A dupla Lennon/McCartney tornou-se lendária com as composições mais bem sucedidas da história da música. Os dois criaram os Beatles. Juntos com George Harrison e Ringo Starr, eles formaram a maior e mais conhecida banda de todos os tempos.
A parceria artística entre John Lennon e Paul McCartney é uma das colaborações musicais e culturais mais conhecidas e mais bem sucedidas da história. Entre 1962 e 1969, escreveram e publicaram cerca de 180 canções creditadas, das quais a maioria foi gravada pelos Beatles e constitui a maior parte do seu catálogo. Ao contrário de muitas parcerias que compreendem composições separadas letrista e compositor, tanto John Lennon e Paul McCartney escreveram letra e música juntos, muitas vezes no entanto, as canções eram principalmente o trabalho de apenas um dos dois autores creditados.
"Lennon / McCartney". Esta foi a designação de assinatura mais comum das músicas gravadas pelos Beatles que foram compostas por John e Paul, juntos ou separados. Os dois fizeram um acordo quando dos primórdios da formação da identidade do que viria a ser "The Beatles". A ordem dos nomes foi proposta por John e aceita por Paul. Assim funcionou a parceria, sem nenhum trauma (visível) ou discordância até a dissolução do grupo em 1970.
A mágica dos Beatles, impressiona ainda hoje, mais de quarenta anos depois do fim da banda. “She Loves You”, “I Want To Hold Your Hand”, “A Day In The Life” e tantas outras... são apenas alguns exemplos das músicas que a dupla compôs e que fazem sucesso até hoje. O sucesso dos Beatles tornou-se atemporal.
Porém, nem sempre os gênios se entendiam e com o passar dos anos, era cada vez mais raro a dupla compor junto. Não havia espaço o suficiente para dois “egomaníacos”. Com a aparição de Yoko Ono, o grande amor da vida de John, o clima foi ficando cada vez mais tenso entre todos os integrantes da banda. Lennon se afastava cada vez mais e Paul ia tomando a frente dos Beatles.
Muitos fãs acreditam que essa relação de amor e ódio era explícita em algumas músicas como em “Don’t Let Me Down”, onde John pedia a Paul para não desapontá-lo, pois ele (John) estava amando pela primeira vez e que dessa vez seria para sempre. A resposta viria em “Oh! Darling” onde Paul cantou que nunca o deixaria (“I’ll never let you down”).
Porém, nem sempre os gênios se entendiam e com o passar dos anos, era cada vez mais raro a dupla compor junto. Não havia espaço o suficiente para dois “egomaníacos”. Com a aparição de Yoko Ono, o grande amor da vida de John, o clima foi ficando cada vez mais tenso entre todos os integrantes da banda. Lennon se afastava cada vez mais e Paul ia tomando a frente dos Beatles.
Muitos fãs acreditam que essa relação de amor e ódio era explícita em algumas músicas como em “Don’t Let Me Down”, onde John pedia a Paul para não desapontá-lo, pois ele (John) estava amando pela primeira vez e que dessa vez seria para sempre. A resposta viria em “Oh! Darling” onde Paul cantou que nunca o deixaria (“I’ll never let you down”).
Como todos bem sabem, o fim dos Beatles foi traumático para todos, com Paul processando os outros três. John Lennon estava furioso! Então, o barraco veio a público através do que sabiam fazer melhor: música. Lennon lançou o álbum “John Lennon / Plastic Ono Band” que atingiu ao oitavo lugar nos Estados Unidos e o sexto, na Inglaterra. Já Paul lançava “McCartney” que foi mais bem sucedido e chegou ao primeiro lugar nos EUA e ao segundo, na Inglaterra. Com isso, Lennon estava convicto que "sua arte era pérola jogada aos porcos" e os fãs eram uns "idiotas filhos da puta!". McCartney, por sua vez, não era santo e daria suas alfinetadas também à sua maneira: doces, mas com duas gotas de veneno como em "Too Many People", "Dear Friend" e "Let Me Roll It". Porém, nada que se comparasse ao maior petardo lançado por Lennon: "How Do You Sleep?" do álbum Imagine. Nessa música, Lennon bombardeava o ex-companheiro afirmando que sua música era "musak" (brega, música ambiente) e que a única coisa que Paul tinha feito era "Yesterday" (a música mais regravada da história!) e que seu rostinho bonito poderia durar um ano ou dois. E mais terrível ainda: tendo George Harrison como guitarrista!
Ao ser perguntado sobre a troca de farpas entre os dois, Lennon encerrou o assunto dizendo: “É o meu melhor amigo. Eu não posso brigar com um amigo meu?”.
Após a morte de John, Paul foi severamente criticado pela “frieza” com que recebera a notícia, mas em entrevista à “Playboy” em 1984, disse que ficou assistindo ao noticiário naquele dia e que chorou a noite inteira. Paul fez parte do tributo de George Harrison a John na música “All those years ago”, junto de Ringo Starr.
