quarta-feira, 30 de junho de 2021

MAGICAL MYSTERY TOUR - O MAIS PSICODÉLICO DE TODOS - SENSACIONAL!✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶

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É comum que grandes artistas lancem coletâneas, ou discos ao vivo, ou álbuns com sobras de estúdio. No caso dos Beatles, logo após o lançamento de Sgt. Pepper's, entraram em um período confuso. Não existiam mais as pressões de lançar dois álbuns por ano, eles tinham abandonado as turnês e Brian Epstein estava morto. Paul McCartney passou então a assumir uma certa liderança do grupo, mas as decisões geravam brigas ou apatia. Com freqüencia, as músicas passam a ser de um único Beatle, com os demais ausentes ou trabalhando apenas como banda de apoio.

Literalmente, o álbum Magical Mystery Tour é realmente um disco fantástico, mágico e misterioso. Foi o segundo gravado e lançado pelos Beatles em 1967 (o primeiro foi Sgt. Pepper’s em junho). Produzidas por George Martin, ambas as versões de Magical Mystery Tour incluem as seis canções da trilha sonora do filme homônimo de 1967. O disco foi lançado no dia 8 de dezembro de 1967 no Reino Unido como um EP duplo de seis faixas, pelo selo Parlophone, e, nos Estados Unidos no dia 27 de novembro de 1967, como um LP de onze faixas compilado pela Capitol Records, incluindo no lado 2 músicas dos compactos lançados pela banda naquele 1967. O resto do mundo, incluindo o Brasil (pelo selo Odeon), seguiu o formato inglês. O primeiro lançamento oficial no Reino Unido do LP de 11 faixas só aconteceu a partir de 1976.

Magical Mystery Tour foi o primeiro projeto depois da morte de Brian. Um filme de 1 hora feito para a TV. A crítica, após a exibição na Inglaterra foi terrível e o filme não chegou sequer, a ser exibido nos EUA. Para o projeto, os Beatles compuseram seis novas músicas. Não davam um álbum. A solução foi criar um formato único de duplo EP (um disco de vinil de sete polegadas, 45 rpm, com uma a duas músicas de cada lado). O formato EP não era comum fora da Inglaterra, mas já existia uma infame tradição nos EUA de lançar as músicas dos Beatles em coleções diferentes dos álbuns ingleses (aproveitando o fato de que desde cedo os Beatles pararam de incluir nos álbuns ingleses as músicas lançadas em singles). Desta forma Magical Mystery Tour foi lançado nos EUA (e em vários outros países) na forma de um LP contendo no lado A, as seis músicas do filme e no lado B, cinco músicas lançadas anteriormente em compactos. Este formato foi o que prevaleceu, e assim Magical Mystery Tour é considerado o nono álbum dos oficial dos Beatles.
O conceito de McCartney para a Misteriosa Viagem Mágica era produzir um especial de televisão sobre um grupo de pessoas fazendo uma viagem misteriosa em um ônibus. A Misteriosa Viagem passaria por várias locações na Inglaterra e na França, seria em sua maioria improvisado e aproveitaria os encontros que tivessem na estrada. Paul McCartney quis criar um filme baseado nos Beatles e sua música. Não teria roteiro: várias pessoas comuns viajariam num ônibus rodoviário (modelo Bedford VAL de 1964), e teriam aventuras "mágicas" não especificadas.
Um filme de 1 hora feito para a TV. Magical Mystery Tour foi originalmente exibido na Inglaterra pelo canal BBC no Natal, mas foi duramente criticado como nunca antes tinha acontecido na carreira dos Beatles. Transmitido em preto e branco não chegou sequer, a ser exibido nos EUA.

Cada uma das seis canções do EP Magical Mystery Tour, exceto "The Fool On The Hill" e "Your Mother should Know", foi gravada antes do início das filmagens em 11 de setembro de 1967. Durante as decorrências pós-Pepper's, os Beatles também gravaram "All Together Now", "You Know My Name (Look Up the Number)", "It's All Too Much", "Baby, You're a Rich Man" e "All You Need Is Love", que foram lançados como um single e incluídas no LP Magical Mystery Tour da Capitol Records, enquanto as outras foram retidas para lançamentos futuros.

As filmagens tiveram início em setembro de 1967 e continuaram por duas semanas, antes que o trabalho recomeçasse nas canções. Logo, os Beatles alternaram entre gravar, filmar e editar, no que se tornou uma programação bastante aleatória. "The Fool On The Hill" e "Your Mother Should Know" foram concluídas nessa época, junto com overdubs de "I Am The Walrus".

