Hoje, 30 de março, é dia santo, sexta-feira da paixão. Concidentemente, também é o aniversário do incomparável e único Eric Clapton, que completa 73 anos. Sir Eric Patrick Clapton é considerado o maior guitarrista vivo. Ainda é uma das poucas lendas vivas do rock, ao lado de Bob Dylan, Paul McCartney e pouquíssimos outros menos cotados. No início da carreira, em meados dos anos 1960, os muros de Londres amanheceram pichados com a expressão "Clapton is God" (Clapton é Deus) em uma referência à sua maneira peculiar de tocar e à perfeição de sua técnica. Nascido na cidade inglesa de Ripley, no dia 30 de março de 1945, até os nove anos pensava que seus avós - que o criaram - eram seus pais. A mãe verdadeira era a tia Patrícia. Ele nunca conheceu o pai. Na adolescência refugiou-se no violão onde, inspirado pelos grandes mestres do blues, desenvolveu um estilo único de tocar. Participou de vários grupos, sendo mais importante o Cream, considerado o primeiro supergrupo do rock, e que o projetou ao estrelato. Foi o primeiro músico convidado a tocar em um disco dos Beatles, quando em 1968, George Harrison - que viria a ser seu amigo por toda a vida - o chamou para participar como solista da gravação do clássico While My Guitar Gently Weeps, no Álbum Branco. Em sua estreita relação com o ex-beatle, acabou apaixonando-se por Pattie Boyd, na época mulher de George, e que viria a ser anos mais tarde, a sua primeira esposa e para quem fez pelo menos duas canções famosas: Layla e Wonderful Tonight. Mas tudo tem seu preço. E nos tumultuados anos 1970, o virtuose da guitarra quase morreu, pelo menos duas vezes, devido ao vício em heroína e álcool, do qual se recuperou há alguns anos. Em 20 de março de 1991, Conor, seu filho de quatro anos com a modelo italiana Lori Del Santo, morreu depois de cair da janela de um apartamento de um prédio em Nova York. Em sua memória, Eric compôs outro clássico: Tears in Heaven. Em meados dos anos 1990, construiu uma clínica para a recuperação de dependentes químicos, o “Crossroads Centre” na ilha caribenha de Antígua, que funciona até hoje. Eric Clapton já esteve várias vezes no Brasil, inclusive aqui em Brasília. Atualmente está casado com Melia e é pai de quatro filhas, Ruth, Julie, Ella e Sophie. É isso aí, Slowhand. Parabéns, muita saúde e longa vida ao maior gênio da guitarra em todos os tempos. Amém.
sexta-feira, 30 de março de 2018
HAPPY BIRTHDAY ERIC CLAPTON - 73 ANOS!
Hoje, 30 de março, é dia santo, sexta-feira da paixão. Concidentemente, também é o aniversário do incomparável e único Eric Clapton, que completa 73 anos. Sir Eric Patrick Clapton é considerado o maior guitarrista vivo. Ainda é uma das poucas lendas vivas do rock, ao lado de Bob Dylan, Paul McCartney e pouquíssimos outros menos cotados. No início da carreira, em meados dos anos 1960, os muros de Londres amanheceram pichados com a expressão "Clapton is God" (Clapton é Deus) em uma referência à sua maneira peculiar de tocar e à perfeição de sua técnica. Nascido na cidade inglesa de Ripley, no dia 30 de março de 1945, até os nove anos pensava que seus avós - que o criaram - eram seus pais. A mãe verdadeira era a tia Patrícia. Ele nunca conheceu o pai. Na adolescência refugiou-se no violão onde, inspirado pelos grandes mestres do blues, desenvolveu um estilo único de tocar. Participou de vários grupos, sendo mais importante o Cream, considerado o primeiro supergrupo do rock, e que o projetou ao estrelato. Foi o primeiro músico convidado a tocar em um disco dos Beatles, quando em 1968, George Harrison - que viria a ser seu amigo por toda a vida - o chamou para participar como solista da gravação do clássico While My Guitar Gently Weeps, no Álbum Branco. Em sua estreita relação com o ex-beatle, acabou apaixonando-se por Pattie Boyd, na época mulher de George, e que viria a ser anos mais tarde, a sua primeira esposa e para quem fez pelo menos duas canções famosas: Layla e Wonderful Tonight. Mas tudo tem seu preço. E nos tumultuados anos 1970, o virtuose da guitarra quase morreu, pelo menos duas vezes, devido ao vício em heroína e álcool, do qual se recuperou há alguns anos. Em 20 de março de 1991, Conor, seu filho de quatro anos com a modelo italiana Lori Del Santo, morreu depois de cair da janela de um apartamento de um prédio em Nova York. Em sua memória, Eric compôs outro clássico: Tears in Heaven. Em meados dos anos 1990, construiu uma clínica para a recuperação de dependentes químicos, o “Crossroads Centre” na ilha caribenha de Antígua, que funciona até hoje. Eric Clapton já esteve várias vezes no Brasil, inclusive aqui em Brasília. Atualmente está casado com Melia e é pai de quatro filhas, Ruth, Julie, Ella e Sophie. É isso aí, Slowhand. Parabéns, muita saúde e longa vida ao maior gênio da guitarra em todos os tempos. Amém.
PAUL McCARTNEY, STEVIE WONDER E O MEGASUCESSO "EBONY AND IVORY"
Especialmente com um abração para meu amigo Mariozinho!
