segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

THE BEATLES - 30/01/1969 - ROOFTOP CONCERT 54 ANOS

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Parece até brincadeira dizer que hoje faz 54 anos que os Beatles fizeram seu último concerto. Só que não é. Na manhã do dia 30 de janeiro de 1969, sob um céu nublado e melancólico perto de meio-dia, com o vento forte e a temperatura em torno dos quatro graus, os Beatles subi­ram até a laje da Apple, seis andares acima do térreo da Savile Row, e se posicionaram num palco improvisado de madeira, instalado no dia anterior.
De frente para a rua, da direita para esquerda, estavam George Harrison, vestindo uma jaqueta de pele preta e uma calça verde-limão, empunhando uma Fender Telecaster; John Lennon, envolvido num casaco de pele mosqueado que combinava com seu cabelo e empunhando uma Epiphone em madeira clara; e Paul McCartney, aparentemente imune ao frio de janeiro, vestindo um terno preto com seu baixo Hofner a tiracolo, que ain­da tinha o setlist da última apresentação dos Beatles, no Candlestick Park em San Francisco. Sentados atrás deles estavam Ringo Starr, resplandecente em uma capa de chuva vermelha que constrastava bruscamente com o bronze dos pratos e a madeira clara da bateria, e Billy Preston, quase invisível, arqueado sobre o piano elétrico. Sentados à esquerda do palco estavam Yoko Ono, Maureen Starkey e alguns funcioná­rios da Apple. O equipamento de som dos Beatles para essa apresentação a céu aberto consistiu em amplificadores pequenos usados para gravações em estúdio, complementados pelo sistema de som que uma banda usaria para tocar em um casamento ou um clube pequeno.
Os cabos dos microfones e dos instrumentos desciam pela escadaria do prédio da Apple até o estúdio no porão. A área do palco foi cercada por luzes, câmeras e técnicos de filmagem; também foram colocadas câmeras em um telhado próximo, no saguão do prédio e na rua abaixo. Do ponto de vista em que se encontravam, os Beatles tocavam para um público formado, basicamente, por frontões, águas-furtadas e chaminés. Sem saber e na estação errada, estavam reviven­do uma tradição que datava da era Tudor, quando grupos musicais se apre­sentavam nos telhados das guildas nas noites de verão. Tirando o fato de que estavam lado a lado, e não de frente uns para os outros, a apresentação dos Beatles foi uma extensão da mentalidade de ensaio que prevalecera no Twickenham e na Apple. Começaram com duas versões de “Get Back”, seguidas por três músicas também conduzidas pelas guitarras: “Don’t Let Me Down”, “I’ve Got a Feeling” e “Dig a Pony”. Depois de um ligeiro revival de “The One After 909”, datada dos tempos de skiffle, tocaram versões alternativas de "I’ve Got a Feeling” e “Don’t Let Me Down”.
Conforme a música reverberava nos prédios próximos e cascateava até a rua, uma multidão se formava nas calçadas, olhando para os céus na tentativa de localizar a fonte do som, e o trânsito parou na Savile Row. Funcionários dos escritórios nos prédios vizinhos se debruçaram sobre as janelas abertas; outros subiram aos telhados para assistir ao show. Como a produção do fil­me esperava, o barulho e a comoção atraíram a polícia, que convocou um camburão de reforços antes de bater na porta do prédio da Apple. Com as câmeras ligadas, os policiais foram recebidos e dirigidos ao telhado, onde emergiram no meio da terceira execução de “Get Back” e confabularam com Mal Evans, o roadie da banda. Lennon e Harrison pararam de tocar assim que viram a polícia; McCartney e Starr continuaram tocando. Logo os ou­tros dois se reuniram a eles e todos juntos terminaram a música.
Assim, a “recompensa” pela qual o diretor esperava se transformou em um desajeitado anticlímax, com a polícia londrina dizendo à banda de rock mais famosa do mundo que teria de maneirar. No dia seguinte, os Beatles retornaram ao porão da Apple para uma ses­são filmada, na qual gravaram mais três músicas que não eram próprias para execução ao vivo com a instrumentação padrão do grupo, com guitarras e bateria. Tratava-se de duas baladas centradas no piano de McCartney, “Let It Be” e “The Long and Winding Road” (nas quais John Lennon tocou bai­xo), e “Two of Us”, que ganhou um arranjo com violões. Ao final da sessão, a equipe de filmagem guardou o equipamento e partiu, o equipamento de gravação foi devolvido à EMI e o projeto de filme e álbum dos Beatles Get Back entrou no estado prostrado de limbo que ocuparia pelo resto de 1969.