Uma música de Lennon e McCartney, "Shirley's Wild Accordion", também foi gravada como música incidental para o filme, mas foi deixada de fora da edição final. Apresentava Shirley Evans na sanfona e seu parceiro musical Reg Wale na percussão, além de Paul McCartney nos backing vocals e maracas, e Ringo Starr na bateria. John Lennon produziu uma sessão, que aconteceu nos estúdios De Lane Lea, em Londres, em 12 de outubro de 1967. Outra peça musical, "Jessie's Dream", foi gravada na mesma época e creditada a McCartney-Starkey-Harrison-Lennon. Essa foi usada como música incidental no filme.
Devido a natureza de última hora de algumas das sessões depois de Pepper's, os Beatles ocasionalmente encontravam seus estúdios normais indisponíveis. Enquanto a maioria das canções de Magical Mystery Tour foram gravadas nos estúdios da EMI, o grupo ocasionalmente agendava nos estúdios independentes Olympic, De Lane Lea e Chappell.
Como já foi dito, a Capitol Records optou por um formato diferente para Magical Mystery Tour. Eles incluíram as músicas da trilha sonora no primeiro lado e adicionaram cinco outras - "Hello, Goodbye", "Strawberry Fields Forever", "Penny Lane", "Baby, You're a Rich Man" e "All You Need Is Love" no lado 2. A primeira música do lado 2 do álbum da Capitol, "Hello, Goodbye", foi a última das onze a ser gravada entre 2 de outubro e 2 de novembro de 1967 e lançada como o último single dos Beatles em 1967, com "I Am The Walrus" como lado B. "Strawberry Fields Forever" foi lançada como um single duplo A junto com "Penny Lane" em fevereiro de 1967. Nenhuma dessa músicas foi planejada para Magical Mystery Tour. "All You Need Is Love" foi gravada para a transmissão de televisão por satélite Our World em 25 de junho de 1967, e lançada como single em julho de 1967 com "Baby You're A Rich Man" de lado B.
Apesar das duras críticas da mídia ao filme Magical Mystery Tour, a trilha sonora foi um sucesso comercial e de crítica. No Reino Unido, liderou a parada de EPs compilada pela Record Retailer e alcançou a posição número 2 na parada de singles da revista (mais tarde UK Singles Chart) atrás de "Hello, Goodbye". O álbum ficou no topo da lista dos Top LPs da Billboard por oito semanas e foi nomeado para o Prêmio Grammy de Álbum do AnoEm 1987, quando os Beatles atualizaram todo seu catálogo para o lançamento em CD, a sequência de onze faixas do LP americano foi adotada como "oficial" em detrimento da sequência de seis músicas do EP inglês, por esta não ser considerada viável (poucas músicas para um CD). Juntamente com os demais álbuns de estúdio da banda, Magical Mystery Tour foi remasterizado digitalmente e relançado no dia 9 de setembro de 2009, nas versões mono e estéreo. Em 2012, o EP duplo mono foi relançado numa caixa especial contendo, além dos EPs propriamente, o filme em DVD e em Blu-Ray, e, ainda, um livreto extra com informações e fotos. No dia 9 de setembro de 2014 foi lançada uma nova remasterização analógica, mono, do LP estadunidense, juntamente com toda a discografia dos Beatles em vinil.

A CAPA - Como parte do formato incomum, os Beatles decidiram empacotar os dois EPs em uma capa dobrável com um livreto de 24 páginas. A capa do álbum trazia uma foto dos Beatles em fantasias de animais, tirada durante as filmagens de "I Am the Walrus", e marcava a primeira vez que os rostos dos membros da banda não eram visíveis em um de seus EP ou lançamentos de LP. O folheto continha letras de músicas, fotografias coloridas do fotógrafo John Kelly das filmagens, e a história do filme no estilo quadrinhos em cores com ilustrações do cartunista Bob Gibson.

O design da capa foi feito por John Van Hamersveld, chefe do departamento de arte da Capitol, trabalhando a partir da arte enviada pela EMI em Londres. A capa do LP tinha a simetria berrante de um pôster de filme por meio da combinação dos trajes de animais dos Beatles, o logotipo do filme "arco-íris" e os títulos das músicas reproduzidos em letras art déco, em meio a uma borda de nuvens no melhor estilo Pop-Art.

