“MANIA” = Ideia fixa. Capricho, teima. Desejo incontrolável.
“Beatlemania” foi um termo criado pela imprensa (mídia), originalmente para descrever o intenso frenesi dos fãs dos Beatles, demonstrado principalmente por garotas adolescentes, nos locais onde se apresentavam durante seus anos iniciais de sucesso. O termo adquiriu muita força e um significado ainda muito mais amplo, quando o fenômeno saiu das fronteiras da Inglaterra para conquistar o resto do mundo, numa adulação jamais vista, maior que doentia pelos quatro rapazes. Mark Lewisohn (o maior historiador) afirma categoricamente: “O fim poderia ter sido ali". Qualquer um que conhecer um pouco da história concordará – ali era “o fim da Beatlemania”. Mas os Beatles (Paul) disseram: “não precisa ser o nosso fim”.
O dia 13 de outubro de 1963 pode ser considerado o início da Beatlemania, quando o grupo participou do show "Val Parnell's Sunday Night at the London Palladium, transmitido ao vivo pele rede de televisão ATV para 15 milhões de telespectadores. Os telejornais exibiam as manifestações das fãs enlouquecidas, o que recebeu o nome de "Beatlemania". Os Beatles tocaram “From Me To You”, “I'll Get You”, "She Loves You" e "Twist and Shout".
A rua em volta do Palladium foi cercada pelos fãs, que gritavam enlouquecidamente. Os Beatles quase não conseguiram fazer a passagem do som. Outras redes de televisão apareceram para noticiar os acontecimentos e, na saída do show, o grupo quase foi esmagado pela multidão.
Todos os jornais da Inglaterra noticiaram nas primeiras páginas a confusão da noite anterior, ocorrida antes, durante e depois do evento. Nada foi escrito sobre o show em si; tentava-se explicar somente o comportamento dos fãs. A palavra "Beatlemania" aparecia pela primeira vez na mídia. A partir daquele momento os Beatles passaram a ser o grupo mais caçado pela imprensa. Aproveitando a fama mundial da banda, foi lançado em novembro de 1963 o álbum “With the Beatles”, que explodiu trazendo hits como “All My Loving”. Então, chegaram ao tão sonhado 1º lugar nos Estados Unidos. E para lá foram. Nunca mais o mundo seria o mesmo. Em 1964 foi lançado o filme “A Hard Day's Night” junto com o lançamento do álbum homônimo. Filme e disco foram sucessos espetaculares e absolutos. Depois veio “Help!” e a coisa estava fora de controle. A Beatlemania estava consumindo os Beatles, embora tenham conseguido chegar ao topo das paradas do mundo inteiro, quebrando recordes de audiência, de vendas e de público.
A "Beatlemania" durou tecnicamente até o álbum Rubber Soul, de 1965, o sexto álbum da banda. As músicas ficavam cada vez mais difíceis de serem tocadas, por conta da maior sofisticação. A fama intensa acabou "cansando" o quarteto, e ainda mais após a polêmica entrevista que John Lennon citou Jesus Cristo, gerando revolta em alguns lugares por onde passavam. Após esse caos, os Beatles desistiram de fazer qualquer turnê mundial, e para a crítica isso seria seu fim. Sem a obrigação de tocar, isso ilimitou o repertorio de criação, letras e principalmente os instrumentos, criando musicas que para Paul McCartney, tinham de ser "algo que as pessoas não estivessem acostumadas ao ouvir". O quarteto revolucionário surpreendeu em 1966 com o álbum Revolver, que marcou o fim da Beatlemania, e deu o inicio ao rock psicodélico, que se estendeu na obra-prima Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, e Magical Mystery Tour.
"As meninas e os meninos estavam todos aglomerados, juntos, de pé, gritando, gemendo, gemendo, arrancando os cabelos, empurrando, empurrando, caindo no chão e chorando, as lágrimas de verdade escorrendo de centenas e centenas de rostos, manchados de rímel e batom. Num primeiro momento, comecei a achar que aquelas crianças estavam em algum estado de transe. O que poderia fazer? Quando Paul cantou “I Saw Her Standing”, havia uma menina perto de mim, que olhava hipnotizada para o palco e vidrada nos olhos de Paul. Olhos fixos, sem piscar, como se realmente acreditasse que ele a viu e estava cantando especialmente para ela. Segundos depois, desmaiou." - Larry Kane
7 comentários:
Nunca o mundo tinha visto algo assim. Nunca mais, nunca mais nada seria como antes!
E mesmo hoje é quase inimaginável acontecer novamente algo nas mesmas proporções e que tenha influências em todo o mundo !!!
P.S : Edu , te mandei um email ontem e aguardo resposta !!!
Bah, mas que postagem bacana!
Acho que nunca,nenhum grupo vai conseguir o que ELES conseguiram. E eu entendo essas fãs ai, que choram, arrancam os cabelos, desmaiam. Por que até eu tenho uns ataques de "adolescente dos anos 60" de vez em quando, e eu até já me acostumei com isso.
Adorei mestre Edu, jamais haverá isso novamente. O incrível é que no shows do Paul vemos gente chorando, sentindo quase a mesma emoção que as beatlemaniacas da época, no de Ringo deve ser a mesma coisa,né?
Para eles foram um sonho que se transformou em pesadelo, e os gritos ecoaram nos ouvidos de John e George até suas mortes.
Um fenômeno de tal magnitude certamente não mais se repetirá.Talvez até mesmo pela defasagem cultural.Hoje grupelhos ruins provocam alguma histeria e os bons no máximo atingem um determinado público.Juntar talento à carisma naquelas proporções será difícil.Seria como a torcida do Flamengo superlotando (e pagando) o Maracanã,aos berros,para assistir ao Ballet Russo!
Realmente, a beatlemania foi um fenômeno incrível, e continua presente nos corações dos beatlemaníacos. ótimo post!
A Edu, que texto maravilhoso, posso compartilhar com as fotos que fiz ? Qual o crédito que coloco? Estou no insta como @pimemtanativa me chamo Gisele 😉
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