O Rooftop Concert marcou o fim de uma era para muitos fãs. O grupo gravou mais um álbum, Abbey Road — trabalho que começou no mês seguinte — porém, em setembro de 1969, os Beatles já estavam separados de forma não oficial. Várias das performances, particularmente a de "Dig a Pony", foram consideradas como uma nova mostra do grupo em sua melhor forma. Na época, os fãs acreditavam que o concerto era um teste para um retorno a apresentações ao vivo e turnês. O que jamais aconteceu.

PAUL MCCARTNEY - 1964: EYES OF THE STORM

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Paul McCartney anunciou seu novo livro de fotografias, “1964: Eyes Of The Storm”, que terá 275 imagens inéditas feitas pelo próprio ex-Beatle. O livro mostra um olhar mais íntimo sobre os meses entre o final de 1963 e o início de 1964, período que a Beatlemania explodiu na Inglaterra, e lançou o quarteto de Liverpool para o mundo.
“1964: Eyes Of The Storm” inclui retratos inéditos de John Lennon, George Harrison e Ringo Starr, do acervo pessoal de Macca, tiradas em seis cidades diferentes: Londres, Liverpool, Paris, Nova York, Miami e Washington D.C. De acordo com o comunicado de imprensa, a ideia para o livro surgiu em 2020, quando um tesouro extraordinário de quase mil fotografias tiradas por Paul McCartney em uma câmera de 35 mm foi redescoberto em seu arquivo.

“Qualquer um que redescobre uma relíquia pessoal ou um tesouro familiar é instantaneamente inundado por memórias e emoções, que então desencadeiam associações enterradas na névoa do tempo. Essa foi exatamente a minha experiência ao ver essas fotos, todas tiradas em um intenso período de três meses de viagem, culminando em fevereiro de 1964. Foi uma sensação maravilhosa mergulhar de volta”, contou Paul no comunicado. “1964: Eyes Of The Storm” conta com uma introdução feita pela historiadora da Universidade de Harvard, Jill Lepore, um prefácio do diretor da National Portrait Gallery, de Londres, Nicholas Cullinan e um ensaio de Rosie Broadley“1964: Eyes Of The Storm” será lançado em 13 de junho pela editora “Penguim”. Não existe qualquer previsão sobre o lançamento do livro no Brasil.

LOU REED - NO MONEY DOWN - 1986

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"No Money Down" foi composta e gravada pelo esquisitão Lou Reed e lançada como single de seu 14º álbum, Mistrial de 1986. Único single do álbum nas paradas, alcançou a posição 75 na Austrália. Para a divulgação de "No Money Down", foi produzido um bizarro videoclipe oficial, inovador e com visão de futuro dirigido pela dupla Kevin Godley Lol Creme. O videoclipe apresenta uma versão animatrônica de Lou Reed vestindo um casaco de couro e óculos escuros que sincroniza os lábios com a música. A MTV, ainda recém criada nos EUA, pedia esse novo tipo de formato. Durante o verso final, mãos humanas com luvas arrancam sua peruca, óculos escuros e pele de borracha para expor o esqueleto por baixo e, em seguida, retiram os componentes subjacentes do rosto. O videoclipe foi posteriormente apresentado em um episódio da série animada Beavis and Butt-HeadLou Reed morreu em 2013 de cirrose hepática. Foi introduzido no Hall da Fama do Rock and Roll duas vezes; como membro do Velvet Underground em 1996 e como artista solo em 2015.