Já em “Here Today”, música que Paul compôs para Lennon, ele canta: “I still remember how it was before / And I am holding back the tears no more / I Love You” (Eu ainda lembro como foi antes / e eu não estou mais segurando as lágrimas / eu te amo). Em "Mind Games" John Lennon dizia que o amor era a resposta (“Love is the answer”) e em se tratando dessa dupla, dessa relação de amor e ódio, definitivamente, essa é a resposta.
De todas as músicas assinadas por Lennon/Mccartney, é óbvio que nem todas foram necessariamente compostas pelos dois. Algumas músicas ainda foram gravadas com esta assinatura em projetos individuais dos dois: "Give Peace a Chance" e "Goodbye", por exemplo. Nos dias de hoje sabe-se, através de entrevistas dadas pelos dois compositores, quem compôs o quê e em quais músicas realmente houve a participação efetiva dos dois.
Paul McCartney já propôs a troca da ordem dos nomes para McCartney/Lennon nas músicas compostas por ele. Yoko Ono, disse não! Mesmo assim, as faixas dos Beatles que entraram em seu álbum "Back In The USA", aparecem dessa forma. Na contracapa e no selo de "Please Please Me" as músicas aparecem creditadas a McCartney / Lennon, em vez da forma tradicional como ficou mundialmente conhecida.
"And in the end... the love you take is equal to the love... you make". É isso! Pra encerrar, a gente confere um capítulo do livro "Love Me Do" de Paolo Hewitt sobre o especial de TV "The Music of Lennon and McCartney", que foi transmitido no dia 17 de dezembro de 1965."Em 1965, Johnnie Hamp, assim como o resto do país, estava fascinado e intrigado pelo fenômeno conhecido como beatlemania. E, como o resto do mundo, ele era um grande fã da banda. Hamp chegara à posição de chefe de entretenimento leve da TV Granada e sabia que o grupo se afogava em convites. Para ter a aprovação da banda, o projeto teria de ser estiloso, com seus altos padrões. Foi assim que se concebeu a ideia de um programa apresentado por John e Paul, mas destinado a trazer outros artistas cantando as composições da dupla. Hamp passou a bola para o grupo. A televisão raramente honrava a música popular dessa maneira, e os rapazes rapidamente deram sua aprovação. Indagados se desejavam sugerir artistas, o grupo pediu Ella Fitzgerald, cuja versão de “Can’t Buy Me Lave” dera aos Beatles uma presença inesperada no mundo do jazz. Infelizmente a cantora não estava disponível para participar. Entre os que poderiam. estavam o compositor cinematográfico Henry Mancini. a dupla Peter e Gordon, Dick Rivers (roqueiro da França que cantou uma versão de “Things We Said Today" em francês), Esther Phillips, Lulu, Peter Sellers, Cilla Black, Billy J. Kramer e Marianne Faithfull. O programa ressaltou a grande versatilidade da composição de Lennon e McCartney — "She Loves You", “A Hard Day’s Night" e “We Can Work It Out" representando a habilidade de criar canções altamente contagiantes, e “Yesterday", em especial, exibindo um lado mais maduro e profundo. O programa foi realizado num momento em que o LSD ainda não afetara fortemente as composições de John. No mês de abril do ano seguinte, eles começariam a gravação do disco Revolver, obra que os levaria a um patamar completamente novo de excelência artística. 0 programa de TV, então, demarcaria de muitas formas o fim dessa primeira fase do jeito de compor. principalmente de John. Existe apenas um relato testemunhal sobre os dois músicos compondo antes do LSD, encontrado no livro A vida fantástica dos Beatles (1964), de Michael Braun. Ele teve permissão para acompanhar a dupla escrevendo a canção “One and One Is Two" para o cantor Billy J. Kramer. Quando a sessão começou, Paul estava ao piano e John ao vilão. Paul escreveu os primeiros versos e os cantou para John. George enfiou a cabeça pela porta e sugeriu a remoção de um dos versos repetidos; John concordou e passou a avaliar outras palavras que seriam adequadas à canção. Então, John assumiu o piano e Paul pegou o violão. Eles gravaram três vezes a canção finalizada antes de Paul gravar um recado para o editor Dick James. Enquanto isso, ouvia-se John falar: “Será o fim de Billy J, quando ele gravar essa música". A ambição inicial de Lennon e McCartney na vida era estar à altura da excelência artística da dupla de compositores Gerry Goffin e Carole King, cujas cançòes eles adoravam. Quando deram inicio à parceria, seu estilo de trabalhar era criar cançòes de um jeito calculado. Nunca pensavam em produzir músicas expressando sentimentos pessoais. Mais tarde, John diria ter guardado as reflexões pessoais para seus livros, In His Own Write (1964) e A Spaniard in the Works (1965), mas até estes pensamentos tiveram seus significados obscurecidos pelos trocadilhos. É por isso que as primeiras cançòes dos Beatles eram dirigidas diretamente aos fãs — "Love Me Do". "She Loves You", “From Me to You”, "All My Loving". Agindo dessa forma, eles compunham