segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A DAY IN THE LIFE - LARA SELEM

Senhoras e senhores, o Baú do Edu tem a honra de receber novamente nossa querida Lara Selem, que nos conta, num texto cativante e emocinado como foi assistir ao show das duas lendas vivas mais famosas do planeta: Sir Paul Mccartney e Mr. Ringo Starr, no Radio City Music Hall em Nova York em 4 de abril de 2009. Obrigadão Lara. Ficou ótimo! Valeu!


Era sábado de primavera em New York City e eu já imaginava que talvez aquele seria o dia mais incrível da minha vida. Mas, nada do que eu imaginei se compara ao que eu vi, ouvi e senti nas horas que se seguiram, no Radio City Music Hall.

Éramos seis mil pessoas querendo a mesma coisa: ver, ouvir e sentir a energia, o talento, a genialidade e o carisma das duas lendas vivas do melhor rock produzido no universo: sir Paul McCartney e Ringo Starr. O responsável por reunir os dois Beatles foi o cineasta David Lynch (de “Homem Elefante”, “Veludo Azul”, “Twin Peaks” e “Mulholland Drive”), idealizador do projeto “Change Begins Within” da fundação que leva seu nome, para ensinar 1 milhão de crianças em áreas de risco em todo mundo a fazer meditação transcedental.
Há 40 anos, como vocês bem devem saber, os Beatles, Donovan, Mike Love (dos Beach Boys) e Paul Horn viajaram pra Índia para estudar Meditação Transcedental com o Maharishi Mahesh Yogi. E isso motivou o encontro.

A ansiedade pela expectativa do que iria acontecer era um misto de “caramba, será que eu estou aqui mesmo?” com “daqui a pouco o Macca e o Ringo vão cantar e tocar pra nós!!”... Difícil de descrever.
Pontualmente as 19h30, com as luzes apagadas, surge um piano no canto direito do palco, e Angelo Badalamenti brilhantemente toca o tema de amor de “Twin Peaks”. Os anfitriões da noite, David Lynch e a atriz Laura Dern entram e iniciam oficialmente o show.
Nas primeiras duas horas, se apresentaram Moby e a lenda do soul Bettye LaVette, que arrasaram com “Natural Blues”. Depois entrou Sheryl Crow e Ben Harper na guitarra slide, e provocaram os primeiros gritos da platéia ao fazer o cover de “My Sweet Lord”, de George Harrison. Muita emoção!! Eddie Vedder, o conturbado vocalista do Pearl Jam, foi incrível, cantou “Rise” do filme “Into the Wild”, e terminou a primeira parte do show num dueto com Ben Harper, performando um remake de “Under Pressure” que nos levou ao delírio. Acho que a minha cara de alegria na hora do intervalo reflete um pouco a incredulidade do que eu tinha acabado de ver e ouvir. Mas muito mais ainda viria.

A segunda parte do show foi, de fato, surreal. A nostalgia da era pop, quando o rock ‘n roll e a espiritualidade pareciam caminhar juntos, tomou conta do teatro. A atmosfera ‘Peace and Love’ contaminou o ar e parecíamos entorpecidos com tamanha força musical. Donovan ressucitou “Season of the Witch,” “Wear Your Love Like Heaven” e “Hurdy Gundy Man.” O flautista Paul Horn tocou “Meditation”. Mike Love não cantou, mas trouxe sua mensagem positiva sobre a Meditação Transcedental. E, enfim, para delírio dos beatlemaníacos presentes, entra no palco Ringo Starr, com seu bom humor, charme e alto astral a toda prova, tocou sua Ludwig e cantou “It Don’t Come Easy”, “Boys” e “Yellow Submarine”, com vocais de Eddie Vedder e Sheryl Crow. E dá lugar a sir Paul McCartney, o grande astro da noite, o mestre dos instrumentos, o gênio das baladas, que levou a platéia a cantar junto "Let it Be," "Can't Buy Me Love," "Blackbird," "Baby You Can Drive My Car," "Jet," "Got To Get You Into My Life," "Lady Madonna," "Here Today" e "Band On The Run". E eu, lá do 1o mezanino, gritava “Paul, I love you!!”, como uma adolescente dos anos 60, na esperança vã que ele me ouvisse.

Pra terminar, o raríssimo e tão esperado encontro de Macca e Ringo no palco, depois de 7 longos anos (o último tinha sido no “Concert for George”, em 2002). Os dois arrasaram e dividiram o microfone em “With a Little Help From My Friends”. Depois, com Ringo na batera, Paul cantou “Cosmically Conscious” e “I Saw Her Standing There”, com backing vocals e percussão de Eddie Vedder, Donovan, Moby, Sheryl Crow e Bettye LaVette.

O show terminou, mas ninguém queria ir embora. Ficamos todos amontoados no hall do teatro, uns em estado de torpor, outros eufóricos. Ninguém queria deixar aquele lugar. O teatro parecia um grande imã e nós pequenos alfinetes. Tanto que o time da segurança teve que fazer um cordão para ir “empurrando” a galera gentilmente porta a fora. Foram quatro horas incríveis. Foi difícil dormir naquela noite. Ainda é difícil de acreditar. Só sei que foi o melhor presente de 40 anos que eu podia ter ganho nesta vida e aquele 4 de abril de 2009 ficará gravado na minha memória e no meu coração, para sempre.

10 comentários:

the disse...

Por obra e graça de minha filha LARA, também estava lá naquela noite, e mesmo não sendo tão aficcionada como ela, vivi fortes emoções....Valeu, filha!

Edu disse...

DEMAIS!

Edu disse...

UAU!Parabéns Lara! Pelo texto, pelas fotos e por vc ser linda!

Unknown disse...

Muito Bacana! Parabéns!

Anônimo disse...

Muito bonita! com todo respeito!
Obrigado se publicar. Não sou aquele "anônimo" babaca! Parabéns pra vc também Edu. Seu trabalho é mto legal!

Edu disse...

VALEU, LSELEM! OBRIGADÃO! O EDÚ DO BAÚ!

Edu disse...

MEU AMIGO LUIS CLEMENTINO DISSE:
Dudu:
quero parabenizá-lo pelo exelente BAÚ.Com informações sérias e fidedignas (nada de futilidades e baixarias) programação visual de muito bom gosto Destaque para o importante e cativante depoimento da bela e meiga LARA SELEM , minhas recomendações abraços!
Luiz clementino>.

LSelem disse...

Edu, obrigada por me deixar compartilhar esses momentos no Bau. Abracos beatlemaniacos.

Edu disse...

Hey, LSelem! Ainda acabo morrendo do coração! São muitas emoções todos os dias fazendo esse Baú. Obrigado a vc e toda essa galera que acompanha todos os dias. Every day in the life!

Marco disse...

Parabéns, Selem. Belo texto, bela noite. É mesmo para ficar na história. Muita generosidade sua compartilhar a emoção com os fãs que não estavam lá.