sábado, 10 de novembro de 2012

STARDUST – ASCENSÃO E QUEDA DE UM POP STAR



“Stardust” é um filme britânico de 1974 dirigido por Michael Apted e estrelado por David Essex e Adam Faith . O filme é a sequencia do filme de 1973 “That’ll be the Day”. Em continuação aos acontecimentos no final dos anos 1950 e início dos 60 de “That’ll be the Day”, os personagens Jim Maclaine, Mike, Jeanette e JD agora vivem entre meados dos 60 e início dos 70. “Stardust” retrata a meteórica ascensão ao estrelato na carreira do popstar Jim Maclaine e, consequentemente, sua queda. MacLaine reuniu um grupo de músicos e formou a banda “The Stray Cats”, ele convoca seu velho amigo Mike para tornar-se empresário da banda na estrada. Mike adquire uma nova van, alojamento e uma sessão de gravação para o grupo. MacLaine logo se torna uma estrela massiva e está mergulhado no centro da atenção da mídia. Ele se entrega aos prazeres do sexo casual e do uso de drogas pesadas e o filme documenta os efeitos terríveis que o sucesso causou em MacLaine e sua relação com seus amigos e colegas.
“Stardust” ainda é uma dos melhores ficções de "Rock n Roll" já feitos. Fortemente influenciado pelas referências aos Beatles, o enredo é da musica de David Essex, que prova que não era apenas um bom cantor, mas um ator bastante talentoso. As tendências autodestrutivas, são um fenômeno comum na indústria do entretenimento, e "Stardust" é um dos melhores filmes de ficção de musica. O título da canção, escrita por Essex, é um clássico absoluto. Depois do sucesso de “That’ll be the Day”, de 1973 – estrelado também por David Essex e Ringo Starr, o produtor David Puttnam trabalhou com um orçamento muito maior e um diretor mais experiente, Michael Apted. Muitos atores reprisaram seus papéis (David Essex, Keith Moon, Rosalind Ayres), mas Ringo Starr caiu fora por causa de uma semelhança desconfortável entre uma subtrama chave e a história da vida real de Pete Best e sua saída dos Beatles. O papel de Ringo - melhor amigo de Jim MacLaine, Mike - ficou para Adam Faith, que foi bastante elogiado.
Adotando a premissa básica de Cidadão Kane (EUA, Orson Welles, 1941), embora não a sua estrutura de flashback complexo, Stardust mostra Jim Maclaine (Essex) atingir toda a fama e fortuna que sempre sonhou e, ao mesmo tempo um lado cruel destacando o quão quão vazias suas vitórias representavam. A partir do momento quando o gerente Mike (Faith) assina um contrato sobre os direitos de publicação das músicas de Jim, eles são explorados pelos promotores vorazes, agentes e advogados em cada turno, com todas as decisões supostamente criativas, como por exemplo Jim "descobrir" sua espiritualidade proveniente de um cruel e imperativo lado comercial. Enquanto a maioria das decisões de Jim MacLaine no filme anterior acabaram se mostrando equivocadas, nunca houve qualquer dúvida de que ele tinha livre arbítrio para fazê-los. Em “Stardust”, praticamente tudo é planejado por outros, e não é de admirar Jim acabar um recluso enlouquecido. Perde tudo o que realmente significava algo para ele - namorada, esposa, filho e banda. Com excelentes cenas dos estúdios de gravação e cenas de performances “ao vivo” que impressionam, “Stardust” é como um olhar para o "interior" da indústria da música pop com os gestores, promotores, produtores e executivos do estúdio todos tentando criar o "produto" em sua imagem, quando o produto é uma pessoa que se torna interessante. O slogan do filme é: "Mostre-me um menino que nunca quis se tornar uma estrela do rock e eu lhe mostrarei um mentiroso" - mas Stardust deixa claro que, se você realmente quer fazer sucesso no mundo da música, você seria muito melhor como advogado, contabilista ou agente, focando o centro das atenções firmemente em alguém, enquanto recolhe todas as recompensas nos bastidores. É um filme ácido, e até cínico, mas brutalmente honesto, mostrando em termos inequívocos, o que realmente está por trás da tríade “sexo, drogas e rock'n'roll”.

A carreira de David Essex, em vários momentos lembra muito a do personagem Jim Maclaine que ele interpretou em “Stardust”. David Essex é um nome consagrado no seu país natal, a Inglaterra, graças ao seu trabalho como músico, líder de banda, produtor e ator. Essex nasceu David Albert Cook em Plaistow, filho único. Seu pai era estivador em East End e sua mãe, pianista autodidata filha de funileiros irlandeses. Em meados dos anos 1960, Essex havia ingressado em uma banda chamada Everons como baterista e durante o dia trabalhava em uma fábrica. Mais tarde, deixou a banda, tornou-se cantor e rebatizou-se David Essex. Foi o momento em que rolo compressor do rock britânico estava voando mais alto. No final dos anos 1960, ele estava gravando com a Decca Records. Seus primeiros singles fracassaram e, desanimado, Essex foi levado a atuar. Passou um tempo trabalhando em pequenas produções de teatro. Sua esposa, Maureen, estava grávida e Essex estava começando a se sentir sobrecarregado por suas responsabilidades. As coisas começaram a melhorar quando conheceu o escritor de teatro Derek Bowman, que se tornou seu agente. Começaram a trabalhar no refinamento de seu canto e técnicas de atuação e também de dança. O trabalho duro valeu a pena e acertadamente ele foi escalado como Jesus no elenco original do musical 'Godspell' em Londres em 1971, com Jeremy Irons como João Batista. Foi um enorme sucesso e Essex ganhou o Variety Club de atuação da Grã-Bretanha como Novato Mais Promissor.

