sábado, 3 de março de 2012

A ESTRANHA MORTE DE DAVY JONES (1945 – 2012)

Morreu aos 66 anos, vítima de ataque cardíaco, o ator e cantor Davy Jones, ex-integrante da banda The Monkees. O grupo musical, criado na verdade para estrelar uma série de televisão, rivalizou com os Beatles e os Rolling Stones a atenção do público nos anos 1960. A popularidade de Jones era tamanha que o outro músico também chamado David Jones precisou trocar o nome artístico para David Bowie para seguir carreira. Jones sentiu fortes dores no peito na manhã de quarta (29/2) e foi encaminhado para o hospital, onde faleceu no mesmo dia. “É um dia triste para mim”, lamentou o cineasta Bob Rafelson, co-criador da banda ao lado do produtor Bert Schneider. “Davy e eu crescemos juntos e compartilhamos o sucesso singular que foi o fenômeno Monkees. Ele era o irmão que nunca tive e isso deixa um buraco gigantesco no meu coração”, comentou o colega Micky Dolenz, por meio de uma nota para a imprensa. Os outros dois integrantes do Monkees lamentaram a morte de Jones por meio do Facebook: “O espírito de Davy e sua alma estão vivos em meu coração. Desejo a ele uma viagem segura”, escreveu Michael Nesmith. Peter Tork despediu-se com mais intimidade: “Seu talento fará muita falta; seus dons estarão sempre conosco. Adiós, para o vaqueiro de Manchester”.Jones nasceu em Openshaw, Manchester, em 30 de dezembro de 1945 e, desde pequeno, ficou dividido entre duas paixões: a arte de interpretar e a emoção de cavalgar. Quando adolescente, participou de programas de rádio, seriados televisivos e novelas britânicas (como a “BBC Sunday-Night Play”, em 1960, “Coronation Street”, em 1961, e “Z Cars”, em 1962), mas desistiu da carreira e decidiu ser jockey após a morte de sua mãe. O jovem arriscou-se mais uma vez nos palcos ao aceitar o papel de Artful Dodger no musical “Oliver!”, peça que mudaria sua vida para sempre. O espetáculo foi um sucesso de público, ficou em cartaz por um ano e sete meses, e foi transferida para a Broadway, além de render a Jones uma indicação ao prêmio Tony, aos 17 anos.Em 1964, o elenco da peça foi convidado a participar do famoso programa televisivo The Ed Sullivan Show e Jones ficou surpreso com o barulho, o êxtase, a loucura proporcionada pelas fãs dos outros convidados presentes: os Beatles, que estreavam nos EUA. “Eu pensei: ‘É isso que acontece quando você é um cantor pop? Eu quero ser parte disso!’”, confessou Jones durante uma entrevista em 2004. Sua carreira, definitivamente, começaria a ascender. Um dos olheiros do departamento televisivo da Columbia assistiu ao programa de Sullivan e contratou o jovem ator de 18 anos para participar de pequenas produções do estúdio, como “Ben Casey” (1965) e “The Farmer’s Daughter” (1966).Tudo mudaria quando ele se candidatou, ao lado de centenas de outros jovens, para um teste proporcionado por Rafelson e Schneider, dois produtores que ganhavam cada vez mais força nos bastidores de Hollywood. Eram os tempos da contracultura e a dupla de produtores sacou que, se não podiam comprar os Beatles, criariam a sua própria versão. Nascia em 1966 The Monkees, uma banda fictícia que estrelaria uma série de TV.Os americanos reservaram as noites de segunda-feira para assistirem as histórias do grupo musical que, quando não estava nos palcos, se metia em aventuras completamente nonsense. O sucesso foi explosivo – de público, não de crítica. Músicos e artistas ridicularizavam o fenômeno, afinal os atores apenas faziam playback na série, já que os instrumentos eram tocados por profissionais. Ainda assim, músicas como “I’m a Believer” e “Daydream Believer” alcançaram o topo das paradas. E Jones, o único inglês do grupo, tomava a frente dos Monkees, aumentando a semelhança com os Beatles.A série durou dois anos e conquistou dois Emmys (Melhor Série de Comédia e de Direção, James Frawley), e a banda gravou nove álbuns, vendendo ao todo 65 milhões de discos. Eles chegaram a ter o próprio longa-metragem, “Os Monkees Estão Soltos” (Head, de 1968), escrito por Jack Nicholson e por Rafelson, que também dirigiu.
Mas tão meteórica quanto a ascensão, também foi o declínio da banda. Com o sucesso, os atores/músicos tentavam cada vez mais serem autorais e fugir do controle dos produtores, que conduziam firmemente a carreira do grupo. A era pop dos Beatles desaguou na psicodelia. A série ficou datada, foi cancelada e o filme, que tentava ser uma resposta ao final da década, com participação até de Frank Zappa, provou-se vanguardista demais para os fãs da banda.Eles queriam tocar seus instrumentos e compôr suas próprias músicas. Motivados pelo atrito, criaram as músicas mais elaboradas de suas carreiras, provando seu talento real, mas a um alto preço – a ausência de novos hits.Desentendimentos forçaram a saída de Tork em 1968 e, pouco depois, Nesmith também saiu. The Monkees foi dissolvido oficialmente no início dos anos 1970, mas houve uma tentativa de ressuscitá-lo entre 1986 e 1989, com o surgimento da MTV, que reprisou a série e gerou um novo interesse sobre a banda. Entre 1993 e 1997, os integrantes voltaram a se reunir e gravaram o especial para TV “Hey, Hey, É o Monkees” (1997). Houve um novo encontro em 2001 e outro em 2011.
Jones seguiu carreira solo após a década de 1970 e conseguiu emplacar o hit “Rainy Jane”, realizando diversas turnês e apresentando-se com músicas originais e dos Monkees. Porém nunca repetiu o mesmo nível de sucesso. Ele também fez diversas aparições em programas televisivos, como “A Família Brady” (em 1971, no papel dele mesmo) e “My Two Dads” (1995). Ele ainda fez uma participação especial no longa “A Família Sol, Lá, Si, Dó” (1995), baseado na série “A Família Brady”, e estava no elenco de “Jackie Goldberg, Private Dick”, comédia em fase de pós-produção, na qual interpreta, novamente, a si mesmo.
Davy Jones foi casado por três vezes, sendo a primeira ainda em 1967, durante a época do seriado The Monkees. Ele manteve a relação matrimonial com Linda Haines em segredo, como forma de manter a popularidade entre as fãs. Quando descoberto, o fato causou um enorme impacto em sua carreira – as fãs, decepcionadas, o acusaram de traição. Após divorciar-se de Linda, com quem teve duas filhas, Jones casou-se com Anita Pollinger, ex-coelhinha da Playboy, em 1982. Ele teve mais duas filhas, porém divorciou-se em 1996.
Em 2009, Jones casou com a atriz Jessica Pacheco, com quem vivia num rancho, criando cavalos.