No dia 29 de março 1982, foi lançado o single "Ebony and Ivory" canção de Paul McCartney realizada com Stevie Wonder que foi direto para nº 1. A música fala sobre a relação entre o ébano (preto) e o marfim (branco) teclas de piano, mas também tem a ver com a integração e harmonia racial de maneira mais profunda. O título foi inspirado por McCartney ouvindo Spike Milligan dizer "notas pretas, notas brancas, e você precisa tocar as duas para conseguir harmonia". "Ebony and Ivory" está no álbum Tug of War e invadiu as paradas de sucesso de todo o mundo em 1982. Embora escrita por McCartney sozinho, foi realizada ao vivo no estúdio junto com Stevie Wonder, porém devido aos conflitos de horário de trabalho, ambos gravaram suas partes no vídeo musical separadamente. Depois de ter completado a letra, Paul chamou Stevie Wonder para gravarem juntos em Motserrat. As sessões que produziram a faixa foram as mais longas de Tug Of War, acontecendo em diversas etapas entre fevereiro e dezembro de 1981. "Ebony and Ivory" ficou durante sete semanas na primeira posição da Billboard Hot 100, e foi o quarto maior hit de 1982. Para McCartney, a canção atingiu o topo dos gráficos de qualquer obra sua pós-Beatles, para Wonder, um sucesso comercial sem precedentes. "Ebony and Ivory" passou ainda cinco semanas acima do "Adult contemporary chart". 28 anos depois da música ter sido lançada, Paul McCartney e Stevie Wonder finalmente a interpretaram juntos em um show na Casa Branca em frente a uma plateia, na qual estão presentes diversas personalidades como o presidente Obama, fã incondicional do velho Macca.
No dia 29 de março 1982, foi lançado o single "Ebony and Ivory" canção de Paul McCartney realizada com Stevie Wonder que foi direto para nº 1. A música fala sobre a relação entre o ébano (preto) e o marfim (branco) teclas de piano, mas também tem a ver com a integração e harmonia racial de maneira mais profunda. O título foi inspirado por McCartney ouvindo Spike Milligan dizer "notas pretas, notas brancas, e você precisa tocar as duas para conseguir harmonia". "Ebony and Ivory" está no álbum Tug of War e invadiu as paradas de sucesso de todo o mundo em 1982. Embora escrita por McCartney sozinho, foi realizada ao vivo no estúdio junto com Stevie Wonder, porém devido aos conflitos de horário de trabalho, ambos gravaram suas partes no vídeo musical separadamente. Depois de ter completado a letra, Paul chamou Stevie Wonder para gravarem juntos em Motserrat. As sessões que produziram a faixa foram as mais longas de Tug Of War, acontecendo em diversas etapas entre fevereiro e dezembro de 1981. "Ebony and Ivory" ficou durante sete semanas na primeira posição da Billboard Hot 100, e foi o quarto maior hit de 1982. Para McCartney, a canção atingiu o topo dos gráficos de qualquer obra sua pós-Beatles, para Wonder, um sucesso comercial sem precedentes. "Ebony and Ivory" passou ainda cinco semanas acima do "Adult contemporary chart". 28 anos depois da música ter sido lançada, Paul McCartney e Stevie Wonder finalmente a interpretaram juntos em um show na Casa Branca em frente a uma plateia, na qual estão presentes diversas personalidades como o presidente Obama, fã incondicional do velho Macca.
quinta-feira, 29 de março de 2018
TRAVELING WILBURYS - WILBURY TWIST - SENSACIONAL!
"Wilbury Twist" é uma das melhores músicas gravadas pelo supergrupo Traveling Wilburys e é a última faixa do álbum de 1990, Traveling Wilburys - Vol. 3, o segundo e último disco oficial da banda (já sem Roy Orbison). "Wilbury Twist" também foi lançada em março de 1991 como o segundo single do álbum, tendo "New Blue Moon" (instrumental) e "Cool Dry Place" no lado B. O videoclipe original contou com participações de muitas celebridades contemporâneas, incluindo Woody Harrelson, Whoopi Goldberg, Fred Savage, Ben Savage, Kala Savage, Milli Vanilli, Cheech Marin, John Candy e Eric Idle. O vídeo em DVD no box de 2007 The Traveling Wilburys Collection, mantém apenas algumas fotos introdutórias de John Candy e Eric Idle, ou simplesmente mostrando os membros da banda tocando. "Wilbury Twist" é de autoria dos quatro Wilburys: Clayton Wilbury (Jeff Lynne); Spike Wilbury (George Harrison); Boo Wilbury (Bob Dylan) e Muddy Wilbury (Tom Petty).
quarta-feira, 28 de março de 2018
GEORGE HARRISON - LIVING IN THE MATERIAL WORLD - UM ÁLBUM FANTÁSTICO!*****
"Living In The Material World" (1973) foi o 4º disco da carreira-solo de George Harrison. Antes dele vieram: Wonderwall Music (1968), Eletronic Sound (1969) e o fantástico e transcendental "All Things Must Pass" (triplo – 1971), um dos melhores discos da história do rock - e, ter como antecessor um álbum desse tamanho não é uma coisa simples.
Com uma expectativa enorme do próprio Harrison, dos fãs e da imprensa, "Living In The Material World" nunca alcançou o sucesso desejado por George. Mas também não foi nenhum fracasso retumbante como outros momentos que surgiriam na carreira do jardineiro guitarrista, muito pelo contrário. O tempo mostrou que se tratava de outro grande clássico daquela época. E muito tempo se passou desde seu lançamento original, até que finalmente, em 1991 ganhou sua primeira versão em CD. Um documento histórico de um dos períodos mais férteis da história da música popular.
O disco foi gravado entre outubro de 1972 e janeiro de 1973 (com a exceção do instrumental de “Try Some Buy Some”, que foi gravado em fevereiro 1971 e entregue à Ronnie Spector, que a lançou no mesmo ano. Como de costume, Harrison chamou um grupo respeitável de músicos para ajudar nas gravações. Ringo Starr, Jim Keltner, Gary Wright, Nicky Hopkins, Pete Ham (Badfinger) e Klaus Voorman são apenas alguns dos que foram convocados."Living In The Material World" foi certificado ouro pela Recording Industry Association of America (RIA) dois dias após seu lançamento, em seu caminho para se tornar o segundo álbum de Harrison a alcançar o número 1 nos Estados Unidos. "Living In The Material World" trouxe para as paradas internacionais o megasucesso "Give Me Love (Give Me Peace on Earth)", única música do disco a ser lançada como single, em 7 de maio de 1973, tendo "Miss O'Dell" do lado 2. Give Me Love chegou ao primeiro lugar da Billboard, nos Estados Unidos no fim de junho daquele ano. Também liderou os gráficos no Canadá e na Austrália, e alcançou o número 2 na Inglaterra.
