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Os quatro Beatles eram fumantes compulsivos. Todos começaram a fumar ainda muito jovens. O vício pelo tabaco durou muitos anos, quase o mesmo tempo de suas carreiras.
Por quê os Beatles fumavam tanto? Se alguém procurar essa resposta em algum livro de psicologia talvez encontre que a razão (?) para aquela fumaceira toda, pudesse ser por conta da tremenda pressão e ansiedade pelas rotinas das turnês que faziam o tempo todo. Ok, o tempo passou. A ansiedade e o gosto pelo cigarro, nunca. Os Beatles, e depois ex-Beatles apareciam fumando em qualquer oportunidade que tinham. Em quase todas as entrevistas com os quatro juntos ou mesmo individualmente, aparecem fumando. E assim, foi a vida toda, até George Harrison aparecer com câncer!
Dos quatro Beatles, George (o mais novo!) foi quem começou a fumar primeiro e quem fumou mais. Com 12 anos roubava os cigarros do pai, Harold para fumar escondido, sozinho, no telhado da casa onde vivia a família Harrison. Começou a fumar mesmo “de verdade” quando começou a andar com um tal McCartney e um tal de Lennon.
“Os jovens Beatles fumavam muito sim! Estavam encantados! Fumar era tão natural quanto fazer a barba naquela época! Eles eram jovens rebeldes e fumando achavam que estavam conseguindo o status de “gente grande”. O cigarro e o vício do tabaco eram moda! Quem não fumasse, era um 'bundão', e seria amaldiçoado pelo o resto da vida!”. Explica o professor Hugo Strange.
Durante todos os anos que os Beatles estiveram juntos, em nenhum momento, cogitaram, sequer, a possibilidade de abandonarem o vício. Nem quando foram meditar na Índia. Agora, apenas fazendo um exercício de imaginação na base do "E se", E se, os Beatles, com o poder e a popularidade que tinham em meados dos anos 1960, num show como o do Shea Staduim, John Lennon tivesse dito que odiavam cigarros? A história da indústria dessa droga poderia ter tomado outro rumo.
Considerando que todos os quatro Beatles começaram a fumar provavelmente a partir dos doze ou treze, Paul foi o último a fumar começando aos quinze por influência de John Lennon, e também foi Paul, o primeiro a deixar o vício no começo dos anos 1980, quando, enquanto estava na fazenda escocesa, uma das crianças se machucou e, quando ele correu para onde ela estava, estava totalmente sem fôlego. Ele decidiu que os cigarros tinham que acabar e então disse para si mesmo, “bem, não estou mais fazendo isso”, simples assim. O preferido dos três (George, Paul e Ringo) era Marlboro.
John Lennon fumou desde a adolescência até o dia que foi assassinado. Gostava de Woodbine nos primeiros anos e Gauloises Bleues em meados dos anos 60. Ele ocasionalmente tinha um Kent ou Kool no final dos anos 60. Também gostava de Dunhill. Durante as sessões de gravação dos Beatles, todos eles roubavam um cigarro Everest de seu engenheiro de áudio Geoff Emerick. A certa altura, eles estavam até pensando em dar o nome do álbum Abbey Road (no qual, Paul aparece fumando na capa) ao cigarro. Em algum momento dos final dos anos 70, houve rumores de que Lennon havia parado de fumar ou estava tentando parar, mas durante suas últimas entrevistas no outono de 1980, ele aparece fumando Gitanes ou Gauloises Bleues.
George fumou 3 maços por dia desde o final dos anos 50 até por volta de 1989 ou 1990. Ele começou a fumar novamente por volta de 1995 ou 1996, e só parou, no início de 1998, quando foi diagnosticado com câncer. Ele faleceu em 29 de novembro de 2001.
George fumou 3 maços por dia desde o final dos anos 50 até por volta de 1989 ou 1990. Ele começou a fumar novamente por volta de 1995 ou 1996, e só parou, no início de 1998, quando foi diagnosticado com câncer. Ele faleceu em 29 de novembro de 2001.
Em 1998, Ringo anunciou que estava livre das drogas e de álcool há mais de 10 anos e finalmente abandonou seu hábito de fumar também até 3 maços por dia.
Aqui logo abaixo, a gente confere um artigo da agência Reuters, de Londres, publicado no "Informativo ADESF – Associação de Defesa da Saúde do Fumante” do dia 30/11/2001.
