Um belo dia de janeiro de 1966, Paul McCartney estava voltando de carro para Londres depois de um fim de semana em Wirral com o pai quando ouviu a peça "Ubu Cocu" ser transmitida pelo Third Programme, estação “erudita” da rádio BBC especializada em artes, cultura, ciência e debates intelectuais, no ar havia 20 anos - estação que, de acordo com seus fundadores, contribuía para o “refinamento da sociedade”. A peça, escrita pelo francês Alfred Jarry nos últimos anos do século XIX, foi traduzida para o inglês em 1945 pelo escritor e crítico Cyril Connolly, e essa versão tinha sido produzida por Martin Esslin, o crítico que cunhou o termo “teatro do absurdo”.
Alfred Jarry foi um poeta, romancista e dramaturgo simbolista francês, mais conhecido por sua obra Ubu Rei (1896). Inventou a Patafísica, "a ciência das soluções imaginárias", que opera, de modo cômico, a desconstrução do real e sua reconstrução no absurdo. Jarry foi um dos inspiradores dos surrealistas e do teatro do absurdo. Ele chocou o público parisiense com sua primeira peça, Ubu Rei, ao fazer o Pai Ubu pronunciar a palavra “merdre” (quase, mas não exatamente, “merde”) na fala de abertura e ficou famoso por não levar nada a sério (com exceção do compromisso de não levar nada a sério). Jarry viveu como quis com sua bicicleta, seu revólver e o seu absinto. Usava éter para criar estados de percepção transcendental e morreria ainda muito cedo. Suas peças desafiavam todas as convenções da dramaturgia e da narrativa, eram cheias de diálogos nonsense, língua inventada e ação irrelevante. Tudo que John Lennon adorava.
Alfred Jarry foi um poeta, romancista e dramaturgo simbolista francês, mais conhecido por sua obra Ubu Rei (1896). Inventou a Patafísica, "a ciência das soluções imaginárias", que opera, de modo cômico, a desconstrução do real e sua reconstrução no absurdo. Jarry foi um dos inspiradores dos surrealistas e do teatro do absurdo. Ele chocou o público parisiense com sua primeira peça, Ubu Rei, ao fazer o Pai Ubu pronunciar a palavra “merdre” (quase, mas não exatamente, “merde”) na fala de abertura e ficou famoso por não levar nada a sério (com exceção do compromisso de não levar nada a sério). Jarry viveu como quis com sua bicicleta, seu revólver e o seu absinto. Usava éter para criar estados de percepção transcendental e morreria ainda muito cedo. Suas peças desafiavam todas as convenções da dramaturgia e da narrativa, eram cheias de diálogos nonsense, língua inventada e ação irrelevante. Tudo que John Lennon adorava.
Não há inspirações óbvias do dramaturgo em músicas subsequentes dos Beatles - embora John tenha chegado perto disso em canções como “I Am The Walrus”, “Mean Mr Mustard”, “Polythene Pam” e “Cry Baby Cry”, além de Paul ter mencionado a patafísica em “Maxwelfs Silver Hammer” -, porém, assim como ocorria no free jazz que Paul escutava na época, o efeito mais profundo vinha do contato com a arte que desafiava as convenções existentes. Ao falar sobre Jarry alguns meses depois, McCartney disse: “Ele é ótimo... estranho”. Um dos tradutores de Jarry, Kenneth McLeish, declarou: “O trabalho de Jarry libertou a imaginação criativa de outras pessoas. Sua irreverência em relação à cultura preexistente, para o seu público, seus atores e para o mundo em geral, e a absoluta autoconvicção de suas peças (...) prefiguraram toda uma abordagem do século XX em relação às artes e a seus públicos”. Alfred Jarry morreu aos 34 anos, de meningite tuberculosa, complicada pela desnutrição, falta de aquecimento e pelo consumo de álcool puro, éter e absinto. Seu corpo foi sepultado no cemitério de Bagneux, perto de Paris.
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