Yoko Ono completa hoje 84 anos. A controvertida artista, taxada como vilã pelo fim da maior e melhor banda de todos os tempos, nasceu em Tóquio, em 18 de fevereiro de 1933. É viúva de John Lennon e mãe de Kyoko Chan Cox e Sean Lennon. Suas obras, tanto musicais quanto plásticas e conceituais, são caracterizadas pela provocação, introspecção e pacifismo. Dizem também que é uma pessoa notável e que quase nunca desiste. Porém, para muitos, sua fama é negativa, acusada de ter sido a causa da separação dos Beatles, consagrada como a maior da história. Nascida numa família rica, Yoko Ono teve oportunidade durante a infância de estudar em Gakushin, uma das mais exclusivas escolas do Japão. Durante este período estudou também piano clássico e canto. Durante a Segunda Guerra Mundial deslocou-se frequentemente entre cidades do Japão e Estados Unidos até 1952, quando se mudou definitivamente para Nova Iorque. A partir de então frequentou a faculdade de música Sarah Lawrence, onde conheceu importantes músicos de vanguarda, que posteriormente seriam inspiração para o surgimento do grupo Fluxus. Em 1956 casou-se com Toshi Ichiyanagi. Entre o fim da década de 1950 e 1960, Yoko Ono realizou obras de cunho conceitual que oscilam entre a introspecção poética e sátira provocadora. Em 1961, após desentendimentos com o marido, Toshi, retorna ao Japão. A má repercussão de seus trabalhos e a crise conjugal acabam por lhe causar um estado de profunda depressão e é internada. Foi removida do hospital pelo amigo Anthony Cox que denunciou que ela estava recebendo doses anormais de medicamentos. Uma relação amorosa entre os dois culmina na separação de Yoko e Toshi e no seu casamento com Anthony, com quem veio a ter uma filha, Kyoko Chan Cox, em 1963. Na América, entrou para um novo grupo vanguardista denominado Fluxus. Em 1964 lança o livro Grapefruit. Em 1965 se apresenta novamente no Carnegie Recital Hall com sua performance Cut Pieces ("corte pedaços"), onde permanecia sentada, convidando o espectador a cortar com uma tesoura pedaços de sua roupa até ficar nua. Com a repercussão de suas obras, Yoko é convidada em 1966 a realizar uma exposição individual. Nesta exposição, foi exposta a obra Ceiling Painting, uma instalação na qual uma escada conduz o observador até um vidro no teto, onde há uma lupa presa para que se leia a pequena inscrição "Yes!". John Lennon, visitou a exposição. Ele viu uma escada que chegava ao teto, subiu e, com uma lupa, leu uma pequena mensagem que dizia apenas "sim". "Foi um grande alívio que não estivesse escrito "não" ou "foda-se" ou algo assim. Eu fiquei muito impressionado", contou o músico em sua famosa entrevista para a revista Rolling Stone em 1970. Foi, artisticamente, amor à primeira vista. Seu encantamento com a obra despertou interesse pela produção artística de Ono. Lennon financiou sua próxima instalação, Half-A-Room, uma peça intimista e melancólica. A partir de 67, Yoko Ono e John Lennon começaram a produzir composições de vanguarda, sem estrutura musical alguma. Lennon se separou de sua primeira esposa e casou-se com Yoko em 20 de março de 1969, e eles tiveram um filho, Sean Lennon, em 9 de outubro de 1975. John Lennon foi assassinado em 1980 e em todos esses anos que passaram, Yoko Ono preserva o acervo do marido com mão de ferro, à sete chaves. E o resto é história.
Os Beatles se separaram há quase cinco décadas, mas milhares
de fãs ainda abominam Yoko Ono por atribuir a ela o fim do quarteto. Nunca fiz
parte dos que viam a mulher de John Lennon com maus olhos. Sempre achei que
ela, como artista de vanguarda, apontou novos caminhos para ele. Alguns, ainda
na época do grupo. Outros, depois da separação. Yoko ia para o estúdio com John
(as imagens do documentário “Let It Be” registram) e o influenciava em ousadias
como “Revolution 9”. A tentativa de fazer música avan-garde que temos no “White
Album” certamente não existiria sem Ono, que, embora não creditada, é, de fato,
coautora da faixa. John Lennon era sete anos mais novo do que Yoko Ono. Ele, nascido em outubro de
1940. Ela, em fevereiro de 1933. Os dois, crianças da guerra, conforme
assinalava o livro “A Balada de John & Yoko”, editado há uns 35 anos pela
revista Rolling Stone. No momento em que Lennon nasceu, Liverpool era
bombardeada pelos alemães. Ono cresceu num país devastado pela guerra. Filha de
uma família abastada, criada longe do pai, entre um professor que lhe
apresentou a Bíblia e um criado que dava aulas de budismo. No meio, havia um
piano. Quando os dois se conheceram, em meados dos anos 1960, Yoko não parecia
destinada a se aproximar do universo do rock. John e Yoko se encontraram em novembro de 1966 na Indica Gallery, em Londres.
