quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

BEAUTIFUL BOY - "QUERIDO MENINO" - O FILME

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Fonte: sitedosgeeks.com - Por Rodrigo Fernandes

Baseado em uma história real, “Querido Menino“, filme com Steve Carell e Timothée Chalamet no elenco, chegou nas telonas aqui do Brasil no último dia 21 de fevereiro sem grande alardes e em poucas salas; porém é uma produção que merece o seu olhar! O filme acompanha a trajetória de um pai (Steve Carell) na busca de entender pelo que passa na vida do filho (Timothée Chalamet) e a sua frenética busca em se afastar da realidade no universo das drogas. O cinema, por diversas vezes, já tratou o mundo das drogas; como exemplos de obras bem sucedidas está “Diário de Um Adolescente” de 1995 com Leonardo Di Caprio, o alemão “Eu, Cristiane F.” de 1981 e o frenesi de “Requiem Para Um Sonho” do cineasta Darren Aronofsky de 2000. E a pergunta que é feita sobre o que “Querido Menino” (“Beautiful Boy“) traz de diferente diante de tantos outros filmes que já foram feitos permanece no ar. A resposta é simples: Nada! Sim, nada de diferente, mas nem por isso o filme dirigido por Felix van Groeningen (que faz sua estreia no cinema americano) é menos importante do que os já citados. O grande diferencial do filme é trazer à tona a preocupação atual dos EUA no aumento do consumo de uma droga específica pelos adolescentes de lá: a metanfetamina. Além disso, “Querido Menino” traz interpretações carregadas de sensibilidade e grandiosidade. Steve Carell dá vida a um pai (David Sheff) que se esforça a compreender o ‘mundo’ pelo qual o filho está vivendo e se mostra extremamente frágil e sem saber bem qual a melhor atitude tomar. Uma brilhante atuação.
Brilhante também está Timothée Chalamet. O jovem ator, que ganhou destaque por sua indicação ao Oscarpelo filme “Me Chame Pelo Seu Nome“, encarna um filho (Nic Sheff) que demonstra um amor incondicional pela família, porém nao consegue deixar de se afundar cada vez mais no mundo das drogas, abdicando até então de uma vida que parecia ser perfeita. Dois nomes (Steve Carell e Timothée Chalamet) que, infelizmente, não apareceram na maior premiação do cinema; mostrando que nem sempre ter prêmios no currículo seja sinônimo de qualidade! Isso vale não apenas para filmes, para tudo em nossas vidas! Timothée Chalamet foi indicado ao Globo de Ouro, BAFTA e ao Screen Actors Guild Awards; porém não saindo vitorioso em nenhuma dessas premiações e Steve Carell sequer foi citado em qualquer premiação ou festival. Fato esse que surpreende, já que trata-se de uma das melhores – se não há melhor – atuações de Carell, famoso pelos seus filmes de comédia. O filme poderia melhor explorar os demais personagens, mas o roteiro preferiu focar mais na relação entre o pai e o filme; mas seria também bastante interessante percebermos como a matriarca da família encara todo o drama vivido pelo filho em meio ao divórcio. Não há mocinhos ou vilões neste filme, tornando a obra mais humanizada possível a cada cena transposta na tela. O grande objetivo do filme, que fica claro para quem o assiste, é trazer o tema para o centro das discussões e mostrar o drama pelo qual milhares de famílias passam todos os dias pelo mundo afora. O filme é baseado no livro homônimo do jornalista David Sheff mas também em “Tweak”, livro escrito pelo seu filho Nic. Assistir essa história não é uma experiência fácil, difícil ainda mais para quem já tenha passado ou está passando por essa situação, mas trata-se de uma experiência necessária. Que esse filme te faça mais humano após assisti-lo.
Uma curiosidade: “Beautiful Boy“,que no Brasil ganhou a tradução de “Querido Menino” é o título de uma canção que John Lennon fez para seu filho, Sean, o único do seu relacionamento com Yoko Ono. “Close your eyes. Have no fear. The monster’s gone. He’s on the run and your daddy’s here“… assim começa a música com um pai confortando o filho após um pesadelo. A música alinha-se perfeitamente a todo o drama real vivido pelo pai e filho, David e Nic Sheff. Não tem como não se emocionar com a cena em que Steve Carrel a canta durante o filme. A luta de um pai tentando afastar do querido filho os demônios que o assolam.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

OS BEATLES CONQUISTAM SEU 24º DISCO DE PLATINA NOS EUA

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Um dos álbuns mais importantes da história do rock, o "White Album" lançado pelos Beatles em 1968, conquistou na última sexta-feira (22) mais um disco de platina nos EUA, somando 24 certificações pela RIAA (Recording Industry Association of America) o que equivale às vendas superiores a 12 milhões de unidades. Com isso, o 9º trabalho dos Fab Four tornou-se o 4º lançamento com o maior número de certificações da história dos EUA. Dentro do programa Gold & Platinum Award, The Beatles ainda é a banda mais certificada do órgão regulador do mercado musical norte-americano com 178 milhões de unidades certificadas em toda a sua discografia.
“Os Beatles são, sem dúvida, a banda mais influente de todos os tempos, com músicas que resistem ao tempo. A magia de John, Paul, George e Ringo continua a ser experimentada por novos fãs em todo o país e estamos honrados em apresentá-los com essa conquista histórica. O status de Diamante já é um feito raro – para um álbum com 24 discos de platina, ele realmente se tornou parte do tecido cultural da América. Parabéns à banda e suas famílias, Apple Corps, Capitol e UMe (Universal Music Enterprises), e todos que ajudaram a criar este álbum e trazê-lo para o mundo”. Disse Mitch Glazier, presidente e CEO da RIAAUma nova versão, recém-remixada do White Album foi lançada em 2018 para marcar os 50 anos de lançamento do disco e foi supervisionada por Giles Martin, filho do produtor dos Beatles, Sir George Martin. Este relançamento alcançou o número 6 da Billboard 200 e vendeu mais de 63 mil unidades em sua primeira semana.

