Graças a Dhani Harrison, filho de George Harrison, você agora poderá conhecer de perto todas as guitarras usadas por George nas músicas dos Beatles,e tudo isso em seu iPhone. Isso acontecerá graças ao aplicativo “Coleção de Guitarras: George Harrison”, que lhe dará uma recriação digital de todo o equipamento do guitarrista, assim como informações e outras coisas. Com o aplicativo, o fã do músico inglês, poderá manipular todas as guitarras em 360 graus, enquanto o próprio Harrison narra histórias relacionadas à guitarra. O aplicativo também lista as músicas em que as guitarras foram utilizadas. Acesse o site oficial do Beatle, baixe o app e seja feliz! http://www.georgeharrison.com/
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
domingo, 26 de fevereiro de 2012
REMEMBER: I'LL ALWAYS BE TRUE!
Antes de qualquer coisa, queria pedir desculpas a todos pela minha ausência logo ontém - que era niver do nosso HARE preferido - nosso querido George Harrison - e hoje, também. Passou um tsunami aqui na nossa casinha e acabei ficando ontem e hoje, sem computador. Tinha esquecido que justamente ontém, viriam uns bombeiros aqui consertar um vazamento... acabaram com a casinha. Hoje, o dia foi quase inteiro de limpeza, de forma que não consegui fazer as homenagens ao meu ídolo da forma que desejava e nem publicar as homenagens que as pessoas mandaram com tanto carinho. O que me conforta, é achar que ele sabe que estava com meu pensamento focado nele. Sorry, everybody! Depois de mais essa, nosso blog preferido vai tirar umas fériaszinhas. Prometo que não vai demorar tanto como no ano passado,e que não vou tão longe. Mas, que vou ver o mar e as estrelas, eu vou. With the Beatles, claro. Valeu, pessoal! Abração! I'LL BE BACK AGAIN!
BOB DYLAN E GEORGE HARRISON - STUDIO SESSIONS 1970
Num tempo em que gigantes caminhavam sobre a terra, Bob Dylan, ainda não era uma caricatura de si mesmo e de sua voz anasalada. Dylan e George Harrison são sempre lembrados por trabalharem juntos nos Traveling Wilburys no final dos anos 1980, e, claro, pela participação de Bob Dylan como convidado de George no Concerto por Bangladesh, de 1971. Esta sessão, provavelmente ocorreu em maio de 1970, quando ambos os artistas estavam ocupados trabalhando em projetos solo. Bob Dylan lançou dois álbuns em 1970, 'Self Portrait' e 'New Morning', este último tendo melhor reconhecimento pelos críticos. George Harrison estava, naturalmente, trabalhando em "All Things Must Pass" seu lendário álbum triplo. Bob Dylan co-escreveu 'I'd Have You Anytime' com George, que apareceu como a faixa de abertura do “All Things Must Pass", que trazia também uma cover de Dylan, "If Not For You". Estas gravações podem muito bem ter sido parte dessas sessões em que todos estavam bem confortáveis, e se divertindo. Muitos dizem que apenas metade desse material é realmente fruto da colaboração dos dois em 1970. As outras faixas seriam de uma sessão diferente em Nashville em 3 de maio de 1969. Há quem diga ainda que George nem sequer tenha de fato, participado dessas gravações. Seja como for, cada um tire suas conclusões. O fato é que o disquinho é absolutamente bom e ouvir clássicos como ‘Yesterday’ ou ‘Matchbox’ na voz de Dylan, já torna o bichinho impagável! “Happy Birthday, Mr. George”. “Thank you, Mr. Bob Dylan!”.
01 - Ghost Riders In The Sky
02 - Cupid
03 - All I Have To Do Is Dream
04 - Gates Of Eden
05 - I Threw It All Away - sorry - missing from this copy)
06 - I Don't Believe You
07 - Matchbox (Carl Perkins)
08 - True Love
09 - Telephone Line
10 - Honey Just Allow Me One More Chance
11 - Rainy Day Women #12 & 35
12 - Song To Woody
13 - Mama You Been On My Mind
14 - Don't Think Twice (Instrumental)
15 - Yesterday
16 - Just Like Tom Thumb's Blues
17 - Da Doo Ron Ron
18 - One Too Many Mornings I
19 - One Too Many Mornings II
Quem teria tocado o quê:
Bob Dylan (guitar/piano/vocals), George Harrison (guitar/vocals), Charlie Daniels (Bass), Alvin Rogers (Drums), Al Kooper (guitar/piano) e Ron Cornelius (guitar).
HARRISON & SHANKAR - UMA AMIZADE ILUMINADA
Por Valdir Junior
Foi durante as filmagens do filme Help! em 1965, que George Harrison teve contato com a música e a filosofia da Índia. Naquele mesmo ano, durante a turnê pelos USA que os Beatles estavam fazendo, ele ouviu o nome de Ravi Shankar ser mencionado diversas vezes.
Com a carreira musical iniciada em 1944, Ravi Shankar, nascido em 07/04/1920, era muito conhecido por ser um excelente tocador de Sitar (foi aluno do mestre Allauddin Khan), compositor, arranjador e foi um dos primeiros músicos indianos a percorrer o mundo apresentando um repertório de música clássica do Norte da Índia. Mas seu reconhecimento fora da Índia só era dado dentro dos círculos das salas de concerto da Europa e América, sendo que a popularização desse tipo de música só foi ocorrer no início dos 60’s, quando músicos de Jazz começaram a estudar a música da Índia e a utilizar elementos dela em suas composições.
Um desses músicos foi o saxofonista John Coltrane (1926-1967), que incorporou a música e o estudo da religião Hindu em sua vida e, por conseqüência, em sua própria música (vale muito apena conhecer o disco de Coltrane de 1965 “A Love Supreme“). Coltrane trocou correspondência com Shankar e chegou a encontrá-lo numas das viagens aos Estados Unidos. Coltrane até deu o nome de “Ravi” a um de seus filhos (o hoje famoso saxofonista Ravi Coltarne) em homenagem a Shankar.
No mundo da música Pop, os músicos David Crosby e Roger McGuinn também estavam escutando e estudando os discos de Ravi Shankar e até usando alguns elementos em suas músicas, mais notadamente no disco 5th Dimension, principalmente na música Eight Miles High. E foram eles que falaram do indiano para o Beatle, que foi atrás de um disco e então entrou de vez nesse mundo que já o havia fisgado durante as filmagens de Help. E como aconteceu com John Coltrane, a vida e a música de George Harrison mudaram e com ela também o Rock e o Pop.
A principio George Harrison comprou um Sitar bem barata numa loja de artigos indianos chamada Indiacraft, em Londres. Começou a tentar tirar algum som dali e a pedido de John Lennon a utilizou pela primeira vez na gravação da música Nowergian Wood do disco Rubber Soul de 1965.
Obstinado como era, George mergulhou fundo na música e na filosofia Hindu e depois de muitas tentativas e grandes expectativas, finalmente foi apresentado a Ravi Shankar em 1966. E ali começou uma amizade que seria levada pela vida inteira dos dois e que também mudaria o cenário do Rock, influenciando muitos músicos mundo afora a descobrir a música indiana, dando início àquilo que mais tarde seria chamado de “World Music”.
Em 1966, após o último show do ano, os Beatles tiraram férias. George e sua esposa Pattie foram para Índia estudar Sitar com o mestre e conhecer melhor a cultura e o povo indiano, assim como os “Yogis” do Himalaia. Ravi Shankar era o guia do casal e aos poucos foi percebendo que sua relação com o Beatle foi se transformando de aluno para amigo e depois quase como um filho.
Após passar alguns anos estudando Sitar, lá pelos idos de 68, George Harrison chegou à conclusão de que nunca seria um verdadeiro tocador de Sitar, pois já havia encontrando milhares melhores que ele na Índia. Conscientizou-se de que na verdade era um músico Pop e que havia negligenciando a guitarra durante um bom tempo. A partir dali sua música passou a ser menos indiana na forma, mas a influência dela pode ser percebida por toda sua obra. E a amizade dos dois se consolidava a cada dia.
Pode-se considerar que a parceria musical de George Harrison e Ravi Shankar teve seu início no álbum Wonderwall, de 1968, apesar do indiano não ter participado das gravações. Os músicos que acompanharam Harrison foram indicados por Ravi Shankar e a influência do estilo ficou marcada no álbum.
Com o famoso Concert for Bangladesh os dois puderam trabalhar mais de perto e apesar de muito criticada a primeira parte do Show com Ravi Shankar é uma das mais legais do show. Ali era perceptível todo o sentimento de humildade de George perante Ravi Shankar e os demais músicos indianos que estavam no palco. No mesmo mês do Show, foi lançado pela Apple um EP de Ravi Shankar com as músicas: Joy Bangla e Oh Bhaugowan / Raga Mishri Jhinjhoti, produzidas por George Harrison. No final do ano saiu pela Apple a trilha sonora do filme/documentário Raga, sobre a música do Norte da Índia. O disco também foi produzido por George Harrison e era um projeto dos dois que vinha desde 1967. É neste filme que há aquela famosa cena de George recebendo ao ar livre uma aula de Ravi Shankar (Recentemente esse filme saiu em DVD lá fora e vem junto com ele a trilha para download).
