sábado, 12 de janeiro de 2019

DAVID BOWIE - BLACKSTAR - O ÚLTIMO ATO*****


David Bowie, nome artístico de David Robert Jones, nasceu em Londres em 8 de janeiro de 1947 e morreu em Nova Iorque em 10 de janeiro de 2016. Bowie era multimídia, foi cantor, compositor, ator e produtor musical. Por vezes referido como "Camaleão do Rock" pela capacidade de sempre renovar sua imagem, tem sido uma importante figura na música popular há cinco décadas e é considerado um dos músicos populares mais inovadores e ainda influentes de todos os tempos, sobretudo por seu trabalho nas décadas de 1970 e 1980, além de ser distinguido por um vocal característico e pela profundidade intelectual de sua obra.

Blackstar (estilizado como ★) é o vigésimo quinto e último álbum de estúdio do cantor britânico David Bowie, lançado em 8 de janeiro de 2016, no sexagésimo nono aniversário do músico e dois dias antes de sua morte. Sua doença não tinha sido revelada ao público até então. O co-produtor Tony Visconti descreveu o álbum como um canto do cisne planejado de Bowie e um "presente de despedida" para seus fãs antes de sua morte. Após o lançamento, o álbum foi recebido com aclamação da crítica e sucesso comercial, no topo das paradas em vários países após a morte de Bowie, e transformou-se no único álbum de Bowie no topo da Billboard 200 nos Estados Unidos. O álbum permaneceu na posição número um nas paradas britânicas por três semanas.