THE BEATLES - GEORGE HARRISON - BLUE JAY WAY

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THE BEATLES - TESOUROS DO FUNDO DO BAÚ**********

12 comentários:
Entre dezembro de 2011 e julho de 2012 (enquanto eu tive saco!), começou aqui no Baú do Edu, uma incrível sessão adequadamente chamada "ARQUIVOS SECRETOS - TESOUROS DO FUNDO DO BAÚ", onde publiquei algumas das reportagens mais curiosas publicadas em jornais e revistas sobre os Beatles que colecionei ao longo dos anos. Duas delas, são da época em que os primeiros álbuns da maior banda de todos os tempos estavam sendo lançados em Compact Discs. A primeira, foi publicada na finada revista AFINAL de 10 de fevereiro de 1987.
Forever. E sem chiados.
Please Please Me, With the Beatles, A Hard Day's Night, Beatles for Sale: os quatro primeiros álbuns Beatles a laser. Dezessete anos depois da dissolução do conjunto, os Beatles chegam à era do laser. No próprio dia 26 começam a ser distribuídos às lojas americanas os primeiros discos compact discs – o disco digital de reprodução através de raio laser – do grupo, e já quem se tenha decidido a chamar a polícia, para evitar tumulto. Em um prazo de pouquíssimos dias, já haverá cds dos Beatles à venda nas grandes importadoras de São Paulo e Rio de Janeiro. A EMI Music WorldWide, a gravadora dos Beatles, promete lançar, até o final do ano, todo os antigos LPs do conjunto na forma de cd. Os brasileiros felizardos que têm toca-discos a laser, e podem pagar 700 cruzados por CD (como o compact disc é conhecido em todo o mundo), não terão grandes surpresas – a não ser, é claro a felicidade de ouvir para sempre sem qualquer chiado, o som do conjunto de múisca mais famoso da História. Os consumidores americanos, no entanto, vão encontrar nas lojas discos de que jamais ouviram falar. É que a gravadora decidiu lançar os discos a laser dos Beatles seguindo rigorosamente a discografia oficial do conjunto de acordo com os lançamentos originais ingleses. E nos Estados Unidos, os lançamentos, até 1966, foram inteiramente diferentes daqueles do país de origem de John, Paul, Ringo, George. Fazia-se uma imensa salada. Entre 1962 e 1966, os Beatles gravaram 102 músicas, que na Inglaterra apareceram em oito LPs, 12 compactos duplos e 13 simples; nos Estados Unidos, essas 102 músicas viraram 11 LPs, quatro compactos duplos e 20 simples. Só depois de Sgt. Pepper´s Lonely Hearts Club Band, de 1967, os LPs do conjunto passaram a ser exatamente iguais em todo o mundo. No Brasil, a EMI-Odeon passou, em meados da década de 70, a relançar os LPs seguindo a forma original inglesa. Os discos serão lançados em ordem cronológica. No dia 26 chegam às lojas os CDs dos quatro primeiros álbuns – Please Please Me e With The Beatles (1963), A Hard Day’s Night e Beatles fo Sale (1964). Até o final do ano, deverá ter saído da fábrica aberta há pouco pela EMI em Jacksonville, Illinois, a discografia completa, de 13 álbuns. “No mais tardar no dia 1º de março, já teremos os compacts discs dos Beatles em nossas lojas”, garante orgulhoso, Odair Borges, da rede paulistana Museu do Disco. “Já encomendamos 1.000 cópias de cada”. E revela que seu distribuidor em Miami, decidiu chamar à polícia no dia em que receber a primeira remessa. “Vai ser uma loucura”.•
E esta segunda matéria, foi publicada na revista VEJA em 16 de novembro de 1988 (quase 2 anos depois da matéria da "Afinal").

CAMPEÕES DE VOLTA
Os melhores LPs dos Beatles são lançados em compact disc e ganham as vantagens da tecnologia digitalAlguns dos lançamentos musicais mais quentes deste final de ano não levam a assinatura de astros do momento ou revelações da temporada. Eles trazem a música dos Beatles, os velhos e imbatíveis campeões da música pop que nos anos 60 auxiliaram a mudar o mundo influenciando milhões de pessoas com sua música e seu comportamento. Esta semana, a gravadora EMI/Odeon, que detém os direitos sobre praticamente toda a obra produzida pelo grupo até sua dissolução, em 1970, colocará nas lojas um pacote capaz de deixar em polvorosa os fãs do conjunto e que atende à discoteca de quem quer que goste de boa música. A grande estrela do pacote é o lançamento, em compact discs, ou “CDs”, dos treze melhores ou mais populares LPs gravados pelos Beatles. Dois deles, The Beatles (o "álbum branco") e Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band, só chegarão às lojas na semana que vem. Para adaptar as gravações do conjunto, feitas em equipamentos há muito obsoletos, à tecnologia do CD e dos toca-discos com feixes de raio laser em lugar de agulhas, a gravadora foi obrigada a reprocessá-las para o sistema digital, em que se usa a memória de computadores em lugar das fitas convencionais. O processo permite que mesmo gravações feitas em equipamentos muito rudimentares ganhem novo brilho, sonoridade e precisão. Aproveitando a manobra, a gravadora lançará os mesmos treze discos também em fitas de cromo, que têm qualidade de reprodução superior às fitas usadas habitualmente, e substituirá os LPs comuns dos Beatles, que nunca chegaram a sair de catálogo, por LPs feitos a partir das gravações reprocessadas. Assim, mesmo os ouvintes que ainda não ingressaram na era do compact disc poderão a partir desta semana substituir sua coleção de LPs e fitas do conjunto por outra de sonoridade superior.
APOSTA — O destaque do pacote Beatles são os CDs, lançados com uma tiragem astronômica para os padrões brasileiros — 112.000 cópias. De cada CD serão colocadas nas lojas 8.000 unidades, quando as tiragens de CDs nacionais são de no máximo 3.000 cópias. A aposta numa vendagem recorde, apesar de cada CD custar cerca de 11.000 cruzados, baseia-se no estrondoso sucesso que a obra dos Beatles em compact discs teve no Japão, na Europa e nos Estados Unidos. Nesses três mercados, onde o CD substituiu gradativamente os discos convencionais, foram vendidos 10 milhões de CDs dos Beatles. Na esteira desse êxito, os antigos sucessos do conjunto aportaram nas rádios, fazendo companhia às maiores estrelas do rock dos anos 80. A grande vantagem do encontro entre os Beatles e a tecnologia moderna é que ele permite um exame mais detalhado da obra do conjunto musical mais influente do mundo até hoje. Nessa análise, pode-se separar o que tem inegável qualidade do que envelheceu nos vinte anos que se passaram.