MAY PANG E "O FIM DE SEMANA PERDIDO" DE JOHN LENNON

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Publicada originalmente em 25 de setembro de 2012.
May Pang Yee Fung nasceu em 24 de outubro de 1950, dez anos mais jovem que Lennon e dezessete mais nova que Yoko Ono. Se tornou mais conhecida como ex-namorada de Lennon. Ela já havia trabalhado como assistente pessoal e coordenadora de produção para Lennon e Yoko Ono. Em 1973, Lennon e Ono se separaram e Lennon e Pang tiveram um relacionamento que durou mais de 18 meses. John Lennon mais tarde definiria esse período como seu "fim de semana perdido", uma referência ao filme e novela de mesmo nome.

Pang é filha de imigrantes chineses e cresceu em Nova York com uma irmã mais velha e um irmão adotivo (ambos nasceram na China). Depois de se formar na Academia de Saint Michael, Pang participou da Nova York Community College. Ela queria ser modelo, mas foi dito que ela era muito "étnica" pelas agências de modelos. Em 1970, começou trabalhar em Nova York como recepcionista da ABKCO, o escritório de gestão Allen Klein, que na época representava a Apple Records e três ex-Beatles: John Lennon, George Harrison e Ringo Starr. May Pang foi convidada para ajudar os Lennons com suas artes de vanguarda e projetos de cinema. Depois tornou-se secretária do casal fazendo para eles uma ponte entre Nova York e Londres, o que a levou a uma posição permanente como sua assistente pessoal.
No verão de 1973, Pang estava trabalhando na gravação do álbum Mind Games. John Lennon e Yoko Ono estavam tendo problemas conjugais e decidiram "dar um tempo". Yoko Ono sugeriu a Pang que se tornasse companheira de Lennon. Ono explicou que ela e Lennon não estavam se dando bem e estavam se distanciando, e que Lennon precisava começar a conviver com outras mulheres. Disse também que John Lennon a achava sexualmente atraente. Pang respondeu que nunca poderia começar um relacionamento com Lennon sendo ele seu patrão. Ono ignorou os protestos e disse que providenciaria tudo. Em outubro de 1973, Lennon e Pang sairam de Nova York para Los Angeles para promover Mind Games, e decidiram ficar lá algum tempo, vivendo pelas casas dos amigos.
Enquanto estavam em Los Angeles, Lennon resolveu embarcar em dois novos projetos de gravação: fazer um álbum de canções do velho Rock 'N' Roll que o inspiraram a se tornar músico, e para produzir um outro artista. Em dezembro de 1973, Lennon começou a trabalhar com Phil Spector para gravar o álbum com os velhos rocks. Estas sessões de gravação movidas a álcool tornaram-se lendárias. Cada músico de Los Angeles queria participar, mas se assustavam com o comportamento errático de Spector, que incluía disparar uma arma na sala de controle do estúdio. Isso fez com que as sessões de gravação fossem interrompidas. Spector, alegou ter sofrido um acidente de carro, e sumiu com as fitas.
Em março de 1974, Lennon começou a produzir o álbum de Harry Nilsson "Pussy Cats", chamado assim para contrariar a imagem de "bad boys" que os dois ganharam na mídia depois de dois incidentes no Troubadour: primeiro quando Lennon colocou um absorvente na testa e os dois entraram em confronto com uma garçonete e, duas semanas depois, quando Lennon e Nilsson foram expulsos do clube depois de insultarem à banda Smothers Brothers. Lennon achou que seria uma boa ideia para os músicos viverem sob o mesmo teto para garantir que chegariam ao estúdio em tempo, assim Pang alugou uma casa de praia em Santa Monica, para ela, Lennon, Nilsson, Ringo Starr e Keith Moon viverem naquele momento.

Pang encorajou Lennon a se aproximar mais da família e dos amigos. Em Santa Monica, John Lennon e Paul McCartney tocaram juntos pela primeira vez depois da separação dos Beatles. Ela também providenciou para Julian Lennon visitar seu pai, pela primeira vez em quatro anos. Julian começou a ver seu pai mais regularmente. Lennon comprou para ele uma guitarra Gibson Les Paul e uma bateria eletrônica para o natal, e incentivou seu interesse pela música, ensinando-lhe alguns acordes.