Em 1973 foi lançado aquele que seria o último disco de Ravi Shankar a sair pela Apple, Ravi Shankar & Ali Akbar Khan - In Concert 1972 , co-produzido por George, Phil Mcdonald e Zakir Hussain. Nesse período George e Ravi estavam em Los Angeles gravando o disco Shankar Family & Friends, apresentando dessa vez uma abordagem mais “Pop” usando tanto músicos ocidentais (participações de Ringo Starr, Klaus Voormann, Jim Keltener), como músicos indianos. Desse disco saiu a música “I Missing You” de Ravi Shankar, que se tornou um grande sucesso nas rádios na época. No disco ela recebe duas versões, uma mais “pop ocidental” e outra mais “indiana”. A curiosidade é que cada um preferiu uma versão e para não descontentar ninguém, o disco saiu com as duas versões pela novíssimo selo Dark Horse de George em 1974.
Ravi Shankar também participou da mal fadada Dark Horse Tour de 74 pela America, mas desta vez o público não gostou de sua participação e nem do esquema do show com várias intervenções de música indiana no meio de músicas que um George Harrison parecia não estar muito a vontade a tocar (Mais sobre essa tour está no post do Baú do Edu).
O próximo trabalho em conjunto foi Ravi Shankar's Music Festival from Índia. Dessa vez o projeto que George tinha desde 1967 que era baseado e inspirada numa composição para orquestra de Instrumento Indianos que Ravi havia criado por volta de 1964 para All Índia Radio , George Trouxe todos os músicos para sua casa em Friar Park e gravou o disco em seu estúdio assim como os ensaios para os concertos que estavam agendados por vários países para o lançamento do disco em 1975. Nos anos seguintes a parceria fonográfica dos dois ficou em um hiato, mas não a amizade.
Em 1987 Ravi Shankar lançou o disco Tana Mana e algumas faixas foram gravadas e produzidas nos estúdios do George Harrison que tocou autoharp. Após o lançamento do disco Coud Nine em 87 e em seguida de vários projetos como Traveling Wilburys, shows no Japão com Eric Clapton e o Beatles Anthology, George Harrison encontrou tempo para produzir, em 1996, uma caixa de 4 Cds em comemoração aos 75 anos de Ravi Shankar: Ravi - In Celebration.
Durante a produção da caixa os dois resolveram trabalhar num projeto de Ravi Shankar sobre cânticos em sânscrito das escrituras Hindus. O disco se chama Chants of Índia e foi gravado em duas sessões.
Após a morte de George Harrison, Ravi Shankar participou e ajudou junto com sua filha Anoushka Skankar, a preparar toda a 1° parte com a orquestra de músicos indianos para o Concert For George, para o qual ele compôs a música Arpan em homenagem ao seu aluno/amigo/filho.
Em 2010 em comemoração aos 90 anos de Ravi Shankar e a amizade dele com George ,Olivia Harrison lançou uma caixa : Ravi Shankar & George Harrison – Collaborations , com os 3 discos gravados por Ravi para a Dark Horse Records (Shankar Family & Friends , Shankar's Music Festival from Índia e Chants of Índia) mais um DVD: Live at The Royal Albert Hall do disco Music Festival From India e um livro com depoimentos dos dois e também um belíssimo texto sobre a música da Índia.
Para aqueles que acham que a música indiana é chata, maçante, difícil e etc, posso dizer que sim, ela é difícil, mas se você tiver paciência e vontade de conhecer melhor outro universo musical muito diferente do que estamos acostumados no nosso dia a dia, você vai encontrar a música que, na pior das hipóteses, vai fazer você relaxar um pouco, e quem sabe entender um pouco mais dessa música que conseguiu mudar e influenciar um inglês, nascido em Liverpool e que adorava tocar Rock and Roll com sua guitarra e que mudou a música junto a mais três amigos, naqueles hoje já um pouco distantes anos 60. E também levou a ter uma amizade de uma vida inteira com um indiano 23 anos mais velho que ele e que lhe mostrou um novo caminho a seguir e para viver em paz consigo mesmo e com o mundo.
Um Abraço a Todos e Hare Krishna. Valdir Junior - São Paulo – Fev 2012
Foi durante as filmagens do filme Help! em 1965, que George Harrison teve contato com a música e a filosofia da Índia. Naquele mesmo ano, durante a turnê pelos USA que os Beatles estavam fazendo, ele ouviu o nome de Ravi Shankar ser mencionado diversas vezes.
Com a carreira musical iniciada em 1944, Ravi Shankar, nascido em 07/04/1920, era muito conhecido por ser um excelente tocador de Sitar (foi aluno do mestre Allauddin Khan), compositor, arranjador e foi um dos primeiros músicos indianos a percorrer o mundo apresentando um repertório de música clássica do Norte da Índia. Mas seu reconhecimento fora da Índia só era dado dentro dos círculos das salas de concerto da Europa e América, sendo que a popularização desse tipo de música só foi ocorrer no início dos 60’s, quando músicos de Jazz começaram a estudar a música da Índia e a utilizar elementos dela em suas composições.
Um desses músicos foi o saxofonista John Coltrane (1926-1967), que incorporou a música e o estudo da religião Hindu em sua vida e, por conseqüência, em sua própria música (vale muito apena conhecer o disco de Coltrane de 1965 “A Love Supreme“). Coltrane trocou correspondência com Shankar e chegou a encontrá-lo numas das viagens aos Estados Unidos. Coltrane até deu o nome de “Ravi” a um de seus filhos (o hoje famoso saxofonista Ravi Coltarne) em homenagem a Shankar.
No mundo da música Pop, os músicos David Crosby e Roger McGuinn também estavam escutando e estudando os discos de Ravi Shankar e até usando alguns elementos em suas músicas, mais notadamente no disco 5th Dimension, principalmente na música Eight Miles High. E foram eles que falaram do indiano para o Beatle, que foi atrás de um disco e então entrou de vez nesse mundo que já o havia fisgado durante as filmagens de Help. E como aconteceu com John Coltrane, a vida e a música de George Harrison mudaram e com ela também o Rock e o Pop.
A principio George Harrison comprou um Sitar bem barata numa loja de artigos indianos chamada Indiacraft, em Londres. Começou a tentar tirar algum som dali e a pedido de John Lennon a utilizou pela primeira vez na gravação da música Nowergian Wood do disco Rubber Soul de 1965.
Obstinado como era, George mergulhou fundo na música e na filosofia Hindu e depois de muitas tentativas e grandes expectativas, finalmente foi apresentado a Ravi Shankar em 1966. E ali começou uma amizade que seria levada pela vida inteira dos dois e que também mudaria o cenário do Rock, influenciando muitos músicos mundo afora a descobrir a música indiana, dando início àquilo que mais tarde seria chamado de “World Music”.
Em 1966, após o último show do ano, os Beatles tiraram férias. George e sua esposa Pattie foram para Índia estudar Sitar com o mestre e conhecer melhor a cultura e o povo indiano, assim como os “Yogis” do Himalaia. Ravi Shankar era o guia do casal e aos poucos foi percebendo que sua relação com o Beatle foi se transformando de aluno para amigo e depois quase como um filho.
Após passar alguns anos estudando Sitar, lá pelos idos de 68, George Harrison chegou à conclusão de que nunca seria um verdadeiro tocador de Sitar, pois já havia encontrando milhares melhores que ele na Índia. Conscientizou-se de que na verdade era um músico Pop e que havia negligenciando a guitarra durante um bom tempo. A partir dali sua música passou a ser menos indiana na forma, mas a influência dela pode ser percebida por toda sua obra. E a amizade dos dois se consolidava a cada dia.
Pode-se considerar que a parceria musical de George Harrison e Ravi Shankar teve seu início no álbum Wonderwall, de 1968, apesar do indiano não ter participado das gravações. Os músicos que acompanharam Harrison foram indicados por Ravi Shankar e a influência do estilo ficou marcada no álbum.
Com o famoso Concert for Bangladesh os dois puderam trabalhar mais de perto e apesar de muito criticada a primeira parte do Show com Ravi Shankar é uma das mais legais do show. Ali era perceptível todo o sentimento de humildade de George perante Ravi Shankar e os demais músicos indianos que estavam no palco. No mesmo mês do Show, foi lançado pela Apple um EP de Ravi Shankar com as músicas: Joy Bangla e Oh Bhaugowan / Raga Mishri Jhinjhoti, produzidas por George Harrison. No final do ano saiu pela Apple a trilha sonora do filme/documentário Raga, sobre a música do Norte da Índia. O disco também foi produzido por George Harrison e era um projeto dos dois que vinha desde 1967. É neste filme que há aquela famosa cena de George recebendo ao ar livre uma aula de Ravi Shankar (Recentemente esse filme saiu em DVD lá fora e vem junto com ele a trilha para download).
Em 1973 foi lançado aquele que seria o último disco de Ravi Shankar a sair pela Apple, Ravi Shankar & Ali Akbar Khan - In Concert 1972 , co-produzido por George, Phil Mcdonald e Zakir Hussain. Nesse período George e Ravi estavam em Los Angeles gravando o disco Shankar Family & Friends, apresentando dessa vez uma abordagem mais “Pop” usando tanto músicos ocidentais (participações de Ringo Starr, Klaus Voormann, Jim Keltener), como músicos indianos. Desse disco saiu a música “I Missing You” de Ravi Shankar, que se tornou um grande sucesso nas rádios na época. No disco ela recebe duas versões, uma mais “pop ocidental” e outra mais “indiana”. A curiosidade é que cada um preferiu uma versão e para não descontentar ninguém, o disco saiu com as duas versões pela novíssimo selo Dark Horse de George em 1974.
Ravi Shankar também participou da mal fadada Dark Horse Tour de 74 pela America, mas desta vez o público não gostou de sua participação e nem do esquema do show com várias intervenções de música indiana no meio de músicas que um George Harrison parecia não estar muito a vontade a tocar (Mais sobre essa tour está no post do Baú do Edu).