Mas muito além de Give Me Love, "Living In The Material World" trazia ainda canções como “Sue Me, Sue You Blues”, que era meio que uma gozação com o fato de Paul McCartney processar seus três ex-companheiros de banda pelo caso Allen Klein, e a bela balada “Be Here Now”, escrita em abril de 1971. A faixa-título trazia algumas referências claras aos Beatles em versos como “Met them all here in the material world, John and Paul here in the Material World” ("Conheci todos eles aqui no mundo material, John e Paul aqui no mundo material", ou ainda “Though we started out quite poor, we got ‘Richie’ on a tour” ("Embora tenhamos começado muito mal, conseguimos "enricar" em uma turnê". “Who Can See It” também fazia algumas referências (mais amarguradas) aos Fab Four, onde George lamenta ter sido “jogado de reserva”. A louvação a Deus permeia todo o álbum, que também traz belíssimos arranjos de guitarras espetaculares como em "The Lord Loves The One (That's Loves The Lord), um dos melhores solos de Harrison nessa segunda jornada de sua carreira-solo. A deliciosa "Dont Let Me Wait Too Long", dá um clima mais pop ao álbum como um todo.
Na edição remasterizada, lançada em 25 de setembro de 2006, duas músicas, que antes foram lançadas somente como singles, foram incluídas: "Deep Blue" e "Miss O’Dell". A primeira foi lado B do single de “Bangla Desh”, lançado em 30 de julho de 1971 no Reino Unido. George a escreveu em homenagem a sua mãe, que havia morrido de câncer enquanto ele gravava o disco “All Things Must Pass”, em 7 de julho de 1970. Já a segunda "Miss O’Dell", era lado B da já citada “Give Me Love (Give Me Peace On Earth)”, lançado em 7 de maio de 1973 no Reino Unido, e foi escrita para Chris O’Dell, uma groupie que trabalhou na Apple e transava com todo mundo.A capa, obra de Kendall L. Johnson, trazia uma gravura feita a partir da áurea de uma mão (provavelmente do próprio Harrison) segurando um amuleto indiano, enquanto a parte traseira mostrava a mão da mesma pessoa (só que a esquerda), dessa vez com moedas (talvez do I-Ching).
Na parte interna havia uma foto sensacional feita por Ken Marcus, que é uma espécie de paródia à Santa Ceia, com George (em cores) ao centro de uma mesa, cercado pelos músicos que participaram do disco na foto em preto e branco tirada em Friar Park. Os encartes traziam imagens de Krishna e as letras das músicas desse álbum fantástico do ex-guitarrista dos Beatles. Absolutamente indispensável!
REVOLUTION - OS BEATLES PROCESSAM A NIKE
Atletas voando, uma horda de nadadores correndo na água para um triatlo, um jogo de basquete, ciclistas, levantadores de peso e John McEnroe reclamando na quadra. O anúncio em preto e branco de 1987 da Air Revolution, da Nike, é cheio de imagens icônicas de esportes e esportistas, mas tinha uma enorme diferença em relação a todos os seus antecessores: a música "Revolution", dos Beatles, de 1968, foi usada como trilha sonora. Antes do comercial da Nike, qualquer música pop clássica que aparecesse em um vídeo era um cover, um fac-símile, como um re-trabalho como aconteceu com "Good Vibrations" dos Beach Boys. A Nike usou a coisa real: John, Paul, George e Ringo. Logo depois que o anúncio chegou ao ar no final de março, a representante dos direitos da banda, a Apple Corps, processou em US$ 15 milhões a Nike, alegando que a banda não havia dado qualquer "autorização ou permissão" para o uso indevido de sua música no comercial. George Harrison disse que o episódio abria as portas para as músicas dos Beatles serem usadas para divulgar de tudo, desde "roupas íntimas femininas" até "salsichas". No entanto, Yoko Ono - que detém (até hoje), gorda fatia de participações na empresa “Beatles” - ajudou a intermediar o acordo original. Ela achou que a ideia poderia arrebanhar uma nova geração de fãs à música de seu falecido marido. A Nike tratou de retirar o filme do ar, e o caso foi resolvido fora do tribunal no ano seguinte, em termos que foram mantidos em sigilo desde então.
O CASAMENTO DE ERIC CLAPTON E PATTI BOYD
No dia 27 de março de 1979, Eric Clapton se casou com Patti Boyd, ex-mulher de George Harrison. O próprio Harrison, juntamente com Paul McCartney e Ringo Starr estavam entre os convidados e todos subiram ao palco para uma jam inacreditável, tocaram inclusive “Sgt. Pepper´s Lonely Hearts Club Band” dos Beatles. John Lennon, que estava morando nos EUA, teria dito que se soubesse, teria aparecido. Curiosamente, esses mesmos três ex-Beatles estariam juntos de novo em outro casório, o de Ringo com Barbara Bach, em abril de 1981.
Paul McCartney, Lonnie Donegan, George Harrison e Ringo Starr
Sobre o episódio do casamento de Clapton e Boyd, a gente confere aqui, com a exclusividade de sempre, um trecho da biografia de Clapton - "Crossroads" de Michael Schumacher.
