Somente na semana passada, fiquei sabendo da morte do grande Johnny Winter. E me entristeci. Ele morreu na quarta-feira, 16 de julho, aos 70 anos. o artista americano estava em um hotel em Zurique, na Suíça. A causa da morte não foi divulgada.
Citando como fonte um porta-voz da polícia suíça, a agência de notícias Reuters informou que um promotor ordenou a autópsia de Winter. "Sua esposa, família e parceiros de banda estão todos tristes com a perda de um ente querido e de um dos melhores guitarristas do mundo. Um comunicado oficial com mais detalhes deve ser emitido no momento apropriado", diz o texto.
Considerado uma lenda do blues e também conhecido por ser albino, Winter lançou seu primeiro disco, "The progressive blues experiment", em 1968. Ele foi eleito um dos 100 melhores guitarristas de todos os tempos em uma votação da revista americana "Rolling Stone".
Uma de suas músicas mais conhecidas é "Still alive and well", gravada depois que o guitarrista se recuperou do vício em heroína, nos anos 1970. De acordo com a Reuters, um novo álbum de Winter, com participação de Eric Clapton e Ben Harper, está previsto para ser lançado em 2 de setembro. O músico albino chamava atenção por combinar o blues de estilo clássico com o funk do Texas, "constantemente transitando entre o country blues primal no estilo de Robert Johnson" e guitarras agressivas. Há ainda referências ao blues rock britânico e o rock sulista dos Estados Unidos, característico de bandas como Allman Brothers e Lynyrd Skynyrd.
Ao longo da carreira, Winter lançou cerca de 40 álbuns de estúdio, segundo seu perfil. Também produziu dois de seus ídolos, Muddy Waters e John Lee Hooker, dando um novo impulso a suas carreiras. No final dos anos 1970, Winter também produziu e tocou em discos de Waters que foram premiados com o Grammy. O veterano costumava chamar o pupilo de "filho".
Johnny Dawson Winter III nasceu em Beaumont, no Texas, em 23 de fevereiro de 1944. Começou a tocar clarinete aos 5 anos de idade e, mais tarde, mudou para o ukulele e, finalmente, para a guitarra. Entre 1953 e 1959, formou com o irmão mais novo, Edgar, também albino, uma dupla no estilo de Everly Brothers. Os Winters ganharam concursos de jovens talentos e chegaram a aparecer em programas na TV local.
Naqueles tempos, Beaumont era uma cidade marcada por tensão racial. Apesar disso, informa o texto, o jovem Johnny Winter "não hesitava em se aventurar nos bairros negros para ouvir e tocar música". "Nunca aconteceu nada comigo. Eu ia a clubes negros o tempo inteiro, e ninguém nunca me incomodou. Sempre me senti bem-vindo", recordou o guitarrista.
Uma das histórias ocorreu em 1962, quando Johnny e Edgar foram assistir a um show de B.B. King em um clube chamado Raven. Os irmãos eram os únicos brancos na plateia. "Eu tinha uns 17 anos, e B.B., no primeiro momento, não queria me dexiar subir no palco. Ele me perguntou se eu tinha um cartão de sócio, e eu tinha. Além disso, eu continuava pedindo às pessoas para dizerem para ele me deixar tocar", lembrou Winter. "Finalmente, ele decidiu que havia gente o suficiente que queria me ouvir e que, sendo eu bom ou não, valia a pena me chamar para o palco. Ele me deu a guitarra e me deixou tocar. Fui aplaudido de pé, e ele pegou a guitarra de volta!"
E agora, pela primeira vez, o Baú do Edu tem o prazer e a honra de receber o sensacional Johnny Winter quebrando o maior cacete com o clássico "Jumpin' Jack Flash". É isso aí! Go, Johnny, Go!
6 comentários:
"Sempre me senti bem-vindo" Gostei...acho que ando meio emotivo, mas não vou chorar. rsrs
A gente colhe o que a gente planta. O negócio é não generalizar, tipo: "branco é assim", "preto é assado"...
Conheci um americano no facebook. O cara vivia me mandando uns links de Johnny Winter, mas nunca tinha dado muita atenção. Quem sabe depois desse post...
Vlw, Edu!!!
É isso aí Murilão! Todos deviam conhecer, tenho um duplo ao vivo, que quando o gazão entra, arrebenta o tempo inteiro. Edgar Winter (o irmão) já participou de uma das formações da All Starr de Ringo, acho que a de 2011 que veio em Brasília e eu estava lá! Abração!
Eu já estava sabendo. Confesso que não tinha intimidade com a obra dele, mas conheço bem o Edgar Winter Group. Vou tentar ouvi-lo mais.
Um monstro! Incendiava tudo!!!
Também assisti a formação da All Star com seu irmão em São Paulo. Imagina este novo álbum dele com a participação de Clapton e Ben Harper. Vai vender horrores!
Sempre respeitei ele, mas nunca fui atrás do seu trabalho, o minimo que posso fazer agora é conhecer nem que seja um disco !!!
Valeu Edu pelo post !!
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