THE BEATLES - TWIST AND SHOUT ★★★★★★★★★★★★★

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sábado, 28 de janeiro de 2023

THE BEATLES - FROM US TO YOU •••••••••••••••••••••••••••••••

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Hey Beatle People! Em 18 de dezembro de 1963, The Beatles gravaram um especial de rádio de duas horas, para ser transmitido no serviço BBC Light Program no Boxing Day de 1963. O show tinha o título provisório de Beatletime, embora no momento em que foi transmitido às 10h do dia 26 de dezembro tivesse sido renomeado para From Us To YouA sessão decorreu no BBC Paris Studio em Londres, entre as 19 e 22h30, incluindo o tempo de ensaio. A primeira música a ser gravada foi uma versão de “From Me To You”, com a letra alterada para se adequar ao título do programa. Eles gravaram uma versão de 55 segundos para abrir o show e uma mais completa para o final. As outras canções gravadas foram “She Loves You”“All My Loving”“Roll Over Beethoven”“Till There Was You”“Boys”“Money (That’s What I Want)”“I Saw Her Standing There” “I Want To Hold Your Hand”O apresentador de From Us To You foi Rolf Harris, que na semana seguinte passou a fazer parte do Show de Natal dos Beatles em Finsbury Park, em Londres. Os outros convidados do show foram Susan Maughan, Jeanie Lambe, Kenny Lynch, Joe Brown e os Bruvvers, The Kenny Salmon Seven e Alan Elsdon's Jazzband com Mick EmeryO sucesso de From Us To You garantiu que quatro outros especiais de feriado bancário fossem gravados pelos Beatles para a BBC nos 18 meses seguintes.

THE BEATLES - TILL THERE WAS YOU - SENSACIONAL!

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"Till There Was You" foi escrita por Meredith Willson para sua peça musical de 1957 The Music Man, e que também apareceu na versão do filme de 1962. A primeira gravação foi lançada em 1958, produzida por Nelson Riddle e apresenta a vocalista de 17 anos, Sue Raney e sua orquestra. Em 1959, Anita Bryant gravou um single que atingiu o ranking #30 da Billboard Hot 100.

Os Beatles incluiram "Till There Was You" em seu segundo álbum With the Beatles, lançado em 22 de novembro de 1963 no Reino Unido. Paul McCartney conheceu a canção através de George Harrison, que tinha o disco. "Till There Was You" fez parte do repertório dos Beatles em 1962, no Star Club em Hamburgo. Tornou-se uma amostra da versatilidade dos Beatles, provando que eles poderiam mudar facilmente entre o rock and roll e as balladas românticas. Os Beatles a tocaram na audição da Decca Records em 1 de janeiro de 1962, e foi a segunda de seis canções apresentada no programa de televisão de Ed Sullivan em 9 de fevereiro de 1964. A gravação dos Beatles para o álbum With the Beatles ocorreu nos dias 18 e 30 de julho de 1963 nos estúdios da EMI em Abbey Road. Foi produzida por George Martin e teve Norman Smith como engenheiro. Paul McCartney - vocal e baixo; John Lennon - violão; George Harrison - violão solo; e Ringo Starr - bongôs. "Till There Was You" aparece nos álbuns With The Beatles, Live At The BBCAnthology 1 e On Air – Live At The BBC Volume 2.

No Brasil, o cantor mineiro Beto Guedes gravou uma bonita versão - escrita por Ronaldo Bastos - de muito sucesso em 1984 de "Till There Was You" que se chamou "Quando Te Vi".

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

THE BEATLES - (WITH L💗VE) FROM ME TO YOU⭐⭐⭐

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O terceiro single dos Beatles“From Me To You”, foi lançado logo depois do álbum Please Please Me. Foi composto por John e Paul em 28 de fevereiro de 1963, numa viagem entre York e Shrewsbury, no que ainda era anunciado como a turnê de Helen Shapiro. Lennon e McCartney queriam ter algumas músicas novas prontas para desconcertar o mundo da música pop londrina, que os menosprezava como um sucesso repentino que tinha vindo do nada e logo desapareceria. Tsc, tsc.

