Quem nunca recebeu um golpe no coração ao ver Elektra nos quadrinhos da Marvel? Roupa vermelha colada ao corpo, o charme do lenço amarrado aos seus lindos e esvoaçantes cabelos negros. Os olhos firmes, perfurantes, uma cara de má - como só ela sabe fazer - e um par de sai manejados com extrema destreza. Essa é Elektra Natchios: de longe, a assassina que mais retalha corações.
Mas beleza à parte, a vida de Elektra é completamente devastadora. Quando adolescente, a moça cravou a flecha do Cupido no coração de Matt Murdock. Até então ele era só um estudante de direito com umas penugens no rosto. Carinha normalzinho. Sei, engana que eu gosto... De tão doido que ficou, acabou revelando seus poderes num showzinho particular para Elektra. Mas quando o pau quebrou de verdade, quando Matt precisou usar os seus poderes na tentativa de salvar o pai de Elektra dos nacionalistas gregos, o moço falhou na hora H e não conseguiu completar o serviço. Encerra-se uma vida, começa o exílio.
Elektra, até então com postura e roupa (branca) de heroína, não consegue controlar a sua fúria e angústia pela morte do pai e isola-se na Grécia, sua terra natal. Lá, começa um rígido treinamento de ninjutsu e a história de uma assassina completamente abalada psicologicamente. O tempo passa e daquelas celestiais ilhas do Mediterrâneo surge uma deusa grega transtornada pelo assassinato do seu pai e disposta a matar. Matar. E muito! Daí a explicação para o seu nome: na mitologia grega, o Complexo de Electra é, grosso modo, o desejo da filha pelo pai.
De volta ao (sub) mundo, Elektra é recrutada pelo Senhor do Crime, até então patrão do Mercenário e Mary Tyfoid. E como em qualquer negócio, a eficiência da nossa vilã acaba deixando o Mercenário desempregado. Puto com a puxada de tapete, ele promete matar a nossa dama de vermelho. Mas antes terá que enfrentar um tumor cerebral...
No cargo de líder da organização de ninjas místicos “A Mão”, Elektra recebe a incumbência de despachar um homem chamado Matthew Michael Murdock dessa pra melhor. Só que, pra matar o patrão de raiva, nossa homicida grega não fez o seu serviço. Pior: apaixona-se pelo alvo! E como nos tribunais da Marvel o que funciona é a Lei de Talião, Elektra tem a sua cabeça a prêmio em conseqüência desse ato de traição.
Estava lá Elektra tranqüila e serena (forçou!) desfrutando de uma paixão cega e demolidora quando soa o gongo e começa um duelo que ficou mercado como um dos mais importantes da Era de Ferro dos quadrinhos (anos 80): a batalha entre Elektra e Mercenário.
A porrada rolou solta entre os dois. Com toda a sua habilidade letal, a mestre em artes marciais era quem dava as cartas, espancando e retalhando Mercenário diversas vezes e em vários lugares. Mas a morte foi seduzida pela sua amante. Elektra foi perfurada pelas suas próprias armas e deixada ao relento. Agonizante, se arrasta até os braços de Murdock e morre. Era uma Daredevil 181, a última vez em que veríamos a ninja em vida.
Pessoal, sinceramente, a história de Elektra termina aqui!
Consternados pelo enorme sucesso que a ninja fazia, roteiristas e outros xamãs da Marvel tiveram a pífia idéia de trazê-la de volta à vida. Mas cá entre nós: histórias e argumentos ridículos! Nada junta com nada. São explicações vazias, tentativas presunçosas de nos convencer que alguém, usando uma habilidade tal, trouxe Elektra de volta aos nossos olhos. Bobagem! Certo é que não estavam preparados para o sucesso que esta personagem faria, daí deram início a uma campanha bestial com o intuito de encaixar Elektra em alguma nova história.
Resultado: uma Elektra deslocada, com atitudes e atmosfera distorcidas. Novos desenhistas e roteiristas que inauguraram uma era de heróis e vilões exagerados, com armas idem e pouquíssima importância ao lado humano de cada um. De tão exagerada, Elektra tornou-se uma personagem caricaturada. Parecia uma integrante dos Power Rangers...
A meu ver, a grandeza de Elektra Natchios reside exatamente no seu fim: os bons morrem jovens, mas deixa no mundo uma lenda avassaladora. Vocês, Beatlemaníacos, sabem bem do que estou falando!
Tentar ressuscitar a assassina mais sexy dos quadrinhos é revirar páginas já superadas, quase sagradas aos olhos dos comic-fãs. Se quiserem se deliciar com a beleza mortal de Elektra, recorram aos filmes Demolidor: o homem sem medo (2003) e Elektra, o filme (2005), onde a vilã é interpretada por Jennifer Garner. Prevenindo: a história é modificada e não tem o mesmo colorido dos quadrinhos. Mas tá valendo! E também, claro, lá está ela presente na 8ª Maravilha do Mundo: o video game. Pra variar, ela está “perfect” em Marvel: Ultimate Alliance e também no jogo Marvel Nemesis: Rise of the Imperfects.
E para encerrar com Elektra (Marvel, faça o mesmo!) cito as últimas palavras do Demolidor na revista Elektra vive:
“Não era ela que me atormentava. Era eu que não a deixava em paz”.
Por Luiz Orione
luizorione@hotmail.com
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5 comentários:
Achei fraco.Acho que deveria te entrado mais na origem da personagem e na importânhcia que teve o filme de 2000, estrelado pela belíssima Jennifer Graner, que ilustra quase toda a página.
Valeu se publicarem meu comment!
Prezado Anônimo, muito obrigado pelo comentário. Realmente, um personagem como a Elektra nos dá vários caminhos para falarmos dela. Como sugerido, o da origem é um deles. Um deles. Sobre o filme, não há unanimidade sobre a magnitude que você o confere. Ao menos pra mim, um filme teen. Mas bom pra comer pipoca!
PS.: Nota-se que vc adora super heróis mesmo: tb segue a filosofia de jamais revelar a sua identidade. Isso é legal só lá nos quadrinhos, ok?
Adoro ler seus post...eu nunca imaginava que esses personagens tinham histórias de "vida" tão bacanas. Parabéns meu querido!
Caro Luiz, ficou foi jóia! Parabéns mais uma vez e até a próxima. Abração! Anônimo, vc já foi hoje?
Ah, aliás anônimo: o nome da atrz é Jennifer Garner e o filme é de 2005. Blz?
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