terça-feira, 12 de março de 2013

JIM McCARTNEY - O PAI DE PAUL


James Paul McCartney nasceu no dia 18 de junho de 1942, em Liverpool, norte da Inglaterra. Seguindo a tradição da região, o nome do primeiro filho levava o nome do pai. O segundo, de um irmão da mãe. Quando nasceu, James Paul já teve tratamento 5 estrelas, sua mãe já havia trabalhado no hospital como encarregada da enfermaria da maternidade. Parece que gostou. Os pais, Mary Patricia Mohin e Jim (James) Mccartney, ambos de descendência irlandesa, casaram-se em 1941 e foram morar nos quartos mobiliados de Anfield. Mary abandonara o trabalho do hospital fazia apenas um ano, tornando-se health visitor (misto de enfermeira e assistente social).

Na verdade, ela nunca gostou tanto de visitas como as de enfermeira. Era muito trabalho - das nove às cinco -, como um serviço de escritório. Então ela voltou à obstetrícia, arranjando 2 empregos de parteira domiciliar. Ela era chamada todas as noites. Jim diz que ela sempre trabalhava demais, mais do que deveria, pois ela era superconscienciosa. Paul entrou para a escola primária Stockton Wood Road Primary quando ainda morava em Skepe. Michael foi mandado para a mesma escola. Jim se lembra da diretora dizendo como os dois meninos eram bons com as crianças menores. "Ela dizia que Michael seria um líder. Acho que era porque ele estava sempre discutindo. Paul era muito mais calmo em fazer as coisas. E tinha um senso muito mais prático." Quando a escola ficou muito cheia, foram transferidos para uma outra, a Joseph Willians Primary School. À medida que Paul ficava mais velho, ia aperfeiçoando sua diplomacia tranqüila, continuando a fazer tudo muito calmamente.
Quando Paul nasceu, Jim trabalhava, durante o dia, em Napiers e, de noite, como bombeiro. Como sua esposa havia trabalhado no hospital, ele podia visitar a ela e seu filho quando bem entendia, sem precisar respeitar os horários de visita. Sobre seu primogênito, Jim disse: "Ele tinha uma aparência horrorosa, eu não podia suportar isso. Tinha só um dos olhos abertos e chorava o tempo todo. Eles o levantaram e ele parecia um pedaço horroroso de carne vermelha. Quando cheguei em casa chorei, pela primeira vez, em muitos anos. Contudo, no dia seguinte, ele parecia mais humano. E, cada dia que passava, suas feições melhoravam. Afinal, ele se tornou um lindo bebê." Um dia, quando Paul brincava no jardim de casa, sua mãe descobriu algumas manchas de cinza em seu rosto e disse que tinham que se mudar. Jim conseguiu obter uma casa no Knowlsely State, em Wallasey. O trabalho de Jim em Napiers terminou antes do fim da guerra e ele foi transferido para um emprego na Liverpool Corporation Cleansing Department, como inspetor temporário, e lhe cabia verificar se os lixeiros estavam trabalhando direito. Recebia pouco dinheiro, ao passo que sua esposa voltara ao emprego de health visitor, até o nascimento de seu segundo filho, Michael, em 1943.