O próximo trabalho em conjunto foi Ravi Shankar's Music Festival from Índia. Dessa vez o projeto que George tinha desde 1967 que era baseado e inspirada numa composição para orquestra de Instrumento Indianos que Ravi havia criado por volta de 1964 para All Índia Radio , George Trouxe todos os músicos para sua casa em Friar Park e gravou o disco em seu estúdio assim como os ensaios para os concertos que estavam agendados por vários países para o lançamento do disco em 1975. Nos anos seguintes a parceria fonográfica dos dois ficou em um hiato, mas não a amizade.
Em 1987 Ravi Shankar lançou o disco Tana Mana e algumas faixas foram gravadas e produzidas nos estúdios do George Harrison que tocou autoharp. Após o lançamento do disco Coud Nine em 87 e em seguida de vários projetos como Traveling Wilburys, shows no Japão com Eric Clapton e o Beatles Anthology, George Harrison encontrou tempo para produzir, em 1996, uma caixa de 4 Cds em comemoração aos 75 anos de Ravi Shankar: Ravi - In Celebration.
Durante a produção da caixa os dois resolveram trabalhar num projeto de Ravi Shankar sobre cânticos em sânscrito das escrituras Hindus. O disco se chama Chants of Índia e foi gravado em duas sessões.
Após a morte de George Harrison, Ravi Shankar participou e ajudou junto com sua filha Anoushka Skankar, a preparar toda a 1° parte com a orquestra de músicos indianos para o Concert For George, para o qual ele compôs a música Arpan em homenagem ao seu aluno/amigo/filho.
Em 2010 em comemoração aos 90 anos de Ravi Shankar e a amizade dele com George ,Olivia Harrison lançou uma caixa : Ravi Shankar & George Harrison – Collaborations , com os 3 discos gravados por Ravi para a Dark Horse Records (Shankar Family & Friends , Shankar's Music Festival from Índia e Chants of Índia) mais um DVD: Live at The Royal Albert Hall do disco Music Festival From India e um livro com depoimentos dos dois e também um belíssimo texto sobre a música da Índia.
Para aqueles que acham que a música indiana é chata, maçante, difícil e etc, posso dizer que sim, ela é difícil, mas se você tiver paciência e vontade de conhecer melhor outro universo musical muito diferente do que estamos acostumados no nosso dia a dia, você vai encontrar a música que, na pior das hipóteses, vai fazer você relaxar um pouco, e quem sabe entender um pouco mais dessa música que conseguiu mudar e influenciar um inglês, nascido em Liverpool e que adorava tocar Rock and Roll com sua guitarra e que mudou a música junto a mais três amigos, naqueles hoje já um pouco distantes anos 60. E também levou a ter uma amizade de uma vida inteira com um indiano 23 anos mais velho que ele e que lhe mostrou um novo caminho a seguir e para viver em paz consigo mesmo e com o mundo.
Um Abraço a Todos e Hare Krishna. Valdir Junior - São Paulo – Fev 2012
sábado, 25 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
MY SWEET LORD - DOSSIÊ COMPLETO - SENSACIONAL!
Amanhã, 25 de fevereiro é o aniversário do nosso querido George Harrison. Ele faria 69 anos. Mas as comemorações aqui no nosso blog preferido já começam é hoje mesmo com absoluta exclusividade com esse excelente trabalho de pesquisa elaborado pelo nosso fiel amigo e colaborador VALDIR JUNIOR. Simplesmente, sensacional. Hare Krishna!
Quando foi lançada por George em novembro de 1970, My Sweet Lord tornou-se o 1° grande sucesso de um (ex) Beatle em carreira solo, mas todo esse sucesso infelizmente teve seu preço. E podemos até pensar que o “doce" sabor logo ficou muito amargo na boca de George Harrison, que em certa medida iria influenciar seu comportamento, humor e sua visão desse “Material World" que é a Indústria fonográfica.
Para quem não sabe, em 1971,George foi acusado de ter cometido plagio na hora de compor My Sweet Lord usando a musica "He’s So Fine" de Ronald Mack, gravada originalmente pelo grupo "The Chiffons" e lançada em 1962, que na primavera de 1963, ficou 4 semanas em 1° lugar nos 100 mais da Billboard. Depois disso praticamente só era tocada nas rádios de flashbacks e já era encarada como musica passada e não tão lembrada assim.
Em Dezembro de 1969, George participou como guitarrista convidado na Tour européia de Delaney, Bonnie & Friends, esse grupo havia sido apadrinhado por Eric Clapton durante a turnê americana do Blind Faith e após o fim da excursão (e do grupo), Clapton levou todo mundo para a Inglaterra e dali para outros países da Europa para se apresentarem (dessa Tour, saiu o excelente disco Delaney & Bonnie & Friends On Tour With Eric Clapton, mas sem a presença de George no disco.
George um dia foi surpreendido com todos batendo na porta de sua casa chamando a integrar-se a trupe. George só teve tempo de pegar uma guitarra e um amplificador e entrar no ônibus do grupo e sair tocando por aí sem responsabilidade nenhuma e nem pressão de fãs dos Beatles nos shows, que eram basicamente de um grupo de músicos que gostavam de tocar e viver a camaradagem de todos, e isso era o que mais importava para todos nesses tempos Hippies dos 60’s. Para um George Harrison saturado de problemas com os Beatles/Apple, aquele período com o grupo de Delaney foi um momento de paz e felicidade num ano cheio de dores de cabeça - experiência também vivida por Clapton que também passava momentos de duvida e angustia, mas isso fica para uma outra historia - e George aproveitou essa leveza de espírito junto a camaradagem dos músicos para se divertir e compor.
Segundo o próprio George, "My Sweet Lord" foi composta durante a passagem do grupo pela Dinamarca e após ouvir a musica "Oh! Happy Days" do grupo The Edwin Hawkins Sisters. Ele quis fazer a sua própria musica onde poderia colocar toda a sua espiritualidade e visão de fé oriental em uma canção pop.
Em janeiro de 1970, os Beatles oficialmente ainda não haviam se separado e seu futuro era incerto. Como George ainda não tinha pretensão nenhuma de gravar um disco ele entregou a musica para Billy Preston gravar em seu disco "Encouraging Words" pelo selo Apple dos Beatles e produzido por George, lançado em Setembro de 1970 tanto o compacto quanto o disco de Billy não fizeram sucesso e a versão ficou eclipsada quando George a lançou no magnífico All Things Must Pass em novembro de 1970.
Com o grande sucesso que a música alcançou nas paradas e por conseqüência, também o álbum triplo, George vivia um momento de alegria e satisfação pelo seu trabalho e após anos sempre a sombra de Lennon / McCartney e dos próprios Beatles.
Então, em 1971 a editora "Bright Tunes Music" que detinha os direitos autorais da musica "He’s So Fine" alegou que havia muita semelhança entre essa musica e "My Sweet Lord" e entrou com um processo judicial contra George, acusando-o de plagiar “intencionalmente" a canção original.Esse processo se arrastou por 12 anos na justiça e todo ele chega até a ser um pouco confuso para aqueles, que, como eu que não têm facilidades com linguagens jurídicas, mas em suma, o processo alega que George “copiou" He’s So Fine. No decorrer das audiências, as provas foram sendo apresentadas e também analisadas por especialistas, musicólogos que encontraram duas semelhanças entre as canções: uma chamada parte A e a outra parte B, a 1° correspondia a 4 repetições das notas G ( Sol ) – E ( Mi ) – D ( Ré ) e a 2° seria G ( Sol ) – A ( Lá ) –C ( Dó ) –A ( Lá ) –C ( Dó ) a onde foi adicionada mais uma nota após o segundo A ( LÁ ), ficando a seqüência a seguir G ( Sol ) – A ( Lá ) – C ( Dó) – A (Lá) – D (Ré) – C (DÓ). As duas músicas têm um refrão título de três sílabas seguido por uma descida da escala maior na chave tônica (Mi Maior para "My Sweet Lord" e Sol maior "He’s So Fine"). Respectivos tempos são semelhantes: 121 e 145 batimentos por minuto Nas seções B respectivos ("I Really Want To See You " e "I don’t how I'm gonna do it"), há uma subida semelhante, mas The Chiffons distintamente mantém a tônica G para quatro barras e, na repetição do motivo, excepcionalmente sobre a primeira sílaba de "gonna". George, por outro lado, introduz a harmonia mais complexa de um relativa menor (C # m), bem como o motivo de guitarra muitas vezes repetida, fundamental e distintamente inicial de slides.
Os especialistas contratados por ambas as partes concordaram que essa repetição era um padrão altamente incomum. O juiz então chegou a conclusão que “ era perfeitamente obvio... “ que as duas musicas eram praticamente idênticas, o juiz também estava convencido de que George não havia se apropriado da melodia de He’s So Fine para seu próprio uso (assim como a versão lançada por Billy Preston) mas isso não serviu como defesa de George que admitiu no processo que já havia ouvido He’s So Fine antes de escrever My Sweet Lord e portanto seu subconsciente sabia que a combinação de sons que ele colocava em My Sweet Lord iria funcionar, porque isso já havia sido feito.O Processo a partir daí se redefiniu para um julgamento não sobre direito autoral, mas sim sobre um processo de indenização. Esta decisão quanto à violação de direitos autorais foi confirmada em apelação com poucos comentários. O tribunal de recurso observou que a violação pode ser estabelecida quando o titular dos direitos de autor demonstra que a segunda obra é substancialmente semelhante ao trabalho protegido e o compositor segundo teve "acesso" ao primeiro trabalho. George admitindo que já tinha realmente ouvido He’s So Fine, estabeleceu assim o segundo ponto.
