Michael Lindsay-Hogg já apareceu aqui algumas muitas vezes. A última foi em 22 de julho de 2012, numa postagem que vale à pena ser vista novamente antes da leitura da entrevista que você confere a seguir. “POR TRÁS DAS CÂMERAS – MICHAEL LINDSAY-HOGG”.
Com uma carreira de mais de cinco décadas como diretor de televisão, cinema e teatro, Michael Lindsay-Hogg já fez de tudo, desde programas de TV “Ready, Steady, Go!” nos anos 1960, como registrou alguns dos mais importantes momentos da Cultura Pop nas últimas décadas do século XX como a separação dos Beatles mostrada quse como fratura exposta durante as tediosas sessões de “Let It Be”. Conheceu os Beatles em meados dos anos 60, quando eles já eram os maiores popstars do planeta e foi o diretor de vários filmes ‘promos’ que entraram para a história e agora, são novamente celebrados com o superlançamento de “1”. Michael Lindsay-Hogg, lembra-se de como era ter uma câmera nas mãos para filmar "as quatro pessoas mais famosas do mundo".
Vanity Fair: É uma pergunta
óbvia, mas é inevitável: Você fazia alguma ideia de que estaríamos todos assistindo
esses vídeos depois de 50 anos?
Michael Lindsay-Hogg: Não,
não, claro que não. Quero dizer, eles eram pequenos vídeos “feijão-com-arroz”,
porque não havia nada antes. Havia alguma referência como um sistema francês
chamado Scopitone... Mas, depois de “Help!”, tudo mudou. Então,
eles foram os primeiros. E eles foram a primeira banda a pensar em fazer seus
próprios filmes promos e distribuí-los por todo o mundo sem eles terem de “ir
lá”, os promos iam lá . Por isso, fomos inventando isso juntos... e não
tínhamos ideia sobre o futuro ou qualquer coisa assim.
O que você percebe com estes vídeos é
que, sim, os Beatles parecem bem melhor do que nunca, e as canções remasterizadas
dão um som quase perturbador.
Concordo
inteiramente, porque as canções estão ainda melhores e mais surpreendentes do que nunca antes. Isso
só faz você querer abraçá-los e estar perto deles.
Como você passou a trabalhar do teatro
para o mundo do rock 'n' roll?
Minha mãe, Geraldine
Fitzgerald, foi uma atriz, e ela me trouxe para um ensaio uma vez quando eu
tinha uns 14 anos, eu pensei: Este é o mundo para mim, o teatro. Mas
quando eu tinha uns 16 ou 17 anos, sempre tentar chegar em casa depois da
escola para assistir “American Bandstand”. Mesmo com aquela idade,
havia duas coisas que eu sabia que eu amava: um era o teatro, e a outra era o
rock 'n' roll. Todas as outras crianças gostavam de jazz trad ou coisas
assim, mas eu só gostava de rock 'n' roll.
Você trabalhou com os Beatles e os
Rolling Stones. Qual a maior diferença entre eles?
Bem, os Beatles eram diferentes. Eu tinha trabalhado muito bem com os Rolling Stones. Eles eram mais... bem, eles eram de Londres, eram sulistas, e os Beatles eram nortistas. Compreensível. Como todos sabemos, eles vieram de Liverpool. Liverpool era uma cidade difícil. E eles foram difíceis. Eles foram menos acolhedores que os Stones. Dar uma idéia para os Beatles era muito diferente dos Stones. . . era como colocar um pedaço de carne em uma gaiola com animais poderosos dentro. Cada um arrancava um pedaço da carne, e, no momento em que a ideia voltava para você, eles já tinham completo controle sobre ela. O que levou um pouco de tempo para eu me acostumar, porque com os Stones era mais descontraído. Mas é claro que havia a diferença fundamental: eles eram os Beatles, eles eram os únicos que tinham chegado em primeiro lugar e colocado sua bandeira sobre a terra anunciando que o mundo ia mudar. Eles foram os primeiros, e eles foram os maiores.
Em termos de fama e impacto?
