Há 20 anos, no dia 31 de agosto de 1997, um terrível acidente chocou o mundo inteiro. Morria Lady Diana, Princesa de Gales. Ela foi a princesa que conquistou corações, a mulher que mais apareceu em capas de revista das décadas de 80 e 90. Sua vida era a de todos, e sua imagem representava a doçura e o encanto de uma princesa sem trono, amada por seu povo. Diana Spencer, foi muito mais do que a esposa do herdeiro do trono da Inglaterra. O acidente aconteceu no Túnel de l´Alma, em Paris. A princesa e seu namorado, Dodi Al Fayed, viajavam em um Mercedes Benz com o motorista e um guarda-costas. Sua morte comoveu a opinião pública, Seu funeral, em setembro de 1997, foi assistido globalmente por cerca de 2,5 bilhões de pessoas.
No Reino Unido e ao redor do mundo, admiradores de Lady Di devem organizar cerimônias em homenagem à "princesa do povo", uma das mais populares da história recente. Desde o começo da semana, flores e cartões se acumulam em frente ao palácio de Kensington, onde Diana vivia em Londres. O palácio de Kensington, no entanto, não confirmou nenhum ato oficial previsto para marcar os 20 anos da morte, segundo a agência AFP.
Diana Frances Spencer nasceu em Sandringham, Inglaterra em 1º de julho de 1961. Lady Di foi a primeira esposa de Charles, Príncipe de Gales, filho mais velho e herdeiro aparente da Rainha Elizabeth II. Seus dois filhos, os príncipes William e Harry, são respectivamente o segundo e o terceiro na linha de sucessão aos tronos do Reino Unido, do Canadá, da Austrália, da Nova Zelândia e de outros doze países da Commonwealth.
Herdeiros da princesa, os príncipes William e Harry visitaram na quarta-feira (30) um jardim criado em sua homenagem no palácio de Kensington e participaram de um encontro com representantes de organizações beneficentes que ela apoiava.
O acidente, segundo investigações da polícia britânica, foi causado por excesso de velocidade e pela embriaguez do motorista, Henri Paul. O único sobrevivente da tragédia foi o guarda-costas da princesa Trevor Rees-Jones, que estava no banco do carona. Paul e Dodi morreram na hora. Diana e seu guarda-costas foram socorridos e levados para um hospital. Ela morreu poucas horas após dar entrada no Hospital Pitie-Salpetriere, em decorrência de uma hemorragia interna, severos ferimentos no tórax e na cabeça, e lesões pulmonares. Um dos bombeiros deslocados ao acidente revelou as últimas palavras da princesa. O sargento Xavier Gourmelon, que liderou a equipe de resgate naquela noite, em Paris, na França, retirou a princesa com vida do veículo e a ouviu perguntar "Meu Deus, o que aconteceu?" antes de ser levada à ambulância. Gourmelon confidenciou ao "The Sun" que se surpreendeu com a morte de Diana, confirmada horas depois, no hospital Pitie-Salpetriere, em Paris. Durante o resgate, ele tinha a certeza de que a princesa sobreviveria à colisão. "Eu podia ver um pequeno ferimento em seu ombro direito. Fora isso, não havia nada significativo. Não havia sangue espalhado pelo corpo dela. Para ser sincero, eu pensei que ela sobreviveria. Até onde sei, ela estava viva na ambulância, e eu esperava que ela sobrevivesse", detalhou sobre a vítima, então com 36 anos.
Diana tornou-se uma das mulheres mais famosas do mundo: um ícone da moda, um ideal de beleza e elegância feminina, admirada por seu trabalho de caridade, em especial por seu envolvimento no combate à AIDS e na campanha internacional contra as minas terrestres. O casamento com Charles terminou em 1996, após vários escândalos tanto por parte do príncipe como da princesa.
Passados vinte anos da sua morte, a "Princesa do Povo" (termo cunhado pelo ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair) continua sendo uma das celebridades mais constantes na imprensa, servindo de tema para milhares de livros, jornais e revistas. O seu nome é citado pelo menos 12 mil vezes por ano na imprensa britânica.