A audição dos treze CDs da coleção permite separar a obra dos Beatles em três momentos distintos. A fase inicial — em que a maior parte das músicas são regravações de sucessos dos primeiros tempos do rock'n'roll —, as trilhas sonoras de filmes e a fase das obras-primas. Embora se note uma progressiva melhora de qualidade no decorrer do trabalho do grupo, é possível se detectar ótimos momentos em cada uma das três fases. Em Please Please Me e With The Beatles ouvem-se versões para sucessos da época — como o clássico Roll Over Beethoven, de Chuck Berry, ou Please Mister Postman, música que se tornou uma espécie de emblema do romantismo adolescente no início dos anos 60 nas vozes das cinco garotas do grupo The Marvelettes.
Em outras regravações de sucessos, como Baby lt's You e Boys, os Beatles incorporam de maneira bem-humorada clichês do rock dos anos 50, como os indefectíveis corinhos com cha-la-las e hey-heys. Essa intenção de paródia está presente até nas primeiras composições de Lennon e McCartney, como P.S. I Love You, em que a batida da música descamba para um ritmo de bolero — algo pouco usual para uma banda de rock. Entre as trilhas sonoras de filmes, duas delas — A Hard Day's Night e Help! — antecipam os melhores momentos do conjunto. Elas representam uma transição entre a fase das regravações e a plenitude criativa da dupla Lennon e McCartney. A Hard Day's Night é o primeiro LP em que todas as músicas são assinadas pelos Beatles. Help!, embora não seja um disco exuberante, traz alguns dos maiores sucessos da
banda, como Yesterday e a faixa-título. Duas outras trilhas sonoras — Yellow Submarine e Let It Be — pertencem a filmes realizados depois da fase das obras-primas e não estão à altura dos discos que as precederam. É como se os Beatles atravessassem um período de transição que não chegou a se concretizar porque o grupo se separou pouco tempo depois.
LONGEVIDADE — É na fase de apogeu da banda — que vai de Rubber Soul ao Álbum Branco — que a tecnologia moderna traz mais luzes ao trabalho dos Beatles. É possível se ouvir, com a sonoridade límpida dos CDs, o maravilhoso arranjo de cordas que emoldura o clássico Eleanor Rigby, faixa do LP Revolver: Como instrumentos e vozes estão gravados em canais diferentes, o ouvinte pode girar o botão do amplificador e se deliciar só com a melodia ou com as sutilezas da instrumentação. O mesmo acontece com a música Yellow Submarine, do mesmo LP, em que os instrumentos de banda se mesclam aos mais inusitados efeitos sonoros para lhe imprimir uma atmosfera marcial.
Nos dois discos fundamentais dos Beatles — Sgt, Peppers Lonely Hearts Club Band e o Álbum Branco — não se aconselha a brincadeira de separar a voz dos instrumentos: o violino que pontua a belíssima She's Leaving Home, por exemplo, não tem sentido longe da voz de Paul McCartney. O acabamento impecável do Álbum Branco inclui vinhetas entre canções memoráveis como a deliciosa Ob-la-di Ob-la-da e a despojada Blackbird.
A conclusão a que o ouvinte chega ao cortejar essas obras-primas com os primeiros sucessos do conjunto é que os Beatles, mesmo experimentando reviravoltas que sempre anteciparam as tendências mais modernas do rock da década — e esta capacidade de antecipação é exatamente o segredo de sua longevidade —, trilharam um caminho admiravelmente coerente. A multiplicidade de ritmos empregada em álbuns como Sgt. Pepper’s só foi possível porque, em seus primeiros discos, os Beatles regravaram amostras de quase todos os gêneros da música pop da época. Mas não é a multiplicidade, e sim a qualidade de sua obra, a razão de “The Beatles” soarem atuais quase vinte anos após sua separação — e resistirem à prova de fogo da tecnologia digital.


Vale muito a pena dar uma olhada nos ARQUIVOS SECRETOS - TESOUROS DO FUNDO DO BAÚ - Só papa-fina!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

PAUL McCARTNEY - BACK IN BRAZIL 2019

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Paul McCartney está a caminho do Brasil pela oitava vez, agora com a "Freshen Up Tour". Deve ser um grande show, como sempre, e também um show grande - ele tem tocado entre 36 e 40 músicas, em cerca de três horas. Uma delas deve ser "Back in Brazil", inspirada em ritmos nacionais e lançada pelo artista em setembro do ano passado, em seu 18° álbum Egypt Station. "Bem, temos que aprendê-la antes", diz McCartney, 76, acrescentando que ela está na lista para os ensaios. O cantor e compositor vai tocar duas noites em São Paulo, nos dias 26 (esgotado) e 27 de março. No dia 30, ele se apresenta em Curitiba. A turnê chega ao país após um intervalo de shows realizados no Canadá, no Japão e na Europa. Daqui, irá para os Estados Unidos. Pelas canções já tocadas na turnê, o show vai trazer os velhos clássicos, mas também várias "surpresas", ele diz.
Em seu último álbum há uma canção chamada "Back in Brazil". Foi inspirada por bossa nova ou algo assim?
Sim. Eu estava fazendo minha última turnê pelo Brasil [outubro de 2017] e aconteceu de ter um dia de folga em São Paulo. Estava no hotel de tarde, nada para fazer, e tinha um piano no quarto. Comecei a tocar num estilo brasileiro e a criar a história de uma garota. Foi realmente inspirada nos ritmos brasileiros.
E você ouve música brasileira em casa?
Ouço ocasionalmente no rádio. Tenho ouvido por muitos anos. Não posso lhe dar detalhes como nomes de artistas, mas, ao longo do tempo, escutei alguns CDs e adoro a música brasileira. É bem especial.
Você escuta CDs? E vinis e streaming?
Todos eles. Às vezes compro música pelo meu telefone. Ah, lembrei, tem um cara que tenho um CD. É Ivan Lins.
Seu último lançamento, no início deste ano, é o single "Get Enough", que parece ter elementos de seu trabalho dos anos 1980. Me lembrou "Temporary Secretary", que usa vozes de robô, no disco "McCartney II". Foi proposital?
Sim, devo dizer que não pensei nisso, mas entendo o que quer dizer. É tipo um som moderno, nas vozes. Eu gosto de experimentar e talvez seja que isso que chamou a sua atenção.
O que podemos esperar de seu próximo show aqui?
Temos várias músicas novas. Trocamos algumas e teremos surpresas para o público. Mas também vamos manter as grandes favoritas. Basicamente nós revigoramos o show. É por isso que a turnê chama "Freshen Up" [revigore-se].
E vão tocar "Back in Brazil", obviamente?
Bem, temos de aprendê-la antes. Vamos começar a ensaiar logo e ela está na lista. Depende de quão rápido eu e a banda aprenderemos a tocá-la ao vivo.
Qual é o seu Beatle favorito?
Haha. Todos eles. São todos meus favoritos, eu amo todos eles. Eu incluído [risos].
E qual é sua musica favorita escrita por John Lennon?
Oh, há tantas. Mas eu amo uma canção que ele escreveu para seu filho Julian, ou melhor, para o Sean. Chama "Beautiful Boy".
E de George Harrison?
De novo, é difícil escolher. Acho que poderia dizer "Something", poderia dizer "Here Comes the Sun", poderia dizer "While My Guitar Gently Weeps". Difícil escolher a favorita.
E a sua?
Entre as minhas é ainda mais difícil escolher. Tenho as grandes favoritas. Eu gosto de "Here, There and Everywhere". Das mais recentes, gosto de "Calico Skies" [1997]. Gosto de "Let It Be" e de "Yesterday".
Há um novo filme, de Danny Boyle, chamado "Yesterday" [estreia no segundo semestre], na qual uma pessoa acorda de um acidente e os Beatles nunca existiram. Mas ele se lembra de todas as canções e se torna um astro mundial. Você ajudou de alguma forma nessa produção?
Não ajudei. O roteiro foi escrito por um amigo meu, Richard Curtis, e ele me contou a ideia há um tempo. Eu pensei: "Não tenho certeza se isso vai funcionar". Disse para ele que a ideia parecia muito maluca. Mas vi o trailer esses dias e pareceu bom. Você viu o trailer?
Sim, pareceu bem divertido. E como seria um mundo sem Beatles, na vida real?
Seria um lugar muito triste.
Você diria que, sem os Beatles, a revolução cultural nos anos 1960 teria sido diferente?
Seria. Acho que sim, mas seria muito diferente porque os Beatles puseram muita gente para pensar nas questões da época, e muita gente que seguiu os Beatles se tornou parte daquela revolução. Mas sem os Beatles ainda teria acontecido, porque a época era a certa para algo acontecer.
Que livro mudou a sua vida?
Eu não sei. Eu gosto de Charles Dickens, e adoro seu livro "Nicholas Nickleby". Não diria que mudou minha vida, mas gosto. E também gosto da ficção científica escrita por Isaac Asimov "Fundação". Esses foram livros bem marcantes para mim.
Você continua vegetariano? Está otimista com a questão do meio ambiente?
Sim, continuo vegetariano, e sim, acho que é preciso estar otimista, mas há coisas que me deixam triste. Tanta gente no mundo quer salvar o planeta, tanta gente sensível, e muita gente jovem, porque é o futuro deles. Então, sim, eu quero salvar o planeta e essa é uma das coisas boas de ser vegetariano, isso ajuda a ecologia. Mas tem gente como Donald Trump, acho loucura o jeito que ele pensa. Acho que os cientistas estão corretos ao dizer que temos de fazer algo e eu tenho esperança que mais pessoas passem a pensar nisso. Em geral, sou otimista porque acho que tem muita gente inteligente no mundo e bem poucos idiotas, e eu acho que os inteligentes vão triunfar sobre os idiotas.
Alguns políticos no poder hoje no Brasil dizem que questões como aquecimento global não passam de invenções de comunistas para subjugar o capitalismo.
Exatamente. Muitos políticos têm dito que não é real, não é um problema. Mas os cientistas entendem mais disso do que políticos. Os políticos fazem isso por razões econômicas. Dizem que é OK fazer isso, OK fazer aquilo porque se eles tomarem decisões sensíveis pode ser mais difícil que eles se elejam. Então, dão apenas as respostas mais simples, mais fáceis, e infelizmente às vezes essas respostas são as erradas. Mas eu acho que as pessoas veem através disso e espero que até os políticos percebam que têm filhos e netos e, por isso, precisam cuidar do futuro deles.
Acha que o rock morreu?
Eu diria que ele está dormindo. Há muita coisa boa na música atual, assim como na antiga. Eu simplesmente gosto de boa música.
Você tem algum artista na sua playlist que mantém em segredo?
Haha, não, não tenho vergonha do que ouço. Não tenho prazeres proibidos escondidos.
O que você anda ouvindo?
Tenho uma jukebox cheia de velho rock’n'roll. Ali ouço Elvis, Little Richard, Chuck Berry e grandes cantores do passado. E ouço muito rádio, o que está tocando, como Rihanna, Foo Fighters e Beck. E também rap, gosto de Kendrick Lamar.
E Bob Dylan?
Sim. Ouço Dylan regularmente. Fui ver um show dele recentemente, em Nova York, com minha mulher. Ele é grande, é clássico.
Quando você faz um novo disco, está compondo para sua geração ou pensa nos jovens de hoje?
Eu não penso nisso. Eu só penso em fazer música para mim. Depois que me algo me satisfaz, penso se meus fãs vão gostar. Basicamente, é levar prazer a pessoas.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