Enquanto isso, Clapton seguia em frente com seu namoro, enquanto se preparava para uma rápida excursão pela Irlanda, que seria seguida por uma extensa excursão de três meses pelos Estados Unidos. No que lhe dizia respeito, o relacionamento com Pattie estava congelado, se não encerrado para sempre. Felizmente para Clapton, Roger Forrester achava o contrário. Com o tempo, Forrester se tornara amigo íntimo e confidente, bem como o homem que cuidava essencialmente da carreira de Clapton. Forrester conhecia Clapton o suficiente para estar plenamente convencido de que ele e Pattie voltariam. No entanto, ficou preocupado que Clapton pudesse criar problemas para si mesmo se fosse visto ou fotografado pela imprensa inglesa e advertiu Clapton para tomar cuidado sobre aparições públicas com Jenny McLean. Clapton argumentou que tais preocupações eram infundadas. Ele estava perdendo interesse no caso e pensava em como consertar as coisas com Pattie. A imprensa, voltou a insistir, não estava interessada no que ele estava fazendo nem com quem andava. Percebendo uma abertura na discussão, Forrester jogou o que provou ser seu grande trunfo. A imprensa não estava interessada? Ele podia colocar a fotografia de Clapton no jornal quando quisesse - até mesmo no dia seguinte. Clapton permaneceu cético. “Dez mil libras que você não consegue fazer isso”, desafiou. A aposta estava feita e assim que Clapton foi para casa, Forrester telefonou para a colunista de fofocas do Daily Mail. Forrester anunciou que Eric e Pattie se casariam na terça-feira seguinte, em Tucson, Arizona - o dia anterior ao início da excursão americana. A nota apareceu na edição do dia seguinte. Clapton ficou furioso com Forrester por imprensá-lo contra a parede. Ele se queixou de que a história logo estaria em todos os jornais antes que tivesse a chance de falar com Pattie, resolver os problemas e pedi-la formalmente em casamento. Sua única opção, agora, era fazer uma ligação imediata para a Califórnia e pedir-lhe a mão pelo telefone. O telefonema foi um fiasco. Pattie não estava, então Eric pediu a Rob Fraboni, com quem Pattie estava hospedada, para lhe dar o recado. Era urgente, Clapton explicou, que Pattie recebesse a mensagem o mais rápido possível. Fraboni rabiscou a proposta de Clapton na parte de trás de um envelope e saiu à sua procura. Como era de se esperar, Pattie não estava pronta para aceitar o pedido de Eric imediatamente. Ela tinha algumas perguntas para o homem que, algumas semanas antes, parecia tê-la descartado por outra mulher. Onde estava Jenny, perguntou, quando recebeu o recado e retomou o telefonema. Foi-se, respondeu Clapton. Por que tanta pressa em se casar? Clapton explicou sua aposta com Forrester. Pattie achou as circunstâncias totalmente desagradáveis e disse a Eric que não se casaria com ele, assim, de maneira alguma. Clapton insistiu e, finalmente, depois de muita discussão, Pattie concordou. O casamento aconteceu três dias depois, em 27 de março de 1979. Tentando despistar a imprensa e assegurar o máximo de privacidade durante o acontecimento arranjado às pressas, Roger Forrester reservou seis igrejas de Tucson e um sósia de Clapton foi contratado, não apenas para confundir a imprensa, mas para fazer o necessário teste sangüíneo em lugar do noivo, que morria de medo de agulhas. A cerimônia privada na igreja da Assembléia Apostólica da Fé em Jesus correu sem problemas, com Rob Fraboni servindo de padrinho da noiva e Myel Fraboni e Chris O’Dell, uma das amigas de Pattie, como damas de honra. A lua-de-mel teve de ser adiada. Clapton tinha compromissos a cumprir. Ele levou Pattie consigo em alguns shows, chamando-a ao palco e cantando Wonderful Tonight para ela no show de abertura da tumê em Tucson, mas depois desses primeiros shows, insistiu para que voltasse à Inglaterra. Pattie ficou arrasada, mas para Clapton regras eram regras, e uma de suas leis mais rigorosas na estrada era que esposas e namoradas não podiam acompanhar a tumê. Não havería exceções. Pattie não teve outra saída a não ser voltar para a Inglaterra e esperar. Para alguém de fora, as ações de Clapton podiam parecer terrivelmente insensíveis e nada românticas, especialmente quando envolviam a mulher que servira de inspiração para as suas duas canções de amor mais passionais, mas, como profissional, Clapton disse que a decisão era definitiva. O trabalho exigia total concentração e controle. Pattie compreendia isso, mesmo que fosse difícil de aceitar, e apesar de ser mandada para a Inglaterra não parecer o começo ideal de um casamento, era o tipo de decisão inflexível que permitia a Clapton sobreviver em um negócio duro e extenuante. A parte inicial da tumê serpenteara pelos estados do sul a caminho do leste a passo firme. Em Atlanta, em uma noite de folga, Clapton foi a um show de B. B. King, juntando-se a ele no palco para um improviso de blues. O dueto levou a multidão ao delírio. Apesar de todo o seu trabalho recente na veia country, Clapton ainda sabia trocar frases de blues com o melhor dos bluesmen. Ter Muddy Waters como seu show de apoio não fez mal. Como Clapton mais tarde admitiu, Waters fora amplamente responsável por levá-lo de volta ao blues quando ele estava correndo perigo de se perder. Clapton e Waters passavam boa parte do tempo livre conversando e, apesar de Waters não criticar o trabalho de Clapton, ele tinha a sua maneira peculiar de mostrar o caminho certo. “Adoro ouvir a sua banda”, disse ele a Eric, “mas minha canção favorita é Worried Life Blues. É ali que você toca melhor e devia perceber isso. Você devia perceber e se orgulhar disso.” O argumento sutil de Waters não se perdeu em Clapton, que levou o conselho paternal a sério. “Acho que foi o mais perto que cheguei de ter um guru”, admitiu ele. Em maio, durante um intervalo de três semanas entre a primeira e a segunda parte da excursão americana, Clapton voltou para a Inglaterra a fim de relaxar e ficar com Pattie. No dia 11 de maio de 1979, ele se juntou a Charlie Wfotts e Georgie Fame numa banda provisória que tocou na recepção de casamento do produtor Glyn Johns, mas estas festividades eram um prelúdio para as coisas que viriam. Enquanto Eric estava ocupado na América, Pattie preparara uma grande festa no jardim para comemorar o casamento. A lista de convidados parecia um Who’s Who dos músicos britânicos, incluindo Paul McCartney, Ringo Starr, George Harrison, Mick Jagger, Keith Richards, Denny Laine e Jack Bruce. Um palco improvisado foi construído e a festa teve várias combinações de músicos, incluindo Clapton, fazendo improvisos sobre velharias do rock’n’roll de Litde Richard, Jerry Lee Lewis e Lloyd Price. Para espanto dos jornalistas de rock e de todos os presentes, os três ex-Beatles deixaram de lado, brevemente, as disputas legais então em curso e tocaram Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, deslanchando outra onda de boatos sobre uma possível volta dos Fab Four. Houve um momento desagradável na festança, que revelou o lado ruim do senso de humor de Clapton. Enquanto a noite avançava e as sessões de improviso prosseguiam, alguns músicos começaram a comentar que Jack Bruce estava levando a música muito a sério e, com a aprovação de Clapton, se afastaram de Bruce, deixando-o sozinho em seu canto e, eventualmente, sozinho no palco. Clapton achou tudo muito engraçado. Infelizmente, a sua opinião não foi compartilhada pelo alvo da brincadeira, que deixou o palco em lágrimas.
