quarta-feira, 17 de setembro de 2014

LOVELY RITA - METER MAID - 2014

Vários anos depois de "Lovely Rita" ter aparecido em Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, a guarda de trânsito Meta Davies exigiu sua imortalidade se autoproclamando a inspiração para a música. Em 1967, a zona de trabalho de Meta, então com 46 anos de idade, incluía a área de St. John's Wood em Londres, onde se situavam os estúdios Abbey Road e a casa de Paul McCartney. Um dia, no início do ano, ela multou o Beatle. "O carro dele estava estacionado em um parquímetro com o tempo esgotado. Eu tinha que emitir uma multa de, na época, 10 xelins. Eu tinha acabado de colocar o bilhete no para-brisa, quando Paul veio e o retirou. Ele olhou para o papel e viu minha assinatura, que mostrava meu nome todo, pois havia outra M. Davies na mesma unidade. Quando ele estava indo embora, virou-se para mim e disse: 'Nossa, seu nome é mesmo Meta?'. Disse a ele que sim. Conversamos por alguns minutos, e ele disse: 'Este seria um bom nome para uma música. Você se importaria se eu o usasse?'.E foi isso. Lá se foi ele."

Seguindo a vibe de paz e amor de 1967, McCartney mudou sua concepção original de "Lovely Rita": "Eu estava pensando que aquela deveria ser uma música sobre ódio, mas então pensei que seria melhor amá-la". E depois explicou: "Eu já tinha tomado muitas multas de estacionamento, então a graça era imaginar que em uma das vezes eu havia me dado bem... A música, de algum modo, tornava os guardas de trânsito figuras divertidas em vez de aterrorizantes, e era uma maneira de dar o troco". Os guardas de trânsito existem desde a década de 1960 na Inglaterra, mas era a terminologia usada nos Estados Unidos que fascinava McCartney. "A expressão 'moça do parquímetro' era tão americana, que me atraía, e, para mim, uma 'moça' era sempre algo sexy: 'Moça do parquímetro. Ei, vem checar meu parquímetro, querida'. Era assim que eu via a coisa". Ele imaginou um aspecto um pouco pervertido da personagem, ela poderia ser "esquisitinha também, como um militar, com uma bolsa a tiracolo". A música resultante foi uma sátira bem-humorada, a história de um homem tentando se livrar de uma multa de estacionamento usando seu charme. McCartney, é claro, não se lembrava do incidente a que Meta se referia. "A música não se baseou em uma pessoa real, mas, como acontecia muitas vezes, foi reivindicada por uma moça chamada Rita [sic] que era guarda de trânsito e que, ao que parece, me deu uma multa, e isso chegou aos jornais. Acho que foi mais uma questão de coincidência: qualquer uma que se chamasse Rita e tivesse me dado uma multa pensaria: 'Sou eu!'. Eu não pensei 'nossa, aquela mulher me deu uma multa, vou escrever uma música sobre ela'; não era assim que as coisas aconteciam." Embora Meta tenha declarado não ser fã dos Beatles, alguém próximo a ela era. "Minha filha ficava esperando do lado de fora dos estúdios Abbey Road para vê-los." Ela se aposentou como guarda de trânsito em 1985, emitindo sua última multa próximo ao famoso estúdio.
 

2 comentários:

Fábio Simão disse...

Serão estas pessoas aproveitadoras ou Paul simplesmente nega os fatos para se proteger judicialmente?

João Carlos disse...

Ele tem razão. A expressão meter maid era americana. Ele usou de propósito porque os ingleses não chamavam assim. Ai aparece mil Ritas, Metas etc.