Ele foi à pré-inauguração da exposição dela. Lennon subiu uma escada que havia
no meio da sala, olhou por um pequeno telescópio preso a uma tela pendurada no
teto e leu a palavra “sim”. Também estava escrito: pregue um prego. Ele
perguntou se poderia fazer isto. Ela disse que não. Afinal, a exposição ainda
não estava aberta ao público. A história está no livro da Rolling Stone. E em
muitos outros. Lenda ou realidade? Se for lenda, que prevaleça sobre a
realidade quando aquela é melhor do que esta. Aprendemos com John Ford no
clássico “O Homem que Matou o Facínora”. Antes mesmo que os Beatles acabassem, o casal gravou três discos experimentais.
“Two Virgins”, “Life With the Lions” e “Wedding Album” são trabalhos
radicalíssimos que se contrapõem ao que John Lennon fazia ao lado de Paul
McCartney, George Harrison e Ringo Starr. Mas que enriquecem a trajetória do
artista que ele era e, indiretamente, do grupo ao qual seu nome esteve
vinculado durante toda a década de 1960. John não era o melhor músico dos
Beatles, mas a personalidade mais importante, inquieta, polêmica e
controvertida. Yoko desempenhou papel fundamental na consolidação da sua figura
pública e do que o mundo guarda da sua memória. Yoko conduziu John por caminhos que talvez ele não tivesse trilhado sem ela.
Nas exposições, nos filmes experimentais. Mas Lennon também levou Ono para os
rocks e baladas do seu universo. O disco duplo “Sometime in New York City”, de
1972, confirma. É panfletário e ingênuo, mas irresistível. Flagra o casal em
seu momento de mais intensa militância política em Nova York. Gritando contra
as injustiças, a guerra. Sonhando com um mundo melhor. “A guerra acabou, se
você quiser”, dizem os versos da canção natalina que ouvimos até hoje. John
Lennon foi assassinado em 1980. Yoko envelheceu cuidando da memória dele. Hoje,
ela faz 84 anos.
6 comentários:
Uma coisa é a companheira de Lennon, outra bem diferente era a "entrona" dos Beatles.
“Não sei quanto tempo ainda vou viver, mas prevejo que teremos o céu na terra em 2050”, disse uma vez Yoko Ono. E ninguém duvide! Era uma conversa com o “Guardian”, pouco depois de ter feito 80 anos. “Quando digo isto às pessoas elas dizem, ‘Oh mas você não vai mais estar lá’, e eu respondo, ‘Bom, quem sabe?’” Nessa mesma entrevista, afirmou: “Sinto que estou acomeçando uma nova vida depois dos 80 anos. Uma segunda vida que vai ter muitas coisas que não tive na primeira vida.” Até hoje, apesar de todos os esforços até de um certo Paul McCartney, ela nunca conseguiu se livrar do estigma que foi ela a responsável pelo fim dos Beatles.
Acho que com o tempo (vou fazer 55), hoje vejo Yoko Ono de forma diferente. Aliás nem a vejo, pois para mim ela é como se nem existisse. Mas admiro por ser a mulher forte que sempre se mostrou, apesar de muitas vezes duvidar de seu caráter. Não tenho muita coisa contra ela, apenas contra coisas que não entendo. Outro dia ela estava falando sobre a sexualidade de Lennon, dizendo que ele era bi e coisa e tales. Pra quê? Por quê? Pra aparecer? Agora resolveu falar aos quatro cantos, sobre seu caso homossexual com Hillary Clinton nos anos 70 quando já era casada com Lennon. Pra aparecer? Só pode. Lamentável para uma anciã dessa idade. Acorda YokãoOno. Ou então vá dormir de vez.
Longa vida a nossa rainha!
É isso aí!
Essa vai acabar enterrando todo mundo.
Não admiro em nada
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