O principal argumento de George na apelação é que foi política instável para permitir que uma constatação de plágio com base em cópia subconsciente, pois não havia nenhuma evidência de que ele propositalmente se apropriou da melodia de He’s So Fine para uso em uma composição, que ele alegaria ser sua. Esta posição foi rejeitada pelo tribunal, que apontou que a Lei de Direitos Autorais não exige uma demonstração de "intenção de infringir" para apoiar a constatação da infração.
O processo por indenização se arrastou por muitos anos, por sempre ambas as partes não concordarem no valor dessa indenização que seria fechada em 1981 em um valor de U$1.600.000 e paga a Allen Klein e sua ABKCO (??!! ). Klein mostrando totalmente (e mais uma vez) a sua falta de caráter, após ajudar George a promover sua carreira e a estar junto a ele na defesa dos direitos nos primeiros anos do processo, após deixar de representar e estar associado legalmente ao trabalho dos Beatles e por conseqüência de George, John & Ringo, comprou por uma bagatela da Bright Tunes Music, e quando o processo foi definido, foi ele quem recebeu essa bolada por deter agora os diretos de He’s So Fine. Só esse episodio já mostra o quanto Paul estava certo quando levou tudo e todos a justiça para se livrar e também os Beatles desse parasita.
Como conseqüência de todo esse imbróglio na justiça que George estava vivendo (sem esquecer também que naquele mesmo período o processo entre os Beatles estava correndo acirradamente na justiça), a fé e a paciência dele com essas coisas “do mundo material” foram se acabando aos poucos, como também um pouco de sua confiança como compositor pop. Apesar disso, o humor sarcástico de George também deu as caras quando ele compôs a musica “This Song" para o álbum 33 1/3 onde ele tira um sarro disso tudo dizendo na letra que com ela não estava desrespeitando nenhum Copyright.
Em uma entrevista de 1980 para a revista Playboy, John Lennon expressou suas dúvidas sobre a noção de plágio "subconsciente": "Ele deve ter sabido, você sabe que ele é mais esperto do que isso. É irrelevante, na verdade - só a nível monetário que importa... ele poderia ter mudado um par de notas na música e ninguém jamais poderia ter tocado nele, mas ele simplesmente deixou e pagou o preço. Talvez ele pensasse que Deus iria salva-lo". Já Ringo disse: "Não há dúvida de que a melodia é semelhante, mas quantas músicas foram escritas com outras melodias em mente, a versão de George é muito mais pesada que a das Chiffons - ele poderia ter feito isso com o original no fundo de sua mente, mas ele não teve sorte e alguém queria fazer um teste com ele no tribunal".
Em sua autobiografia George fala sobre My Sweet Lord: “Eu fui inspirado a escrever My Sweet Lord pela versão das Edwin Hawkinks Singers da musica Oh! Happy Days. Pensei muito sobre fazer My Sweet Lord ou não. Porque eu estaria me comprometendo publicamente e eu esperava que muita gente pudesse achar isso estranho. Muitos temem as palavras "Senhor" e "Deus" – tomando- as com raiva por alguma razão estranha. O ponto é que eu estava pondo meu pescoço na berlinda , porque agora eu teria que viver para algo, mas ao mesmo tempo, eu pensei 'Ninguém está dizendo isto, eu queria que alguém o estivesse fazendo. Você sabe que todo mundo está fazendo "Be Baby Bop' - Ok, pode ser bom para dançar, mas eu era ingênuo e pensei que poderíamos expressar nossos sentimentos uns aos outros, não suprimi-los e mantê-los unidos. Bem, era o que eu sentia e porque ser infiel a mim mesmo? Passei a acreditar na importância de que se você sente algo forte o suficiente, então você deve dizer isso. Eu não estava consciente da semelhança entre He’s So Fine e My Sweet Lord, quando eu escrevi a canção que era mais um improviso e não tão direta, embora quando a minha versão da canção saiu, um monte de gente por aí começou a falar sobre o assunto e foi então que eu pensei "por que não percebi ? "Teria sido muito fácil mudar uma nota aqui ou ali, e não afetar o sentimento do registro. Eu penso que My Sweet Lord foi um 'disco' bom. Na indústria fonográfica, há "canções" e "discos" - de qualquer maneira eu pensei que o som geral do disco fosse tão importante como as palavras ou melodia - a atmosfera realmente. Eu queria mostrar que "aleluia" e "Hare Krishna" são exatamente a mesma coisa. Eu fiz as vozes cantando "Aleluia" primeiro e depois a mudança para "Hare Krishna" para que as pessoas estejam cantando o Maha Mantra - antes que se soubesse o que estava acontecendo. Eu estive cantando "Hare Krishna" por um longo tempo e essa música foi uma idéia simples de como fazer um equivalente pop ocidental a um "Mantra", que repete e repete sempre, nomes sagrados. Eu não me sinto culpado ou mal sobre ela, na verdade, muitas vidas de viciados em heroína foram salvas por essa musica. Eu sei os motivos por detrás de escrever música em primeiro lugar e seu efeito ultrapassou em muito o incômodo legal".
Na minha opinião, nesse processo de “plagio" deve ter sido realmente como George falou no autos do processo, ele subconscientemente estava com essa musica ali presente. O Psiquiatra Carl Gustav Jung, fundador da Psicologia Analítica fala no “Inconsciente Coletivo" que é a camada mais profunda da psique. Ele é constituído pelos materiais que foram herdados, e é nele que residem os traços funcionais, tais como imagens virtuais, que seriam comuns a todos os seres humanos. O inconsciente coletivo também tem sido compreendido como um arcabouço de arquétipos cujas influências se expandem para além da psique humana .Como a intenção de George era passar esses valores espirituais numa canção baseada num “Mantra", que nada mais é do que uma das formas mais antigas de aproximar nossas mentes e sentidos, relaxam o corpo e nos liga às energias superiores, que indubitavelmente estão inseridas no Inconsciente Coletivo que Jung fala e portanto como na minha opinião não só My Swet Lord é semelhante a He’s So Fine como também Oh ! Happy Day e todas vem de algum lugar que todos nós conhecemos, mas que desconhecemos na nossa ignorância das coisas que nos rodeiam. Keith Richards, disse uma vez disse que ele não passa de uma "antena" que capta as músicas que estão por aí rodeando a todos nós. E com certeza foi isso que aconteceu a George, só que outras pessoas também já tinha captado o Mantra com diferente intenção.
Quando, em 2001 George relançou "All Things Must Pass" para comemorar o 30° aniversário de lançamento do disco, ele regravou My Sweet Lord e cuidadosamente não tocou nenhumas das “semelhanças" que havia entre as musicas e mesmo assim não descaracterizou o seu sentido, continuando o mesmo, senão até mais bonito que o da versão original lançada em 1970.
Um Abraço a Todos e HARE KRISHNA! Valdir Junior
E para fechar com chave de ouro, a gente fica com George Harrison e a versão de MY SWEET LORD 30 anos depois. É isso. Espero que tenham gostado. Abração Valdir. Feliz aniversário Dark Horse - Meu senhor!
OH HAPPY DAY - CLÁSSICO GOSPEL
"Oh Happy Day" é um arranjo musical gospel de 1967, de um hino do século 18. Gravado pelos Edwin Hawkins Singers, tornou-se um sucesso internacional em 1969, atingindo o 4º lugar nos EUA e o 2º lugar no Reino Unido nas paradas pop tornando-se padrão da música gospel. George Harrison declarou que a música foi uma de suas inspirações na hora de compor o megasucesso "My Sweet Lord". O arranjo de Hawkins também ganhou versão do grupo 'The Four Seasons', em 1970 no álbum "Half & Half". Além dessa cover, a canção foi regravada por inúmeros artistas, entre eles Jack Jones, Dee Felice Trio, Glen Campbell, Joan Baez, Aretha Franklin, Thelma Houston ,The Sisters of Glory, Queen Latifah, Greg Buchanan e até Elvis Presley.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
THE BEATLES - NORWEGIAN WOOD
Norwegian Wood (This Bird Has Flown) é uma música dos Beatles, lançada em 1965 no álbum Rubber Soul. Foi composta principalmente por John Lennon, com colaboração de Paul McCartney em algumas partes. A letra teria sido inspirada em uma relação extraconjugal de John, na época casado com Cynthia Lennon. George usou um instrumento indiano pela primeira vez em uma música, o sitar. George estava estudando música indiana na época, acabou comprando um sitar e o usou pela primeira vez em uma música pop.