DEZO HOFFMANN - A VIDA FOTOGRAFANDO OS BEATLES
De todos os grandes fotógrafos que tiveram a sorte de estar quase o tempo inteiro junto dos Beatles, e ainda ganhando uma grana por isso, Dezo Hoffmann foi o maior de todos. Um dos mais inovadores e criativos fotógrafos de sua época. Nasceu na Checoslováquia em 1912. A fama internacional veio na década de 1960, quando registrou os maiores astros pop conhecidos e personalidades do showbiz, como The Beatles, The Rolling Stones, Dusty Springfield, Charlie Chaplin, Sophia Loren, Marlon Brando, Marilyn Monroe, Laurence Olivier, The Kinks, The Shadows, Tom Jones, Jimi Hendrix, Frank Sinatra, Bob Marley, Duke Ellington, Louis Armstrong, Elton John, Omar Sharif e Pink Floyd. Dezo Hoffmann soube explorar como nenhum outro, todas as qualidades e potencialidades cômicas dos rapazes, servindo como base de referência da persona dos Beatles, mesmo antes do filme "A Hard Day's Night".
Dezo Hoffmann nasceu em 24 de maio de 1912 em Banská Štiavnica, Reino da Hungria, Checoslováquia. Depois de estudar jornalismo em Praga, trabalhou na Twentieth Century Fox em Paris como fotojornalista. Durante a invasão da Abissínia, foi enviado por Mussolini para fazer um documentário sobre a invasão. Depois de voltar da África, foi enviado à Espanha para filmar a popular olimpíada de 1936 (um protesto contra os jogos oficiais das olimpíadas de Berlim, sob a propaganda de Hitler). Logo após sua chegada na Espanha, a guerra civil eclodiu e Hoffmann encontrou-se em barricadas. Neste período ele conheceu personalidades como Hemingway e Robert Capa. Supostamente os três homens formaram um trio inseparável. Enfrentando perigos de guerra Hoffmann foi ferido algumas vezes. A terceira lesão foi grave, deixando-o sem memória por vários meses. Após a recuperação, mudou-se para a Inglaterra e se juntou ao esquadrão de pilotos da Checoslováquia com a RAF durante a Segunda Guerra Mundial. Depois da guerra, permaneceu em Londres, trabalhando para diversos jornais e revistas. Em 1955 iniciou sua colaboração com a revista Record Mirror. Era o início de sua carreira fotografando celebridades do show business. Em 1962 foi para Liverpool fotografar um grupo desconhecido, mas promissor - The Beatles. A simpatia mútua entre o fotógrafo e seus modelos levou a um relacionamento duradouro com o grupo. Dezo Hoffmann também fez um filme colorido 8 milímetros durante esta fase com os Beatles. Provavelmente, deve ser o primeiro filme com tomadas coloridas deles.
Paul McCartney declarou que para ele, Hoffmann era o melhor fotógrafo do mundo. Durante os anos seguintes Hoffmann fez centenas de fotos famosas dos Beatles e isso atraiu a atenção de muitas outras estrelas. Ele era considerado como um "bom camarada", e sua figura era apreciada e acolhida por onde passava, apesar do forte sotaque estrangeiro. Uma das coisas que mais impressionam em seu trabalho é a forma como as estrelas fotografadas se descontraem diante de sua câmera.
Em 1982, a editora Omnibus Press publicou "With The Beatles - As fotografias históricas de Dezo Hoffmann", mostrando algumas das fotos raras capturadas por Dezo Hoffmann durante o horário nobre da Beatlemania. Este livro foi esgotado rapidamente. Durante a primeira excursão dos Beatles aos Estados Unidos, Dezo Hoffmann foi o fotógrafo oficial do grupo.
Toda a coleção de fotografias dos Beatles feitas por Hoffmann foi adquirida pela Apple Corps Ltd. A maioria das fotos utilizadas no 'The Beatles Live at the BBC "CD / LP, incluindo a foto da capa da frente, foram tiradas por Hoffmann. O restante do arquivo do fotógrafo com aproximadamente 1 milhão de fotografias de músicos pop e incontáveis personalidades do showbiz foi adquirida pela Rex Features.
Dezo Hoffmann morreu em 29 de março de 1986 aos 73 anos, de câncer, num hospital em Harley, Londres. Ele foi cremado em Golders Green, onde suas cinzas foram espalhadas no Jardim Bluebell.
segunda-feira, 26 de março de 2018
domingo, 25 de março de 2018
PAUL MCCARTNEY NA MARCHA CONTRA ARMAS DE FOGO
O ex-Beatle se juntou à March for Our Lives, uma manifestação que pede maior controle de armas de fogo nos EUA.
Depois de tantos massacres em escolas e ataques a civis, milhares de pessoas tomaram as ruas dos EUA, neste sábado (24), para pedir que que haja um controle maior de armas de fogo no país. Muitos famosos também se uniram à March for our Lives (Marcha por nossas vidas), mas um rosto emocionou quem estava no ato que aconteceu em Nova York. Paul McCartney apareceu vestindo uma camiseta preta que dizia: Nós podemos parar a violência com armas de fogo. "Um dos meus melhores amigos foi vítima de violência com armas de fogo perto daqui, então é importante pra mim”, declarou o ex-Beatle ao canal CNN. O amigo em questão, claro, é John Lennon, que foi morto por Mark David Chapman. O músico foi baleado em 8 de dezembro de 1980, quando chegava em sua casa. Paul disse que não sabe se as manifestações ou qualquer outra coisa consiga acabar com a violência, mas que “isto é o que nós podemos fazer, então eu estou aqui para dar apoio às pessoas”.
