segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O CARTEIRO E O POETA - BELÍSSIMO!

Aplaudido pelo público e pela crítica do mundo inteiro, O CARTEIRO E O POETA (Itália, 1994) é um filme inesquecível e envolvente sobre a busca do amor e da aceitação. Por razões políticas o poeta chileno Pablo Neruda (Philippe Noiret) se exila em uma ilha na Itália. Lá um desempregado (Massimo Troisi) quase analfabeto é contratado como carteiro extra, encarregado de cuidar da correspondência do poeta, e gradativamente entre os dois se forma uma sólida amizade, sendo que o carteiro solicita e recebe a ajuda do poeta a fim de conquistar o grande amor de sua vida. O filme foi vencedor do Oscar de melhor trilha sonora.
Mário Ruppolo vive à beira-mar com o pai; este um pescador como a maioria dos homens da localidade. Acontece que Mário não quer ser mais um deles; tem até alergia. Para fugir um pouco da pregação do pai, divide seu tempo entre longos passeios, e quando pode, vai ao cinema.
Ao ver uma vaga nos Correios, vê a chance de unir seu gosto pelos passeios com sua bicicleta, a um trabalho longe das pescarias. Aliado a isso, o prazer em ter um contato maior com Pablo Neruda, que se encontra em exílio político.
Aos poucos, as barreiras entre esses dois homens vão se quebrando. Surgindo uma amizade. Mário, em sua simplicidade, ganha o carinho de Neruda. Que o ajuda a vencer a timidez para se aproximar de sua amada Beatrice. Durante o namoro, com muitas cenas engraçadas, o poeta interior de Mario é despertado, trazendo o romantismo e o autoconhecimento como o maior presente de sua vida.
Com o término do exílio, Neruda vai embora. Mário, por sua vez já está casado. Mas não é mais o homem de outrora. Quer agora falar e muito. Então se engaja na política de oposição. Destaca-se aqui, uma passagem onde a sogra fica repetindo: “o pássaro comeu e foi embora“. Querendo dizer que Neruda aproveitou-se do genro enquanto lhe foi útil. Então, Mário lhe diz que se alguém fora útil ao outro, esse alguém fora Neruda a ele. Ele sim aproveitara aquela convivência. Aprendera muito de si mesmo com o poeta.
Claro que para ambos, carteiro e poeta, não houve uma materialidade nessa convivência, mas sim uma troca saudável, prazeirosa e que preencheu a vida deles naquele período. Por iniciativa de um, como também da boa receptividade do outro, houve carinho, respeito e apreço naquela amizade. Mesmo num curto período, fora marcante. E ele não foi apenas um cumpridor do seu dever - o de entregar carta. Enfim, uma belíssima história de amizade!
O filme, dirigido por Michael Radford, baseado no livro de Antonio Skármeta, que tem no elenco Massimo Troisi, Philippe Noiret, Maria Grazia Cucinotta, Linda Moretti e Renato Scarpa, recebeu cinco indicações ao Oscar (filme, diretor, roteiro adaptado, ator e trilha sonora), curiosamente só levando a de trilha sonora.
Curiosidade: O ator e roteirista Massimo Troisi adiou uma cirurgia cardíaca para poder completar o filme. No dia seguinte ao término das filmagens, ele sofreu um ataque cardíaco e morreu. Como já ocorrera em “Cinema Paradiso”, o ator francês Philippe Noiret foi dublado por não falar italiano nem espanhol.

3 comentários:

Marco Miranda disse...

Assim como em Cinema Paradiso, O Carteiro e o Poeta têm como fio condutor do roteiro a beleza das coisas simples. Poesia pura retratada em palavras, som e imagem. Cinema da mais alta qualidade. Talvez por isso mesmo só tenha recebido o Oscar de melhor trilha sonora. Vai entender essa academia...
Seja como for, nunca perco a oportunidade de rever este filme. Recomendo a todos que gostam de cinema de verdade.

João Carlos disse...

Como se não bastasse a emoção no final,ler que ele tinha morrido (vi em VHS) foi ainda mais comovente.Filme maravilhoso.Clássico.

Valdir Junior disse...

Puxa , assisti esse filme a muito tempo atrás !!
Vou ter que rever !!

Valeu Edu !!!