Quando se sentaram lado a lado, tocando os violões, procurando um verso ou título cativante para começar, a inspiração veio da coluna de cartas “From You to Us”, do New Musical Express, que estavam lendo. A matéria principal daquela semana, sobre Cliff Richard e Elvis, perguntava se Richard estava superando Elvis.
O pesquisador e escritor Hunter Davies disse o seguinte: "Considerando a velocidade com que foi feita, “From Me To You” era bem elaborada e tinha certo desenvolvimento - o que poucas de suas primeiras músicas apresentavam. Tendo se decidido pela ideia de algo que vai de mim para você, eles passaram a listar as possibilidades: um coração que é verdadeiro, braços para abraçá-la, lábios para beijá-la, tudo o que você realmente quer e que ele vai mandar, “de mim para você”. Quando foram gravá-la, George Martin fez John usar a gaita de novo e Paul lançou alguns falsetes, só para empolgar as garotas. Paul se lembra de ter ficado muito contente com a música, sentindo que mostrava um avanço, com começo, meio e fim - sinal de que estavam melhorando.

Mas os críticos da época não se impressionaram: O New Musical Express considerou-a “abaixo da média”. John ficou furioso e, ao mesmo tempo, decidido a se esforçar mais. Com “From Me To You”, lançada como single na esteira do sucesso de "Please Please Me" e segundo Número 1 dos Beatles nas paradas britânicas, eles começaram a provar que tinham talento tanto como cantores e instrumentistas quanto como compositores. O vocal é feito a duas vozes por John e Paul, com George entrando com a terceira voz nos refrões.
O single foi o primeiro número 1 dos Beatles em algumas paradas do Reino Unido, o segundo em outras, mas não conseguiu causar impacto nos Estados Unidos na época de seu lançamento inicial. No entanto, uma versão cover de 1963 lançada por Del Shannon resultou na música se tornando a primeira música de Lennon e McCartney a entrar na Parada Pop Americana.

Durante a turnê de Helen Shapiro, eles pediram a opinião da cantora: “Eles me pediram para ouvir duas músicas que tinham feito. Paul sentou ao piano, John ficou ao meu lado, e eles cantaram "From Me To You" e “Thank You Girl”. Disseram que já tinham uma ideia de qual era a favorita, mas não tinham tomado a decisão final, então queriam a minha opinião sobre qual seria o melhor “lado A”. Eu escolhi "From Me To You, e eles disseram: “Ótimo! Foi dessa que gostamos mais!".

Os Beatles gravaram “From Me To You” no dia 5 de março de 1963 no estúdio da EMI em Abbey Road (apenas cinco dias após a composição da música), e lançaram no dia 11 de abril no Reino Unido e 27 de maio nos Estados Unidos, tendo Thank You Girl como lado B. Foi produzida por George Martin e teve Norman Smith como engenheiro. A faixa básica foi gravada em sete tomadas. Os Beatles então adicionaram uma série de overdubs, incluindo a gaita, o solo de guitarra e as harmonias de introdução. Curiosamente, a gaita que abre o single inglês é diferente das versões lançadas em outros países. Martin disse sobre a música: “Eu pedi a eles outra música tão boa quanto “Please Please Me”, e eles me trouxeram uma - 'From Me To You'. Parecia haver um poço sem fundo de canções"Os Beatles estão com seus instrumentos habituais: John Lennon canta, toca violão e gaita; Paul McCartney canta e toca baixo; George Harrison faz backing vocals e toca guitarra e Ringo Starr toca sua bateria. “From Me To You” aparece nos álbuns: A Collection of Beatles Oldies; 1963/1966Past Masters; 1; Anthology 1 e On Air - Live At The BBC Volume 2.

THE BEATLES - IT'S THE BEATLES! - FAN-TÁSTICOS! ★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★

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No dia 7 de dezembro de 1963os Beatles fizeram uma apresentação espetacular no Empire Theatre, em Liverpool. Eles faziam parte do júri da edição especial do programa Juke Box da BBC TV, apresentado para uma pla­teia de 2.500 membros do fã-clube dos Beatles 'Northern Area Fan Club'.

David Jacobs foi o "mestre de cerimônias". No programa, as músicas podiam ser classificadas como aprovadas ou reprovadas e depois de cada número, os jurados também faziam seus comentários. Após essas apresentações, o fã-clube foi presenteado com um show es­pecial, It’s The Beatles! Os Beatles fazem uma apresentação de tirar o fôlego com “From Me To You”, “I Saw Her Standing There”, “All My Loving”“Roll Over Beethoven”, “Boys”, “Till There Was You”, “She Loves You”, “This Boy”, “I Want To Hold Your Hand”, “Money (That’s What I Want)”, “Twist And Shout” e o espetáculo terminou com “From Me To You” novamente, só que instrumental repetindo os acordes principais, com uma batida inacreditável encerrando o show de forma mais que fantástica para delírio absoluto da plateia.