Aos 24 anos, em 1971, Essex era uma estrela do palco e decidiu focar sua carreira no cinema, tendo feito sua estreia como um beatnik sem créditos em “Smashing Time" de 1967 e de ser escalado em alguns outros papéis pequenos. Sua grande chance veio com seus papéis, primeiro em ‘That’ll be the Day’ (1973), com Ringo Starr, e depois na sequecia muito mais escura 'Stardust' (1974), com Keith Moon, Adam Faith e Larry Hagman, sobre a ascensão e queda do pop star Jim Maclaine.

‘That’ll be the Day’ foi grande um sucesso no Reino Unido e se tornou um clássico cult nos EUA. Essex também escreveu ‘Rock On’ single que foi usado no filme. Ele liderou as paradas nos EUA e alcançou o número três no Reino Unido, fazendo de Essex uma estrela pop durante a noite. "Rock On" foi indicado para um prêmio Grammy 1974. Na apresentação da cerimônia de premiação estavam ninguém menos que John Lennon, Paul Simon e Aretha Franklin. Essex cantou uma homenagem com Sara Vaughan e recebeu elogios de Lennon por ‘Rock On’. 'Stardust' (1974), a canção tema do filme homônimo foi outro hit Top 10. Essex tinha certamente atingido seu melhor momento.

A Contratação do produtor Jeff Wayne dos EUA foi uma jogada inteligente, com seus métodos de produção originais ajudou a dar a música de Essex uma vantagem que o separa da década de 1970, o som pop adolescente. Sua popularidade foi crescendo rapidamente e em todo o Reino Unido, era assediado por onde passava. Seu efeito sobre o público em shows estava começando a se parecer com 'Beatlemania'. Seus olhos intensamente azuis e cabelos escuros e boa aparência, certamente ajudaram seu status de ídolo adolescente e ele enfeitou cartazes na parede dos quartos de muitas fãs. Em 1974, ele foi eleito o melhor vocalista britânico masculino.

Essex lançou seu segundo single 'Lamplight' em 1973, que chegou ao número sete nas paradas do Reino Unido. Os singles seguintes "Gonna Make You a Star", um olhar satírico em seu próprio sucesso, e "Hold Me Close” alcançaram número um no Reino Unido. Seus álbuns estavam vendendo bem e depois de “David Essex”, 1974, veio o grande sucesso "All the Fun of the Fair" em 1975. No entanto, o próximo álbum, "Out on the Street" (1976), embora seja um registro alto e nervoso, recebeu uma resposta morna. Essex despediu o produtor, Jeff Wayne, e decidiu produzir a si mesmo. O álbum resultante foi “Gold and Ivory" de 1977. Sua carreira ia de vento em popa, mas sua vida pessoal estava se despedaçando. Sentindo-se preso pelo casamento com Maureen, Essex a deixou e começou a viver uma vida desregrada de excessos sexuais nos Estados Unidos. Desfrutando de sua fama, Essex apareceu em uma série de televisão americana e programas de rádio e foi convidado em programas de bate-papo como Johnny Carson, Dinah Shore e Merv Griffin. A ele foram oferecidas ofertas de gravação diversas em Los Angeles, mas Essex recusou pois significaria estar preso a eles por até sete anos e decidiu retornar a Grã-Bretanha.

Desde então, David Essex seguiu sua carreira como ator, fazendo excursões e lançando singles e álbuns regularmente, mas o sucesso que teve na metade dos anos 70 jamais se repetiu. Em 2010, se casou com a atriz galesa Susan Hallam-Wright, sua terceira mulher, em St. Cruz Igreja, Talybont, perto de Bangor, no País de Gales. Ele tinha sido casado anteriormente com Maureen Neal, em 1971 e Christy Carlotta, em 1997.

4 comentários:

Edu disse...

Muito bom! “Stardust” é um desses filmezinhos sensacionais, danados de bom, tão raros hoje em dia, para quem, como eu, adora todas essas referências à loucura que foram os anos 60 e 70. Imperdível! Quem já viu, veja de novo. Quem não viu, trate de correr atrás!

Unknown disse...

SABE EDU ,VOU CORRENDO PROCURAR O MEU

Milla Magalhães - MM disse...

Sensacional! Esse post valeu por dez. Eu já vi algumas vezes e em certas cenas, a semelhança física de David com Paul McCartney impressiona. Essa foi bem do fundo do Baú! Parabéns.

Valdir Junior disse...

Assisti esse filme uma vez !!!
Achei muito , mas muito parecido com a historia dos Beatles !!!
Post muito esclarecedor !!
Entendi melhor as referências !!!
Valeu Edu !!!