O ato contra armas de fogo ganhou mais força, depois do ataque que matou 17 pessoas em uma escola em Parkland, na Flórida, em fevereiro deste ano. Para que massacres assim sejam evitados, estudantes, jovens e manifestantes pedem o endurecimento do controle de armas, a proibição da comercialização de fuzis, carregadores e maior fiscalização na venda para pessoas com antecedentes criminais. Famosos como Lady Gaga, Ariana Grande, Demi Lovato e Miley Cyrus participaram dos atos, que também aconteceram em outros países. No Brasil, manifestantes ocuparam, pela manhã, a frente do Consulado dos Estados Unidos, em São Paulo.
JOHN LENNON - I'M STEPPING OUT*****
Em março de 1984, estreou nos Estados Unidos, Europa e logo em todo o mundo, um novo vídeo clipe de John Lennon: “I’m Stepping Out”. Apesar de ter sido a primeira música a ser gravada durante as sessões de “Double Fantasy” em 6 de agosto de 1980, “I’m Stepping Out” não foi lançada até 1984. John Lennon escreveu a música nas Bermudas em junho de 1980. Enquanto estava de férias, ele visitou uma boate e no dia seguinte, ligeiramente de ressaca, mas entusiasmado com a experiência, escreveu “I’m Stepping Out” – “Estou saindo”. A visita à boate certamente lembrou Lennon que existia um mundo longe da casa de casal a que ele havia dedicado os cinco anos anteriores, e o sentimento de libertação em suas letras era perceptível. Embora a viagem às Bermudas de Lennon tenha formado a base de “I’m Stepping Out”, ele usou elementos de músicas compostas anteriormente. A chave entre elas era “That The Way The World Is”, uma canção iniciada em 1979 que acabou se tornando “Real Life”. Quando as sessões de Double Fantasy começaram no início de agosto de 1980, naquela primeira manhã, Lennon tocou para seus músicos algumas das demos gravadas nas Bermudas, antes de tentar versões ásperas de algumas das músicas. “I’m Stepping Out” foi a primeira a ser tentada. Uma segunda edição desta sessão foi lançada no box de 1998, John Lennon Anthology. Vários falsos inícios, colapsos e performances completas se seguiram, antes que a banda voltasse suas atenções para “Borrowed Time”.
O take que apareceu em “Milk And Honey” foi o penúltimo da sessão e contou com uma guia vocal de Lennon. A performance original continha um verso a mais que mais tarde foi editado, mas pode ser ouvido no Anthology.
“I’m Stepping Out” foi o terceiro single a ser tirado do álbum póstumo “Milk And Honey”, seguindo “Nobody Told Me” e “Borrowed Time”. O single foi lançado em 15 de março de 1984 nos Estados Unidos, e chegou ao número 55 na Billboard Hot 100. Foi lançado dois meses depois no Reino Unido, em 15 de julho, e chegou ao número 88.
RINGO STARR - CAVALEIRO DE OURO DO IMPÉRIO BRITÂNICO
O Príncipe William, Duque de Cambridge, condecorou na última terça-feira (20), o título de “Cavaleiro de Ouro do Império Britânico” a Ringo Starr, o baterista da maior banda de todos os tempos - The Beatles. Para este momento histórico, Ringo estava acompanhado pela mulher, Barbara Bach na cerimônia que teve lugar no Palácio de Buckingham, em Londres. No Instagram, Ringo escreveu: “Outro dia na vida. Paz e amor”. Aos 77 anos, Richard Starkey foi o segundo membro dos Beatles a receber esta comenda, Paul McCartney recebeu a sua e tornou-se SIR há 21 anos. Esta não foi a primeira visita do nosso baterista ao Palácio de Buckingham para receber uma homenagem. Em 1965, a Rainha Elizabeth II nomeou os quatro Beatles, John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr - membros da Ordem do Império Britânico. Dessa vez, Ringo disse à BBC que estava se sentindo "um pouco instável hoje sozinho", e que "Isso significa muito na verdade. Significa reconhecimento pelas coisas que nós fizemos musicalmente e na vida. Então, eu estou contente de aceitar o prêmio". É isso aí, parabéns Ringo! Mais do que merecido!
sábado, 24 de março de 2018
KEIGO YASUDA - PAPER THE BEATLES - ABSOLUTAMENTE FANTÁSTICO!*****
Pouquíssimas coisas hoje em dia ainda são capazes de me emocionar ou me surpreender, mas esse trabalho desse tal Yasuda, realmente me chamou atenção. Pouco se sabe sobre Keigo Yasuda, e eu também não tive paciência para procurar. Sabe-se que é jovem, produtor de cinema e lançou seu filme exclusivo "Paper the Beatles" no YouTube. O assunto do filme, claro, como o nome diz, são os Beatles. "Paper the Beatles" é um filme em stop motion que representa os Beatles usando papel. A história é original de Keigo Yasuda, baseada em imagens de jam sessions dos membros da banda. Todos os objetos mostrados no filme, incluindo as pessoas, instrumentos musicais, equipamentos e estúdio de música são feitos de papel. Keigo Yasuda não usou imagens reais dos Beatles para enfatizar a singularidade de seu filme. A música usada no filme foi exclusivamente de Yuji Yasuda, pai de Keigo, e Naoki Yasuda, irmão mais velho de Keigo. Um trabalho brilhante! Visite o site de Keigo Yasuda.
THE BEATLES - 'PLEASE PLEASE ME' COMPLETA 55 ANOS!
No dia 22 de março de 1963, os Beatles lançaram o álbum “Please Please Me”, há 55 anos. Com um disco simples, direto e alto astral, os então quatro garotos de Liverpool oficialmente estreavam no show bussines. O lançamento potencializou o surgimento da “beatlemania”, um fenômeno de adoração que continua até hoje e só parece ficar mais forte.