Sim. Eles eram definitivamente as pessoas mais famosas do mundo. Basta você procurar no Google no seu computador. Você pode encontrar das Kardashians ao Donald Trump, mas, nada se compara ao poder dos Beatles nos anos 60. Quando fui ao encontro deles, em 1966, eles eram as quatro pessoas mais famosas do mundo. Quando fui à Abbey Road (para falar sobre o que fazer nos vídeos de "Paperback Writer" e "Rain" me deixaram esperando numa sala bastante grande, com um par de poltronas e um sofá grande e um puff e também um conjunto de mesa de jantar com uma toalha de mesa e talheres da china de cristal e tudo mais assim. E eu, em seguida, tive de esperar muito. E quanto mais tempo eu esperava, mais ansioso eu ficava. E então a porta se abriu e, pop, pop, pop, pop, os quatro entraram. Foi como se uma enorme luz se acendesse.
Bem, os Beatles eram diferentes. Eu tinha trabalhado muito bem com os Rolling Stones. Eles eram mais... bem, eles eram de Londres, eram sulistas, e os Beatles eram nortistas. Compreensível. Como todos sabemos, eles vieram de Liverpool. Liverpool era uma cidade difícil. E eles foram difíceis. Eles foram menos acolhedores que os Stones. Dar uma idéia para os Beatles era muito diferente dos Stones. . . era como colocar um pedaço de carne em uma gaiola com animais poderosos dentro. Cada um arrancava um pedaço da carne, e, no momento em que a ideia voltava para você, eles já tinham completo controle sobre ela. O que levou um pouco de tempo para eu me acostumar, porque com os Stones era mais descontraído. Mas é claro que havia a diferença fundamental: eles eram os Beatles, eles eram os únicos que tinham chegado em primeiro lugar e colocado sua bandeira sobre a terra anunciando que o mundo ia mudar. Eles foram os primeiros, e eles foram os maiores.
Em termos de fama e impacto?
Sim. Eles eram definitivamente as pessoas mais famosas do mundo. Basta você procurar no Google no seu computador. Você pode encontrar das Kardashians ao Donald Trump, mas, nada se compara ao poder dos Beatles nos anos 60. Quando fui ao encontro deles, em 1966, eles eram as quatro pessoas mais famosas do mundo. Quando fui à Abbey Road (para falar sobre o que fazer nos vídeos de "Paperback Writer" e "Rain" me deixaram esperando numa sala bastante grande, com um par de poltronas e um sofá grande e um puff e também um conjunto de mesa de jantar com uma toalha de mesa e talheres da china de cristal e tudo mais assim. E eu, em seguida, tive de esperar muito. E quanto mais tempo eu esperava, mais ansioso eu ficava. E então a porta se abriu e, pop, pop, pop, pop, os quatro entraram. Foi como se uma enorme luz se acendesse.
Dois anos se passaram. Você
recebeu outra chamada, para fazer "Hey Jude" e
"Revolution". Os Beatles tinham mudado muito nestes dois anos?
Sim. Quando estávamos indo para filmar "Revolution", em 1968, encontrei-me andando pelo corredor com John. Ele não parecia bem; tinha dormido pouco. Então eu disse, "Você quer ir para a maquiagem?" e ele disse: "Não." E eu disse: "Por que não? Ela vai fazer você parecer melhor". E ele disse: "Porque eu sou John Lennon”. O que ele quis dizer foi:" Eu não sou um ator fingindo ser John Lennon. Isso é quem eu sou. E assim, se hoje o olhar de John parece meio doido, que assim seja. Não foi um papel.
Ele parece meio 'estranho' no vídeo. Não?
Muito. Seu cabelo parecia que tinha sido passado uma espécie de sebo escorrido e ele estava muito pálido. Só Deus sabe o que estava acontecendo naquele momento. Em nada eles lembravam aqueles Fab Four de dois anos antes. Sua aparência havia mudado porque suas mentes haviam mudado. Mas a ideia com esses vídeos era simplesmente mostrá-los como uma banda e não colocar nada na cabeça de ninguém.
Não há melhor ilustração disso do que a cena de abertura de Paul fazendo "Hey Jude", onde você o coloca o direito com a câmera em seu rosto.
Sim. Eu estava feliz com isso. Eu pensei que iria dar-nos um pouco de glamour.
Então, em dezembro de 68, você estava filmando “The Rolling Stones Rock and Roll Circus” e, em seguida, você estava gravando “Let It Be”. Como era estar no centro do universo rock 'n' roll?
