“Get Back” foi lançada num single em abril de 1969, dois meses após o álbum Yellow Submarine. Foi idealizada por Paul, e John ajudou na letra. Numa versão inicial improvisada, enquanto zoavam numa jam session - algo típico da maior parte de suas sessões de criação -, “Get Back” adquiriu por certo tempo significado mais profundo, talvez como reação a uma notícia. Paquistaneses recém-chegados ao Reino Unido estavam sendo mandados de volta a casa por grupos de direita fascistas, e Enoch Powell* previa banhos de sangue. Assim, o título captou esse clima.
À medida que elaboravam a música, foram percebendo que era suscetível a más interpretações e que as pessoas poderiam usá-la de forma errada. Numa fita que vazou, há um verso referente aos paquistaneses, mas depois eles refizeram a letra e tiraram as referências a imigrantes asiáticos e assemelhados, colocando localidades neutras como Tucson, no Arizona, e introduzindo um elemento frívolo: o homem que pensava ser mulher. Assim a noção de voltar [get back] poderia ser interpretada quase como se quisesse. “Eu muitas vezes deixava as coisas ambíguas”, Paul disse sobre “Get Back”. “Gostava de fazer isso em minhas músicas.” É provável que muita gente nunca tenha entendido todas as palavras nem prestado atenção a elas, já que o ritmo é tão contagiante que esse rock empolgante alcançou rapidamente o número 1 no mundo todo.
O manuscrito parcial foi datilografado, com correções de John na segunda estrofe - mudando “in the Californian grass (na maconha californiana) para “for some Californian grass” (para uma maconha californiana), o que muda bem o sentido. Também se pode ver a referência aos paquistaneses na terceira estrofe.
2 comentários:
Hoje em dia isso daria muito mi mi mi nas redes sociais. Hoje tudo anda muito chato.
Pense num livrinho caro e ruim... Assim é "As Letras dos Beatles" de Hunter Davies - Editora Planeta - 2014. Na Saraiva, hoje em dia, 40 contos. Quando comprei o meu - 70. Esse autor é amado e paparicado pelo livro "The Beatles - A Única Biografia Autorizada" reeditada em 2015 pela editora Best Sellers - hoje por 50, mas o meu foi 80 - mas o que eu queria dizer é que na verdade, todos esses dois citados são muito ruins. Embora beatificado, esse autor é um dos piores de todos os que já li. Só vou salvar “As Cartas de John Lennon”, editado aqui nesse país em 2012. Se alguém quiser comprar um livro realmente bacana sobre as músicas dos Beatles, compre o do Steve Turner. Mil vezes melhor! Esse desse cara chato pra cacete só se salva pela reprodução de muitos dos manuscritos originais das canções, que, muitas vezes, como nesse caso de Get Back estão péssimos e inlegíveis e os comentários dele são insuportáveis!
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