Jim conta que uma vez estava batendo em Michael por ele ter feito alguma coisa errada e Paul ficava por perto gritando à Mike para dizer que não tinha sido ele, que o pai pararia. Mas Michael reconhecia seu erro. Paul era sempre capaz de escapar dos perigos. "Eu era bastante furtivo", diz Paul. "Se às vezes apanhava, costumava entrar no quarto dos meus pais quando eles não estavam e rasgar a parte de baixo das cortinas de renda, só um pedacinho, e pensava: que isso lhes sirva de lição". Facilmente Paul terminou o primário e logo foi para o Liverpool Institute, a escola secundária mais conhecida de Liverpool. Paul mantinha-se sempre entre os primeiros da classe. Era capaz de fazer seus deveres de casa enquanto assistia os programs de televisão. Enquanto os fazia, sabia exatamente o que estava passando na TV. Era bastante inteligente e iria entrar, com certeza, em uma boa faculdade. Isso era o que Jim sonhava para ele. Quando Paul descobriu o que seu pai almejava, tentou deixar de obter boas notas. Sempre foi bom latinista, mas quando Jim lhe disse que ia precisar muito de Latim, ele começou a negligenciar. No Institute, Paul tornou-se o garoto mais precoce no aspecto sexual, conhecendo tudo ou quase tudo sobre o assunto. Perdeu a virgindade aos 15 anos. Certa vez, fizera um desenho obsceno para a turma. Era dobrado de tal modo que só se via a cabeça e os pés da mulher, mas quando aberto via-se que ela estava nua. Por engano, Paul deixara o desenho no bolso da camisa, e esse era o bolso que ele costumava guardar os vales-refeição. Sua mãe sempre revistava o bolso antes de lavar, porque Paul às vezes esquecia alguns. Chegou em casa um dia e sua mãe lhe mostrou o desenho e perguntou se era ele que tinha feito aquilo. Ele disse que não, que fora um garoto da classe e que certamente o colocara ali. Afirmou isso por dois dias. Acabou confessando a verdade. Depois do primeiro ano, Paul se encheu do trabalho de escola. Alegou que, nunca, em seu tempo de escola, alguém o dissera para que estava sendo educado. Achava os deveres de casa uma chateação. Ele não suportava ficar fazendo-os numa noite de verão, enquanto os outros garotos brincavam na rua. Os McCartney mudaram-se de Ardwick quando Paul tinha 13 anos. Sua mãe deixou de ser parteira domiciliar, apesar de, mais tarde, voltar a trablahar como health visitor. Eles receberam uma casa da prefeitura em Forthlin Road 20, Allerton, onde Paul passou sua juventude. Estavam morando em Forthlin Road fazia pouco tempo quando Mary começou a sentir dores no seio. As dores continuaram por 3 ou 4 semanas, desaparecendo e voltando, e ela pôs a culpa na menopausa. Falou com vários médicos, e eles concordaram com ela, aconselhando-a que procurasse esquecer. Mas as dores continuaram, cada vez mais fortes. Mary então decidiu procurar um especialista. Ele diagnosticou câncer. Operaram e ela morreu. Tudo aconteceu no espaço de um mês após ela ter sentido as primeiras dores sérias.
Paul lembra-se que fez um comentário maldoso logo que ficou sabendo. Disse "O que iremos fazer sem o dinheiro dela?" Arrependera-se durante meses de ter falado isso. Mas era verdade. Mary sempre ganhara mais do que Jim como parteira. Mas duas das irmãs dele ajudaram muito. Logo após a morte de Mary, Mike e Paul foram morar com Tia Jinny por uns tempos. Depois, uma delas vinha, uma vez por semana, a Forthlin Road, limpar a casa devidamente. Mas Jim estava arrasado, sentindo muito a falta da mulher. Teve então que confiar muito nos rapazes. O irmaõ mais novo de Paul, Michael, pensa que houve uma influência direta da morte se sua mãe sobre Paul. "Foi logo após a morte da mamãe que começou sua obsessão por guitarras. Tomou toda a sua vida. A gente perde a mãe e encontra uma guitarra? Não sei. Talvez tenha vindo naquela época e se tornou uma fuga."
Quando Paul e John e George fizeram os Beatles, Jim McCartney era um dos maiores incentivadores. John e George nunca se incomodaram de estarem tocando e compondo na casa dele. O velho Jim McCartney morreu em 18 de março de 1976 de complicações pulmonares. Paul não teve tempo de visitá-lo nem de ir ao funeral. Estava em excursão com os Wings.

Só uma lembrança: Quando Paul fala nos versos de LET IT BE, "Mother Mary comes to me", não é referência à Virgem Maria, mas para sua mãe, Mary Mohin. Ah, o nome do primeiro filho de Paul (homem) também é James. Jim. Filho de Linda. Só mais uma: Quando Paul começou a ganhar dinheiro com os Beatles, chegou em casa e e disse ao pai que ele não precisaria mais trabalhar. O velho Jim disse que foi o dia mais feliz de sua vida!

6 comentários:

Unknown disse...

Que beleza de matéria Edu,é incrivel como Paul nao ficou careca, ve-se logo que seria alquem na vida, pois era bastante esperto, o que nao foi o caso de seu irmao, que até tentou carreira na musica , mais sem talento , não chegou lá.

João Carlos disse...

Quando há equilíbrio emocional e afetivo numa família,mesmo não tão bem financeiramente como a de Paul,fica bem mais fácil enfrentar a dor da perda.Havia uma boa harmonia ali. Bem diferente do que John passou com Mimi, Alf,o marido de Julia etc.
Boa postagem Edu!Vale sempre lembrar!

Valdir Junior disse...

Muito do sucesso do Paul vem de sua determinação e da educação que recebeu dos pais !!!
No livro " Fab - A Intimidade de Paul McCartney " o autor explora bem essa dinâmica familiar e como ele passou isso para os filhos.

universo Beatlemaniaco disse...

a historia de paul e dos outros beatles é linda assim como a obra deles !

Marcinha Carvalho (óipocv) disse...

Bem legal ! Parabéns!

Unknown disse...

Super. Muito bom ver esse lado humano-familiar de Paul que se iguala a todos nós mortais, sem perder a singularidade.