terça-feira, 23 de outubro de 2018

PAUL McCARTNEY - TALK MORE TALK - CHAT MORE CHAT


“Press to Play” foi o sexto álbum de estúdio de Paul McCartney, lançado em 22 de agosto de 1986.  Desde seu lançamento, sempre foi um dos mais criticados e um dos menos lembrados pelos fãs. As críticas vão da capa ("É feia, embora Linda até que tenha ficado bem na foto, McCartney ficou horrível") às letras e arranjos. Mas eu sempre adorei, desde que comprei o LP, há 32 anos. E hoje em dia, quase todas as músicas estão no meu player. “Good Times Coming/Feel The Sun”, “Talk More Talk”, “Footprints”, “Only Love Remains”, “Press”, “Pretty Little Head”, “Move Over Busker” e “Angry” são as minhas preferidas. “Talk More Talk” é uma das menos conhecidas, mas tem um balanço danado. Aqui, a gente confere um pequeno trecho do capítulo “Press To Play” do sensacional livro “Masters– Paul McCartney em Discos e Canções” de Claudio Dirani, na minha opinião o maior escritor e conhecedor da obra de Paul McCartney no Brasil! O livro, compre aqui.
Depois de duas músicas relativamente convencionais, o primeiro caso de amor ou ódio entra em campo em Press to Play. “Talk More Talk” é uma das mais experimentais, e colaborativas, do LP, com par­ticipação, inclusive, do pequeno James Louis McCartney, então com apenas sete anos. A letra da música, mais embalada pelo ritmo, é baseada em reminiscências e frases de impacto, escolhidas de forma aleatória por Paul. Ele explica: “A base da música foi feita em apenas um dia. Fui selecionando frases aleatórias que eu gostava. Uma delas: A master can tell, highlight the phrases his words to digress’ (‘Um professor pode destacar as palavras de suas sentenças para poder divagar’). Eu curto o surrealismo dessa frase. Na gravação você ouve um violão de 12 cordas e vozes com alteração no pitch, falando coisas aceleradas ou em baixa rotação, do tipo: All you want is a handyman and all you want is quick Service’ (Tudo o que ele precisa é de um aju­dante, tudo o que ele quer é um serviço ágil’) ou T hear water going through the pipes’ (Eu ouço a água passar pelos canos’).” Toda essa facilidade de começar e terminar o take básico de “Talk More Talk” em 24 horas se deu, principalmente, porque os arquivos de Paul McCartney nunca sofreram com a falta de idéias. A demo da música já estava lá esperando ser desenvolvida no Rude Studio, na Escócia. Com tudo mapeado, faltava agora acertar os arranjos de “Talk More Talk”. No estúdio The Mill, tudo ficou pronto assim: Paul tocando diver­sos teclados e sintetizadores, além de percussão, guitarra e violão. Eric Stewart ficou na guitarra, enquanto Linda, o pequeno filho James, Eddie Klein e, novamente, Paul e Eric contribuíram com a leitura das frases aleatórias, que dão o tom surreal e clima de Contatos Imediatos do Terceiro Grau.

Não deixe de conferir também PAUL McCARTNEY - PRESS TO PLAY - de 5 de julho de 2013.

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