Agora quero pedir licença para antecipar “Her Majesty” da ordem que aparece no disco – última, e antecipá-la para que a próxima postagem seja “Carry That Weight” e depois encerrar com “The End” sendo a última, conforme eu já tinha planejado.
A história dos Beatles com a realeza britânica vem de longas datas. O primeiro grande momento deles com a rainha aconteceu em novembro de 1963, quando tocaram no “Queen’s Royal Variety Performance” e John mandou que a burguesia aristocrata chacoalhasse as jóias. Em 1965, a rainha Elizabeth II condecorou os quatro Beatles como Membros da Ordem do Império Britânico. Em julho de 1969, Paul McCartney gravou “Her Majesty”, última faixa de Abbey Road. Em novembro, John Lennon devolveu sua MBE em protesto pelo envolvimendo da Inglaterra nas questões da Biafra, do Vietnã e por “Cold Turkey” ter caído nas paradas. Em março de 1997, Paul McCartney recebeu, das mãos da Rainha Elizabeth II, o título de "Sir”, uma outorga que oferece grau de nobreza a quem o recebe. Em julho de 2002, a rainha Elizabeth visitou Liverpool, a terra dos Beatles, rebatizando o aeroporto da cidade em homenagem a John Lennon e mais tarde foi até a galeria de arte Walker, onde Paul McCartney fazia sua primeira exposição de pinturas. Em 2017, Ringo Starr foi condecorado pela rainha – “Cavaleiro da Coroa Britânica”. Se eu tiver esquecido alguma coisa, me lembrem, por favor.
Depois de indicar que era o fim, dos floreios de guitarra, e dos versos de Paul em “The End”, há uma longa pausa. Na capa do álbum “The End” é listada claramente como a última música, não há nada além. Com uma sequência tão extensa de músicas interligadas, certamente tudo tinha acabado. Só que não. De repente, ouve-se o dedilhado de violão de Paul - que era parte inicialmente parte do medley e havia sido cortado.
“Her Majesty” aparece como a última música do lado 2 do álbum Abbey Road dos Beatles, lançado em 26 de setembro de 1969 e dura somente 23 segundos, embora os Beatles também tenham gravado uma versão mais longa da música durante as sessões de ‘Get Back’. Composta por Paul McCartney, foi gravada somente por ele nos estúdios da EMI em Londres, no dia 2 de julho de 1969. Não programada para constar no álbum, por ter sido descartada pelo autor, foi incluída no fim da fita master pelo assistente de gravação e gravada por engano com o restante das músicas do disco. Após a audição da gravação master, Paul McCartney gostou e aprovou a sua inclusão do jeito que ficou.
A letra, irônica, fala de "Sua Majestade" (Her Majesty), a rainha Elizabeth II, da Inglaterra. Paul McCartney canta e toca um violão como acompanhamento. No LP lançado, esta música não consta dos créditos. Isto só veio a acontecer com o lançamento do disco no formato CD.
“Her Majesty” é notavelmente, uma das poucas faixas dos Beatles que fazem alguma referência diretamente à Rainha Elizabeth II, as outras são "Penny Lane" (In Penny Lane there is a fireman with an hourglass and in his pocket is a portrait of the Queen); e "Mean Mr. Mustard" (Takes him out to look at the queen), também em Abbey Road. Foi gravada em três tomadas em 2 de julho de 1969, antes do início dos trabalhos dos Beatles em "Golden Slumbers / Carry That Weight". McCartney cantou e tocou simultaneamente um acompanhamento de violão no estilo dedilhado. A decisão de excluí-la do medley de Abbey Road foi tomada em 30 de julho. E é exatamente sobre esta passagem, que a gente encerra, conferindo mais uma vez um trechinho do excelente “Minha Vida “Gravando Os Beatles” de Geoff Emerick:Naquela mesma noite, o destino do pequeno trecho de Paul, intitulado Her majesty (que ele havia gravado com Phil McDonald no início das sessões do Abbey Road) estava traçado. Originalmente, ela foi colocada entre as canções “Mean Mr. Mustard e “Polythene Pam", mas Paul nao gostou dela ali e pediu a John Kurlander para retirá-la. As habilidades de edição de John não eram lá essas coisas naquele momento, e ele acidentalmente cortou uma batida muito cedo, a última nota de “Mustard". Ele estava prestes a corrigir o problema quando Paul. cansado, disse: "Não importa, é apenas uma mixagem inicial". Kurlander sabia que a EMI tinha regras rígidas sobre nunca descartar nada, por isso ele fez a coisa certa - manteve a mixagem de “Her majesty" e colocou-a no final da edição de teste, cerca de vinte segundos depois da marca vermelha. A marca vermelha é usada por engenheiros de som para marcar o fim de uma canção, mas quando Malcolm Davies fez os vinis de testes na Apple, no dia seguinte, ou ele não percebeu a marca vermelha, ou decidiu incluir a música de qualquer maneira, porque ele não tinha certeza da nossa intenção. Paul gostou! Quando chegou a hora de sequenciar o álbum final, ele insistiu que deixássemos daquele jeito, com “Her majesty” terminando aquele lado depois de um intervalo de vinte segundos — similar aos bônus “escondidos” que às vezes são incluídos em CDs de hoje. A única coisa que Paul pediu que fizéssemos foi cortar a última nota. Acho que de pensou que já que “Her Majesty” começava com a última nota de “Mean Mr. Mustard”, ela podia muito bem ficar sem a sua última nota.
3 comentários:
Eu ainda não perdi nenhuma postagem desde Come Together. Estou colecionando os links de cada post. Thank you.
Uma pergunta a segunda foto deste post é a Rainha Elizabeth cumprimentando os Beatles?
Se sim qual o ano 1963?
Parece ser isso mesmo, a rainha Elizabeth com os Beatles. Sobre o ano, eu chutaria 65, qdo eles recebem a OIB.
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