Mais tarde, a BBC Light Programme gravou uma entrevista com os Beatles, que seria exibida no especial de Natal Top Pops of 1963. Esse incrível show dos Beatles, também apareceu em vários lançamentos em alguns países - na maioria, piratas. Infelizmente, todos os vídeos disponíveis dessa performance incrível, são cortados, mutilados faltando vários pedaços. Em compensação, esse que está mais abaixo, traz o áudio do show It’s The Beatles completo com uma qualidade bem razoável. E por último "Money (That's What I Want)".

MCCARTNEY 3, 2, 1 - ABSOLUTAMENTE SENSACIONAL!⭐

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Realmente, um prazer indescritível para um Beatlemaníaco como eu, finalmente poder assistir e ainda se emocionar com as 3 horas do superdocumentário com Paul McCartneyMcCartney 3, 2, 1 é um programa/documentário sobre a obra de Paul McCartney que conta com a presença do produtor Rick Rubin. Ao longo de seis episódios, os dois dissecam temas clássicos como "Come Together", "With a Little Help From My Friends" ou "In My Life", contando histórias de bastidores e incluindo, até, trechos de canções inéditas dos Beatles. "McCartney 3, 2, 1" foi realizado por Zachary Heinzerling e estreou em streaming em 16 de julho de 2021 no Hulu e em setembro no Star+. Numa conversa íntima entre McCartney e RubinMcCartney discute sobre os Beatles, Wings e seu trabalho solo. Filmado em preto e branco esparso em um palco vazio, a simplicidade dos visuais desmente a complexidade da música em exibição nesta série de seis episódios que explora música e criatividade de uma maneira única e reveladora, numa conversa sobre a composição, as influências e as relações pessoais que informaram as canções icônicas que serviram como trilhas sonoras de todos nós. McCartney 3, 2, 1 parece viajar cronologicamente pela carreira de Paul, começando com suas raízes nos Beatles; influências musicais de Bach a Fela Kuti; a famosa viagem à Índia; o chamado “quinto Beatle” George Martin; e a evolução do som e da identidade dos Beatles.
McCartney 3, 2, 1 é um dos melhores documentários já produzidos sobre o mundo do Rock. E isso não é exagero não! Com um total de três horas de duração e gravado de uma só vez em preto e branco, mas apresentado no streaming em seis episódios, McCartney 3, 2, 1 mostra um Paul McCartney empolgado e divertido, lembrando histórias de como algumas das melhores músicas dos Beatles e de sua carreira solo foram criadas. O programa é comandado por Rick Rubin, um produtor que foi co-presidente da Columbia Records. Os dois conversam em torno de uma mesa de som, na qual eles conseguem dissecar as canções e escutar instrumento por instrumento. Por exemplo, no fim do primeiro episódio, eles analisam “While My Guitar Gently Weeps", de George Harrison. Rubin aumenta o baixo em relação aos outros sons, e a música ganha uma dimensão nunca ouvida. É a senha para McCartney lembrar como compôs aquela linha do baixo e curiosidades carinhosas de Harrison, John Lennon e Eric Clapton - que gravou o solo de guitarra. São inúmeras as músicas lembradas, cada qual com uma história fascinante, como "Michelle" - “usei um acorde fá louco que não sei o nome", "Sgt. Pepper's" - “um roadie (Mal Evans) me pediu no avião para eu passar o sal e a pimenta, 'salt and pepper', e eu entendi 'sergeant pepper", e "Band on the Run" - “fomos assaltados em Lagos, na Nigéria, e levaram todas as fitas gravadas".
Ele também fala de “All My Loving", “Back in the USSR", “Lucy in the Sky with Diamonds", “Dear Prudence", “A Day in the Life" e tantas outras. É uma preciosidade atrás da outra, sempre com Rubin levantando um instrumento ou abaixando todos os outros para que ouçamos detalhes que provavelmente passaram despercebidos. Curioso saber que foi Roy Orbison quem ensinou para os Beatles que as músicas tinham que ter um final e não apenas ir diminuindo o som até acabar. Curioso também saber que os Beatles já aprederam como se manipulava uma mesa de gravação ainda no início da carreira. "A Hard Day’s Night”, gravada em abril de 1964, tem um solo complicado de George Harrison lá pela metade da música. Complexo principalmente porque há um trecho em que duas ou três notas se alternam de forma muito rápida. "Para que fazer George sofrer assim?”, pergunta McCartney. “O que fizemos foi gravar o solo com a metade da velocidade normal e depois aceleramos o trecho para caber no espaço reservado ao solo", conta. Mas havia um porém. Quando se acelera a velocidade de uma gravação, ela fica mais aguda. "Por isso, continua ele, "George gravou o solo uma oitava abaixo [mais grave] e, quando aceleramos, o trecho ficou no tom certo”. "Pura matemática”, se diverte McCartney, em mais de um momento do documentário.

