segunda-feira, 26 de março de 2012

THE BEATLES - IT WON'T BE LONG

With The Beatles foi lançado em novembro de 1963, quando a beatlemania varria a Inglaterra. O retrato em preto e branco da capa, de Robert Freeman, no qual a metade de todos os rostos está na sombra, marca um momento decisivo na iconografia dos Beatles. Enquanto o álbum de estreia tinha sido gravado em um dia, as sessões de With The Beatles aconteceram ao longo de três meses, em uma mudança de uma sessão "ao vivo", pouco trabalhada, para uma produção pop mais sofisticada. "Foi quando descobrimos o double-tracking", John comentou posteriormente. "Quando descobri aquilo, comecei a gravar tudo em double-tracking. Eu não deixava nada ficar em single-tracked. Ele (George Martin) dizia 'por favor, só essa', e eu dizia 'não'."
"It Won't Be Long" era a faixa de abertura do álbum e, num primeiro momento, havia sido escolhida por John como possível single após "She LovesYou", mas a estratégia foi descartada porque, como ele afirmou, "a música nunca deu certo de verdade". Composta como uma canção de amor, poderia ser a história do começo da vida de John. Solitário e rejeitado, ele espera a volta da garota que o abandonou. Como em muitas canções posteriores essa dramatiza a própria angústia, contrastada à vida despreocupada que imagina que todos levem, acreditando que assim que se reencontrar com sua amada todos os seus problemas serão solucionados. Thelma McGough, que começou a namorar John depois que a mãe dele morreu, em julho de 1958, acredita que as canções dele sobre rejeição não são baseadas em histórias de amor que deram errado, e sim no fato de ter sido abandonado pelo pai na infância e, mais tarde, pela mãe, acabando por ser criado pela tia. "Eu perdi minha mãe duas vezes", ele diria, "uma vez aos 5 anos e, de novo, aos 17." "Rejeição e traição faziam parte da experiência de vida dele", diz Thelma. "Quando eu o conheci, a primeira conversa de verdade que tivemos foi toda sobre isso porque o meu pai tinha feito exatamente a mesma coisa, então sentimos que tínhamos algo em comum. Isso nos aproximou. Além disso, não se pode esquecer que a mãe dele certa vez foi atropelada e, apesar de ele aparentar calma, estava sofrendo muito. Nós dois nos sentíamos muito abandonados. Havia uma grande diferença entre Paul e John, apesar de ambos terem perdido a mãe na adolescência. Paul tinha uma família muito próxima, uma ampla rede de primos e tias. O pai dele era maravilhoso. A vida de John era muito isolada. Ele morava com Mimi (irmã de sua mãe), que cuidava dele muito bem, mas não havia proximidade. Era uma relação muito fria a deles." Uma das coisas que animava John e Paul na época da composição era o jogo de palavras que tinham introduzido em torno de "belong". Apesar de ser uma pequena inovação para eles, se tornaria um marco de sua escrita mais sofisticada. Ironicamente, quando George usou "don't be long" em "Blue Jay Way", quatro anos depois, Charles Manson achou que ele estava dizendo "don't belong" e tomou isso como uma mensagem para que ele se livrasse da vida em sociedade. Fonte do texto: "The Beatles - A história de todas as canções" - Steve Turner

3 comentários:

Valdir Junior disse...

Uma musica legal demais , pena que não foi dado muita atenção a ela em Shows , coletâneas e etc...!!
Alias naquele filme " Across The Universe " tem uma versão muito boa e bem interpretada pela lindíssima Evan Rachel Wood !!

O Paul poderia ( apesar de ser uma musica "bem John " )usar ela em seus shows !! Seria maravilhoso isso !!

Leonardo Polaro disse...

Essas guitarras, esses ternos, botas, cabelinhos....nossa, haja marca registrada ! Fora á música contagiante.
Tudo isso explica um pouco o fenômeno ´´The Beatles´´

Unknown disse...

É