“Hey Jude” foi composta por Paul McCartney, lançada como lado A do single Hey Jude / Revolution de 1968 dos Beatles. Apesar de sua longa duração (quase sete minutos, o que era muito incomum na época), foi o single mais vendido dos Beatles desde então. Foi escrita em junho de 1968, quando McCartney foi visitar Cynthia Lennon e seu filho Julian. Após o interesse de John em Yoko Ono e o pedido de divórcio de Cynthia, Paul como amigo do ex-casal, sentiu que precisava dar seu apoio a ela. Ele disse: "Eu achei que como amigo da família eu poderia ir a casa deles dizer que tudo ficaria bem, tentar animá-los e ver como estavam. Eu dirigi cerca de uma hora. Eu costumava desligar o rádio nessas viagens e cantarolar, vendo se conseguia compor alguma coisa. Então comecei a cantar - 'Hey Jules - don't make it bad, take a sad song, and make it better...' – como uma mensagem de esperança para Julian. Tipo, ‘qual é cara, seus pais estão se divorciando, sei que não está feliz, mas você ficará bem’. Depois mudei o nome de 'Jules' para 'Jude', porque achei que soava melhor. Cynthia relembra: "Eu fiquei realmente surpresa quando, numa tarde, Paul chegou por iniciativa própria. Eu fiquei comovida pela sua evidente preocupação por nosso bem-estar, e ainda muito mais comovida quando ele me presenteou com uma rosa vermelha acompanhada de uma mensagem bem-humorada 'que tal isso, Cyn, se nós dois nos casássemos?' Nós dois rimos ao imaginarmos a reação do mundo a um anúncio desses. No caminho, ele compôs ‘Hey Jude’ no carro. Nunca me esquecerei de seu gesto de carinho e consideração vindo nos ver. Isso me fez sentir importante e amada, em oposição a me sentir descartada e ultrapassada."
McCartney gravou um demo no piano após seu retorno. Em 26 de julho, Lennon e Yoko estavam hospedados em sua casa, e Paul tocou para eles pela primeira vez. Paul fala sobre no livro “Many Years From Now” de Barry Miles: “Eu terminei tudo na minha casa em Cavendish e eu estava na sala de música no andar de cima quando John e Yoko vieram. Eles estavam de pé atrás de mim enquanto eu tocava para eles a canção. E quando chegou na frase: ‘The movement you need is on your shoulder,’ Eu olhei para ele e disse, ‘eu vou mudar essa linha, está meio fraco.’ E John disse, ‘Você não pode e sabe disso... é a melhor frase da canção.’ Essa foi sua colaboração. Quando alguém fala firmemente para você manter algo que iria jogar fora. E toda vez que canto essa linha penso em John.” John Lennon mais tarde deixou sua opinião sobre a canção ser direcionada ao seu relacionamento com Yoko, como dito na entrevista para a revista Playboy em 1980: “Paul disse que escreveu para Julian. Ele sabia que me separava e deixava de morar com Julian. Ele cuidava de Julian como um tio, e compôs ‘Hey Jude.’ Mas, sempre achei que fosse uma canção direcionada a mim. Se pensar bem, não quero ser comparado àqueles fãs que lêem coisas nas canções... Mas a letra: ‘Hey, John... go out and get her.’ Em seu subconsciente o anjinho dizia, ‘Seja abençoado, me deixe’ mas o seu diabinho não gostava nada daquilo, pois ele não queria perder sobretudo seu parceiro.”
As anotações da canção foram compradas por Julian Lennon em um leilão por £25,000. A letra pode ter várias interpretações. Ela começa dizendo para Jude ou Julian não ficar para baixo e pegar uma canção triste e torná-la melhor. Lembrando-se de deixá-la entrar no coração para se sentir melhor. No segundo trecho, ele diz para Jude não ficar com medo, já que ele foi feito para sair e ficar com ela. (Foi esse trecho que confundiu os pensamentos de Lennon sobre a canção). Muitos acreditam que esse trecho tem uma referência às drogas, principalmente a heroína: “The minute you let her under your skin / Then you begin to make it better” - "no minuto em que você deixá-la entrar sob à pele, começará a fazê-la melhor”. No refrão ele diz que a qualquer hora que sentir dor, contenha-se e não carregue o mundo nas costas e que não ache legal o fato do mundo se tornar mais frio.