Para o multimilionário Mohamed Al Fayed, seu filho e a companheira foram vítimas de um complô planejado pelos serviços secretos britânicos - a mando de um membro "importante" da família real - para impedir um iminente casamento entre os dois e o fato de Diana estar grávida. O carro em que Dodi e Diana trafegavam bateu ao entrar em alta velocidade em um túnel de Paris na madrugada de 31 de agosto de 1997. Testes feitos com o corpo do motorista indicaram que ele estava embriagado. Uma investigação conduzida pelo então chefe da Scotland Yard, Lord Stevens concluiu em dezembro de 2006 que a morte de Diana, Dodi e do motorista Henri Paul foi um "trágico acidente". Apesar das conclusões da investigação, Mohamed rejeitou todos os argumentos de Stevens. Segundo o milionário, além de noivos, Dodi e Diana iriam ter um filho muito em breve. No entanto, segundo Stevens, nenhum dos vários amigos e familiares de Diana ouvidos pelos investigadores sabiam dos supostos planos do casal. Em um trecho do inquérito, Lady Annabel Goldsmith, amiga íntima de Diana, relata uma conversa que teve dois dias antes do acidente: "Eu perguntei: 'Você não está fazendo nenhuma besteira, como casar-se, está?' Ela respondeu: 'Imagina. Eu estou sendo mimada, e tendo um momento maravilhoso, Annabel. Eu preciso de um casamento tanto quanto de uma espinha no meu rosto”.
Um homem que correu em direção ao veículo acidentado de Diana no túnel da ponte d'Alma, em Paris, disse que ouviu a princesa dizer "Oh, meu Deus". Damian Dalby viajava com seu irmão e alguns amigos a Paris, quando se depararam com o terrível acidente no túnel da ponte d'Alma. "Saía fumaça do veículo. Queria parar o motor, mas não consegui", disse a testemunha, acrescentando que a porta direita traseira do veículo estava aberta, e que viu uma mulher sentada na parte de trás, mas que não se deu conta de imediato que era a princesa. Um dos amigos que estavam com a testemunha, Sebastien Masseron, ouviu um dos fotógrafos gritar "volta, volta, está viva" para um colega que estava de moto no final do túnel. Outra mulher que estava no mesmo carro que Masseron, Audrey Lemaigre, também ouviu um dos fotógrafos dizer: "Está viva, está viva".
"Ela disse que iria morrer ou ser morta numa batida de carro e foi isso o que aconteceu a ela e a meu filho", testemunhou Al Fayed sobre a morte do casal. Al Fayed usou seu depoimento como a melhor oportunidade até hoje para dar publicidade à sua teoria de que Diana e seu namorado Dodi foram mortos numa conspiração envolvendo o serviço secreto britânico e o príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth II. Investigações promovidas pelas polícias francesa e britânica concluíram que o desastre de 31 de agosto de 1997 foi um acidente, e que o motorista Henri Paul, que também morreu, estava bêbado e em alta velocidade. "A princesa Diana me disse que tinha prova de que sua vida estava em perigo e que ela a mantinha numa caixa de madeira", afirmou Al Fayed. Segundo ele, Diana disse que se algo ocorresse a ela, "tenho de garantir que o conteúdo dessa caixa seja tornado público".
A tal caixa conteria cartas do Príncipe Philip à Diana. Todas desapareceram. Al Fayed reafirmou sua avaliação de que o príncipe Philip é um racista e nazista que não podia aceitar que a princesa Diana, mãe do futuro rei britânico, se cassasse com um árabe e muçulmano. Disse ainda que o príncipe Philip deveria "voltar para a Alemanha" - numa referência aos ancestrais germânicos dele. Al Fayed denunciou que o príncipe Charles, ex-marido de Diana, fez parte do complô, a fim de abrir caminho para se casar com Camila Parker Bowles. O bilionário repetiu que que o embaixador britânico em Paris ordenou que o corpo dela fosse embalsamado para acobertar a gravidez e que a equipe médica francesa que a atendeu fazia parte do complô.
A história de Lady Di é a história da mulher moderna, vítima da falta de amor. Terna, romântica e generosa. Apesar de ser assediada constantemente pela mídia, Diana também soube se aproveitar dela em nome de várias causas. Suas obras beneficentes e sua excepcional capacidade de ajudar os desfavorecidos tiveram grande influência no Reino Unido. E de fato, suas campanhas contra as minas e a favor das vítimas da AIDS foram as que tiveram a maior repercussão. Ela era adorada pelas estrelas do pop e sempre será lembrada como mãe exemplar por seus filhos: William e Harry. Sem dúvida, ela foi e sempre será a princesa do povo britânico. Seus restos descansam em uma ilha no meio de um lago artificial situado na residência de Althorp, uma mansão do século XVI que pertence à família Spencer há mais de quinhentos anos.