QUEM, OU O QUÊ ERA ALLEN KLEIN
Allen Klein nasceu em Newark, EUA em 18 de dezembro de 1931 e morreu em Nova York, no dia 4 de julho de 2009. Era um empresário, promotor, produtor de discos e financista norte-americano, notabilizado nos anos 60 e 70 na área do entretenimento musical, mais notadamente no rock, que descobriu ser uma mina de ouro na década de 1960, como empresário audaz e agressivo nos negócios, e que durante uma época foi o mais bem sucedido e conhecido empresário musical do mundo, por ter, como contratados, as duas maiores bandas de rock de todos os tempos: The Beatles e The Rolling Stones. O estilo de empreendor brilhante e persuasivo porém sem medidas de Klein, lhe valeu processos de quase todos seus contratados, de quem fez aquisições e assumiu o controle de seus trabalhos após conseguir para eles contratos extremamente vantajosos com suas gravadoras, além de ter sido investigado, julgado, condenado e cumprido pena por crime de informação privilegiada e fraude em investimentos financeiros. Sofria de Mal de Alzheimer, e morreu em 4 de julho de 2009 em sua casa em Nova York. Filho de um açougueiro de origem judaica húngara de Nova Jérsei, Klein tinha excelente memória para aritmética e trabalhou em diversos pequenos empregos na adolescência enquanto estudava a noite. Nos anos 50, ele cuidava dos livros-caixa de diversos artistas e fez auditorias para gravadoras de Nova Iorque.Começou um pequeno negócio neste ramo em 1957, em sociedade com sua esposa Betty, até conhecer numa festa de casamento o cantor de sucesso entre as adolescentes americanas Bobby Darin, de quem após alguma conversa, achou que sua gravadora estava lhe devendo direitos de vendagem. Com a corcordância de Darin, Klein fez uma auditoria em suas contas e de posse dos números envolveu-se numa discussão legal e com a gravadora do artista, entregando ao fim da disputa um cheque de U$100 mil dólares em direitos não-pagos ao atônito Darin. A partir deste dia e pelo resto de sua carreira, Allen Klein passou a ser recomendado como agente entre os artistas do rock e a ser temido e odiado por suas gravadoras.Em 1965, quando os Stones explodiam nas paradas mundiais e se tornavam os grandes rivais dos também britânicos The Beatles, a maior banda do mundo na época, Andrew Loog Oldham, seu empresário desde o início da carreira, se afogava em drogas e ficava incapacitado de continuar gerindo os negócios do grupo.Mick Jagger, que é formado em Economia, impressionado com o talento de Klein para o negócio e o resultado conseguido por ele com outros artistas, contratou-o para empresariar a banda e chegou a indicá-lo para Paul McCartney. Entretanto, com o tempo, Jagger começou a duvidar da probidade de Klein e em 1968 o demitiu, levando os Stones a criar seu próprio selo e gerirem seu próprio trabalho a partir de 1970, não sem antes Klein conseguir os direitos da maioria das músicas gravadas pelo grupo antes de 1971. Os direitos de vendagem de músicas como Satisfaction (I Can't Get No) e Simpathy for the Devil, até hoje não pertencem a seus autores, Mick Jagger e Keith Richards, mas a Allen Klein, que as comprou do produtor do grupo nesta época, Phil Spector, e lança regularmente coletâneas com os principais clássicos, através de sua empresa ABKCO.
Em 1969, a Apple, empresa fundada pelos Beatles para cuidar de seus negócios, estava completamente desestruturada economicamente e em via de falência depois da morte de Brian Epstein, o cérebro por trás do grupo, que cuidava dos contratos e da contabilidade da banda. Numa entrevista neste ano, John Lennon declarou que eles estariam quebrados em seis meses se as coisas continuassem como estavam. Klein então procurou Lennon e numa conversa impressionou o músico por seus conhecimentos dos meandros do negócio e por seu jeito de homem das ruas, simples no linguajar e sem a afetação do pai de Linda Eastman, namorada de McCartney e outro pretendente ao cargo de empresário dos Beatles, atitudes estas que o tornaram simpático ao beatle.
Lennon então convenceu George Harrison e Ringo Starr a apoiarem a escolha de Klein, mesmo contra a vontade de Paul McCartney, que nunca colocou sua assinatura no contrato entre a banda e o empresário. Este desacordo sobre o escolhido para ser o novo empresário dos Beatles, aliado há uma década de ressentimentos internos, desconfianças mútuas e inseguranças emocionais e de poder entre eles, foi um dos fatores chave para o fim do grupo um ano depois. Com a péssima situação financeira da Apple, Klein propôs ao grupo trabalhar sob percentagem de lucros e em pouco tempo começou a mostrar seu estilo empresarial e de administração: renegociou os rendimentos do grupo com a EMI, gravadora detentora da maior parte do catálogo musical dos FabFour, conseguindo para eles a mais alta percentagem em venda de discos da época; por outro lado, seu estilo abrasivo de negociação e administração causou a maior demissão em massa entre os profissionais que viviam em volta do grupo, na Apple e fora dela.
Seus métodos agressivos deram resultado, recuperando as finanças da empresa e dos integrantes do grupo. Entretanto, apesar do suceso de Klein, McCartney continuou desconfiando dele e viria a processar os tres companheiros em 1971, após o fim da banda, pelo que ele considerou a causa de um "divórcio' entre eles, e os Beatles como uma unidade empresarial terminou. As relações profissionais de Klein com John, George - com quem realizou o Concerto para Bangladesh e ajudou nas questões legais de acusações de plágio de seu sucesso individual My Sweet Lord - e Ringo viriam a durar até 1977. Klein também foi um dos responsáveis pela queda e consequentemente as trágédias que ocorreram com a banda Badfinger.
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
O DIA QUE PAUL MANDOU TODOS "PRO PAU"!
Em meados de fevereiro de 1971, Paul entrou com o processo, requisitando uma auditoria nos negócios e um curador que administrasse provisoriamente os bens da Apple. O objetivo indireto, porém, continuava a ser expulsar Klein, embora Paul não tivesse como explicar isso aos outros três (ninguém estava falando com ele). O processo acabou se tornando um julgamento objetivo sobre a capacidade de Klein de gerir os negócios. Feita a análise de muito material contábil, a defesa de Paul encontrou um documento que indicava ser Klein um administrador não-confiável: um cheque. Ele teria direito a 20% sobre uma renegociação com a Capitol Records para que se elevasse de 17,5% para 25% os direitos dos Beatles sobre a vendagem de discos. Assim, o percentual correspondente a Klein seria de 20% dos 7,5% que ele obtivera a mais. Mas Klein recebera 20% sobre o total dos direitos de venda. Depois disso, a Justiça deu ganho de causa parcial a Paul McCartney, determinando que um curador administrasse a sociedade até um processo e uma sentença futuras. Superado o trauma da disputa judicial entre si, os Beatles, para livrar-se de Allen Klein, tiveram de continuar o processo contra ele até 1977 - quando, por acordo judicial, Klein recebeu 4,2 milhões de dólares para retirar-se da Apple. Para entendermos melhor esse triste episódio da carreira dos Beatles, a gente confere agora um trecho do livro "Paul McCartney - Uma Vida", de Peter Ames Carlin. Espero que gostem. Abração a todos!
“Anos atrás, Jim McCartney, depois de ter seu relógio roubado, pegou os ladrões e levou-os à polícia e depois ao tribunal, para que se fizesse justiça. “Não deixem que ninguém leve o que é seu”, ele disse aos filhos, e agora essas palavras estavam ecoando nos ouvidos de Paul. De volta ao seu exílio na Escócia, naquele verão, ele passou horas, dias, semanas, fumegando e se inquietando. Klein! Como era possível que ele estivesse sugando vinte por cento do dinheiro dos Beatles? Como era possível que seu nome emporcalhasse a contracapa do disco solo de Paul? Como era possível que alguém que dizia estar trabalhando para os Beatles não atendesse aos seus telefonemas? "Fazendo com que eu me sentisse como principiante, como se Klein fosse o chefe e eu não fosse nada", Paul despejou com franqueza para Jann Wenner. "Sou veterano; penso que minha opinião é tão boa quanto a de qualquer outro, em especial quando se trata das minhas coisas."
Todavia, na medida em que os outros Beatles se recusavam a trabalhar com ele, e na medida em que persistiam na contratação de Klein, Paul ficaria trancado no pior dos mundos — sem a assistência criativa e a amizade de seus parceiros, mas com a perpétua contrariedade do empresário de quem não gostava e em quem não confiava. Pior de tudo, o dinheiro que Paul ganhasse com seus próprios discos iria para o monte comum da Apple, para ser repartido com os outros três e, mais terrível ainda, com Klein. Só pensar nisso já o deixava furioso. E ele não podia fazer nada. Com exceção de um pequeno detalhe, como lhe lembrou o cunhado John Eastman. Ele podia entrar na justiça para dissolver a parceria.
Iniciar um processo contra os Beatles? Arrastar seus velhos amigos e parceiros, os adorados cabeludos, os quatro fabulosos para as malhas da corte civil? E não sair do tribunal da opinião pública como o mais repugnante Blue Meanie do mundo? Ele nem podia imaginar isso.
"Passei o verão inteiro lutando comigo mesmo", afirmou ele. "Era dilacerador. Eu fiquei o verão inteiro com um nó no estômago. (...) Primeiro, eu disse não, não podemos fazer isso! Vamos aguentar. Mas todas aquelas pequenas coisas continuaram a acontecer." No fim das contas, John Eastman veio visitá-los, e os cunhados passaram horas falando sobre o assunto, andando pelas colinas e admirando os cenários. Como seria feito o processo, como seriam os depoimentos deles, como as roupas mais íntimas e fétidas do grupo seriam lavadas em público. Horrível demais para contemplar. Mas, em seguida, Paul se lembrava de Klein novamente e da perspectiva de permanecer sob o domínio daquele sujeito vil. Numa determinada tarde, no alto de uma colina, admirando a superfície escura e ondulante de um lago, Paul compreendeu finalmente que não tinha escolha. Klein havia roubado seu relógio, chegara a hora de pegá-lo de volta. "Ah, temos de fazer isso", afirmou, e seu cunhado concordou.
John Eastman já vinha se preparando para o caso, pesquisando a contabilidade da Apple, procurando discrepâncias e erros. Ele juntou uma série de queixas mais do que suficientes para compor a base de uma contestação legal. Assim, no dia 15 de novembro, Paul deu enteada em seu processo judicial, reclamando em termos claros que os Beatles se desfizessem em todos os aspectos, formas e modos. As notícias de Paul McCartney versus John Ono Lennon, George Harrison, Richard Starkey e Apple Corps. Ltda. tornaram-se públicas no dia 31 de dezembro. No começo do Ano-Novo, tudo veio à tona.