PETER TORK (MONKEES) MORRE AOS 77 ANOS

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Essa me pegou de surpresa e imagino que vai pegar muitos fãs dos Monkees também. O baixista e tecladista do The Monkees, Peter Tork, morreu ontem, dia 21, aos 77 anos. A página oficial do músico no Facebook confirmou a notícia: "É com coração partido e pesado que compartilhamos a triste notícia de que nosso querido amigo, mentor, professor e uma incrível alma, Peter Tork, deixou este mundo". A confirmação não divulgou a causa da morte de Tork, mas o músico sofria de uma forma de câncer na língua, diagnosticado em 2009.
Tork começou tocando baixo com os Monkees (que já apareceram aqui dezenas de vezes!) mas alternava entre guitarras e teclados além de cantar. A banda americana dos anos 60 foi formada para um programa de TV aproveitando a onda de sucesso dos Beatles. O grupo vendeu mais de 75 milhões de discos ao redor do mundo e colecionou hits como "I'm a Believer", "Last Train To Clarksville" e outros tantos. Tork lançou um álbum solo em 1994, intitulado "Stranger Things Have Happened".

Em 29 de fevereiro de 2012, David Jones tornou-se o primeiro Monkee a morrer, vítima de um ataque cardíaco fulminante. Os membros sobreviventes da banda reagiram à morte de seu companheiro: • Em seu site oficial Micky Dolenz escreveu: "Eu estou em estado de choque; Davy e eu crescemos juntos e compartilhamos um sucesso único que se tornou o fenômeno The Monkees. O tempo em que trabalhamos e estivemos juntos é algo que nunca esquecerei. Ele era o irmão que nunca tive e isto deixa um gigantesco buraco em meu coração. As memórias ficam e irão durar a vida inteira. Minhas condolências à toda sua família". • Peter Tork disse: "É com grande tristeza que reflito sobre a súbita partida de meu amigo de longa data e companheiro de aventuras, David Jones. Sentiremos falta de seu talento e seus dons estarão sempre conosco. Adios ao cowboy de Manchester". • Michael Nesmith disse: "Eu sentirei falta dele, mas não vou abandoná-lo à mortalidade. (...) O espírito e a alma de Davy vivem em meu coração entre todas as pessoas amorosas (...). Tenho boas memórias. Desejo a ele viagens seguras".Resultado de imagem para the monkees together
Ontem, Peter Tork tornou-se o segundo Monkee a morrer, vítima de causas não reveladas. Os remanescentes e amigos reagiram a morte: • Em seu site oficial Micky Dolenz escreveu: "Não há palavras agora ... coração partido pela perda do meu irmão Monkee, Peter Tork"Brian Wilson disse: "Os Monkees eram ótimos e a morte de Peter será sentida". • Michael Nesmith disse: "Peter Tork morreu esta manhã. Me disseram que ele escapou pacificamente. No entanto, enquanto escrevo, minhas lágrimas estão inundadas e meu coração está partido. Embora eu esteja apegado à idéia de que todos nós continuamos, a dor que acompanha essas passagens não tem cura. Vai ser um dia difícil".