Lançado em 22 de março de 1963, o sensacional disco de estreia dos Beatles esbanja frescor e vitalidade. A ideia original era gravar a banda ao vivo no Cavern, em Liverpool. Como as condições técnicas não eram adequadas, George Martin preferiu levar os rapazes para os estúdios de Abbey Road. O álbum todo foi gravado no dia 11 de fevereiro de 1963, com os trabalhos começando às 10 da manhã. O conceito foi mantido. O disco tinha que ser um registro de como os Beatles soavam no palco. Por isso tudo foi feito ao vivo, com poucos overdubs. O álbum mostra como Lennon e McCartney tinham florescido como compositores. Das 14 músicas, oito são da dupla. O disco foi “recheado” com "Love Me do", "PS I Love You", "Please Please Me" e "Ask Me Why", que tinham sido lançadas pouco antes em singles de sucesso. As outras faixas originais são exemplares. Uma delas, "I Saw Her Standing There", um rock cheio de energia concebido por Paul, logo se tornou Standart. "Misery" tinha sido escrita para a cantora Helen Shapiro. "There’s a Place", de Lennon, era original e personalíssima. "Do You Want To Know a Secret" foi escrita por John e Paul para Billy J. Kramer e no álbum ganhou o vocal de George. Os covers mostram que os Beatles estavam muito interessados no som criado pelos compositores americanos do Brill Building, que escreviam para os grupos de garotas. Assim tem "Chains" (The Cookies), "Boys" e "Baby It’s You" (The Shireless). A inclusão de "A Taste Of Honey" é uma amostra do ecletismo de Paul. A canção veio de uma peça de teatro, mas os Beatles se basearam na gravação de Lenny Welch. Em "Anna (Go With Him)", Lennon prestou homenagem ao mestre do R&B Arthur Alexander. Porém, ele se superou em "Twist And Shout". Foi a última música a ser gravada. John, que estava se recuperando de um resfriado, deu a performance da sua vida, berrando desbragadamente e fazendo todos esquecerem a versão original dos Isley Brothers.
George Martin, que tinha encanto pelo zoológico de Londres, pensou que seria uma boa publicidade para o mesmo se os Beatles posassem para a capa do álbum diante da casa de insetos do zoo, mas a Sociedade Zoologica de Londres não permitiu que isso fosse feito. Decidiu-se então que a foto da capa fosse dos quatro integrantes em um balcão da escadaria da EMI em Manchester Square. Esta foto tirada por Angus McBean e uma bem semelhante foi usada posteriormente para a capa da coletânea "The Beatles 1962-1966". O álbum foi lançado no Reino Unido em versão mono no dia 22 de março de 1963 e em versão estéreo em 26 de abril do mesmo ano. Nos Estados Unidos, a maioria das canções de “Please Please Me” foram lançadas no álbum da Vee-Jay Records chamado “Introducing... The Beatles" em 1964, e depois no álbum da Capitol Records chamado “The Early Beatles” em 1965. O álbum “Please Please Me” não foi lançado neste país até a padronização mundial do catálogo dos Beatles.
terça-feira, 20 de março de 2018
A BALADA DE JOHN LENNON & YOKO ONO - SENSACIONAL!
No dia 20 de março de 1969, John Lennon e Yoko Ono se casaram em Gibraltar, na Península Ibérica. O lugar foi sugerido por Peter Brown. A história do casamento e das campanhas pela paz realizadas pelo casal seriam imortalizadas na música “The Ballad of John and Yoko”. A música foi composta por John Lennon, creditada a Lennon e McCartney, e lançada como single dos Beatles em 30 de maio de 1969 como lado A, tendo "Old Brown Shoe" de George Harrison como lado B. A gravação foi realizada em 14 de abril de 1969, somente por John e Paul e alcançou o topo das paradas tanto no Reino Unido como nos Estados Unidos.
Em 8 de dezembro de 1968 saiu o divórcio de John Lennon com Cynthia Powell, mãe de seu filho Julian. Em fevereiro de 1969 saiu o divórcio de Yoko Ono com Anthony Cox, pai de sua filha Kyoko. Com isso, o caminho estava aberto para que os dois, John e Yoko, pudessem oficializar a sua união. Além do mais, já estavam atrasados, afinal Paul já estava casado com sua Linda. Na Inglaterra não poderia ser, por um impedimento legal: Yoko não tinha visto de permanência no país. Tencionavam se casar no mar, a bordo de um navio, saindo de Southampton, Inglaterra, que cruzaria o Atlântico. Como não planejaram a viagem com antecedência, não puderam embarcar por falta de vagas. Tentaram ainda cruzar o Canal da Mancha em direção à Holanda, mas estavam sem os passaportes naquele instante. Então, abandonaram a ideia de núpcias no mar e foram para Paris.
De lá, acionaram um administrador da Apple Records, Peter Brown, que os aconselhou a se casarem em Gibraltar e providenciou toda a papelada e os preparativos do casamento. Assim, ele foi realizado, no dia 20 de março de 1969. Para a lua-de-mel o casal seguiu para Paris e após alguns dias, de carro para o hotel Amsterdam Hilton, na Holanda. Lá, eles que já haviam convocado a imprensa, anunciaram o que foi chamado de "Bed-in": uma semana de protestos, sem sair da cama, por conta das guerras no mundo.
Durante esses sete dias na cama, convidaram várias figuras de conhecimento público para visitá-los, sempre com a presença da imprensa mundial. Timothy Leary, Tommy Smothers, Dick Gregory, e Al Capp para cantar a música em favor da paz "Give Peace a Chance", gravada no quarto de hotel no dia 1 de junho. Todos menos Al Capp se juntaram ao ex-beatle e sua mulher. Em seguida, partiram para Viena, Áustria e de lá voltaram para Londres, onde tinham encomendado 50 mudas de carvalho que enviariam para alguns líderes mundiais como símbolo da semente da paz.
Baseado nesta história, e com o refrão: "Christ you know it ain't easy, you know how hard it can be. The way things are going, they're going to crucify me" - ("Cristo, Você sabe como não é fácil, Você sabe quão difícil pode ser. Do jeito que as coisas vão, eles me crucificarão"), John Lennon compôs a letra. A música atingiu o primeiro lugar nas paradas de sucesso na Inglaterra, nos EUA e em vários países ao redor do mundo. Por causa do refrão com menção a Cristo e à crucificação, "The Ballad of John and Yoko" foi boicotada pela maioria das rádios americanas e inglesas, e proibida na Austrália.
