A música “Bangladesh” – lançada como compacto “Bangladesh / Deep Blue” lançado no dia 30 de julho de 1971, narra exatamente como surgiu a idéia para o primeiro concerto beneficenta da história do rock. Nessa época, George e Ravi Shankar estavam muito próximos. A religiosidade de Harrison também estava no auge. Com os olhos cheios de lágrimas, Ravi Shankar contou-lhe a história de Bangladesh, um país asiático rodeado quase por inteiro pela Índia, exceto a sudeste, onde tem uma pequena fronteira terrestre com Myanmar, país de origem de Ravi Shankar. Bangladesh vivia, e ainda sobrevive até hoje, flagelado pela fome e devastado pela guerra civil.
Ravi Shankar pediu a George para que, juntos organizassem um show cuja renda seria toda revertida em prol daquele país. George topou na hora.
Então, começaram a correr atrás de patrocínios e colaboradores. Tudo na base do amor e boa vontade. George convidou o maior número possível de amisgos músicos para participarem, entre eles, os outros ex-Beatles. “Pode ser que não apareçam todos, mas se 10% deles vier, será ótimo. Hare Krishna”. Disse George na época.
Apareceram Bob Dylan, Eric Clapton, Ringo Starr, Billy Preston, Leon Russel, Klaus Voorman, Jesse Ed Davis, o grupo ingles Badfinger entre outros além claro, do próprio George Harrison e Ravi Shankar. John Lennon e Paul McCartney não apareceram. Diz a lenda que John até havia aceitado o convite, mas quando soube que George não queria Yoko Ono no palco, pulou fora. Paul simplesmente não apareceu porque estava processando os outros três e não queria que ninguém confundisse nada como uma possível volta dos Beatles.
Os dois shows do “The Concert for Bangladesh” ocorreram na tarde e na noite de 1 de Agosto de 1971 no Madison Square Garden, em Nova York, e foram assistidos por mais de 40.000 pessoas. Foi o primeiro evento beneficente desse porte na história e arecadou no total US$243,418.51. Dinheiro que foi que foi administrado pela UNICEF. As vendas do álbum e do DVD continuam a beneficiar o fundo de George Harrison para a UNICEF.
“The Concert for Bangladesh” teve enorme repercussão pelo mundo inteiro. E, também, muitos problemas envolvendo principalmente seu lançamento em disco. A Capitol, distribuidora da Apple, gravadora dos Beatles, queria lançar o álbum triplo por ter George Harrison sob contrato. Mas a outra grande atração do concerto foi Bob Dylan, do cast da Columbia. Esta então passou a reivindicar os direitos de lançamento. A pendência se arrastou por longos meses, sendo vencida pela EMI, proprietária da Capitol.
O espetáculo chegou a sair em vídeo e depois em DVD em edição não autorizada. Em 2004 foi lançada a versão definitiva, em DVD duplo. O primeiro disco traz o show completo, que foi exibido nos cinemas como um documentário dirigido por Saul Swimmer. O segundo vem com um documentário recente sobre a história do Concerto Para Bangladesh, números musicais gravados durante a passagem de som e o show vespertino – na verdade, aconteceram dois espetáculos, à tarde e à noite –, e o making of do filme e do disco, com depoimentos dos profissionais envolvidos.
O ponto mais alto do show é o final da apresentação da noite, na útima canção - Bangladesh - George se emociona, tira a guitarra e deixa o palco ovacionado. Os músicos continuam quebrando o cacete, meio sem saber o que deviam fazer. Um final perfeito e adequado à uma obra-prima dessa grandeza. Abração a todos! Hare Krishna!
5 comentários:
Coisa linda...
é o DVD que eu mais tenho ciume. Isso mostra a grandeza do nosso hare.Show perfeito, amo Beware of Darkness com ele e Leon Russel , entre tantos outros momentos do concerto.
Os números na vida dos beatles são coisas engraçadas, pois no dia 01 de agosto de 78 nascia o único filho de George. Que coisa!
É verdade, Jen! Hoje ele completa 34 anos. Parabéns!
Lembro das primeiras notícias.Do filme no telão.Sessões esgotadas...e de fato a gente não fazia idéia de que aquilo estava acontecendo.Foi um momento histórico sublime. Musical e humanitariamente falando!
Amei a foto do George na capa, podia deixar assim sempre! hahaha
E o concerto é otimo,msm parecendo tudo tão incerto como quem iria aparecer e quem não ia, mas é lindo ver a emoção do George e de seus amigos.
Escutando o instrumental dessa música, eu penso: É tudo o que o Noel Gallagher gostaria que seu Oasis fosse!
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