THE CLAYPOOL LENNON DELIRIUM - AMETHYST REALM

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Esse negócio (projeto colaborativo) chamado The Claypool Lennon Delirium já tinha aparecido aqui uma vez em 24 de janeiro de 2016 quando lançaram o primeiro disco. O duo é formado pelos artistas vanguardistas Les Claypool (56) e Sean Ono (44, filho de Yoko Ono e John Lennon).
Em 2016, o Claypool Lennon Delirium lançou o disco de estreia “Monolith of Phobos”. Ano passado, Sean Ono divulgou a faixa “Bird Song”, com Willow Smith e Carrie Fisher, a eterna Princesa Leia.
O novo disco, chamado “South of Reality”, deve ser lançado hoje, 22 de fevereiro.

22/02 - THE BEATLES - A GLORIOSA VOLTA PARA CASA

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No dia 22 de fevereiro de 1964, terminou a vitoriosa primeira visita dos Beatles aos EUA. Após as mini-‘férias’ em Miami, os Beatles voltam para à Inglaterra. Desembarcaram às 8h10 no Heathrow Airport onde 3.620 fãs enlouquecidas os aguardavam em meio a uma tumultuada recepção de boas-vindas. Eles haviam voado de Miami para Nova York, e de lá de volta para Londres. O voo chegou meia hora depois do previsto. Como de costume, concederam uma entrevista coletiva no salão Kingsford-Smith no aeroporto, que, posteriormente, foi exibida pela BBC TV no programa Grandstand. Informações sobre o retorno da banda também foram transmitidas nos noticiários das rádios e outros programas. Uma série de outras organizações de mídia também cobriram a volta dos Beatles, incluindo Brian Matthew, cujo programa de rádio da BBC Saturday Club transmitiu uma entrevista - realizada via telefone do aeroporto - naquele dia no Light Program. A Pathé News filmou o retorno dos Beatles e criou um documentário especial, chamado Beatles Welcome Home, que a gente confere aí embaixo, narrado por Bob Danvers-Walker e mais tarde exibido nos cinemas. À noite, Paul McCartney foi conduzido a Canterbury, onde viu Jane Asher atuar na peça de de Christopher Marlowe “The Jewish Of Malta”.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

YESTERDAY - E SE OS BEATLES NÃO TIVESSEM EXISTIDO?

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Realizado por Danny Boyle e escrito por Jack Barth e Richard Curtis, "Yesterday" dá lugar a Himesh Patel e a Lily James para responderem à pergunta: "E se os Beatles nunca tivessem existido?". O filme chega aos cinemas em 28 de junho. Numa pequena cidade no litoral de Inglaterra, Jack Malik (Himesh Patel) vê-se desistindo dos seus sonhos de fama, apesar do apoio da sua melhor amiga de infância, Ellie (Lily James de Mamma Mia! Here We Go Again). Mas tudo muda depois de um acidente de carro durante um misterioso apagão que percorreu o mundo inteiro. Jack, acorda num mundo em que afinal os Beatles nunca existiram. Ele é a única pessoa que se lembra das músicas da mais famosa banda de todos os tempos e rapidamente passa de cantor frustrado a estrela mundial. O segredo? As canções de John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr"Yesterday" é o novo filme de Danny Boyle, o realizador britânico, vencedor de um Óscar, um BAFTA e um Globo de Ouro com o filme "Quem Quer Ser Bilionário?" e outros sucessos como "Trainspotting" e "127 horas".

A MORTE DO PRESIDENTE KENNEDY CHOCA O MUNDO!

Um comentário:
John Fitzgerald Kennedy foi o 35º presidente dos Estados Unidos, tendo governado os americanos de 1961 a 1963. Seu governo ocorreu em plena Guerra Fria e foi marcado pela construção do Muro de Berlim, a Crise dos Mísseis, a Corrida Espacial, a Guerra do Vietnã e o Movimento dos Direitos Civis Americanos. O presidente John Kennedy foi assassinado durante uma visita política à Dallas, no Texas, para iniciar sua campanha à reeleição. Kennedy foi alvejado enquanto desfilava com sua esposa, Jacqueline Kennedy pelas ruas da cidade em carro aberto, por dois disparos na cabeça às 12:30 do dia 22 de novembro de 1963. Foi declarado morto meia hora depois.
O assassinato do Presidente Kennedy  (até hoje, 56 anos depois, ainda sem conclusões definitivas) teve como principal suspeito, Lee Harvey Oswald, ex-fuzileiro naval americano que desertou para a União Soviética e mais tarde retornou a seu país. Oswald já tinha sido preso sob suspeita de ter matado o oficial de polícia J. D. Tippit.
Dois dias depois do assassinato de Kennedy, no dia 24 de novembro de 1963, Oswald foi baleado e morto por Jack Ruby, enquanto era transferido sob custódia policial da cadeia municipal para a cadeia estadual.
O corpo de Kennedy foi transferido para Washington, D.C., para a Casa Branca, onde permaneceu até o domingo seguinte. Neste dia, 24 de novembro, o caixão foi levado em uma carruagem puxada por cavalos da Casa Branca ao Capitólio e foi velado em público. Na segunda-feira, 25 de novembro, foi realizado o funeral de Estado, com a participação de mais de 90 representantes de vários países. Um dia após o assassinato, o novo Presidente Johnson declarou segunda-feira como um dia nacional de luto. Na parte da manhã houve uma missa na Catedral de St. Matthew, em Washington, e depois o corpo foi enterrado no Cemitério Nacional de Arlington com todas as honras.
Em 29 de novembro, o novo Presidente, Lyndon B. Johnson, criou a Comissão Warren que foi presidida pelo Chefe de Justiça Earl Warren para investigar o assassinato. Após dez meses de investigações conduzidas pela “Comissão de Investigação sobre o Assassinato do Presidente Kennedy”, concluiu-se que Oswald e Ruby agiram sozinhos. Lee Oswald provavelmente deve ter assassinado Kennedy por motivos pessoais. De qualquer maneira, em 1976, foi estabelecida a "Comissão Americana da Câmara dos Representantes para Investigar as Mortes de Kennedy e de Martin Luther King Jr". Mais uma vez, concluiu-se que a ação de Lee Oswald foi solitária e que o termo “conspiração” era inadequado para classificar a atitude do assassino. Da mesma forma, nenhum governo estrangeiro ou agência de inteligência americana estariam envolvidos no crime.
Jack Ruby, o assassino de Oswald, morreu em Dallas em 1967, de câncer no pulmão com 56 anos. Ruby chegou a ser condenado à morte em seu primeiro julgamento, em 1964. Tendo recorrido da sentença, aguardava nova decisão quando morreu. As razões de Ruby para o assassinato não ficaram claras. Teorias conspiratórias o ligam à máfia e a grupos ligados ao assassinato do presidente John Kennedy. Após sua prisão, Ruby chegou a declarar que agira sozinho, com o propósito de vingar a morte de Kennedy e evitar que sua esposa fosse obrigada a testemunhar no julgamento de Oswald. A suspeita é que Ruby matou Oswald e o fez com que parecesse patriota de sua parte, quando na verdade teria sido queima de arquivo.
A televisão foi a principal fonte através da qual o mundo inteiro acompanhou os acontecimentos que rodearam o assassinato do Presidente Kennedy. As três principais redes de televisão suspenderam seus programas habituais e noticiário continuamente a partir de 22 de novembro até 25 de novembro e passaram a cobrir somente o assunto. O funeral de Kennedy e o assassinato de Lee Harvey Oswald foram transmitidos ao vivo para todo o país e para outras nações do mundo. O assassinato do presidente Kennedy e os mistérios não resolvidos que o envolveram, acabaram afetando a confiança das pessoas na política americana. Esta morte com o posterior assassinato de seu irmão, o senador e ex-Procurador Geral Robert F. Kennedy e o reverendo Martin Luther King Jr., formaram um trio que desilusionaram a população em termos de mudanças políticas e sociais. Muitos dos discursos de Kennedy (especialmente seu discurso de posse – “Não pergunte o que seu país pode fazer por você, pergunte-se o que você pode fazer por seu país”) são considerados ícones. Apesar de seu período relativamente curto no gabinete e embora sem grandes mudanças introduzidas na legislação, os americanos tendem a votar em Kennedy como um dos melhores presidentes do país, colocando-o no mesmo nível de Abraham Lincoln, George Washington e Franklin D. Roosevelt.