Em junho de 1974, John Lennon e May Pang voltaram a viver em Nova York. Lennon parou de beber e se concentrou na gravação do seu novo álbum. No início do verão, quando Lennon já estava trabalhando álbum "Walls And Bridges", o casal mudou-se para um apartamento de cobertura em 434 Leste da rua 52 , onde Lennon e Pang afirmam ter visto um OVNI em 23 de agosto de 1974, a partir de seu terraço, que tinha uma vista panorâmica do leste de Nova York. Na noite em questão, Lennon nu gritava animadamente chamado Pang se juntar a ele do lado de fora para os dois assistirem a aparição de um objeto circular flutuar silenciosamente a menos de 100 metros de distância.
"Walls And Bridges", chegou ao topo das paradas. Com ele, Lennon conseguiu seu único primeiro lugar na vida como artista solo: "Whatever Gets You Thru the Night". Pang é a voz que sussurra o nome de John em "# 9 Dream". Outra canção, "Surprise, Surprise (Sweet Bird of Paradox)", foi escrita sobre ela e Julian tocou bateria na última faixa do álbum, "Ya Ya". Al Coury, então vice- presidente da Capitol Records, tinha posse das fitas das sessões caóticas de Spector que as trouxe para Nova York. Lennon iria completar seu álbum de "oldies", que seria chamado de "Rock 'n' Roll", com os mesmos músicos que ele usou em Walls And Bridges. Pang continuou seu trabalho como coordenadora de produção do álbum "Rock 'n' Roll", onde foi creditada como "Madre Superiora". Ela também trabalhou em álbuns de Nilsson, Ringo Starr, Elton John e David Bowie.
Ao visitarem Mick Jagger em Montauk, Nova York, Lennon e Pang viram uma casa em estilo escocês que estava à venda. Lennon pediu a um corretor de imóveis que fizesse uma oferta para ele em fevereiro de 1975. Os dois também estavam planejando visitar Paul e Linda McCartney em Nova Orleans em fevereiro de 1975, onde os Wings estavam gravando "Venus And Mars", mas Lennon se reconciliou com Yoko Ono um dia antes da visita prevista, após Yoko Ono lhe dizer que tinha uma nova cura para o hábito de fumar de Lennon.

Depois que Lennon voltou para Yoko Ono, Pang começou a trabalhar para a United Artists e Island Records como gerente, trabalhando em álbuns de Bob Marley e Robert Palmer.
Em 1983, May Pang publicou seu livro de memórias, "Loving John" que mais tarde foi atualizado e renomeado para "John Lennon: The Lost Weekend". O original de 500 páginas se concentrou mais no papel que ela teve nos álbuns e sessões de Lennon. No livro, ela também incluiu cartões postais que Lennon lhe mandara durante suas viagens por todo o mundo nos anos 70. Pang afirma que ela e Lennon foram amantes até 1977, e mantiveram contato até sua morte.

Em 2008, May Pang publicou o livro de fotografias Instamatic Karma. Além dos retratos cândidos pessoais, o livro contém algumas fotografias historicamente importantes, como Lennon assinando a dissolução oficial da parceria dos Beatles, e a última fotografia conhecida de Lennon e Paul McCartney juntos. Cynthia Lennon endossa o livro na capa traseira, reconhecendo o papel de Pang em reunir Lennon com seu filho Julian.
May Pang casou com o produtor Tony Visconti em 1989 e divorciaram-se em 2000. Tiveram dois filhos, Sebastian e Lara. Ela mantém contato com algumas pessoas da época em que esteve com Lennon, e foi convidada por Paul McCartney para o serviço memorial para Linda McCartney. Foi convidada para The Concert for George, em 2002, e permaneceu próxima de Cynthia Lennon , seu marido Noel Charles, e primeiro filho de Lennon, Julian Lennon.
Apesar de não ter tido contato com Yoko Ono por mais de 20 anos, em 9 de outubro de 2006, encontraram-se acidentalmente na Islândia, sobre o que teria sido o aniversário de 66 anos de Lennon. Yoko Ono estava na Islândia para inaugurar uma escultura em Reykjavík, e as duas se hospedaram no mesmo hotel. Pang está atualmente vivendo com seus filhos em Nova York, e produz uma linha de jóias em aço inoxidável de Feng Shui.

Ex-namorada de John Lennon lança livro com fotografias do Beatle
May Pang viveu com o músico entre 1973 e 1975, quando estava separado de Yoko. "Instamatic karma" reúne imagens do período conhecido como "fim de semana perdido".

