domingo, 31 de agosto de 2014

TERMINOU A PROMOÇÃO BANGLADESH!

Caros amigos, terminou a Promoção Bangladesh que durou quase o mês inteiro. Quem respondeu a pergunta:"Porquê George Harrison é tão importante pra mim?" concorreu a essa maravilhosa jóia fora de catálogo há muito tempo - o álbum duplo com dois CDs do Concerto por Bangladesh. Uma obra-prima inigualável. Os textos de quem participou foram enviados para mim por e-mail (eduardobadfinger@gmail.com) e devidamente encaminhados para avaliação do Maestro João Carlos Mendonça e do professor Valdir Bernardo Junior. Os textos dos três primeiros classificados serão publicados aqui e agora, mas somente o primeiro lugar recebe o George Harrison em sua casa. Se você participou e não levou, não fique triste. Vem muito mais coisa boa por aí. Se não participou, babau! Fique de olho e continue colaborando com seus comentários e sugestões de novas postagens. Abração em todos! Agora, a gente confere os três finalistas:
Foi pelo George Harrison que eu moldei meu caráter. Dou valor aos meus amigos e pessoas ao meu redor, espero sempre o melhor das situações, me ensinou muito em ser um ser humano com mais amor e alegria e paciência, dou valor a um dia de sol (soa muito cliché eu sei) aprendi a tocar ukulele, toco guitarra por causa dele. Me ensinou que todos nós podemos se queremos de verdade. Valeu.


Naquele tempo, toda a escola sabia que eu e outro colega éramos fanáticos pelo quarteto de Liverpool. Tempos difíceis aqueles, não havia internet e tals, era muito difícil conseguir qualquer tipo de mídia de qualquer artista internacional, enfim, tudo que tínhamos era um greatest hits piratão. Um dia, um professor que vinha, dia-a-dia, da cidade dar aula na roça “se comoveu” e prometeu alugar um vhs pra gente. Promessa cumprida, lá vinha o BACKBEAT pra gente assistir. Colocamos a velha fita K7 no aparelho. Doidos para ver os Beatles pela primeira vez (imaginem a ingenuidade), mas aqueles não eram os Beatles... De qualquer forma, assistimos para entender a história dos caras, e diga-se de passagem, a trilha sonora é sensacional. Ver aqueles jovens tão selvagens tocando naqueles ambientes. Era inspirador para garotos que estavam batendo as portas da puberdade. E George? Onde entra? Ele entra agora, ou melhor, ele não entra. Numa de suas aventuras em ¿Hamburgo?, a banda visita um puteiro, e George fica de fora do quarto. Quero dizer, eu não tinha certeza se era George mesmo, mas meu colega afirmava que sim. Aquela cena me marcou muito. Eu me via ali... Nunca fui o centro das atenções quando se falava em garotas. Toda afinidade por George Harrison começou ali... Aqui em casa, somos em 4 irmãos, e cresci ouvindo coisas do tipo que me levaram a uma conclusão: Somos o gênio sarcástico, o bonito, o engraçado e o quieto...No caso, eu. Passados alguns dias o mesmo professor nos trouxe 2 LPs, dois discões: LET IT BE e o meu preferido - ABBEY ROAD. Eu não consigo explicar a sensação de ter aquelas obras nas mãos. Eu, que como Sinatra, creditava Something à “duplinha” morri de orgulho quando vi o nome de Harrison ali na rótulo do disco, marcando posse na música. Depois de tanto, o cara se tornou meu beatle preferido... mostrando o seu brilho entre ‘duas invulneráveis estrelas’.


É difícil para mim dizer o quanto o George é importante. Entre todos os Beatles, ele é com quem eu mais me identifico seja pela sua timidez ou seu jeito caladão de ser, ou até mesmo pela sua religiosidade. Entretanto, em um certo momento da minha vida ele teve um papel importantíssimo na minha recuperação emocional. De 2010 à 2011 eu perdi pessoas importantes para mim: três tios em 2010, e minha avó (segunda mãe) em 2011.Eu me vi em meio ao vácuo, minha mãe passou semanas chorando e eu tive que ser forte o suficiente para dar apoio emocional para ela e não tive tempo de me sentir triste até que em 2012 eu passei a pensar como havia sido esses três anos e entrei numa bela de uma depressão, não comia direito não tomava mais banho nem da cama eu me levantava. Até que um dia tomei coragem para me levantar e tomar um banho, quando sai me senti melhor, liguei a TV e estava passando o documentário George Harrison: Living in the Material World, assisti do começo ao fim e fui ouvir algumas de suas musicas no meu ipod. Aleatoriamente. Escolhi “All Things Must Pass” e foi um tipo de injeção de ânimo quando ouvi aquela estrofe:
"Sunrise doesn't last all morning
A cloudburst doesn't last all day
Seems my love is up and has left you with no warning
It's not always going to be this grey
All things must pass
All things must pass away"

Eu nunca havia escutado algo tão forte e tão motivador nesses últimos três anos e a frase “Tudo deve passar”, ”Tudo deve ir embora”, cabia exatamente no que eu estava passando. Eu não podia me abater. Tudo passa! Nada é para sempre, seja lá coisas ruins ou boas, nunca mais aquela sensação de desespero me pegou de novo. O George e suas letras mudaram minha vida passei a refletir e não me abater por qualquer nuvem negra que passar e sim esperar um novo dia. Passando o tempo, passei a perceber que não era apenas sua timidez ou seu jeito caladão de ser com o que eu me identificava e sim toda sua essência.


É isso aí! Parabéns, Ana Beatriz! Como prometi, você vai receber o discão em sua casa na maior comodidade e sem despesa alguma. Envie seu nome e endereço completo, com CEP para eduardobadfinger@gmail.com e enviarei para você assim que for na cidade. Ok? Não deixem de conferir a excelente postagem sobre “All Things Must Pass” publicada no dia 14 de dezembro de 2011: http://obaudoedu.blogspot.com.br/2011/12/george-harrison-all-things-must-pass.html

6 comentários:

Ana Beatriz disse...

Obrigada !! Edu estou felicíssima por ter ganho!!

Matheus Felizari disse...

Parabéns, Ana! Bela resposta!

Fábio Simão disse...

Parabéns aos 3 pelos belos textos. Todos muito inspirados!

Ana Beatriz disse...

Edu só pra saber, meu endereço chegou aí?

João Carlos disse...

Pensei que seria até moleza, mas pela qualidade apaixonada dos textos tive de adotar critérios específicos para duramente escolher 3. Parabéns pra todos e especialmente pra Ana Beatriz. George ficaria muito feliz lendo a sua narrativa.

Murilo Pedreira disse...

Parabéns Ana faça bom proveito destas relíquias. E Obrigado pelas palavras pessoal...