JOHN LENNON NÃO PRECISAVA de litígio civil para abrir o jogo. Entrevistado por Jann Wenner, da Rolling Stone, no princípio de dezembro, o músico transformado em ativista pela paz promoveu um passeio errante pelos seus mais sombrios pensamentos e suspeitas. Os Beatles, declarou, eram "grandes cretinos" que tinham varrido o mundo feito cossacos; violentaram, pilharam, fizeram as coisas mais perversas da forma mais notável. Mas John se sentia vitimizado pela experiência. Ele tinha sido depenado pelos homens de negócios e manipulado pelos empregados. Ainda assim, o tratamento mais brutal tinha partido dos assim chamados amigos da banda, que resistiram à sua arte, humilharam sua mulher e eram, em geral, "as pessoas raivosas mais conceituadas do mundo". Então, houve isso. E muito mais, quando se tratou de Paul, cujo primeiro álbum solo foi descartado, de modo sucinto, como "lixo".
Publicados em duas partes, nos meses de janeiro e fevereiro, os pensamentos de John soaram aos amigos como mais uma manifestação de seus humores volúveis e de sua língua boxeadora. "Ouvi versões como aquela durante anos", diz Ray Connolly. "Era sempre histrionice, John exagerava para fazer graça. Mas, na Rolling Stone, Wenner não percebeu isso. E fez com que tudo ecoasse de modo horrível, amargo e perverso."
Paul fez o melhor que pôde para parecer animado. "Era tão extremado que realmente me divertiu", ele disse à revista Life. "Essa hostilidade aberta não me magoou. É bacana. É John."
Em segredo, porém, não era nada bacana. Vindo de John, a pessoa que sempre vira Paul com mais clareza, o parceiro de quem dependera para identificar suas forças e peneirar suas fraquezas, era devastador. "Eu me sentei e matutei cada parágrafo, cada sentença", relembrou Paul. "E pensei: 'Sou eu. Eu sou. Sou exatamente assim. Ele me compreendeu tão bem. Sou um cocô, sabe."
Era apenas o começo, uma vez que o processo movido por Paul para dissolver a sociedade dos Beatles continuava rolando. Todos os Beatles foram convocados a depor no caso, e todos forneceram profundas e pouco lisonjeiras compreensões acerca do funcionamento interno do grupo e do papel de capataz desempenhado por Paul. Ringo tentou ser generoso, observando que Paul era o "maior baixista do mundo". Mas, em seguida, "ele agia como uma criança mimada (...) teimava até conseguir fazer tudo do seu jeito". George disse praticamente a mesma coisa, com exceção do elogio à habilidade de seu ex-colega de escola no baixo, e deu especial ênfase à sua "atitude superior". John duplicou suas críticas na revista Rolling Stone, acrescentando que Paul tinha uma fraqueza por música do tipo pop, sem vigor, e não compartilhava o gosto musical dele e de George "que agora se chama underground".
Todos os outros Beatles estavam ansiosos para resolver seus problemas de forma amigável, e talvez até retomar uma colaboração (?). Pelo menos foi assim que eles se sentiram, até que Paul os atacasse no tribunal. "Eu ainda não consigo entender por que Paul agiu daquela maneira", George concluiu.
Em outras palavras, se o mundo ainda se perguntava quem exatamente havia desmembrado seu grupo de rock mais adorado, a morsa era Paul.
Paul assistiu à maior parte do julgamento com Linda a tiracolo, testemunhando pessoalmente sobre a falta de pulso no corpo colaborativo dos Beatles e citando a própria canção de John, "God", e sua última afirmação de "Eu não acredito nos Beatles" como prova definitiva. Quanto mais avançava, pior ficava. Paul disse que Klein tentava se engraçar para seu lado xingando John, e especialmente Yoko, quando o casal não estava por perto. "Sabe por que John está furioso com você?", Paul recordou Klein cochichando para ele. "Porque você se saiu melhor em Let It Be." As evidências se amontoavam. Toda a alegria, a magia e o amor dos Beatles tinham se reduzido a uma recitação amarga de lucros acumulados, investimentos feitos e perdidos, negócios fracassados e insultos proferidos. O juiz, Dr. Justice Stamp, passou algumas semanas garimpando as ruínas e, em meados de março, anunciou que Klein havia dado a Paul inúmeras razões para desconfianças e insatisfação. Stamp indicou um interventor para tomar conta do patrimônio dos Beatles, e livrou Paul do controle de Klein. Foi assim que o processo começou, de qualquer forma, pois ainda iria caminhar de diversas maneiras e por vários fóruns legais, durante a maior parte da década. Ali, era o fim, de fato. Muitos anos depois, após incontáveis ações judiciais, contestadas e retomadas, e sem entrar em maiores detalhes aqui, Klein foi considerado culpado de excessos financeiros suficientemente graves para levá-lo à prisão, por dois meses, e George se desculpou com Paul. "[Ele] disse: 'Bem, sabe, obrigado por nos tirar daquela encrenca'", Paul se lembra de ouvi-lo dizer uma única frase de reconhecimento pelo inferno que passaram: “Foi melhor do que nada”.
Todavia, na medida em que os outros Beatles se recusavam a trabalhar com ele, e na medida em que persistiam na contratação de Klein, Paul ficaria trancado no pior dos mundos — sem a assistência criativa e a amizade de seus parceiros, mas com a perpétua contrariedade do empresário de quem não gostava e em quem não confiava. Pior de tudo, o dinheiro que Paul ganhasse com seus próprios discos iria para o monte comum da Apple, para ser repartido com os outros três e, mais terrível ainda, com Klein. Só pensar nisso já o deixava furioso. E ele não podia fazer nada. Com exceção de um pequeno detalhe, como lhe lembrou o cunhado John Eastman. Ele podia entrar na justiça para dissolver a parceria.
Iniciar um processo contra os Beatles? Arrastar seus velhos amigos e parceiros, os adorados cabeludos, os quatro fabulosos para as malhas da corte civil? E não sair do tribunal da opinião pública como o mais repugnante Blue Meanie do mundo? Ele nem podia imaginar isso.
"Passei o verão inteiro lutando comigo mesmo", afirmou ele. "Era dilacerador. Eu fiquei o verão inteiro com um nó no estômago. (...) Primeiro, eu disse não, não podemos fazer isso! Vamos aguentar. Mas todas aquelas pequenas coisas continuaram a acontecer." No fim das contas, John Eastman veio visitá-los, e os cunhados passaram horas falando sobre o assunto, andando pelas colinas e admirando os cenários. Como seria feito o processo, como seriam os depoimentos deles, como as roupas mais íntimas e fétidas do grupo seriam lavadas em público. Horrível demais para contemplar. Mas, em seguida, Paul se lembrava de Klein novamente e da perspectiva de permanecer sob o domínio daquele sujeito vil. Numa determinada tarde, no alto de uma colina, admirando a superfície escura e ondulante de um lago, Paul compreendeu finalmente que não tinha escolha. Klein havia roubado seu relógio, chegara a hora de pegá-lo de volta. "Ah, temos de fazer isso", afirmou, e seu cunhado concordou.
John Eastman já vinha se preparando para o caso, pesquisando a contabilidade da Apple, procurando discrepâncias e erros. Ele juntou uma série de queixas mais do que suficientes para compor a base de uma contestação legal. Assim, no dia 15 de novembro, Paul deu enteada em seu processo judicial, reclamando em termos claros que os Beatles se desfizessem em todos os aspectos, formas e modos. As notícias de Paul McCartney versus John Ono Lennon, George Harrison, Richard Starkey e Apple Corps. Ltda. tornaram-se públicas no dia 31 de dezembro. No começo do Ano-Novo, tudo veio à tona.
JOHN LENNON NÃO PRECISAVA de litígio civil para abrir o jogo. Entrevistado por Jann Wenner, da Rolling Stone, no princípio de dezembro, o músico transformado em ativista pela paz promoveu um passeio errante pelos seus mais sombrios pensamentos e suspeitas. Os Beatles, declarou, eram "grandes cretinos" que tinham varrido o mundo feito cossacos; violentaram, pilharam, fizeram as coisas mais perversas da forma mais notável. Mas John se sentia vitimizado pela experiência. Ele tinha sido depenado pelos homens de negócios e manipulado pelos empregados. Ainda assim, o tratamento mais brutal tinha partido dos assim chamados amigos da banda, que resistiram à sua arte, humilharam sua mulher e eram, em geral, "as pessoas raivosas mais conceituadas do mundo". Então, houve isso. E muito mais, quando se tratou de Paul, cujo primeiro álbum solo foi descartado, de modo sucinto, como "lixo".
Publicados em duas partes, nos meses de janeiro e fevereiro, os pensamentos de John soaram aos amigos como mais uma manifestação de seus humores volúveis e de sua língua boxeadora. "Ouvi versões como aquela durante anos", diz Ray Connolly. "Era sempre histrionice, John exagerava para fazer graça. Mas, na Rolling Stone, Wenner não percebeu isso. E fez com que tudo ecoasse de modo horrível, amargo e perverso."
Paul fez o melhor que pôde para parecer animado. "Era tão extremado que realmente me divertiu", ele disse à revista Life. "Essa hostilidade aberta não me magoou. É bacana. É John."
Em segredo, porém, não era nada bacana. Vindo de John, a pessoa que sempre vira Paul com mais clareza, o parceiro de quem dependera para identificar suas forças e peneirar suas fraquezas, era devastador. "Eu me sentei e matutei cada parágrafo, cada sentença", relembrou Paul. "E pensei: 'Sou eu. Eu sou. Sou exatamente assim. Ele me compreendeu tão bem. Sou um cocô, sabe."