Na revista Rolling Stone de dezembro de 2017, foi publicado um texto com o título “O Último Ato”, sobre “David Bowie: The Last Five Years”, um documentário que mergulha nos últimos dias e na obra-prima final de Bowie para revelar que ele tinha um senso de humor matador. O texto é assinado por Andy Greene e a aqui, a gente confere agora!
Em outubro de 2015, David Bowie decidiu encerrar o trata­mento contra o câncer quando soube que a doença havia se espalhado irremediavelmente. Na mesma semana, foi até um galpão no Brooklyn, Nova York, para gravar o videoclipe de uma música então nova, “Lazarus”, nome de uma figura bíblica que Jesus trou­xe de volta dos mortos. Bowie passou o dia deitado em uma cama hospitalar enquanto câmeras o capturavam com uma gaze envolta na cabeça. “Olhe aqui para cima, estou no céu”, uivou. “Tenho cicatrizes que não podem ser vistas.” Imagens daquele dia e lembranças de quem estava ali compõem uma das ce­nas mais cruciais de David Bowie: The Last FIve Years, um novo documentário revelador dirigido por Francis Whately - que retratou o período dourado do artista nos anos 1970 em David Bowie: Five Years, de 2013. O filme conta o últi­mo capítulo de Bowie, aquele no qual ele emergiu de uma longa pausa para criar dois álbuns brilhantes e um mu­sical off-Broadway - ao mesmo tempo que enfrentou uma doença que lhe ti­raria a vida apenas dois dias depois do lançamento de Blackstar, em janeiro de 2016. “Ele queria que seu ato final fosse memorável”, diz Whately. “E uma ma­neira de lidar com a dor do tratamento e com a consciência do que aconteceria era se manter ocupado.” O projeto enfrentou vários desafios. Embora Whately tenha conseguido fazer muitas imagens de Bowie para seu primeiro documentário, teve pou­quíssimo material para trabalhar en­quanto explorava a fase final do cantor, que ficou cada vez mais recluso nesse período, sem dar entrevista alguma ou se apre­sentar. “Passei muitas noites em claro pensando: ‘Como vou preencher 90 minutos sem imagem alguma?” conta. “Fiquei realmente preocupado”. Ele precisou usar a criativida­de. Reuniu as bandas que toca­ram em The Next Day, de 2013, e em Blackstar, pedindo que to­cassem e compartilhassem suas lembranças das sessões ultras- secretas. Registrou os músicos de Blackstar no 55 Bar, o mes­mo dube de jazz no centro de Nova York onde Bowie os viu se apresentar antes de convidá-los para tocar no álbum. O guitar­rista Ben Monder diz que não sabia que o cantor estava doente enquanto gravavam. “Mesmo ignorando tudo isso”, conta, “fiquei impressionado com a ener­gia e animação dele”. Whately também passou um tempo com Tony Visconti, pro­dutor frequente de Bowie de 1969 até Blackstar, que com­partilha demos inéditas das últimas sessões. O momento mais arrepiante vem quando ele toca o vocal isolado de “Lazarus”, que permite ouvir cada fôle­go que o cantor retomava com dificul­dade entre os versos. “Ele está nesta música... neste mo­mento”, afirma Visconti. “Durante os quatro ou cinco minutos em que can­tou, colocou a alma naquilo". Cenas de bastidores dos videoclipes de Bowie foram outro baú de tesouros. As imagens são intercaladas com aná­lises de amigos - o diretor de videoclipes Johan Renck discute o significado do astronauta esquelético, personagem que o cantor encomendou para “Black­star”. “É o Major Tom?”, questiona Whately. “Não tenho como saber, mas ele com certeza queria que você acredi­tasse que era. É o personagem que lhe trouxe sucesso, então a ideia de um de seus últimos videoclipes ter o Major Tom tinha todo sentido.” Frequentemente, Whately usa concei­tos e referências presentes nas últimas músicas de Bowie como gancho para voltar a momentos anteriores da carrei­ra dele nos quais esses conceitos foram explorados. Ele liga o te­ma “celebridade” de “The Stars (Are Out Tonight)” à dificuldade que o cantor sentiu a vida intei­ra com a fama. “Queria olhar para o período final dele atra­vés do prisma do passado”, diz. Também há um longo prólogo centrado na tumê Reality, de 2003/2004, que acabou pre­maturamente quando Bowie sofreu um enfarte quase fatal logo após sair do palco em um festival na Alemanha. Cenas de tumê daquela época o mos­tram brincando com a banda e visitando uma parada de ca­minhões em Montana, a certa altura competindo com o gui­tarrista Earl Slick para pegar bichinhos de pelúcia em uma daquelas máquinas com garras. “O senso de humor dele estava a toda”, lembra Slick. “Não era o David que eu havia conhecido no começo.” Em um momento hilário, Bowie vasculha fitas cassete em uma liquidação e encontra tuna de seu projeto paralelo Tin Machine, de 1989, e uma de Lodger, de 1979 - “Devem ser álbuns que ninguém comprou, então vieram parar aqui”, comenta. Whately considera o filme um tributo a um artista que encontrou algumas ve­zes durante sua longa carreira na BBC. Somente após o lançamento de Five Years é que sentiu uma ligação pessoal. “Perto do fim da vida, escreveu queren­do saber como eu estava”, conta Wha­tely. “Ele me disse: ‘Estou muito feliz com a vida que tive e com o novo dis­co. O que mais se pode querer?’ Aquilo realmente mostrou a dignidade dele".

5 comentários:

Edu disse...

Uma grande pena que artistas como este, tenham a vida tão breve. Lamentável.

HÉTEL STEFANHUCK disse...

Pois é Edu! Porque temos que partir ? Tudo bem que nossa alma é eterna, acredito em vida pós morte......mas poxa ,pensar que iremos envelhecer....e tb morrer.....é f...! E já estou com 42 anos.....meu Deus....rsrsrs...Adoro o Bowie e todo o legado que ele nos deixou ....tenho a música Changes....como uma das minhas preferidas....e como diz a letra tudo muda e um dia vamos envelhecer......o resto é história.....❤

HÉTEL STEFANHUCK disse...

Porque existem as doenças? Vamos envelhecendo.......e tb descobrindo que nosso corpo já não é mais o mesmo....bem, Bowie antes de morrer nos deixou um álbum incrível.......enigmático.......penso eu numa análise mais profunda....sobre a brevidade da vida....

Edu disse...

YES! Você precisa voltar aqui mais vezes!

HÉTEL STEFANHUCK disse...

❤🙏