13 comentários:

Valdir Junior disse...

Rest In Peace Davy Jones !!

Leonardo Polaro disse...

Essas ´´musiquinhas´´ engraçadas e suas melodias inconfundivelmente ligadas aos anos 60 são uma delicia de seu ouvir,sem se esperar tanto disso.
Gosto dos Monkees !

Edu disse...

Sempre gostei dos Monkees. Davy, Mick, Pete e Mike deixavam minhas tardes menos tediosas all those years ago. Tenho 5 LPs dos Monkees, originais, e dois Cds. Sempre vou lembrar com carinho.

João Carlos disse...

Pois é EDU. Parece o fim de uma geração brilhante e inesquecível.Ver gente como Hendrix,Janis,Lennon e outros tantos morrerem tragicamente foi de matar.Mas agora, pelas idades,a gente fica melancólico ao constatar que o tempo não para!

Willian Tybor disse...

Ah, que saudade!!
Uma pena que estes que marcaram nossas vidas, estão indo embora!

Anônimo disse...

Fique na paz de Deus, Davy. Você também me ajudou muito a sonhar com um futuro de felicidade prá minha vida. Restante in praxe... Thank you.

Anônimo disse...

Valeu amigo. Também marcou muito minha adolescência. Abraço.

Anônimo disse...

Solicito a gentileza de corrigirem o texto sobre meu comentário. Ao invés de "Restante in praxe", quis dizer "Rest in peace". Claro. Por favor alterem. Agradeço.

Clayton R. M. Dias disse...

O romantismo das suas canções ainda me remetem ao meu tempo de adolescente sonhador. Rest in peace.

Unknown disse...

Hey hey the Monkees Forever! David Jones: vlw !

Anônimo disse...

Saudades dessa época, estava descobrindo a vida, desabrochando na adolescência, parece que a vida tinha mais graça. Pairava no ar outra atmosfera, as músicas falavam de sentimentos com mais poesia. Hoje qualquer coisa se chama de música, uma pena!Saudades daquela época..... éramos mais simples e mais felizes....

Unknown disse...

Monkkes marcou minha vida, não sei porque mais até hoje aos 57 anos escusto suas musicas.eles eram tudo ora mim.

Anônimo disse...

Os monkees era divertidos, músicas boas.marcou minha adolescencia.ate hj escuto as músicas, assisto de nivo os episodios.atualmente so resta 1 monkee, Mike DOLENZ.os shows que ele fez em abril desse ano, ele fez muitas homenagens aos companheiros que ja se foram, parece mentira, mas esta e a realidade.vcs sempre serao para mim uma banda inesquecível.