MORTE DE HARRISON PODE AJUDAR FUMANTES A LARGAR O VÍCIO
"A morte de George Harrison pode fazer com que outras pessoas vivam, segundo especialistas. Médicos afirmaram que o câncer que matou o ex-Beatle poderia dar aos grupos antifumo um grande reforço. Eles esperam que a morte de Harrison por câncer aumente a conscientização sobre a doença e envie uma mensagem poderosa sobre os perigos do cigarro. O membro mais jovem da banda que sintetizou o espírito dos anos 1960 não escondeu sua doença ou o fato de que fumava muito. "George Harrison é o último de uma longa lista de astros e estrelas muito queridas que morreram de câncer", disse Leslie Walker, da entidade britânica Cancer Research Campaign. "Isso mostra que o câncer não respeita a fama ou a fortuna", acrescentou. Walker disse que a luta de Harrison contra o câncer começou com tumores no pulmão e na garganta e, mais recentemente, ele recebeu tratamento para um tumor no cérebro. "Ele não fez segredo sobre seu arrependimento de ter fumado muito e sabemos a partir de nossa pesquisa que o tabaco é a única grande causa do câncer de pulmão", afirmou Walker. Como as mortes de Yul Brynner, John Wayne e Linda McCartney, a perda de Harrison vai aumentar a preocupação com o câncer pois a sociedade identifica-se muito com as celebridades. "Achamos que os conhecemos. Eles tornam-se parte de nossa família e, portanto, quando algo acontece com eles, isso também está acontecendo com nossa família", disse Cary Cooper, psicólogo da Universidade de Manchester. "Se eles ficam doentes, esta doença torna-se uma doença significativa". A franqueza do prefeito de Nova York, Rudy Giuliani, sobre seu câncer de próstata aumentou a demanda pela realização do exame da doença. O ex-Super-homem Christopher Reeve tornou-se um porta-voz global de pacientes com lesão na medula espinhal e o ator Michael J. Fox é o rosto da doença de Parkinson. A morte de Harrison é vista como particularmente significativa devido a seu caráter gentil e espiritual e porque os Beatles representaram a década de 1960 - uma época de reflexão, amor livre, rebeldia e desafio dos valores estabelecidos. "Este é o fim de uma era. Isto simboliza o final do que acontecia provavelmente no Reino Unido e no resto do mundo desenvolvido, o final de uma década poderosa - os anos 60", disse Cooper. Especialistas em saúde e grupos antifumo acreditam que o arrependimento público de Harrison sobre o fumo e sua morte precoce aos 58 anos poderiam convencer as pessoas a largar o cigarro ou não começar a fumar, uma conscientização melhor do que qualquer campanha de saúde pública. "Esta é uma mensagem completa", disse Clive Bates, da Action on Smoking and Health 9ASH0. "Para as pessoas que cresceram com os Beatles e ainda estão fumando, acredito que a morte de Harrison vai provocar uma pausa real". Tsc, Tsc.
"I Don’t Need No Cigarette, Boy" (Lennon-McCartney) é uma das primeiras gravações dos rapazes, num tempo em que eram Silver Beatles. Nunca lançada oficialmente, "I Don’t Need No Cigarette, Boy" é uma faixa instrumental improvisada, com interferências vocais de Paul McCartney, gravada em abril de 1961 e aparece no bootleg Silver Beatles At Home 1960.
4 comentários:
Sensacional, Edu!
Edu, tu já parou de fumar?
Nunca fumei cigarro, porque morria de medo de não conseguir largar a qualquer hora quando bem quisesse, mas cresci rodeada de fumantes, meu pai fumava na sala vendo TV junto com as crianças. Foi assim até o inicio da minha vida adulta, na universidade muitos colegas fumavam, mesmo na sala de aula, professores idem, qualquer lugar (bem, eram os anos 1990...). Acho que o cigarro é uma marca do seculo XX mesmo, era tão banal e corriqueiro, parte da vida, como usar smartphone e redes sociais hoje.
Obrigado Renato Lima e July. Valeuzão Dani, mandou bem! Não. Infelizmente ainda não consegui. Acho que fiz essa capa com os Beatles para eu mesmo ficar olhando para ela e criar vergonha para abandonar esse vício maldito.
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