Matéria publicada no site G1 em 12 de março de 2008.
Se há uma coisa que May Pang tem combatido nos últimos 28 anos, é a idéia de que John Lennon estava deprimido, isolado e fora de controle durante os 18 meses em que viveu com ele, do verão de 1973 ao início de 1975, quando o músico se reconciliou com sua segunda esposa, Yoko Ono. O próprio Lennon difundiu essa percepção dos fatos ao se referir àquele período como seu “fim de semana perdido” nas entrevistas que deu em 1980, quando lançou “Double fantasy”, um álbum em parceria com Ono que foi sua volta à música após um silêncio de cinco anos. Histórias sobre Lennon bêbado sendo expulso do Troubador, uma casa noturna de Los Angeles, parecem comprovar essa imagem. Mas para Pang, hoje com 57 anos, o “Fim de Semana Perdido” foi uma época extremamente produtiva, durante a qual Lennon terminou três álbuns – “Mind games”, “Walls and bridges” e “Rock ‘n’ Roll” – produziu discos de Ringo Starr e Harry Nilsson e gravou com David Bowie, Elton John e Mick Jagger. Depois de ter detalhado essas experiências (junto com a expulsão do Troubador e outros momentos sombrios) em “Amando John”, suas memórias de 1983, Pang voltou agora com evidência fotográfica. Seu novo livro, “Instamatic karma” (publicado pela St.Martin’s Press), é uma coleção de 140 páginas de fotos casuais que ela tirou durante o período que passou com Lennon. “Um amigo meu ficava dizendo, ‘você conta tantas histórias sobre o John, e quando faz isso diz, espere aí, tenho uma foto para acompanhar o que estou contando! Como é que a gente nunca vê um livro com essas fotos?’ Então, achei que talvez fosse a hora de publicá-las. Isso permitirá às pessoas ver John nesse mundo, pelos meus olhos. E faria com que ele se livrasse daquela coisa do ‘Fim de Semana Perdido’, que todo mundo fala que foi uma fase depressiva em que ele estava com péssima aparência. Eu não creio que essas fotos pareçam assim”. E não parecem: nas páginas de “Instamatic karma” – o título é uma brincadeira com a canção “Instant karma”, de Lennon – o Beatle parece relaxado, feliz e é visto passando algum tempo com seu filho, Julian, assim como com alguns amigos famosos, entre eles Paul McCartney, Ringo Starr, Nilsson e Keith Moon. Ele é mostrado trabalhando no estúdio de gravação, nadando em Long Island Sound, fazendo palhaçadas no Central Park e visitando a Disney World. Pang ordenou seu livro por assunto, em vez de cronologicamente, em quatro capítulos chamados “Em casa”, “Brincando”, “Trabalhando” e “Longe”. Para seu arrependimento, ela perdeu alguns momentos famosos. Em 28 de março de 1974, houve uma jam session em Los Angeles que incluiu Lennon, Nilsson, McCartney e Stevie Wonder, por exemplo, e que não foi documentada. Mas Pang capturou um exemplo importante: Lennon assinando o acordo que dissolvia a parceria dos Beatles em 29 de dezembro de 1974. Depois de quatro anos de negociações, os Beatles concordaram – ou pareceram concordar – com os termos que regiam sua separação formal, e um encontro foi marcado para 19 de dezembro no Plaza Hotel, em Manhattan. George Harrison estava tocando no Madison Square Garden naquela noite, Paul McCartney havia vindo de Londres e Starr, que já havia assinado o documento, estava ao telefone. No último minuto, Lennon fez objeção à cláusula que ele achou que poderia criar um problema com impostos para ele (por ser o único Beatle que morava nos EUA) e decidiu que não iria. Harrison, furioso, cancelou os planos de se juntar a Lennon no palco no Madison Square Garden, mas McCartney apareceu no apartamento que Lennon dividia com Pang no número 52 da Rua Street para discutir o assunto. Dez dias depois, quando Lennon, Julian e Pang estavam na Disney World, um advogado apareceu com o contrato revisado e Lennon pediu para que Pang sacasse sua câmera. A fotógrafa descreve a cena: “quando John desligou”, escreve ela, “ele olhou melancolicamente pela janela.” “Era como se eu o visse revivendo toda sua experiência com os Beatles.” Pang então fotografou o Beatle sentado sob as assinaturas claramente legíveis de Paul McCartney, George Harrison e Richard Starkey (o nome verdadeiro de Ringo), a câmera clicando entre o “h” e o “n” de seu primeiro nome. Considerando que Lennon foi particularmente militante sobre sair dos Beatles em 1969, pode parecer estranho que ele tenha feito isso de forma melancólica. Mas não para Pang. “Todo mundo muda”, afirmou ela. “Com John as coisas mudavam diariamente. É uma questão de tempo. Cinco anos antes as coisas não eram iguais. Em 1974, ele havia visto todos. A amizade ainda existia. Eles eram como irmãos. Não havia animosidade entre eles. E mesmo que sentissem que tinham que se separar para atingir o próximo nível de suas carreiras musicas, John havia fundado essa banda que mudou o mundo. Ela mudou o modo como vivemos e como nos vestimos. E ele sabia disso. Assim, quando ele sentou para assinar, ele sabia que era pra valer. A sua assinatura foi a última. Se ele havia criado o grupo, deveria ser ele a pessoa a acabar com a banda".