OS BEATLES, KENNEDY, OS ESTADOS UNIDOS E A TELEVISÃO

Um comentário:

Depois da tragédia da morte do Presidente Kennedy que abalou os Estados Unidos (e o mundo) em 22 de novembro de 1963, a América ainda vivia dias de luto quando começou a se preparar para um verdadeiro Tsunami que vinha do outro lado do Atlântico. Aqui, a gente confere um pedacinho do livrão “Os Beatles, a Grã-Bretanha e os Estados Unidos” do pesquisador e jornalista Jonathan Gould. Valeu!
A mais nova e brilhante jóia na coroa do império das comunicações dos Estados Unidos era a televisão, que, nos vinte anos desde a Segunda Guerra Mundial, crescera de novidade tecnológica a mídia de entretenimento mais popular do país. Em 1963, as três redes comerciais tinham, em sua gran­de maioria, abandonado o formato de comédia, variedades e dramas ao vivo que haviam caracterizado a breve “era dourada” da transmissão televisiva em favor de um rígido regime semanal de programas gravados. Como retratado na televisão, o dia americano era dedicado à intriga romântica das novelas e ao consumismo desenfreado dos game shows. A noite americana, por sua vez, se dividia entre comédias dramáticas ambientadas em subúrbios afluentes e dramas moralistas violentos, que consistiam principalmente em séries poli­ciais e em faroestes, inseridas em qualquer contexto moderno ou histórico concebível, menos em subúrbios afluentes. O quadro era completado por co­berturas ao vivo de esportes, programas de variedades em horário nobre e tarde da noite e programação diurna voltada a crianças e adolescentes. Mas a produção padrão, juntamente com os comerciais que tornavam a coisa toda possível, eram novelas, game shows, sitcons policiais e faroestes. “O sonho da violência e o fato da segurança. O sonho do fracasso e a certeza do sucesso - aqui está o centro de nossa nova comédia”, escreveu o crítico Leslie Fiedler.
Enquanto o público americano convivia todas as noites com heróis e vilões da Velha Fronteira, o país era conduzido por um presidente com pre­disposição à telegenia, cuja campanha se baseara na promessa de uma Nova Fronteira. John F. Kennedy foi o primeiro presidente americano nascido no século XX, o primeiro a crescer em meio ao cinema, ao rádio e à idealização cintilante dos anúncios de revistas - o primeiro presidente americano a ter a sensibilidade moldada no caldeirão da cultura de massa moderna. No jovem político que emergiu desse panorama, antigas afinidades entre o homem po­lítico e o teatral foram combinadas com efeito impressionante.
Foi a boa fortuna de Kennedy crescer na era dos filmes e do rádio e, en­tão, concorrer à presidência no momento preciso em que a televisão, ao com­binar o espetáculo de uma mídia com a intimidade da outra, emergia como o novo estágio da vida pública nos Estados Unidos. Equilibrado e nunca ex­travagante, Kennedy personificava o celebrado aspecto cool da mídia televi­siva; como “frequentador” dela, projetava o ar de um homem que cuidava de seus interesses (de importância vital) sem atuar para as câmeras ou ignorar sua presença. Na atmosfera de crise dos primeiros dois anos de mandato, ele transformou o pronunciamento presidencial na televisão em uma tour de force teatral e a entrevista coletiva presidencial televisada em um veícu­lo para sua personalidade. Na televisão, como presidente, Kennedy exibia inteligência ágil e sagacidade provocativa, irônica e habilmente calculadas. Com um profundo fascínio por seu próprio reflexo na mídia, a sinceridade e a confiança aparentes na habilidade em controlar o aparato da publicida­de desarmavam e cativavam a imprensa. Como resultado, o presidente, sua bela esposa, os filhos pequenos, seus irmãos e irmãs e toda a sua família se tornaram a grande matéria de capa do início dos anos 1960 em revistas de circulação em massa, como Life, Look e The Saturday Evening Post.
Para os adolescentes americanos, os Beatles apareceram pela primeira vez como figuras obscuras, periféricas às atenções voltadas a esse drama nacional. Alguns teriam visto os artigos breves sobre a apresentação da banda no Royal Variety Show que saíram na Time e na Newsweek em meados de novembro, uma semana antes da morte de Kennedy. Outros, na área metropolitana de Nova York, teriam visto a matéria na The New York Times Magazine uma semana depois do assassinato - até mesmo se a atenção tivesse sido chamada por pais distraídos (“olha só quanto cabelol”) — ou lido as reportagens curtas em Vogue, Life e The New Yorker que apareceram durante o mês de dezembro. No entanto, a maioria dos adolescentes ameri­canos não teria visto nada disso. A primeira percepção dos Beatles viria na semana de férias entre o Natal e o Ano-Novo, quando estações de rádio do país todo começaram a tocar “I Want to Hold Your Hand”. Depois do dia1º de janeiro, enquanto os estudantes retornavam do feriado natalino, o som da música no rádio era acompanhado pela chegada do disco às lojas, e a no­vidade dos Beatles começou a se espalhar pelas escolas dos Estados Unidos.
Ao mesmo tempo, enquanto a imprensa americana se ocupava em recapitular os eventos de 1963 com uma série de tributos elegíacos a John F. Kennedy, a transmissão de Jack Paar dos Beatles tocando “She Loves You” deu a inúmeros jovens o primeiro lampejo, até então, não ape­nas da banda se apresentando, mas também das fãs frenéticas e estridentes. Isso foi seguido, em meados do mesmo mês, pelo lançamento às pressas pela Capitol do LP Meet The Beatles. Daí até a chegada do quarteto em feverei­ro, o álbum serviria de ponto focal da beatlemania nos EUA. Ao comprá-lo, como fizeram mais de meio milhão de pessoas na primeira semana depois do lançamento, os fãs se sentiam afirmando sua participação no fenômeno da beatlemania. Na capa, a fotografia sombria de Robert Freeman estava em sintonia providencial com o clima contemporâneo no país (“rir em público, se puder, em vez de se preocupar ou chorar sozinho, é o que está na moda”, aconselhou de maneira infeliz a revista Seventeen às leitoras na edição de janeiro). Muita coisa podia ser interpretada a partir da meia-luz obscura da capa do álbum: tons de empatia, sensibilidade e, acima de tudo, uma sensa­ção algo estranha de mistério. As notas que a Capitol Records acrescentou à contracapa descreviam os Beatles como “a maior e mais quente sensação da história do showbiz inglês”. Músicos que desfrutassem desse tipo de sucesso deveriam estar, na verdade, sorrindo. Mas foi a foto da capa que ca­tivou os jovens, com a implicação de que havia um outro lado nessa música e no sucesso que viera com ela. Quem eram eles? De onde vinham? E por que chegavam a nós agora?