Da gravação, lançada pelos Beatles, só John Lennon e Paul McCartney participaram. Os outros dois Beatles estavam ausentes, Ringo filmando com Peter Sellers e George fora do país. John Lennon tinha pressa e por isso convenceu Paul a ir gravar junto com ele. A gravação foi realizada em uma só sessão (que durou 8 horas e meia e teve 11 tomadas – a 10ª foi escolhida e editada) no dia 14 de abril de 1969, três dias depois do lançamento de “Get Back”. Esta foi a primeira música dos Beatles que não teve mixagem para mono; só foi produzida em estéreo. John Lennon fez o vocal principal, tocou violão, guitarra e pandeiro. Paul McCartney participou dos vocais (só os dois fizeram backings), tocou seu baixo como se quisesse deixar gravada ali uma mensagem, piano, bateria e maracas.
Para finalizar com chave de ouro, agora, a gente confere um pequeno trecho sobre o episódio da gravação da balada de John e Yoko do livro "Paul McCartney - Uma Vida" de Peter Ames Carlin e mais abaixo, um outro trecho do livro "Minha Vida Gravando os Beatles", de Geoff Emmerick.
Na manhã do dia 14 de abril, o telefone tocou em Cavendish e Paul ouviu a voz de John do outro lado da linha. Ele tinha acabado de voltar de seu casamento com Yoko, em Gibraltar, e da semana corrida "em cima da cama" que haviam conduzido em Amsterdã, para promover sua nova campanha internacional pela paz. Bem a caminho de deixar para trás suas identidades individuais em troca de um novo perfil unificado — Johneyoko era a forma como John gostava de descrever ambos —, John havia composto uma nova canção para comemorar a união. Era "The Ballad of John and Yoko", e ele queria transformá-la num novo single dos Beatles. George e Ringo não estavam disponíveis — os dois estavam fora da cidade. Mas Paul poderia vir até a EMI naquela tarde para gravá-la? Sim, claro. Por que não? Fantástico! A campainha tocou algumas horas depois, e lá estava John, com a guitarra e Yoko a tiracolo; em seguida, eles subiram à sala de música para que John tocasse a sua canção. Christ, you know it ain't easy! Com toda sua transgressão comportamental, aquilo era rock 'n' roll na forma mais pura de Chuck Berry: três acordes, uma história em primeira pessoa e muita atitude. Paul entendeu e apreciou na hora. Então, eles juntaram Linda e Yoko e caminharam pela rua, como um novo quarteto desajeitado, dobrando a esquina em direção a Abbey Road. Descendo ao Estúdio Três e com uma nova canção entre eles, tudo voltara a ser como antes. John tocou guitarra e deu as ordens; Paul tocou baixo, bateria e maracás, e atirou-se a uma nova harmonia vocal. O trabalho foi rápido, eles riram e fizeram piadas. "Havia uma vibração maravilhosa ali, de fato", relembra o diretor de arte da Apple, John Kosh, que assumiu as funções na sala de controle. Kosh estava com a mulher e eles ficaram ali esperando, observando os rapazes em atividade até que John pudesse subir para avaliar o calendário que Kosh estava rascunhando para ele. Linda, que ainda era nova naquele ambiente, mas estava ansiosa para desempenhar o papel de mulher e protetora de Paul, confundiu Marjorie Kosh com uma estranha qualquer. Talvez, disse Linda de forma fria, fosse hora de Marjorie dar o fora. Imediatamente. "Eu não vi nem ouvi nada", diz Kosh. "Apenas me lembro de Marjorie dizer 'Foda-se!' e sair bufando." A fofoca circulou e, logo depois, John ligou para a casa de Kosh e se desculpou. Dentro do estúdio, porém, nada mais importava naquele dia além da música. "Um pouco mais rápido, Ringo!", John pediu a Paul, que tocava bateria. "Tudo bem, George!", Paul respondeu. "Sempre me surpreendeu como, estando apenas nós dois, aquilo acabou soando como os Beatles", Paul afirmou
Apenas alguns dias depois recebi um telefonema de Peter Brown, dizendo-me quase sem fôlego que John tinha acabado de escrever uma nova canção e iria para a Abbey Road na segunda-feira seguinte. Queria saber se eu estaria disposto a participar. Perguntei a Peter, bastante hesitante, se John andava “bem” por aqueles dias. Ele entendeu exatamente aonde eu queria chegar; designado como porta-voz dos Beades, ele tinha visto bastante de Lennon em seus piores momentos. “Sim, ele está bem”, Peter me assegurou. “Ele anda de muito bom humor no momento e está realmente muito animado com a nova música. E foi ele mesmo quem me pediu que eu conseguisse que você fosse o engenheiro de som.” Como eu poderia dizer não a isso? A sessão estava marcada para começar no meio da tarde, e para minha surpresa, um John tagarela chegou na hora, seguido de Paul, apenas alguns minutos mais tarde. Era para ser oficialmente uma sessão dos Beatles, mas eles eram os dois únicos membros da banda que apareceram naquele dia, Paul sentando-se na cadeira do baterista, tocando a bateria de Ringo com confiança e facilidade. Os dois Beatles pareciam extremamente relaxados, apesar das histórias de horror que eu tinha ouvido sobre as brigas e o clima ruim gerado nas sessões de Let it be. Nesse dia eles voltaram a ser dois velhos companheiros de escola, todo o desentendimento dos últimos meses sendo varrido para debaixo do tapete e substituído pela alegria de fazer música juntos. Foi ainda mais surpreendente por causa do nome e do tema da canção a ser gravada naquele dia, que Lennon orgulhosamente me disse se chamar “The ballad of john and Yoko”.A letra descrevia as circunstâncias em torno de seu recente casamento, dando até crédito a Peter Brown, citando seu nome, por ter dado a ideia de que se casassem na Espanha. Foi uma grande sessão, um desses momentos mágicos em que tudo deu certo. A gravação toda foi concluída em apenas algumas horas, do início ao fim, incluindo a mixagem — como nos bons e velhos tempos. A nova máquina de oito canais tinha sido instalada na sala de controle recentemente, e fizemos bom uso dela naquele dia. O gravador de oito canais permitia vários overdubs, então John tocou todas as guitarras — solo e base — enquanto Paul cuidava do baixo, do piano, da percussão e da bateria — eles formavam uma grande banda de dois homens. Essa foi uma das primeiras vezes em que eu coloquei microfones tanto em cima quanto embaixo da caixa da bateria, o que deu um enorme estrondo ao som, o complemento perfeito para o vocal agressivo de John.
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