THE BEATLES - DAY TRIPPER - SEMPRE!

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"Day Tripper", o clássico dos Beatles, com um dos riffs mais famosos de todos os tempos, foi lançada como single duplo Lado A com "We Can Work It Out" em dezembro de 1965. Para promover o single, os Beatles filmaram as performances das duas canções em 1 e 2 de novembro para inclusão no especial para a TV The Music of Lennon & McCartney. No início de "Day Tripper", eles aparecem acompanhados por um grupo de dançarinas go-go.

THE MUSIC OF LENNON & McCARTNEY - 1965

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Durante os primeiros dias de novembro de 1965, os Beatles fizeram uma pequena pausa para gravar um especial de televisão para a Granada TV, que foi intitulado “The Music Of Lennon & McCartney”. A concepção básica do programa, concebido por Johnny Hamp (responsável pela primeira aparição dos rapazes na TV, no programa “People and Places”, da própria Granada, em 1962) seria mostrar músicas da dupla mais famosa da época, interpretada, além dos Beatles, por outros artistas que já haviam regravado suas canções (incluindo algumas que eles nem chegaram a gravar). Entre os convidados estavam Cilla Black, Peter and Gordon, Billy J. Kramer & The Dakotas e o humorista Peter Sellers.
O especial de 50 minutos foi gravado em Manchester, no estúdio 6 (um dos maiores da Granada), com um cenário produzido especialmente para a ocasião, e exibido em Londres na noite do dia 16 de dezembro de 1965. No resto do Reino Unido foi transmitido um dia depois. Os Beatles queriam que Ella Fitzgerald fizesse uma performance de “Can’t Buy Me Love”, mas ela não estava disponível na época. Já o cantor francês Richard Anthony, que estava programado para realizar uma aparição no programa, sofreu um acidente de trânsito pouco tempo antes das gravações e foi substituído por Dick Rivers, que apresentou “Things We Said Today”, em francês. George Martin participou do programa, comandando uma orquestra de 25 músicos para as performances de “I Feel Fine” e “Ringo’s Theme”. Uma linda versão de “Yesterday” começa com Paul ao violão e depois corta de forma incrível para Marianne Faithfull, que segue dos 22 segundos em diante numa bela performance, gravada nos estúdios da Decca no mês anterior (que, inclusive contou com a presença de Paul, durante a sessão). Cilla Black cantou “It’s For You”, música de Paul que os Beatles nunca chegaram a gravar. Billy J. Kramer e os Dakotas participaram com “Bad To Me” (outra que os Beatles não gravaram). Mas, no entanto, um dos maiores destaques do programa foi a performance de Peter Sellers, em uma memorável atuação teatral “declamando” a letra de “A Hard Day’s Night”, no melhor estilo “Shakespeariano”. A parte de Sellers foi gravada em um estúdio em Londres, e não em Manchester como o resto do programa. Para promover o single “Day Tripper”/”We Can Work It Out”, os Beatles apareceram ao fim de cada parte do programa tocando as duas canções, respectivamente. Na segunda, John aparece tocando o famoso Harmonium, que fora usado na gravação lançada no compacto.

domingo, 27 de junho de 2021

PAUL McCARTNEY - A LOVE FOR YOU *****

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A faixa básica de “A Love For You”, foi gravada em 26 de outubro de 1970 durante as sessões de Ram, no Columbia Studios, em Nova York, com overdubs adicionados em março de 1971 no Sound Recording Studio, em Los Angeles. A faixa foi preparada por Paul e Eirik Wilhelm Wangberg (também conhecido como 'Erik, o norueguês') para ser lançada em um single mais tarde naquele ano, (com “Get On The Right Thing” como lado A e “Great Cock and Seagull Race” como terceira música), mas então o Wings foi formado e o single nunca se materializou.

“A Love For You” não estava na versão de 1978 de Cold Cuts. Depois disso, foi cogitada para as demais versões de Cold Cuts, eventualmente canceladas em 1981 e 1986. Mas “A Love For You” aparece no bootleg Hot Hits - Cold Cuts. Um remix de fevereiro de 2002 por Ralph Sall e David Khane foi lançado oficialmente em 2003 na trilha sonora de The In-Laws (Os Sogros), enquanto o remix de 1986 por John Kelly foi lançado em 2012 como uma das faixas bônus do Ram - The Archive Collection.
A faixa base de “A Love for You” gravada em 26/10/1970 tinha Paul tocando violão, guitarra, baixo e teclados. Linda: Backing vocals e pandeirola. Denny Seiwell: Bateria. Mais sessões aconteceram em 1981 e 1986 para o projeto Cold Cuts, com Laurence Juber e Steve Holley. Como Paul continuou adicionando overdubs ao longo dos anos, cada versão é um pouco diferente. Assim, a lista de quem participou em uma data ou outra é: Paul McCartney: vocais, guitarra acústica, backing vocals, baixo, guitarra elétrica, teclados, percussão, produtor; Linda McCartney: backing vocals, pandeiro; Denny Laine: Backing vocals; Geoff Emerick: engenheiro de gravação de overdubs; Denny Seiwell: Bateria Laurence Juber: backing vocals, guitarra elétrica; Steve Holley: backing vocals, percussão; Hugh McCracken: Guitarra.

