No dia 19 de abril de 1998, foi anunciada a morte de Linda McCartney, a eterna "Lovely Linda" de Paul McCartney.
Linda Louise Eastman nasceu em 24 de setembro de 1941 em Nova York, e era a segunda filha do advogado Lee Eastman - também tinha um irmão mais velho e duas irmãs mais novas. A mãe morreu quando ela tinha 19 anos e já havia saído de casa para estudar - a família Eastman era bem colocada (embora não tivesse nenhuma relação com a fotografia). Linda estudou História da Arte no Arizona, onde nasceu seu amor pela fotografia. De volta a Nova York, passou a trabalhar como recepcionista da revista Town&Country, onde teve a informação de um evento que abriria as portas para a Linda fotógrafa. Os Rolling Stones estavam a bordo de um iate ancorado no rio Hudson, para o lançamento de seu álbum, "Aftermath". Linda dirigiu-se ao local e foi tomada como uma fotojornalista, tendo acesso ao iate. Ali, era a única munida de uma máquina fotográfica profissional, de modo que teve a exclusividade no registro do evento. Isso gerou um interesse automático por seu trabalho, e ela passou a ser reconhecida como uma talentosa fotógrafa profissional. Unindo essas duas grandes paixões - a música e a fotografia -, Linda se especializou em captar imagens de grandes astros, tais como Jimi Hendrix, Bob Dylan, The Doors, The Who, The Grateful Dead, Cream, Otis Redding e Simon & Garfunkel. Acabou se tornando fotógrafa da revista Rolling Stone, e em maio de 1967, estava em Londres - foi levada por Chas Chandler, baixista dos Animals e seu amigo, ao clube Bag'o'Nails, onde ocorria uma festa pelo lançamento do álbum "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", dos Beatles. Já estava para ir embora quando foi abordada por Paul McCartney. A partir de então, Linda e Paul eram um casal. Ela já era divorciada de seu primeiro marido, o geólogo Melvin See, e tinha uma filha, Heather, mas isso não foi obstáculo.
Paul e Linda casaram-se em 12 de março de 1969, numa cerimônia simples no cartório de Marylebone, em Londres, tumultuada apenas pela presença de inúmeros jornalistas e fotógrafos que registravam o "enforcamento" do Beatle mais assediado pelas meninas. O trabalho de Linda como fotógrafa lhe garantiu exposições em diversos países e em locais tão prestigiados como o Victoria and Albert Museum de Londres, bem como a edição de 5 livros de fotografias, mas não foi a única atividade a que se dedicou a sra. McCartney. Linda também dedicou-se à música - sua principal atividade nessa área foi como tecladista dos Wings a partir de 1972 e, mesmo depois da dissolução da banda, sempre esteve presente nos álbuns e shows do marido, em performances sem muito brilho, mas que não chegavam a comprometer. Outras paixões de Linda eram a culinária - adepta do vegetarianismo, escreveu 3 livros de receitas e lançou uma linha de produtos, a Linda McCartney's Homecooking - e as atividades de apoio à Ecologia e contra a crueldade com animais, nas quais se engajou, com destaque para as ONGs Friends of The Earth e PETA - People for the Ethical Treatment of Animals, que chegou a condecorar o casal McCartney com um prêmio (Lifetime Achievement Award) em dezembro de 1996. Fotografia, música, culinária, ecologia - todas essas atividades preenchiam a vida de Linda, mas nada lhe dava maior orgulho que seus filhos. Heather, filha do primeiro casamento mas adotada por Paul, trabalha com artesanato e lançou uma linha de artigos para casa. Stella, a mais famosa, trabalha com moda e fez seu nome como estilista da Maison Chloe, e seu sucesso permitiu que passasse a ter uma griffe própria, com sua assinatura. Mary é fotógrafa e James é músico, tendo participado das gravações de "Flaming Pie" e agora também compondo com seu pai - ele recebeu créditos na composição das faixas "Spinning on an Axis" e "Back in the sunshine again", do álbum "Driving Rain". A família sempre foi um suporte para Linda, principalmente depois de dezembro de 1995, quando foi diagnosticada com um câncer de mama. Sua atitude positiva e otimista mediante a vida, associada ao tratamento médico e ao apoio e amor incondicionais de Paul e seus filhos, permitiu que Linda seguisse em frente até 17 de abril de 1998, quando faleceu, aos 56 anos. Tida como uma pessoa determinada, discreta, alegre e doce pelos que a conheciam, Linda é lembrada com carinho sempre que se ouve uma das muitas músicas que Paul compôs tendo a esposa como musa inspiradora. Essas canções certamente eternizam a "Lovely Linda" na memória dos milhares de fãs de Paul McCartney e dos Beatles.
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