Era apenas o começo, uma vez que o processo movido por Paul para dissolver a sociedade dos Beatles continuava rolando. Todos os Beatles foram convocados a depor no caso, e todos forneceram profundas e pouco lisonjeiras compreensões acerca do funcionamento interno do grupo e do papel de capataz desempenhado por Paul. Ringo tentou ser generoso, observando que Paul era o "maior baixista do mundo". Mas, em seguida, "ele agia como uma criança mimada (...) teimava até conseguir fazer tudo do seu jeito". George disse praticamente a mesma coisa, com exceção do elogio à habilidade de seu ex-colega de escola no baixo, e deu especial ênfase à sua "atitude superior". John duplicou suas críticas na revista Rolling Stone, acrescentando que Paul tinha uma fraqueza por música do tipo pop, sem vigor, e não compartilhava o gosto musical dele e de George "que agora se chama underground".
Todos os outros Beatles estavam ansiosos para resolver seus problemas de forma amigável, e talvez até retomar uma colaboração (?). Pelo menos foi assim que eles se sentiram, até que Paul os atacasse no tribunal. "Eu ainda não consigo entender por que Paul agiu daquela maneira", George concluiu.
Em outras palavras, se o mundo ainda se perguntava quem exatamente havia desmembrado seu grupo de rock mais adorado, a morsa era Paul.
Paul assistiu à maior parte do julgamento com Linda a tiracolo, testemunhando pessoalmente sobre a falta de pulso no corpo colaborativo dos Beatles e citando a própria canção de John, "God", e sua última afirmação de "Eu não acredito nos Beatles" como prova definitiva. Quanto mais avançava, pior ficava. Paul disse que Klein tentava se engraçar para seu lado xingando John, e especialmente Yoko, quando o casal não estava por perto. "Sabe por que John está furioso com você?", Paul recordou Klein cochichando para ele. "Porque você se saiu melhor em Let It Be." As evidências se amontoavam. Toda a alegria, a magia e o amor dos Beatles tinham se reduzido a uma recitação amarga de lucros acumulados, investimentos feitos e perdidos, negócios fracassados e insultos proferidos. O juiz, Dr. Justice Stamp, passou algumas semanas garimpando as ruínas e, em meados de março, anunciou que Klein havia dado a Paul inúmeras razões para desconfianças e insatisfação. Stamp indicou um interventor para tomar conta do patrimônio dos Beatles, e livrou Paul do controle de Klein. Foi assim que o processo começou, de qualquer forma, pois ainda iria caminhar de diversas maneiras e por vários fóruns legais, durante a maior parte da década. Ali, era o fim, de fato. Muitos anos depois, após incontáveis ações judiciais, contestadas e retomadas, e sem entrar em maiores detalhes aqui, Klein foi considerado culpado de excessos financeiros suficientemente graves para levá-lo à prisão, por dois meses, e George se desculpou com Paul. "[Ele] disse: 'Bem, sabe, obrigado por nos tirar daquela encrenca'", Paul se lembra de ouvi-lo dizer uma única frase de reconhecimento pelo inferno que passaram: “Foi melhor do que nada”.
SÁBADO SOM: INFORMAÇÃO, CULTURA E MUITO MAIS!
Nosso querido amigo João Carlos está escrevendo uma coluna para o site "No Toitiço: Barbearia em manhã de Sábado Som". Inicialmente, o site falava mais sobre poesia e literatura, mas o JC colocou um tempero a mais por lá. Como a coluna aparece sempre aos sábados, sabidamente, foi adotado o nome "SÁBADO SOM". Não deixem de conferir. "Eu falo de música popular em geral. Tem MPB e rock e um pouco de tudo. Até Beatles", disse o JC. O link é: www.dudabrama.wordpress.com
"Sábado Som" foi um programa produzido e apresentado pelo jornalista Nelson Motta na Rede Globo. Teve início em abril de 1974 quando exibiu, completo e pela primeira vez no Brasil, o show "Live At Pompeii" do Pink Floyd, um show antológico gravado nas ruínas de Pompéia. Nos meses em que esteve no ar, Sábado Som exibiu vários tapes de artistas e bandas de rock dos anos 70, que faziam apresentações nos programas das TVs dos Estados Unidos (Don Kirschner's Rock Concert, In Concert e Midnight Special) e da Inglaterra (Old Grey Whistle Test e Top Of The Pops) ou quando se apresentavam em concertos em estádios.
THE BEATLES - A CONQUISTA DO OESTE - PARTE 3
THE BEATLES - A CONQUISTA DO OESTE - PARTE 1
THE BEATLES - A CONQUISTA DO OESTE - PARTE 2:
THE BEATLES EM WASHINGTON:
O INCIDENTE NA EMBAIXADA
Após o show de 11 de fevereiro, lady Ormsby-Gore ofereceu uma recepção na Embaixada Britânica. Houve um baile a rigor em prol da associação de proteção à criança, National Association for Prevention of Cruelty to Children, e, ao final, foi pedido aos Beatles que entregassem os prêmios de uma rifa. A comunidade britânica, debutantes e aristocratas arrogantes, tiveram um comportamento lamentável, e uma mulher chegou a cortar uma mecha do cabelo de Ringo, bem atrás da orelha esquerda. John afastou todos os que pediam autógrafos reclamando, "Essa gente não tem a mínima educação" e, agarrando Ringo pelo braço disse, "Vamos embora!". Ringo o acalmou e, então, entregaram os prêmios e partiram. A banda exigiu que Brian nunca mais os expusesse a esse tipo de situação.
No dia 12 de fevereiro, os Beatles pegam o trem de volta para Nova York. A viagem durou duas horas, mas, quando lá chegaram, sua limusine não estava na estação, pois, em virtude do feriado da comemoração do nascimento de Abraham Lincoln, as escolas estavam fechadas e 10 mil fãs os aguardavam, bloqueando as ruas ao redor de Penn Station. Eles foram levados para o hotel às escondidas em táxis comuns, onde fizeram a barba, tomaram banho, vestiram-se e saíram clandestinamente, usando o elevador dos fundos e escapando pela cozinha. Seu destino era o Carnegie Hall, a poucas quadras do hotel - a mais famosa casa de espetáculos do país, onde fariam duas apresentações de 25 minutos. Enquanto The Briarwoods, uma banda de folk'n 'roll, aquecia a plateia, nos bastidores os Beatles receberam um disco de ouro da Swan Records pela vendagem de um milhão de cópias de "She Loves You", além da visita de Shirley Bassey.
Nevava em Nova York e, após o show, o promotor de eventos Sid Bernstein levou Brian para fora do teatro e ofereceu-lhe 25 mil dólares, além de uma doação de 5 mil dólares para a fundação britânica de combate ao câncer, por uma apresentação da banda no Madison Square Garden que marcariam para dali a poucos dias. Sid garantiu que os ingressos se esgotariam na hora, mas Brian respondeu, "Quem sabe numa próxima vez". Nessa noite, a última que os Beatles passaram em Nova York, saíram do Plaza à lh30 e foram ao Headliner Club, em seguida, ao café Improvisation, em Greenwich Village. Voltaram para o hotel ao amanhecer e encontraram um repórter do lado de fora que ainda estava à sua espera. Ele lhes perguntou se tinham tido uma noite tranquila.
Murray the K (http://obaudoedu.blogspot.com/2011/11/murray-k-o-quinto-beatle.html) os acompanhou, além de dividir os aposentos com George, uma suíte com três quartos, protegida por seguranças da agência Pinkerton. (George ficara irritado e nunca conseguiu entender como o abusado DJ de Nova York conseguiu acompanhá-los por toda a viagem.) À noite, foram à discoteca Mau Mau Lounge, onde assistiram à banda The Coasters e dançaram "Mashed Potato". Murray the K levou-os para ver Hank Ballard e The Midnighters em outra discoteca, o Miami Peppermint Lounge, onde foram cercados por caçadores de autógrafos, tendo de ir rapidamente embora. Atendendo a milhares de pedidos, a Granada TV reprisa o documentário Yeah, Yeah, Yeah! - The Beatles In New York, dos irmãos Maysles.
O dia 14 de fevereiro foi repleto de atividades: um breve ensaio para o Ed Sullivan Show; uma sessão de fotos para a revista Life na piscina da casa de um executivo da Capitol Records; e um passeio por Miami Harbour, em um luxuoso barco, oferecido por um tal de Bernard Castro. Dois repórteres, escondidos a bordo, foram encontrados e o barco voltou à costa, para que pudessem ser expulsos. O segurança particular dos rapazes, o sargento Buddy Bresner, levou-os até sua casa para que pudessem conhecer sua mulher e seus filhos - Dottie, Barry, Andy e Jeri -, e lhes preparou uma típica refeição americana: rosbife, vagem, batatas assadas, ervilhas, salada e um enorme bolo gelado de morango. À noite, ficaram no hotel e assistiram aos shows nos nightclubs do hotel: os comediantes Don Rickells e Myron Cohen e a cantora Carol Lawrance. Não jantaram, pois o farto almoço na casa de Bresner os deixara mais do que satisfeitos.
Na manhã do dia 15, vestindo calções de banho, os Beatles ensaiam no Napoleon Room do hotel. Às 14h, fizeram o ensaio de figurino para o Ed Sullivan Show para uma plateia de 2.500 pessoas, muitas das quais haviam esperado em fila fora do estúdio desde as primeiras horas da manhã. Em seguida, a banda passa o restante do dia pescando. A ABC TV transmite a entrevista dada pelos Beatles por telefone a Dick Clark, apresentador do programa American Bandstand.
