Em 1981,Terry Gilliam nos presenteou com esta obra estranha, divertida e fantástica. Lançado no Brasil em vídeo e na TV com o título de “Bandidos do Tempo”, o filme, produzido por George Harrison, conta a história de Kevin (Craig Warnock), um garoto inglês que acidentalmente se junta a um grupo de anões viajantes do tempo e do espaço que roubaram um mapa do Ser Supremo (Ralph Richardson) indicando a localização de todas as falhas da Criação. Não menos do que ajudantes na própria gênese do universo, eles pretendem usar esses ‘buracos’ para pular de um tempo a outro, roubando o máximo que puderem, garantindo sua liberdade e independência de Deus, e uma fortuna para usufruírem pela eternidade. Dessa forma – com o atordoado Kevin a tiracolo e perseguidos pelo Ser Supremo – eles roubam Napoleão (Ian Holm) durante a Batalha de Castiglione, no final do século 18, tentam enganar Robin Hood (John Cleese, estranhíssimo como o nobre ladrão), e fazem Agamenon (Sean Connery) de bobo na Grécia antiga. Fazendo uma pequena pausa em seus roubos atemporais, o grupo descansa a bordo de um luxuoso transatlântico em 1912, que cruza o Atlântico norte rumo a... um iceberg! Enquanto relaxam e fazem planos a bordo do R.M.S. Titanic, eles nem desconfiam que estão sendo observados pelO Mal, a criatura mais maléfica e perversa da Criação (David Warner), que tenta a todo custo atraí-los para sua Fortaleza das Trevas e roubar-lhes o mapa, a fim de dominar todo o universo.
Além de John Cleese, Michael Palin é outro “pythoniano” que dá as caras aqui, além de co-escrever o roteiro com Terry Gilliam. Seres e imagens fantásticas povoam esse estranho universo, como gigantes que usam navios como chapéus, cavaleiros montados que pulam de dentro de armários, e homens-porco. Além disso a roupa, armadura – enfim, o que quer que seja aquilo! – dO Mal lembra muito as criaturas e invenções do perturbado desenhista H. R. Giger. David Rappaport, Jack Purvis e Kenny Baker (o lendário robô R2-D2, de “Guerra nas Estrelas”) estão entre os anões bandidos do tempo, enquanto Shelley Duvall, Peter Vaughan, Katherine Helmond e Jim Broadbent completam o elenco.
Harrison criou a HandMade Films em 1972 e em sua carteira de filmes inclui “A Vida de Brian” do Monty Python. Harrison se manteve como um investidor até 1994, quando a companhia foi vendida à Paragon Entertainment Corp. Como produtor de cinema o ex-Beatle George Harrison foi um dos grandes responsáveis pela reafirmação do cinema britânico na segunda metade dos anos 80. Sua produtora Handmade Films, uma marca de referência a filmes artesanais e independentes, foi responsável por pelo menos três ótimos filmes, todos instigantes e de densa atmosfera psicológica. Seus filmes tinham elaboração sofisticada na construção de personagens de ruptura cheios de interrogações frente aos signos contemporâneos. Infelizmente depois de mais este ótimo filme, a carreira de George Harrison como cineasta entrou em declínio até o encerramento das atividades da Handmade Films.
Um comentário:
Claro ue a HandMade valeu! E muito.Harrison colocou-se à serviço da arte e filmes como esse e os demais do Pyton valeram demais e fizeram história.São clássicos.A Vida de Brian é simplesmente GENIAL!
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