Os Beatles começaram as gravações de “Hey Jude” em 29 de Julho de 1968. A primeira sessão era mais um ensaio do que gravação. Eles sabiam que a música teria uma boa repercussão como um single, então dedicaram o tempo para aperfeiçoar os arranjos. Eles gravaram seis takes naquele dia. No “Anthology,” Paul fala um pouco sobre George Harrison e as gravações: “Em ‘Hey Jude’ quando eu sentei ao piano e comecei a cantar, ‘Hey Jude...’George veio com um riff de guitarra. Eu continuei, ‘Don’t make it bad...’ e ele com o mesmo riff, ou seja, ele estava respondendo com riffs todas as frases. Então eu disse, ‘Ei George, eu não acho que isso fica bom na canção. Talvez você devesse tocar só nas estrofes inteiras, mas por enquanto vamos manter as coisas simples, OK?’ Ele disse: Ok, ok.’ Mas continuou. Eu estava ficando chateado com aquilo, ele não estava entendendo o que eu queria.” Na noite seguinte eles continuaram trabalhando na canção, gravando os takes 7 ao 23. George Harrison não tocou então decidiu esperar na sala de controle do lado de fora. A sessão foi gravada para o documentário do Conselho Nacional de Música da Grã-Bretanha, que filmaram e transformaram num curta-metragem chamado “Music!”. Ao final da sessão, o produtor George Martin fez uma mixagem padrão afim de trabalhar na trilha orquestral que foi gravada em 1° de agosto. Também no “Anthology”, Ringo disse: “Essa canção se tornou clássica. Me senti bem em gravá-la. Foi cansativo algumas vezes, mas ficou perfeita como tinha que ser.” Em 31 de julho eles foram para o Trident Studios para gravar a canção na mesa de 8 canais, novidade na época. A música foi completada no dia 1 de agosto, com Paul adicionando baixo, vocais e os outros Beatles com os vocais de apoio. Depois a orquestra foi adicionada e os músicos foram chamados para uma sessão de vocais de apoio e palmas a fim de tornar a canção mais grandiosa. Hey Jude foi lançada poucas semanas depois de sua gravação e vinha com a canção de Lennon, "Revolution" no lado B. Paul: “Eu fui ao escritório da Apple no lançamento do single de ‘Hey Jude’. As janelas da frente estavam com cera de limpeza branca e eu pensei, “Que grande oportunidade, muitos ônibus passam pela Baker Street lotada... então, eu rabisquei na janela ‘Hey Jude’ na cera branca. Um cara ficou super furioso e me ameaçou gritando: ‘Vou mandar um dos meus filhos que estão por aí para te darem uma surra!’ Eu disse: ‘Calma, calma... Porque isso!?’ e ele disse: ‘Você escreveu “Jude” na janela!’ Eu não tinha idéia de que ‘Jude’ era na verdade judeu, em alemão. Se você olhar o filme feito na Alemanha nazista, 'Juden Raus' eles escrevem ‘judeu’ nas janelas junto com a Estrela de Davi. Eu juro que isso nunca me passou pela cabeça.” A canção de quase 7 minutos foi o single mais longo a atingir as paradas britânicas. Seu fade out tem propositalmente 1 segundo a mais do que o hit da parada de um ano antes de Richard Harris, “MacArthur Park.” George Martin: “Nós gravamos ‘Hey Jude’ no Trident Studios. Era uma canção muito longa. Na verdade, depois de cronometrar eu disse, ‘Vocês não podem fazer um single tão longo. E John perguntou, ‘Porque não?’ Eu não conseguia pensar numa boa resposta na hora, exceto na resposta patética de que os DJ’s não tocariam uma música tão longa. Ele disse, 'Irão tocar se for nossa.' E é claro, ele estava absolutamente certo. “Hey Jude” foi lançada no dia 26 de agosto de 1968 nos EUA. Ficou pelas próximas 9 semanas no topo das paradas e vendeu 5 milhões de cópias nos seis meses seguintes. Ficou ao todo 19 semanas nas paradas. Os Beatles contrataram Michael Lindsay-Hogg (que mais tarde seria o diretor de “Let It Be”) para dirigir um vídeo para promover a canção “Hey Jude.” Hogg já tinha feito o vídeo de “Paperback Writer” e eles tiveram a idéia de filmar com uma controlada audiência, ao vivo. Eles fizeram o vídeo no programa, The Frost Show. O programa foi ao ar em 8 de setembro. “Senhoras e senhores, vocês irão ver a maior orquestra de ‘salão de chá’ do mundo. É um prazer apresentar, em sua primeira aparição na TV após sabe-se Deus quantos anos longe das platéias, os Beatles!” Após essa introdução, eles improvisaram uma pequena parodia de “It’s Now or Never”. Em 6 de outubro de 1968, essa filmagem foi transmitida nos Estados Unidos, no programa "The Smothers Brothers Comedy Hour". Como era muito longa, eles também produziram uma versão mais curta para as rádios americanas, porque algumas das estações se recusavam a tocar. "Hey Jude" foi numero 1 na Billboard Hot 100 de 1968, e foi disco de ouro antes mesmo de entrar nas paradas dos EUA. Em 2001 entrou para o Hall da Fama do Grammy. Em 2004, ficou em 8° no ranking das 500 melhores musicas de todos os tempos da revista Rolling Stone. Ficou em 3° na lista das 100 melhores do Channel 4. Sobre HEY JUDE, John Lennon disse: “tem uma letra dos diabos! Talvez seja a melhor composição dele.”
As anotações da canção foram compradas por Julian Lennon em um leilão por £25,000. A letra pode ter várias interpretações. Ela começa dizendo para Jude ou Julian não ficar para baixo e pegar uma canção triste e torná-la melhor. Lembrando-se de deixá-la entrar no coração para se sentir melhor. No segundo trecho, ele diz para Jude não ficar com medo, já que ele foi feito para sair e ficar com ela. (Foi esse trecho que confundiu os pensamentos de Lennon sobre a canção). Muitos acreditam que esse trecho tem uma referência às drogas, principalmente a heroína: “The minute you let her under your skin / Then you begin to make it better” - "no minuto em que você deixá-la entrar sob à pele, começará a fazê-la melhor”. No refrão ele diz que a qualquer hora que sentir dor, contenha-se e não carregue o mundo nas costas e que não ache legal o fato do mundo se tornar mais frio.
3 comentários:
Uma das maiores e melhores... E atuais.
Não imposta quanto tempo faça. Hey Jude consegue arrepiar e emocionar com se fosse a primeira vez ainda.
Todas as vezes que vi ao vivo, não deixei de cantar NA NA NA NA...
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