sexta-feira, 25 de junho de 2021

THE BEATLES – ALL YOU NEED IS LOVE – 54 ANOS✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶

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25 de junho de 1967Outro dia histórico. Há 54 anos, os Beatles apareceram 'ao vivo' tocando “All You Need Is Love” no programa Our World, da BBC, exibido ao vivo nos 31 países que faziam parte da rede mundial de transmissão via-satélite. Esse trabalho envolveu redes de TV das Américas, Europa, Escandinávia, África, Austrália e Japão. Foi solicitado que o grupo escrevesse uma música cuja mensagem pudesse ser entendida por todos os povos do planeta. John Lennon e Paul McCartney começaram a trabalhar separadamente em diferentes letras, até que Lennon acabou escrevendo esse clássico que se encaixou perfeitamente ao objetivo proposto. A filma­gem aconteceu no grande estúdio 1 da EMI em Abbey Road. O estúdio estava decorado com dezenas de vasos com flores coloridas e os Beatles vestiam roupas coloridas - ver­de, laranja e cor-de-rosa, que lembravam um pouco a capa de Sgt. Pepper’s, e echarpes ao redor do pescoço que desciam até a altura da cintura. Entre os con­vidados estavam: Keith Richards, Eric Clapton, Graham Nash e Gary Leeds. Keith Moon e Ringo ficaram tirando um som na bateria durante a longa espera para a transmissão. Simon, Marijka e Joshi, do The Fool, vestiam roupas esvoa­çantes feitas com retalhos coloridos e lenços estampados na cabeça que pouco tempo depois seriam vendi­dos na butique da Apple. Os Small Faces sentaram-se um ao lado do outro usando roupas da butique psicodélica Granny Takes a Trip.
Mick Jagger e Marianne Faithfull senta­ram-se no chão, próximos a Paul. O Rolling Stone, usando uma jaqueta de seda que tinha um desenho psicodélico com a estampa de um par de olhos, fumava um grande baseado na frente de 200 milhões de especta­dores e, no dia seguinte, seria preso por porte de drogas. Uma chuva de bandeirolas e balões nos quais es­tava escrito “All You Need Is Love” caíram do teto, enquanto o público cantava. Cartazes com a mensagem ALL YOU NEED IS LOVE escrita em vários idiomas foram colocados na frente das câmeras. Os vocais, o baixo de Paul, a bateria de Ringo, o solo de George e a orquestra fo­ram mixados durante a transmissão mundial ao vivo dessa apresentação que foi ao ar em 25 de junho de 1967. Rapidamente, foi lançado um single com “All You Need Is Love” indo direto para o 1º lugar nas melhores paradas do 1º mundo.

Cheios de energia criativa depois de terminar Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, os Beatles voltaram direto ao trabalho. Quando foram convidados para participar do programa de TV Our World - um programa de duas horas com artistas internacionais que seria transmitido para 31 países, especialmente no dia 25 de junho de 1967, decidiram criar uma nova faixa elabo­rada e orquestrada, “All You Need Is Love”. “Brian Epstein, entrou de re­pente e contou que iríamos representar a Grã-Bretanha em um encontro mundial. Tínhamos menos de duas semanas para acertar tudo”, disse George Martin. John Lennon enca­rou o pedido de última hora sem muito espanto: “Tão perto assim?”, disse ele uns poucos dias antes da trans­missão. Os Beatles elaboraram uma faixa base no estúdio (que in­cluia George Harrison tocando violino pela primeira vez e Lennon no cravo), mas cantaram ao vivo no programa, acompanha­dos por uma orquestra e um coral que incluia Mick Jagger, Keith Richards, Marianne Faithfull, Donovan, Keith Moon e outros tantos. O solo de guitarra de George Harrison também foi feito ao vivo; ele mandou que sua Stratocaster cfosse pintado com cores psicodélicas especialmente para a ocasião pelo gupo de arte pop "The Fool". O arranjo de Martin refletiu o espírito internacional do evento: a introdução era um trecho de “La Marseillaise”, o hino nacional francês, enquanto o final in­cluía pedaços de “Concerto de Brandenburgo 2”, de Bach, “Greensleeves”, “In the Mood”, de Glenn Miller - e até um refrão improvisado de “She Loves You”. A parte principal era bem simples. “John ti­nha uma coisa incrível com seu ritmo. All You Need Is Love meio que pula batidas e muda de 3/4 para 4/4 o tempo todo, saindo e entrando de cada um”, disse George Harrison na Rolling Stone.