A história do trompete piccolo em “Penny Lane" é incrível, assim como a cara de McCartney atentando para uma nota que seria impossível de o instrumento alcançar. O músico aparece muito feliz, cantado junto e, às vezes, até se levantando para dançar. Uma das características mais interessantes e conhecidas dos Beatles era o fato de eles criarem efeitos incomuns nas gravações, experimentando aparelhos, tocando bigornas, pondo gravações para tocar de trás para a frente, picotando fitas com uma tesoura e juntando de novo em ordem aleatória e por aí vai. É claro que McCartney 3, 2, 1 aborda todos esses truques de estúdio. “Nowhere Man", por exemplo, teve a guitarra base de Lennon equalizada em diversos aparelhos sucessivamente, para ir ficando cada vez mais aguda. McCartney 3, 2, 1 é quase perfeito, mas não chega lá. Um problema vem das legendas. Como em milhares de filmes, quando uma canção começa, a legenda para. Quem não sabe inglês precisa se virar ou vai deixar de compreender. Num filme sobre a construção musical de canções clássicas, isso é imperdoável. Outro ponto crítico é que o produtor Rick Rubin é muito puxa-saco de McCartney. De sua boca saem apenas “genial”, “incrível”, “maravilhoso”, "fascinante” e outros adjetivos borra-botas. Uma abordagem mais jornalística seria bem vinda. Por fim, o fato de McCartney passar as três horas do programa mascando chicletes pode chatear alguns (como eu mesmo), mas é um preço pequeno para se pagar ao assistir um grande programa que vale muito a pena como este.

Como já foi dito, McCartney 3, 2, 1 está disponível nos canais de streaming Hulu e Star+AQUI, é possível assistir o documentário inteiro, só que com o áudio original em inglês, sem legendas.

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

THE BEATLES - SHINDIG! TV SPECIAL - 1964 ★★★★★★★

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Depois dos ensaios no dia anterior, no dia 3 de outubro 1964, os Beatles gravaram sua apresentação para uma edição britânica do programa de TV americano Shindig! no Granville Studio em LondresEsta apresentação foi assistida por moradores de Londres do fã-Clube dos Beatles. Eles tocaram três músicas ao vivo: "Kansas City", "I'm a Loser" e "Boys"Os Beatles estavam no topo da lista no show que incluia Sandie Shaw, PJ Proby, The Karl Denver Trio, Tommy Quickly, Sounds Incorporated e Lyn Cornell. Além de sua performance, os Beatles também apareceram no final do show com o Karl Denver Trio.

PAUL McCARTNEY - BIRTHDAY - 1990 - SENSACIONAL!

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THE BEATLES - YOU KNOW MY NAME - 1970 ★★★★★★★★

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Não deixe de conferir de jeito nenhum a superpostagem
THE BEATLES - YOU KNOW MY NAME
publicada em 19 de fevereiro de 2021

DIE BEATLES - THE BEATLES EM MUNIQUE 1966 - SHOW!★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★