A MARILYN TEM UM RECADINHO PARA VOCÊ!

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Nunca, em toda a história desse blog, a audiência foi tão grande como agora e nunca a participação dos amigos foi tão pouca - um paradoxo. Pois é, negada. Sempre que posso (tentando não encher ainda mais o saco de ninguém), estou avisando para quem gosta do Baú do Edu como eu, não deixar de fazer seus comentários com críticas, sugestões ou qualquer coisa, sei lá - porque senão, corre o risco de um belo dia entrar, entrar, entrar e o nosso blog preferido não estar mais atualizado de jeito nenhum, ou ainda pior, nem estar mais online. Para mim, ficar quase uma semana sem o Baú, já é uma tortura sem igual. Imagino que para alguns de vocês também. Então vamo lá negada! Participem, antes que todo esse tesouro se perca para sempre!

BED PEACE - STARRING JOHN LENNON & YOKO ONO

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Há quase 50 anos, John Lennon e Yoko Ono, literalmente, fizeram a fama ao deitar na cama. Os dois casaram-se em 20 de março de 1969, e aproveitando o grande interesse da imprensa decidiram usar a publicidade para promover a paz mundial. Passaram a lua de mel no quarto 702 no Hotel Hilton de Amsterdã por uma semana entre dia 25 e 31 de março, convidando a imprensa mundial para entrar no quarto entre as 9 horas da manhã e 9 da noite. Depois do lançamento do álbum Two Virgins, onde ambos apareceram nus na capa, a imprensa esperava que eles fossem fazer sexo publicamente, mas ao invés disto eles ficaram sentados na cama falando sobre paz. Depois de sete dias, eles viajaram para Viena, Áustria, onde fizeram a uma conferência para a imprensa chamada de Bagism, comendo bolo de chocolate enquanto estavam dentro de um saco branco. O casamento, o primeiro Bed-in e a conferência em Viena foram mencionados na música "The Ballad of John and Yoko", lançada como single pelos Beatles. O segundo Bed-in tinha sido planejado para acontecer em Nova Iorque, mas John Lennon foi proibido de entrar no país por ter-se declarado a favor do uso de maconha em 1968. Eles viajaram então para as Bahamas no dia 24 de maio de 1969, hospedando-se no Hotel Sheraton Oceanus, mas após uma noite quente de 30 °C (ou 86 °F), eles decidiram mudar o segundo Bed-in para Toronto, Canadá. Finalmente, viajaram para Montreal no dia 26 de maio, onde se hospedaram no quarto 1742 do Hotel Queen Elizabeth. Ao longo de uma semana, o casal recebeu o guru do LSD, Timothy Leary, a cantora britânica Petula Clark, o comediante Tommy Smothers, Dick Gregory (ativista pela causa negra), Jacques Larue-Langlois (defensor da separação de Quebec do Canadá) e devotos do templo Hare Krishna. Parte desse time se juntou em coro para gravar o hino "Give Peace a Chance", em 1° de junho. A faixa alcançou a 14ª posição da Billboard. Por lá também apareceu o cartunista Al Capp um mala, diga-se, visto como liberal e com uma indicação ao prêmio Nobel de Literatura por John Steinbeck (autor de As Vinhas da Ira) - mas que, nos anos 1960, deu uma guinada à direita e provocou a ira de vários ativistas anti-guerra, como a cantora Joan Baez, então parceira de Bob Dylan. Na visita, Al Capp chega, despeja inúmeros insultos contra o casal e pede que Lennon dê explicações a respeito da letra de "The Ballad of John and Yoko", principalmente os versos sobre crucificação (em português: "Cristo, você sabe que não é fácil / Você sabe o quanto pode ser difícil / Do jeito em que as coisas vão / Eles vão me crucificarão"). Em dezembro de 1969, eles espalharam mensagens em out-doors dizendo "War is Over! If You Want It - Happy Christmas From John and Yoko" ("A guerra acaba se você quiser, feliz Natal de John e Yoko") por onze cidades. No dia 23 de dezembro de 1969, o primeiro-ministro canadense Pierre Trudeau foi o primeiro líder mundial a receber uma visita do casal. Eles falaram por cerca de 50 minutos sobre a paz mundial. A campanha pela paz de John Lennon e Yoko Ono não foi bem recebida por muitos jornalistas, que os acusaram de procurar publicidade e dinheiro. Lennon respondeu que poderia escrever uma música em uma hora e fazer mais dinheiro do que gastando sete dias falando sobre paz em uma cama de hotel.
Em agosto de 2011, como forma de incentivar os pacifistas ao redor do mundo, Yoko Ono disponibilizou o documentário "Bed Peace" para exibição gratuita no YouTube. O longa mostra a lua de mel de Yoko Ono e John Lennon - que foi transformada no chamado "Bed-In", protesto pacífico da dupla: em plena Guerra do Vietnã, os dois decidiram ficar duas semanas na cama, uma delas em um hotel em Amsterdã, em março de 1969, durante a lua de mel; e posteriormente, em Montreal. Em comunicado divulgado junto ao documentário, Yoko Ono se pronunciou brevemente sobre sua proposta ao exibir Bed Peace na íntegra, já que ele só foi lançado em VHS. "Em 1969, John e eu fomos muito ingênuos ao achar que fazer o Bed-In ajudaria a mudar o mundo. Bem, pode ter ajudado. Mas na época, não sabíamos. Mas foi bom que filmamos tudo. O filme é poderoso agora. O que dissemos naquela época poderia ter sido dito agora. Na verdade, há coisas que dissemos no filme que podem dar coragem e inspiração aos ativistas de hoje. Boa sorte a todos nós. Vamos lembrar que a GUERRA ACABA se nós quisermos. Depende de nós, e de ninguém mais. John iria querer ter dito isso". Em princípio, "Bed Peace" ficaria no ar por apenas 48 horas, mas devido ao grande número de pedidos dos fãs, o filme continua disponível até hoje. Assista abaixo ao documentário, completo, em inglês e sem legendas em português.