Os versos de Lennon se mostraram um desafio para McCartney. “O refrão é simples, mas o verso “Nothing you can do / But you can learn how to be you in time / It’s easy” – (“Na­da que você possa fazer / Mas você pode aprender como ser você a tempo / É fácil) é bem complexo. Eu nun­ca o entendi de verdade”, disse ele. "All You Need Is Love" foi a primeira música de Lennon com um título que parece um slogan publicitário (como “Come Together”, “Give Peace a Chance” e “Power to the People”, que viriam mais tar­de). “Gosto de slogans”, ele disse. “Gosto de propaganda. Amo televisão”.
A mensagem básica de "All You Need Is Love" é clara: "você pode fazer tudo o que quiser, se quiser" - uma filosofia que nunca saiu de moda, e é claro, o amor conquista tudo, o amor é o que importa, o amor é tudo, etc., o que já era a mensagem dos Beatles em “The Word” e outras músicas. Para John Lennon"All You Need Is Love" pode ser entendida de duas formas: Em um nível significa que o amor é a coisa mais importante do mundo, mas também pode querer dizer que o amor é aquilo que está faltando em você, aquilo que você não tem. O amor em "All You Need Is Love" é um conceito mais universal e abstrato, diferente do amor em “She Loves You” e na maioria das músicas anteriores dos Beatles. O manuscrito em uma versão limpa na caligrafia de John Lennon dos versos, ele usou como “cola “ no estúdio. que foi vendido num leilão em 2005 por 1 milhão de dólares.Os Beatles começaram a gravar "All You Need Is Love" em 14 de junho de 1967, no Olympic Sound Studios em Barnes, LondresO grupo gravou alguns vocais e tocou instrumentos não convencionais: Lennon no cravo, McCartney no contrabaixo acústico e Harrison tocando violino. Ringo Starr foi o único deles a se ater ao seu instrumento habitual. Cinco dias depois, de volta aos estúdios da EMI, em Abbey Road, eles tocaram mais bateria, além de vocais principais e de apoio, piano tocado por George Martin e banjo por Lennon. Nos dias 23 e 24 de junho, fizeram ensaios de última hora e gravações adicionais, incluindo um overdub de orquestra. Também houve uma entrevista coletiva na manhã de 24 de junho, na qual mais de 100 jornalistas e fotógrafos entraram no estúdio em Abbey Road. Da gravação final participaram: John Lennon que cantou o vocal principal, fez backing vocals, tocou cravobanjo; Paul McCartney tocou baixo, contrabaixo acústico e fez fez backing vocals; George Harrison tocou guitarra, violino, e fez fez backing vocals; e Ringo Starr tocou bateria. "All You Need Is Love" foi produzida por George Martin, que também tocou piano, fez o arranjo orquestral e teve Eddie Kramer e Geoff Emerick como engenheiros. Participantes adicionais foram: Mike Vickers – maestro; Sidney Sax , Patrick Halling, Eric Bowie e John Ronayne – violinos; Lionel Ross e Jack Holmes – violoncelos; Rex Morris e Don Honeywillsaxofones tenor; David Mason – trompete; Stanley Woods – trompete; Evan Watkins e Harry Espanha – trombones e Jack Emblowacordeão; Dos vocais adicionais de apoio participaram: Mick Jagger, Keith Richards, Eric Clapton, Marianne Faithfull, Jane Asher, Pattie Boyd, Mike McGear, Keith Moon, Graham Nash, Hunter Davies, Gary Walker e outros. “All You Need Is Love” aparece nos álbuns Magical Mystery Tour (1967), #1 (2000), Yellow Submarine (1969), Yellow Submarine Songtrack (1999) e Love (2006). Não deixe de conferir um capítulo inteiro do sensacional livro de Geoff Emmerick "Minha Vida Gravando Os Beatles", sobre "All You Need is Love" - lançado aqui no Brasil em 2006 pela Editora Novo Século e publicado aqui no Baú em 27 de junho de 2015 - Absolutamente imperdível!!!