Isso foi realmente muito, muito extraordinário. Foi muito legal pra mim mesmo e para minha cabeça. Eu acho que eu estava no escritório dos Rolling Stones e o telefone tocou: "é Paul McCartney para você!”... Foi assim que começou Let It Be. Lembro-me de ir para casa para pensar o Natal, e pensar: “Que sorte, hein, cara? Primeiro os Rolling Stones e agora os Beatles. Bem, mas eu preciso lembrar-lhes de que o “Rock and Roll Circus” ficou engavetado por mais de 28 anos! E “Let It Be” está fora e ausente há quase 45 anos.
Será que algum dia poderemos vê-lo como deve ser visto?
Meu sentimento é que vai sair quando está previsto para sair, que é depois documentário de Ron Howard sobre a Beatlemania. Mas só vai mesmo quando decidirem que, finalmente é hora. E eu imagino, que deverá vir com muitos extras bastante interessantes.
Você já fez televisão, filmes, teatro, escrita, pintura. Como você classifica trabalhar com os Beatles?
Bem, eu tento ficar longe da nostalgia. Porque acho que a nostalgia é como muito vermute no Martini e pode estragar as coisas para você. Quero dizer, eu sou grato pelo o que eu tive, mas sempre estou esperando meu próximo filme.
Sim. Quando estávamos indo para filmar "Revolution", em 1968, encontrei-me andando pelo corredor com John. Ele não parecia bem; tinha dormido pouco. Então eu disse, "Você quer ir para a maquiagem?" e ele disse: "Não." E eu disse: "Por que não? Ela vai fazer você parecer melhor". E ele disse: "Porque eu sou John Lennon”. O que ele quis dizer foi:" Eu não sou um ator fingindo ser John Lennon. Isso é quem eu sou. E assim, se hoje o olhar de John parece meio doido, que assim seja. Não foi um papel.
Ele parece meio 'estranho' no vídeo. Não?
Muito. Seu cabelo parecia que tinha sido passado uma espécie de sebo escorrido e ele estava muito pálido. Só Deus sabe o que estava acontecendo naquele momento. Em nada eles lembravam aqueles Fab Four de dois anos antes. Sua aparência havia mudado porque suas mentes haviam mudado. Mas a ideia com esses vídeos era simplesmente mostrá-los como uma banda e não colocar nada na cabeça de ninguém.
Não há melhor ilustração disso do que a cena de abertura de Paul fazendo "Hey Jude", onde você o coloca o direito com a câmera em seu rosto.
Sim. Eu estava feliz com isso. Eu pensei que iria dar-nos um pouco de glamour.
Então, em dezembro de 68, você estava filmando “The Rolling Stones Rock and Roll Circus” e, em seguida, você estava gravando “Let It Be”. Como era estar no centro do universo rock 'n' roll?
Isso foi realmente muito, muito extraordinário. Foi muito legal pra mim mesmo e para minha cabeça. Eu acho que eu estava no escritório dos Rolling Stones e o telefone tocou: "é Paul McCartney para você!”... Foi assim que começou Let It Be. Lembro-me de ir para casa para pensar o Natal, e pensar: “Que sorte, hein, cara? Primeiro os Rolling Stones e agora os Beatles. Bem, mas eu preciso lembrar-lhes de que o “Rock and Roll Circus” ficou engavetado por mais de 28 anos! E “Let It Be” está fora e ausente há quase 45 anos.
Será que algum dia poderemos vê-lo como deve ser visto?
Meu sentimento é que vai sair quando está previsto para sair, que é depois documentário de Ron Howard sobre a Beatlemania. Mas só vai mesmo quando decidirem que, finalmente é hora. E eu imagino, que deverá vir com muitos extras bastante interessantes.
Você já fez televisão, filmes, teatro, escrita, pintura. Como você classifica trabalhar com os Beatles?
Bem, eu tento ficar longe da nostalgia. Porque acho que a nostalgia é como muito vermute no Martini e pode estragar as coisas para você. Quero dizer, eu sou grato pelo o que eu tive, mas sempre estou esperando meu próximo filme.
4 comentários:
Show!
Meu caro, uma pequena postagem que fiz em meu blog. Talvez você goste. Parabéns pelo ótimo trabalho.
http://avidanumagoa.blogspot.com.br/2015/11/two-of-us-and-paul-in-penedo.html
A esperança de ver Le It Be restaurado e com extras voltou! Uau!
Boa entrevista. O Cara tem estória para contar.
A nós cabe ficar na esperança de ver o DVD do Let it Be sair, algum dia.
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