THE BEATLES - A BALADA DE JOHN & YOKO ONO

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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

18/02/1964 - OS BEATLES ENFRENTAM CASSIUS CLAY

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No início de fevereiro de 1964, os Beatles chegaram aos Estados Unidos pela primeira vez para realizar uma série de shows no país. Permaneceram nos EUA por duas semanas e causaram furor por onde passaram. No dia 9 de fevereiro, se apresentaram ao vivo no programa de auditório apresentado por Ed Sullivan. O programa foi assistido por um público de 73 milhões de espectadores, número recorde para a época. No dia 16, foi a segunda apresentação no programa. Os Beatles estavam em Miami. Agora todos queriam ver os Beatles, como se eles tivessem algum fetiche mágico, como se pudessem resolver tudo – o que de certa forma, realmente podiam. A plateia de Sullivan estava repleta de celebridades ansiosas para colocar os olhos nos Beatles, entre elas as lendas do boxe Sonny Liston – que disputaria com Cassius Clay o título dos pesos pesados no fim de semana seguinte – e Joe Luis. Devido a essas presenças, Paul sentiu-se compelido a prever que Clay venceria a luta, o que gerou um convite do relações-públicas Harru Conrad para que conhecessem o jovem boxeador durante um treino no Fifth Strret Gym.
Os Beatles nunca foram fãs de boxe. Eles não demonstraram nenhum interesse enquanto estavam em Liverpool, mesmo quando o pai de Pete Best promovia grandes eventos da luta no ginásio local. Mas naquele momento eles desviaram uma parcela de seu precioso tempo para encenar o encontro com Cassius Clay. Porque, de repente, isso se tornou prioridade? De acordo com George, “foi uma grande jogada de publicidade. Fazia parte da condição de Beatle, na verdade, ser arrastado e jogado em salas cheias de jornalistas tirando fotos e fazendo perguntas”. Não era nenhum segredo que Clay havia transformado o mundo do boxe com sua personalidade exuberante. Incorrigível tagarela “que podia falar à razão de 300 palavras por minuto”, ele posava constantemente para as câmeras, contando vantagens comicamente e cuspindo versinhos bobos. Ninguém tinha visto ainda uma verdadeira demonstração de seu potencial no ringue, mas ele já havia impressionado a maioria dos críticos como artista de primeira linha. Sendo assim, parecia apropriado que os maiores artistas do momento se desviassem para as órbitas uns dos outros.
Ainda assim, basta dizer que o lúgubre ginásio esfumaçado onde ele treinava foi dominado pela invasão de quatro rapazes de cabelo estranho vestindo calças justíssimas e jaquetas brancas de manga curta. “Dê só uma olhada nesses Beatles! Eles parecem meninas”, grunhiu um brutamontes que fumava um charuto ao lado do ringue. Os Beatles por sua vez, não estavam nada bem-dispostos; tinham ficado chateados pela imposição da visita e se sentido incomodados por ter esperado quinze minutos por Clay. “Onde diabo está o Clay”, Ringo perguntou para ninguém em particular, claramente irritado pelo atraso. Em seguida foi a vez de John resmungar contra a atitude da diva. “Vamos cair fora daqui”, ele disse aos outros. Mas dois guarda-estaduais da Flórida bloquearam a porta até que o anfitrião chegasse.
Se os rapazes tinham planos de escapulir, eles evaporaram no instante em que Cassius Clay – o Desbocado de Louisville – entrou pela porta. “E aí, Beatles?” ele rugiu, desarmando-os com seu charme. “Precisamos fazer algum show juntos na estrada! Íamos ficar ricos”. Ele tinha uma personalidade incrível, um espírito cativante, era marcado para a grandeza e ficou inalterado pela celebridade. Os Beatles gostaram dele imediatamente, e não hesitaram em entrar em cena no extravagante “show” que ele encerrava com elegância. Ele “insistia em se divertir enquanto treinava”. Clay os incitou a subir no ringue e gritou: “Caiam, seus vermes!” – e os rapazes cairam de costas. Então John o instruiu a estender o braço por cima deles “com a mão enluvada, em pose de vitória”, e foi obedientemente atendido por Clay. Ninguém precisava de muito treino. Todos eram, Beatles e boxeador, showmen consumados; eles sabiam seus papéis, aproveitaram todas as deixas. Para fechar o encontro com chave de ouro, Clay agarrou Ringo, suspendeu-o sobre a cabeça e o girou como um cata-vento – do jeito que Popeye se livrava dos inimigos.Resultado de imagem para BEATLES X CASSIUS CLAY
Os espectadores e puxa-sacos gritavam, virando os punhos para baixo, condenando a pobre vítima; o treinador Drew “Bundini” Brown, implorou comicamente pela vida do baterista; então Clay deu uma passo à frente e disparou algumas frases de grande profundidade:
Isso não era exatamente Byroniano, mas agradou muito aos autores de “Love, love me do / you know i love you”. Para os Beatles, que estavam rapidamente se tornando ícones culturais, Clay, com seus 22 anos, era como uma alma gêmea: “Ele tem todo aquele espetáculo maluco sob controle”, eles teriam dito a Brian. Espontâneo e elegante, Clay era genial em seus próprios termos, sem todo aquele “papo-furado”. Eles deixaram o ginásio pouco tempo depois “com grande relutância”. “Clay os impressionou”, lembrava o fotógrafo Harry Benson. Mas o que os cativou e tocou não foi o seu carisma; foi o seu poder. Clay era boa-pinta, mas também socava como uma marreta. Os Beatles sabiam que, se as coisas fossem como Brian queria, a beleza e a fofura seriam tudo o que importava. Ainda assim, a imagem que eles cultivavam, embora os incomodasse, continuava a ser útil e, naquele momento, lhes proporcionava um certo privilégio.
Depois da sessão de fotos de Clay com os Beatles, Sonny Liston declarou que não gostava dos rapazes de Liverpool. Se deu mal. Na noite de 25 de fevereiro de 1964 - na Flórida – Cassius Clay arrasou Sonny Liston (que, curiosamente aparece na capa de Sgt. Pepper's) por nocaute depois do 6º round tornando-se campeão mundial dos pesos-pesados.