O dia 29 de agosto de 1966 foi um marco para os Beatles: foi o dia do último concerto de suas carreiras como conjunto. Depois de pr aticamente quatro anos de histeria, rock and roll, hotéis, estádios lotados, medo e insegurança, os Beatles decidiram que esse capítulo estava encerrado. Ali, era o fim fim das cansativas e intermináveis turnês. E, também, fim dos velhos Beatles.
No Candlestick Park, tocaram incrivelmente bem, afinados, com arranjos perfeitos por curtos 28 minutos sabendo que aquele seria o último de sua trajetória. Era o fim da terceira (última) e conturbada turnê americana, com os Beatles cansados da histeria e das ameaças. Depois do episódio da Filipinas, da polêmica sobre Jesus e da queima de discos, não dava mais. Os Beatles haviam chegado no limite.
Quando os Beatles tocaram no Shea Stadium (Nova York) pela primeira vez, no dia 15 de agosto de 1965, tocaram para um público absurdamente imenso para a época: 55.600 fãs enlouquecidos. Um ano depois, em 23 de agosto de 1966, quando pisaram no palco do Shea pela segunda vez, a platéia era bem menor: 44.000 fãs, ainda assim, mais enlouquecidos. Os jovens fãs americanos de 66 já não eram os mesmos de um ano antes, mas ainda queriam, e ainda precisavam deles. Esses números, ainda apesar de grandes, já demostravam um cansaço. Seis dias depois, os Beatles subiriam no palco armado no estádio Candlestick Park, para tocar, para uma público pagante, pela útilma vez. Haviam 22 mil pessoas lá.
Brian não estava presente neste concerto, que foi gravado por Tony Barrow, a pedido de Paul. Eles retornaram para Beverly Hills e, durante o vôo, George virou-se para Tony Barrow e disse: “É isso aí. Não sou mais um Beatle”. No dia 30 voaram para Nova York e de lá para Londres. Para alívio das fãs, os Beatles desembarcaram são e salvos.
Ninguém sabia o que viria depois daquilo, mas estavam fartos de aviões, hotéis, e toda a loucura por onde passavam. De volta à Londres, cada Beatle foi cuidar de sua própria vida. Paul faria a trilha de "The Family Way" e John faria o filme "How I Won The War" de Richad Lester. Estavam felizes por sentirem-se "livres" pela primeira vez em tantos anos. Só uma pessoa não estava feliz: Mr. Brian Epstein, que tinha dedicado sua vida aos Beatles e a organização das turnês. "O que eu vou fazer agora?". Brian percebeu que precisava muito mais dos Beatles do que eles dele. Um anos depois, em agosto de 1967, Brian morreria, aparentemente de overdose de drogas antidepressivas. Os Beatles não deixaram apenas crescer os bigodes e os cabelos. Eles cresceram! Afinal, foi a partir dali, que começaram, de fato, a mudar o mundo.
6 comentários:
Sempre achei que era por um tempo.Até a fumaça baixar.À partir de 69 as condições tecnológicas já eram outras, lugares menos abertos...mas então...drugs,egos,yokos...
Ótima matéria, Edu! Parabéns!
Na mão de quem estará essas filmagens /gravações ???!!!!
Sera que são de boa qualidade ??!!!
Edu, eles realmente já não aquentavam as incansáveis turnes,isso com certeza estava gerando estress e desavenças, mas de um lado foi bom porque eles puderam criar muito mais, pois tiveram muito mais tempo para ficarem num estudio,e todos nós pudemos desfrutar daquelas lindas melodias tao criativas.
Lembrando que o album Sargent pepers foi uma obra de deuses,se eles tivessem fazendo aquelas turnes todas, com certeza nao consequiriam criar aquela obra maravilhosa.
Ainda não assisti esse show todo!!! sempre acontece algo!
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