sexta-feira, 30 de setembro de 2011

JOHN LENNON - COLD TURKEY RIDES AGAIN

No dia 30 de setembro de 1969. John Lennon gravou a canção "Cold Turkey" com a Plastic Ono Band. Sua formação nesta ocasião incluia Eric Clapton, Klaus Voorman, Yoko Ono e Ringo Starr. Composta nesse período, a música reflete bem o momento que os Lennons viviam. De acordo com Peter Brown em seu livro The Love You Make, Lennon chegou a apresentá-la a Paul McCartney, querendo que fosse lançada como compacto pelos Beatles. A resposta foi não! Enfurecido, Lennon rapidamente convocou os músicos e gravaram a canção rapidamente. Foi a primeira vez que o nome John Lennon apareceria sozinho no crédito de uma canção. Seu compacto anterior, Give Peace a Chance, ainda foi assinado como "Lennon & McCartney". A referência direta da canção, até porque é difícil fugir dessa ligação óbvia, é o vício da heroína que o casal curtia naqueles tempos. "Cold Turkey", na gíria dos junkies, é a chamada crise de abstinência. Contudo, pode-se fazer uma análise mais profunda dos porquês dessa letra. Era somente um John Lennon cru, nu, que não queria e nem tinha mais interesse algum em interpretar composições que não fossem próprias. John Lennon mudara. E muito. Barbudão, sujo e cabeludo, definitivamente mostrava ao mundo que o "Beatle" John estava enterrado. Odiava os Beatles, como instituição. Estava realmente saturado e deslumbrado com as perspectivas de começar um trabalho autoral ao lado da mulher. "Cold Turkey" é uma das mais estranhas e violentas canções de John Lennon. Os gritos de horror no final não deixam dúvidas. Algo estava muito errado com nosso herói, que conseguiu terminar a música a tempo de encaixá-la no show de Toronto. A faixa, foi lançada primeiro em compacto e depois saiu no disco ao vivo - Live Peace In Toronto - (tem aqui no Baú!) gravado durante a apresentação. Também apareceria no álbum-coletânia “Shaved Fish” de 1975 e mais tarde no álbum ao vivo “John Lennon - Live in New York City”.
A primeira estrofe da letra diz:
“A temperatura está subindo,
A febre é alta.
Não posso ver o futuro,
Não posso ver o céu.
Meus pés estão tão pesados.
Minha cabeça também.
Queria ser um bebê.
Queria estar morto”.

Um comentário:

Fernando Junqueira disse...

Sem dúvida, um dos momentos mais viscerais do velho Lennon. Parabéns!