domingo, 11 de novembro de 2012

JOHN LENNON & YOKO ONO - TWO VIRGINS


Na história da música popular, nada pode ser comparado à trilogia lançada pelo casal John Lennon - Yoko Ono em 1968 e 1969: os álbuns “Unfinished music nº 1: two virgins”, “Unfinished music nº 2: life with the lions” e “Wedding álbum”. Gravações consideradas pela critica como experimentais e "tolas". A maioria das faixas traz apenas ruídos e instrumentos como piano e bateria se repetindo, como se estivessem em loop. Nas faixas em que Yoko "canta", ela apenas emite grunidos. Mas apesar do repertório “estranho” criado pelo casal, as maiores polêmicas surgiram com a capa do primeiro disco “Unfinished music nº 1: two virgins”, que trazia o casal nu, chegando a ser censurada em alguns países.
UNFINISHED MUSIC NO. 1 - TWO VIRGINS
"Unfinished Music No. 1 - Two Virgins", gravado na primeira noite que Yoko passou na mansão de John em Weybridge, Londres. O disco registra diálogos, gritos e sussurros do casal apaixonado. A capa do disco causou alvoroço ao registrar John e Yoko em nu frontal.

Lançado no emblemático novembro de 1968, Unfinished Music No. 1 - Two Virgins foi gravado em meados de março, após o Wonderwall de Harrison, e o álbum "The Beatles". Naquela produtiva noite de março, o futuro casal mal se conhecia. Lennon e sua esposa Cynthia haviam retornado de Rishikesh, Índia - e John parecia disposto a salvar o casamento já em ruínas. Porém, trocando telefonemas com Yoko, a quem ele conhecia desde 66, John aproveitou uma viagem da esposa para convidá-la até seus aposentos em Kenwood, onde também se encontrava seu amigo de longa data, Pete Shotton. John e Pete haviam gravado inúmeras fitas durante aquelas semanas (assim como na juventude, os dois adoravam fazer rimas nonsense), e foram essas gravações a base do que viria a ser "Two Virgins".

O jovem casal começou a noitada dividindo um ácido, Shotton já tinha saído. E então deram vazão à loucura produzindo durante toda a noite. Depois de muitos assobios, uma série de sons randômicos no piano começam a aparecer, entrecortados por ruídos. Em seguida uma gravação com rotação alterada se contrapõe aos primeiros vocalizes de Ono, e o primeiro clímax é um grito bastante estridente. Lá pros 6:00 a coisa fica bem interessante: o disco gravado continua tocando (bem lento), os ruídos se tornam mais intensos, e o piano chega a tentar uma progressão. Os vocais de Yoko Ono tem um terreno perfeito na loucura concebida pelo Lennon-produtor, incluindo os ocasionais diálogos.

Two Virgins é uma obra sem par. Espontâneo, corajoso, e altamente verdadeiro. O final do lado 1 é perfeito nesse sentido, com o "excuse me" de John para apertar o botão de parar do gravador, independente do climão que estava rolando entre a reverberação de algum instrumento e a voz da moça. O lado 2 é extremamente "mais do mesmo"; se não gostou da primeira metade, melhor desistir. O bonus track do Cd editado em 1997, como parte dos relançamentos do catálogo de Yoko Ono. "Remember Love" é uma pérola, lançada originalmente como Lado B do compacto "Give Peace a Chance". A voz de Yoko é tão doce, que nos faz acreditar que se ela não fosse tão vanguardista em suas concepções artísticas, poderia muito bem ter se tornado uma cantora folk/ pop bastante bem sucedida. Na capa do disco, há um estranho prefácio escrito por Paul McCartney que diz: “Quando dois grandes santos se encontram é uma experiência trágica. Uma longa batalha irá provar quem é santo.”

4 comentários:

Prof. Irapuan Teixeira disse...

Hello Johnny!!! Onde quer que esteja, perdoe-me, mas vc nunca teria gravado soisa semelhante não fosse aquela paixão avassaladora por Yoko. Que ela era, e é, vanguardista, não se discute. Mas John por mais maluco que fosse na época, mesmo com alguma "pérola" na cabeça, não gravaria aquelas maluquices de alcova. Sua genialidade musical extrapolou a esfera da música para, naqueles momentos, se misturar com intimismo e loucuras da paixão em que Yoko aproveitou para lançar seus gritos estridentes e exôticos, que não teriam eco não fosse a garantia do selo Lennon. Claro que John se fosse vivo, mandaria eu me meter com minha vida e estaria se lixando para este comentário, mas, gênio é assim mesmo, suas loucuras têm que ser entendidas como fuga de um mundo que se tornou pequeno para contemplar seus ânseios. De resto, Edu, parabéns pela divulgação, afinal um LP tem dois lados e John também o tinha; este é o lado B de John, o lado A ficou por conta de toda a belíssima é única produção musical que o século XX foi contemplado.

João Carlos disse...

Porcarias ! E não me refiro às capas com nudismo etc. O problema é o conteúdo !

Valdir Junior disse...

Realmente um disco muito dificial de ouvir !!!
Acho que eu ouvi umas duas ou três vez !!!!
Esse 3 primeiros discos experimentais do John , são mais um lado F !!!

luis da silva disse...

John jamais faria isso se não fosse essa paixão doentia que sentia por yoko, realmente um disco que não vale a pena,vanquardismos à parte, já vi melhores, mais isso não tira o mérito de John e maior prova disso é o Lp imagine