segunda-feira, 27 de maio de 2019

PAUL McCARTNEY - O GUITARRISTA

Publicada originalmente em 18 de junho de 2017 e dessa vez, a pedidos do amigo José Antonio Silva. Abração!
Paul McCartney, cantor, baixista, guitarrista, multi-instrumentista, compositor e produtor - Um verdadeiro canivete suíço musical! Para qualquer um, fã dos Beatles ou não, a imagem que todos guardam dele é diretamente associada a do clássico baixo Hofner modelo violino que ele imortalizou. No entanto, nem sempre isso foi assim. Mundialmente conhecido como baixista, Paul começou sua carreira como guitarrista. No início, qualquer garoto que sonhasse em se tornar um astro do rock queria ser guitarrista. Todos eram guitarristas: John Lennon, Paul McCartney e o mais técnico deles, George Harrison. Quando Lennon conheceu McCartney, ficou impressionado com sua performance de "Twenty Flight Rock". Quando garoto, Paul ganhou um trompete de seu pai, como presente de aniversário. Não demorou muito e ele voltou na mesma loja onde Jim havia comprado o trompete e o trocou por uma guitarra de 15 libras. Mas ele não conseguia tocar nada. "Eu não tinha sacado que por eu ser canhoto, não dava para tocar direito. Ao ver uma foto de Slim Whitman, que também era canhoto, eu descobri que tinha que inverter a posição do instrumento".
Tentou ser solista, mas revelou-se um ótimo ritmista. Enquanto não mudava de vez para o baixo, Paul ainda ficaria "pulando" entre os dois instrumentos, além do piano, que ficava num dos cantos do palco, em Hamburgo. Com isso, o trio de guitarristas pode continuar a encantar as plateias do Kaiserkeller e do Top Ten Club, fazendo história nas noites de Hamburgo. Com a saída de Stuart Sutcliffe da banda, um dos três teria que ir para o baixo. John negou-se veementemente, George nem é preciso falar. Assim, Paul assumiu definitivamente o instrumento. Como baixista, mostrou-se extremamente inovador, melodioso, criando uma nova maneira de se tocar o instrumento no rock. Quando comprou finalmente o baixo Hofner modelo violino, apaixonou-se de vez, tornando-o sua marca pessoal como também dos Beatles.
Com os Beatles, Paul McCartney tocou guitarra em dezenas de músicas - "Another Girl" (solo), "Back In The USSR" (solo e rítmica), "Good Morning Good Morning" (solo), "Helter Skelter"(solo e rítmica), "Paperback Writer" (solo e rítmica), "Taxman" (solo), "Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band" (rítmica), "Ticket To Ride" (solo), "Why Don't We Do It In The Road" (rítmica), "And Your Bird Can Sing" (rítmica), "I Will" (rítmica), "I'll Follow The Sun" (rítmica), "I've Just Seen A Face" (rítmica), "Michelle" (rítmica) e o fantástico meddley no final de Abbey Road (solo e rítmica). Em sua carreira solo, a lista das músicas em que faz as guitarras é interminável. Paul McCartney declarou que, quando fundaram os Beatles, não queria ser o baixista da banda. O músico afirmou que, geralmente, "esse papel é destinado a gordinhos que ficam no fundo". Em entrevista à revista Observer Music Monthly, o respeitado roqueiro comentou ter ficado infeliz ao ser escolhido para tal cargo na banda. "Eu queria ficar na frente com a guitarra", completou. É bem provável que, se tivesse ficado à frente com a guitarra, Paul encabeçaria a lista dos melhores guitarristas de todos os tempos. Mas, como esse artista é mesmo um canivete suíço, cumpriu bem o seu papel e fez o baixo conquistar seu lugar de destaque nos palcos e na história do rock.

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