segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

RINGO STARR SOFRE DE TOC?

Ringo Starr sofre de TOC - Transtorno Obsessivo Compulsivo? Muitos acreditam que sim, por algumas atitudes nos últimos anos.
O álcool e as drogas envolveram sua vida numa névoa confortável por duas décadas após o fim dos Beatles; depois, o esforço para manter a sobriedade e a rotina de trabalho preencheram seu tempo. 'Eu finalmente me tornei igual a quem eu costumava odiar!', brincou ele com um amigo, em 1990. Mas havia um subtexto mais sinistro nisso. Uma vez que os Beatles já haviam se reagrupado, para grata satisfação dele, tendo então se dissolvido de novo; uma vez que seu segundo e seu terceiro álbuns já haviam sido produzidos com habilidade e sem estimulantes, tendo sido lançados e amplamente ignorados pelo público; uma vez que a ideia de montar um supergrupo com Willie Nelson e Merle Haggard já havia falhado em se concretizar; uma vez que ele ja havia lançado um novo selo de gravadora (a Pumkinhead) sem nenhum impacto perceptível; uma vez que a quinta ou sexta encarnação de sua banda All-Starr já havia lotado as mesmas salas que a antecessora - uma vez que tudo isso, o que restava a ser feito? 'Viver sóbrio foi difícil,' recordou ele, 'eu tive que começar de novo.' Mas começar já não era mais o problema; o desafio era preencher sua vida com algo tão divertido quanto uma festa e tão emocionante como ser um dos Beatles, e poucas coisas eram ao mesmo tempo permitidas por lei e sóbrias o suficiente para qualificar-se a esses requisitos. Em público, Starkey ainda era o adorável brincalhão com o rosto sentimental; seria difícil imaginar qualquer outro Beatle desencanado o suficiente para conversar sobre o tamanho relativo do pênis dos integrantes da banda, como ele fez no programa de Howard Stern, em 1998. Seu humor era natural: aparentemente sem esforço, ele transpirava charme e respeito próprio. Mas às vezes um lado mais amargo de sua personalidade aparecia. Como quando ele se recusou a responder perguntas sobre os Beatles, declarando sombriamente que não comentaria nada além de seu novo álbum, o qual ele deveria estar ciente que seria esquecido dali a algumas semanas; e também quando disse a um jornal, em 2005: 'Eu tenho essa coisa quanto à Inglaterra, acho que eles realmente não me amam o suficiente. É assim que me sinto. Não é um fato, é só um sentimento.' Cada vez mais ele adotava uma postura defensiva, a ponto de ela tornar-se parte de sua psique. Em 2005, quando McCartney apresentou Sgt. Pepper no concerto Live 8 com o U2, Starkey se queixou: 'Eu não fui convidado pra tocar. Ele não falou comigo. Agora é tarde. Foi muito decepcionante.' O mesmo espírito parecia inspirar seus planos de fazer um documentário para expor sua verdadeira pessoa ao público. Em seu coração, ele ainda era a criança que vivia doente enquanto as outras se divertiam, e que passara vários anos confinada em hospitais. Não importava que a criança agora morasse em Monte Cario, com lares suplementares em Los Angeles, no Colorado, em Londres e, quase que para cumprir um protocolo, numa tradicional mansão de astro do rock (estilo século XVII, é claro), em Surrey. Em 2008, sua persona começou a atrair mais críticas da opinião pública. Ele teve a oportunidade de ser representante efetivo na gestão de sua cidade natal como Capital Europeia da Cultura. 'Nós nunca vamos decepcionar Liverpool,' disse ele ao principal jornal local, e essa mesma mensagem inspirou a faixa-título de seu álbum Liverpool 8. Banal como fosse, simplificando sua história numa versalhada sem muita graça, a canção Liverpool 8 propiciou a Starkey uma exposição televisiva bem maior que a que ele vinha tendo em vários anos. Mas sua sintonia com o gosto do público já não era mais a mesma. Num programa de bate-papo na TV, ele chegou a dizer que nada de Liverpool lhe fazia falta noutro lugar - um comentário relativamente leve, mas ainda assim pouco diplomático, vindo do embaixador cultural não oficial da cidade, e suficiente para desencadear reações dos concidadãos. Duas semanas depois, ele se retirou do programa ao vivo de TV norte-americano, Live With Regis and Kelly [Ao vivo com Regis e Kelly] após solicitarem que tocasse uma versão abreviada de Liverpool 8. Resultado: mais publicidade negativa. Executivos de gravadora ventilaram seu espanto com a frequência com que Starkey repetia a expressão 'paz e amor' nas suas conversas; um deles chegou a contar mais de vinte repetições obsessivas numa reunião de negócios, durante o período de uma hora. Por uma crueldade do destino, Starkey passou a ser mais noticiado por seus pequenos lapsos de julgamento do que por seu talento e charme pessoal. Não era ele a única celebridade a se sentir explorada ao saber que os autógrafos que lhe pediam apareciam à venda poucas horas depois, no site de leilões eBay. Mas foi o primeiro a perder a paciência com isso e imprudentemente anunciar o fato em seu próprio site. Em novembro de 2008, ele postou uma mensagem de 40 segundos em vídeo, que despertou escárnio mundial. Falando tão próximo da câmera que ele parecia estar dentro de uma caixa, Starkey palestrou aos fãs com uma voz estranhamente monótona, fazendo um 'alerta' com 'paz e amor' que agora não teria mais tempo de conceder autógrafos. Após ter repetido seu bordão pela quinta vez na curta gravação, ficou difícil a quem o viu não desconfiar que ele sofria algum tipo de transtorno psíquico. Paul McCartney apoiou o amigo, declarando que Starkey estava simplesmente 'falando o que pensava'.

 

3 comentários:

Valdir Junior disse...

Sei Não , Sei Não ( ??!! )
Acho que o Ringo tem seus motivos !!
Mas TOC ??!!!

Edu disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
João Carlos disse...

Sei não... sair das drogas não é fácil.E não foi só o álcool.Tinha cocaína na jogada.O tratamento é sempre rigoroso e a pessoa tende à buscar mecanismos de compensação.No caso de Ringo o zelo com a saúde pode ter chegado ao exagero característico dos sintomas de TOC. Vi uma entrevista dele em que se recusava à "tocar" nas pessoas (aperto de mãos,etc). Sei lá...