar do Walkman ter tido vários nomes na época do seu lançamento (“Soundabout” nos Estados Unidos, e “Stowaway” no Reino Unido, por exemplo) e não obstante o fato de Akio Morita ter desde o princípio detestado esta designação, este foi o nome que acabou por vingar. Isto deve-se ao fato da divisão de marketing da Sony ter concluído que uma alteração do nome seria demasiado dispendiosa e arriscada. Até porque não levou muitos anos até que o Walkman se incorporasse na linguagem corrente, tendo mesmo a designação sido adicionada ao Petit Larousse em 1981 e ao Oxford English Dictionary em 1986.
A história do Walkman é tão rica e cheia de recordações que ainda perduram nos cérebros de todos os fãs de música com mais de 30 anos e menos de 50 – e até mesmo dos fanáticos que odeiam qualquer distorção da qualidade de áudio das suas músicas preferidas! -, porque é que a Sony não se deu ao trabalho de comemorar com mais pompa e circunstância esta efeméride? Bem, a razão é simples: a verdade é que as finanças do gigante japonês não vão lá muito bem de saúde.Por outro lado, o domínio esmagador da Apple no campo da música móvel quer através do iPod quer do iPhone não dá muita margem de manobra para grandes comemorações. Afinal de contas, em apenas oito anos a marca da maçã já conseguiu vender mais de 210 milhões de iPods em todo o mundo. E a avaliar pela experiência de um miúdo de 13 anos como este aqui, não será tão cedo que a companhia de Steve Jobs irá abandonar os tops de vendas de aparelhos de música móvel.
4 comentários:
Se me dissesem na época que eu teria um aparelho(Mp4) do tamanho de uma caixa de fosforo e daria pra colocar TODAS AS MUSICAS dos Beatles e ainda mais umas 1500 musicas , eu não conseguira imaginar um negocio desses .
Mas que dá um pouco de saudade desse tempo dá !!
O meu walk man, que na época era um máximo pra mim, não tenho coragem de jogar fora. Apesar de ele hoje em dia não tocar absolutamente nada !
Boms tempos...
Edu,ainda tenho 2 desses.Uso diariamente nas caminhadas e com Fita K7. O repertório ? Adivinha ?
Joao Carlos, também tenho um e não abro mão.
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