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A breve turnê dos Beatles em 1966 pela Alemanha Ocidental, Japão e Filipinas começou no dia 24 de junho, com dois shows no Circus-Krone-Bau em Munique, Alemanha. Os shows aconteceram às 17h15 e 21h. O segundo show foi filmado pela rede de televisão alemã Zweites Deutsches Fernsehen (ZDF), e seguiu um breve ensaio vespertino para as câmeras. A filmagem foi mostrada como Die Beatles no canal dois na terça-feira, 5 de julho, das 20h às 20h45. Também aparecem no projeto Cliff Bennett e The Rebel Rousers, The Rattles e Peter and Gordon. A parte alemã da turnê ficou conhecida como Bravo Blitztournee e foi patrocinada pela revista de entretenimento Bravo.
O set dos Beatles ao longo da turnê consistiu em 11 músicas: Rock And Roll Music, She's A Woman, If I Needed Someone, Day Tripper, Baby's In Black, I Feel Fine, Yesterday, I Wanna Be Your Man, Nowhere Man, Paperback Writer e encerraram com I'm Down. Nas primeiras datas, a recente ausência do grupo de apresentações ao vivo era aparente. George Harrison apresentou 'Yesterday' como sendo do Beatles For Sale, e 'I'm Down' foi brevemente adiada por uma conferência no palco entre John Lennon, Paul McCartney e Harrison sobre a letra do verso de abertura. Apesar disso, Paul conseguiu errar cada verso. Esta foi supostamente a noite em que os Beatles estabeleceram o título Revolver para seu próximo álbum, que eles terminaram de gravar apenas três dias antes. Tudo isso a gente confere aqui, agora e em cores! Imperdível!!!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

THE BEATLES - A HARD DAY'S NIGHT - And I've been workin' like a dog...

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GEORGE HARRISON - GOT MY MIND SET ON YOU★★★★★

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Há 35 anos, a cover gravada pelo do ex-Beatle, George Harrison, chegava ao topo das paradas norte-americanas. Em 1987, George lançou o álbum Cloud 9, produzido por seu amigo Jeff Lynne, da Electric Light Orchestra. Depois de 5 anos sem gravar, era uma volta com reconhecimento do público e da crítica. George convidou mais uma vez alguns velhos amigos para participar do álbum: Eric Clapton, Ringo Starr e Elton John, além do próprio Jeff Lynne. A música "Got My Mind Set On You", composta e gravada por Rudy Clark em 1962, na versão de Harrison, chegou ao número 1 nos Estados Unidos e número 2 no Reino Unido.

"Got My Mind Set on You" foi composta por Rudy Clark e originalmente gravada por James Ray, em 1962. George Harrison conheceu a música em meio a uma visita que fez a sua irmã mais nova nos Estados Unidos, em 1963. Enquanto passeava pelo interior de Illinois, comprou diversos discos – um deles foi o trabalho de James Ray que incluía "Got My Mind Set on You".

A gravação de Harrison emplacou a primeira posição nas paradas naquele ano e é um dos maiores sucessos do repertório de George. Ao chegar na primeira posição, "Got My Mind Set on You" quebrou o desempate que perdurava entre Harrison, John Lennon e Ringo Starr, todos com dois singles de sucesso em primeiro lugar como artistas solo. Porém o sucesso não se limita apenas aos anos 80, já que em 2022 "Got My Mind Set on You" também apareceu no top 10 dos Estados Unidos. No Reino Unido, a canção se instaurou no segundo lugar e por pouco não ocupou a primeira posição, que naquele ano era liderada por “China in Your Hand”, de T’Pau. Ainda assim, o single se classificou como o quinto mais vendido do ano de 1987, uma conquista marcante. Além de ‘Cloud Nine’, “Got My Mind Set On You” aparece nos álbuns Best of Dark Horse 1976-1989 e Let It Roll: Songs by George Harrison de 2009. Uma versão ao vivo foi gravada para o seu ‘Live in Japan de 1992. Dois vídeos para esta música foram gravados por George. O primeiro (dirigido por Gary Weis) estrelou um jovem Alexis Denisof disputando o coração de uma menina em um parque de diversões. Este vídeo apresenta Harrison e a banda na forma de um espectador de cinema, enquanto o jovem tentava ganhar uma bailarina de brinquedo para a menina.
O segundo, também dirigido por Weis, mostra Harrison sentado e tocando em uma sala. Enquanto a canção progride, móveis e quinquilharias começam a dançar junto com a música. No meio do vídeo, Harrison (um dublê) executa um backflip, um salto espetacular de sua cadeira e segue com a dança antes de saltar de volta ao seu lugar. Sensacional!