domingo, 17 de maio de 2020

A ESTRANHA MORTE DE EDGAR ALLAN POE


Publicada originalmente em 7 de outubro de 2011, tendo sido vista por 2.708 pessoas.
A morte de Edgar Allan Poe ocorreu no dia 7 de outubro de 1849, quando o escritor tinha quarenta anos de idade. Cercada de mistério, sua causa ainda é discutida. Quatro dias antes de falecer, Poe foi encontrado nas ruas de Baltimore, Maryland, em um estado delirante. Segundo Joseph W. Walker, a pessoa que o encontrou, o escritor estava muito angustiado, e precisava de ajuda imediata. Poe foi levado ao hospital da Universidade Washington (Washington College Hospital), onde morreu num domingo, às 5 horas. Em nenhum momento o escritor contou com a lucidez necessária para explicar de forma coerente como havia chegado àquele estado. Grande parte da informação existente sobre os últimos dias de sua vida provém do médico John Joseph Moran, que o tratou no hospital. Depois de um pequeno funeral, Poe foi enterrado no cemitério anexo à igreja de Westminster (Westminster Hall and Burying Ground) mas, anos mais tarde, em 1875, seus restos mortais foram transferidos para um monumento maior. Este último marca também o lugar de enterro de sua esposa, Virginia, e o de sua sogra, Maria Clemm.
As teorias sobre as causas da morte do escritor incluem suicídio, assassinato, cólera, raiva, sífilis e ter sido capturado por agentes eleitorais que o teriam forçado a beber para fazê-lo votar e abandonaram-no, já em estado total de embriaguez, à sua sorte. Contudo, a evidência a respeito da influência do álcool é incerta. Dois dias depois da morte de Poe, apareceu um obituário assinado por um certo "Ludwig", que logo se revelou sendo, na verdade, o crítico e antologista Rufus Wilmot Griswold. Griswold, que mais tarde se converteu no executor literário efetivo das obras de Poe, apesar de ter sido um de seus rivais e quem posteriormente publicou a sua primeira biografia completa, retratando-o como um depravado, bêbado e louco tomado pelas drogas, chegando inclusive a falsificar cartas do poeta como prova disso. Acredita-se que grande parte das evidências utilizadas para construir essa imagem foram forjadas por Griswold e, apesar de muitos amigos de Poe terem denunciado o biógrafo, foi a interpretação que teve um impacto mais duradouro no meio popular.

Mais de 200 anos após a sua morte, o "poeta do mistério" continua bem presente na cultura contemporânea. Na música, influenciou compositores como Debussy ou os incomparáveis The Beatles.

"The Raven" é apenas um dos álbuns mais paradigmáticos da influência de Edgar Allan Poe na criação musical contemporânea. Lou Reed recriou, em 2003, o ambiente da escrita do autor num disco conceitual. Mas o legado de Poe não se esgota na obra do ex-Velvet Underground. Na verdade, pouco tempo depois da morte do escritor, Claude Debussy compôs uma ópera baseada no conto "The Fall of the House of Usher", que, no entanto, não chegou a concluir. Já nos anos 80, do século XX, o minimalista Philip Glass produziu uma ópera baseada nessa mesma obra.
"Man, you should have seen them kicking Edgar Allan Poe" (Cara, você devia ter visto todos eles chutando Edgar Allan Poe), cantava John Lennon, em "I Am The Walrus", dos Beatles, um protesto de revolta em relação ao modo como Poe havia sido tratado pelos seus conterrâneos.

Em 1967, figura de Edgar Allan Poe também ficou imortalizada na capa do álbum "Sgt. Peppers Lonely Heart Club Band". Ao longo de 200 anos, Edgar Allan Poe foi uma fonte de inspiração na estética musical e artística contemporânea. Contos como "The Raven", "The Fall of the House of Usher" e "The Mask of the Red Death" foram alguns dos escritos mais influentes no universo artístico, nomeadamente na música.

Edgar Allan Poe é considerado, juntamente com Julio Verne, um dos precursores da literatura de ficção científica e fantástica modernas. Algumas das suas novelas, como The Murders in the Rue Morgue (Os Crimes da Rua Morgue), The Purloined Letter (A Carta Roubada) e The Mystery of Marie Roget (O Mistério de Maria Roget), figuram entre as primeiras obras reconhecidas como policiais, e, de acordo com muitos, as suas obras marcam o início da verdadeira literatura norte-americana.
"Em 7 de outubro de 1849, Edgar Allan Poe foi encontrado à beira da morte em um banco de praça em Baltimore, Maryland. Seus últimos dias de vida permanecem um mistério". Estas são as primeiras palavras a aparecerem em The Raven (O Corvo) - filmaço de 2012, dos gêneros terror e suspense, dirigido por James McTeigue, com roteiro de Ben Livingston e Hannah Shakespeare. O filme dramatiza os últimos dias de vida do escritor Edgar Allan Poe (John Cusack), que teria morrido de causas misteriosas em 1849. O título refere-se ao famoso poema de Poe mas não tem relação com produções anteriores com o mesmo nome, de 1935 e 1963.

A história do filme é basicamente a seguinte: Em 1849, a polícia de Baltimore descobre num apartamento trancado o cadáver de uma mulher estrangulada. O detetive Emmett Fields percebe similaridades com o conto policial "The Murders in the Rue Morgue" e resolve investigar o autor, Edgar Allan Poe, que passa por bloqueio criativo e vive entregue ao alcoolismo, enquanto mantém um romance com a deliciosa Emily Hamilton, filha de um rico militar que o detesta. Enquanto Fields confronta Poe, outros crimes e assassinatos inspirados nas histórias do escritor continuam a acontecer, e a polícia percebe que enfrenta um sanguinário serial killer. Aqui, a gente confere o trailer e logo abaixo, "I Am The Walrus". Valeu.

Um comentário:

João Rampazzo disse...

Este daí foi una baita influência pro Lennon com o uso de neologismos e o jogo de palavras, I Am The Warlus e Happiness Is AWG provam isto