No dia 16 era o Ed Sullivan Show, que foi gravado no próprio Deauville Hotel. A CBS distribuiu 3.500 ingressos, entretanto a lotação do local era de 2.600 lugares. A polícia teve de enfrentar o tumulto causado pelos fãs, que, mesmo com ingressos perfeitamente válidos nas mãos, tiveram sua entrada proibida.
O quarteto tocou: "She Loves You", "This Boy", "All My Loving", "I Saw Her Standing There", "From Me To You" e "I Want To Hold Your Hand". Os boxeadores Joe Louis e Sonny Linston estavam na plateia. A atriz, cantora e dançarina Mitzi Gaynor foi a atração principal do programa, mas os 70 milhões de espectadores que estavam assistindo ao show queriam, na realidade, ver os Beatles. Maurice Landsberg, o proprietário do hotel, ofereceu uma pequena festa para os artistas e os técnicos do programa. Um jantar self-service com lagosta, carne, frango e peixe. No dia 17, os Beatles esquiam na água pela primeira vez. A música "I Wanna Be Your Man", dos Rolling Stones, de autoria de Lennon & McCartney, é lançada em compacto nos Estados Unidos pela gravadora London (9641).
No dia 18 de fevereiro, em seu dia de folga, os Beatles, provavelmente instigados por Paul, quiseram visitar Cassius Clay, no ginásio de treinamento onde ele estava se preparando para a revanche contra o campeão Sonny Liston. Os fotógrafos enlouqueceram quando o ex-campeão dos pesos-pesados, Cassius Clay, levantou Ringo como se este fosse leve como um pluma. Link para a postagem sobre esse evento: " THE BEATLES X CASSIUS CLAY" - http://obaudoedu.blogspot.com/2010/09/beatles-x-cassius-clay.html
Depois, ainda participaram de um churrasco nos jardins da casa de um milionário, onde comeram os maiores filés que já haviam visto na vida e, ainda, pilotaram lanchas de corrida pela primeira vez. A noite, foram a um drive-in assistir ao filme 'Seresteiro de Acapulco', estrelando Elvis Presley.
Finalmente, no dia 21 de fevereiro, o grupo pega um voo de Miami para Londres, com escala em Nova York. No dia 22, os Beatles chegam em Londres às 8h10 em meio a uma tumultuada recepção de boas-vindas. Concederam uma entrevista coletiva no salão Kingsford-Smith no aeroporto, que, posteriormente, foi exibida pela BBC TV no programa esportivo Grandstand. Informações sobre a volta da banda também foram transmitidas nos noticiários das rádios e outros programas. Fonte do texto: "O Diário dos Beatles" - Barry Miles
FIM
sábado, 18 de fevereiro de 2012
THE BEATLES - I SHOULD HAVE KNOWN BETTER
Milla M. disse...
Edu, qual é a música que George faz uma dancinha? Adoro essa cena... valeu! Dá pra colocar o vídeo?
Edu disse...
Edu disse...
George era um exímio dançarino. Não fosse a timidez, deixaria de ser Beatle para dançar. Isso me lembrou uma postagem que fiz tempos atrás com "Got My Mind Set On You", aquele vídeo em que o dublê de George sai pulando e dançando magnificamente. Muitos, na época acharam que era George.
Pois bem, respondendo a pergunta, a música que você se refere deve ser "I Should Have Konow Better" do show no gran finale do filme "A Hard Day's Night". A dancinha é bem na hora do solo. Valeu!
COME TOGETHER - THE BEATLES?
Encontrei esse vídeo nas profundezas di U-Tube e gostei da edição. Afinal, quem nunca sonhou com isso, né?
YOKO ONO 79 ANOS
Yoko Ono completa hoje 79 anos. Nasceu em Tóquio, em 18 de fevereiro de 1933. Dizem que é cantora e artista plástica vanguardista. É viúva de John Lennon e mãe de Kyoko Chan Cox e Sean Lennon. Suas obras, tanto musicais quanto plásticas e conceituais, são caracterizadas pela provocação, introspecção e pacifismo. Dizem também que é uma pessoa notável e quase nunca desiste. Porém, para muitos, sua fama é negativa, acusada de ter sido a causa da separação dos Beatles, consagrada como a maior da história. Nascida numa família rica, Yoko Ono teve oportunidade durante a infância de estudar em Gakushin, uma das mais exclusivas escolas do Japão. Durante este período estudou também piano clássico e canto. Durante a Segunda Guerra Mundial deslocou-se frequentemente entre cidades do Japão e Estados Unidos até 1952, quando se mudou definitivamente para Nova Iorque. A partir de então frequentou a faculdade de música Sarah Lawrence, onde conheceu importantes músicos de vanguarda, que posteriormente seriam inspiração para o surgimento do grupo Fluxus, entre eles John Cage. Em 1956 casa-se com Toshi Ichiyanagi. Entre o fim da década de 1950 e 1960, Yoko Ono realiza obras de cunho conceitual que oscilam entre a introspecção poética e sátira provocadora. Em 1961, após desentendimentos com seu marido, Toshi, retorna ao Japão. A má repercussão de seus trabalhos e a crise conjugal acabam por lhe causar um estado de profunda depressão e é internada. Foi removida do hospital pelo amigo Anthony Cox que denunciou que ela estava recebendo doses anormais de medicamentos. Uma relação amorosa entre os dois culmina na separação de Yoko e Toshi e no seu casamento com Anthony, com quem veio a ter uma filha, Kyoko Chan Cox, em 1963. Na América, entra para um novo grupo vanguardista denominado Fluxus. Em 1964 lança o livro Grapefruit. Em 1965 se apresenta novamente no Carnegie Recital Hall com sua performance Cut Pieces ("corte pedaços"), onde permanecia sentada, convidando o espectador a cortar com uma tesoura pedaços de sua roupa até ficar nua. Com a repercussão de suas obras, Yoko é convidada em 1966 a realizar uma exposição individual. Nesta exposição, foi exposta a obra Ceiling Painting, uma instalação na qual uma escada conduz o observador até um vidro no teto, onde há uma lupa presa para que se leia a pequena inscrição "Yes!". John Lennon,estava presente na exposição e seu encantamento com a obra despertou interesse pela produção artística de Ono. Lennon financiou sua próxima instalação, Half-A-Room, uma peça intimista e melancólica. A partir de 67 Yoko Ono e John Lennon começaram a produzir composições de vanguarda, sem estrutura musical alguma. Lennon se separou de sua primeira esposa e casou-se com Yoko em 20 de Março de 1969, e eles tiveram um filho, Sean Lennon, em 9 de Outubro de 1975. Mesmo dia do velho. Incrível, né? O resto, a gente conhece. De qualquer forma, apesar das contovertidas aventuras de Yoko, Parabéns! Ano que vem é oitentaço. Fica esperta, japa! A gente fica agora com um vídeo bem legal e com uma resolução excelente dela e do marido numa apresentação no Apollo Theater em Nova York em dezembro de 1971. "Sisters O' Sisters". Muito bacana!
MARISA MONTE - DEPOIS - SENSACIONAL!
Especialmente em homenagem à Dayse Claret Durães. Quanta saudade!
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
GEORGE HARRISON - LIVE AT COW PALACE - 1974
Vou logo avisando para depois ninguém reclamar, “não espere ‘qualidade’ nesse disco pirataço! Não vai encontrar de jeito nenhum, nem por mais Harrisonmaníaco que seja. Serve apenas para colecionadores fanáticos já no 3º estágio, e como documento histórico desse fatídico período da carreira do ex-Beatle”. E, também serve para mostrar para herdeiros, executivos e etc, que nós, fãs, vivemos ávidos esperando por alguma coisa nova. Um documento como esse, filtrado da forma que merece, remasterizado com todos os recursos e tecnologia que existem hoje. Mas acho que Yoko Ono fez escola. Enquanto esse dia não chega, vamos nos contentando com migalhas como essas piratarias de qualidade sempre duvidosas.
Sobre a “Harri’s On Tour 74”, ou “North American Tour 74” – não tenho muito o que falar. Na Internet encontram-se milhões de textos sobre isso, como o dossiê completo do grande jornalista Cláudio Teran – da coluna ‘Pop Go The Beatles’ no site do portal Beatles Brasil - http://www.thebeatles.com.br/pop/edicoes.php
A turnê foi praticamente um desastre. Desde o próprio estado em que George se encontrava à infeliz escolha do repertório e das interrupções com os insuportáveis músicos indianos. Ora, ninguém comprou os ingressos para ver aquela gente. E nem para ver e ouvir um George quase fora-de-sí acabando com sua própria imagem de beatlezinho caçula, sacrificando clásicos como “In My Life”, de John e Paul e seu maior êxito, “Something” e encerrando a turnê quase sem voz. Bom, questão de opinião. De qualquer forma aí está o link para o CD gravado literalmente “ao vivo” da platéia, sem recurso algum – e olhem que todos já tinham esses recursos desde o tempo em que os Beatles tocaram lá. A qualidade do som é ruim e, como disse lá em cima, só serve para colecionadores fanáticos como eu. Só para terminar: a capa do piratinha é tão feinha que para aparecer esse disco aqui, acabei dando uma garibada. Mas a capa e contracapa originais também estão no arquivo. Valeu, abração! Só uma lembrança: existem dezenas de piratas dos shows que o velhão fez durante essa excursão de 74. Todos ruins (áudio). Essa é a hora! Mas parece que vamos ter que nos contentar com o “novo” DARK HORSE. Pelo menos já é alguma coisa... quem sabe se não vêm com um bônus ‘ao vivo’?
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