canções que cada fã poderia pensar ter sido escritas pessoal e exclusivamente para si. John viria a confessar: “Eu tinha um John Lennon separado, que escrevia músicas para conquistar, e não creio que as letras tenham profundidade nenhuma, eram apenas uma piada". As antenas dos rapazes eram aguçadas, atentas e captavam todos os tipos de influências. “Please Please Me", de Lennon, foi inspirada em "Please", de Bing Crosby, datada de 1932, na qual o cantor vivia intercambiando as palavras "please" ("por favor") e “pleas" (“apelos"). "Run for Your Life", de John, foi inspirada num verso da canção "Baby, Let's Play House", de Elvis Presley. Naturalmente, outros músicos os inspiraram. John sempre tentava igualar-se a Smokey Robinson, um de seus ídolos, e a banda vivia querendo compor uma autêntica canção da Motown. O estilo de compor de John mudou depois que ele ouviu Bob Dylan e passou a adotar uma abordagem mais pessoal. Suas cançòes “You’ve Got to Hide Your Love Away’, “Help!" e “I’m a Loser" sinalizavam essa nova direção, e sua canção “Nowhere Man’ tem a distinção de ser a primeira dos Beatles a nào falar de amor. Duas pessoas da mídia também tiveram seu papel no progresso de Lennon. A jornalista Maureen Cleave questionou por que suas canções nunca tinham palavras com mais de duas sílabas. Ele respondeu compondo “Help!” e deliberadamente inseriu palavras como “independence" (independência) e “appreciate" (agradecer,valorizar). Outra influência veio do apresentador de TV Kenneth Allsop. Ele se impressionou com o livro de John In His Own Write e questionou porque ele explorava sentimentos profundos na palavra impressa, mas não nas canções. Lennon assimilou a crítica e respondeu com “I’m a Loser", uma confissão espantosa para um Beatle sorridente no auge da fama. Essa linhagem de composições atingiu o ápice com "In My Life”, que apresenta uma melodia bonita e vocal saudoso e contido, evocando de forma brilhante o passado de John, seus amigos, sua família, sua Liverpool. McCartney sempre foi mais objetivo. Suas primeiras canções se atinham mais às manhas do mercado e, caso ele ultrapassasse essas fronteiras, geralmente era em reação a John. Quando o parceiro compôs “I’m a Loser”, Paul revidou com “I’m Down”; quando John veio com “In My Life”, Paul escreveu “Penny Lane”, também examinando seu passado em Liverpool. Ao contrário de John, Paul às vezes penava com as palavras, mas compensava com melodias extraordinárias. Trata-se do homem que acordou com a melodia de “Yesterday" na cabeça, convencido de ser da autoria de outra pessoa, de tão familiar que ela soava. Somente essa canção, regravada por milhares de artistas, garantiría a qualquer pessoa um lugar entre a nata do meio musical. Quando se descobre que a canção “Michelle” foi composta durante a adolescência e tocada como piada nas festas beatnik em Liverpool, a admiração só pode crescer. Musicalmente, os Beatles nasceram numa época e num local que vieram bem a calhar. Liverpool é uma cidade musical. Enquanto cresciam, havia centenas de locais que ofereciam música ao vivo de todos os estilos. A música brotava dos bares e das boates tanto quanto os bêbados. Os quatro Beatles absorveram toda essa música e foram profundamente influenciados por ela — o que significa que eles absorveram country, jazz, blues, R&B antigo e suingue. McCartney também prestava atenção na música que o pai tocava em casa. Jim McCartney adorava os clássicos das décadas de 30 e 40, e o filho muitas vezes empregaria tais aparatos e sons na própria obra. Com John se deu o mesmo. “Honey Pie” e “Good Night”, do disco duplo The Beatles, são apenas dois exemplos. A natureza intolerante da cultura jovem da música (sou roqueiro, então não vou escutar soul; sou mod, então não ouço Elvis) não afetava os Beatles. Eles adoravam músicas de todos os tipos e naturezas, e, ao alinhar o talento com a música do passado absorvida inconscientemente, foi possível forjar um estilo e som singulares. O programa The Music of Lennon and McCartney foi transmitido no dia 17 de dezembro de 1965. Poucos poderiam ter previsto que os dois artistas que apresentaram os números e depois tocaram uma nova canção, “We Can Work It Out”, estavam prestes a levar sua música a outro patamar com “Revolver”, álbum tido por muitos como o melhor deles — e, portanto, como o melhor da história."
4 comentários:
Essa ota poderia ter permitido a inversão nas músicas que McCartney fosse o compositor principal. Mas Lennon/McCartney já está gravado nas nossas mentes
A Lulu arrasou com sua performance de "I Saw Him Standing There". Esse livro do Paolo Hewitt é uma M-E-R-D-A com todas as letras. Desculpa aí quem gosta.
Dupla imbatível juntos, mesmo quando só mostravam a musica um para o outro e mantinham o crédito. Separados eram fortes, mas juntos eram muito mais.
a dupla dos séculos e séculos amém!
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