“Enquanto a produção estava aos berros, desesperada com aquela quantidade de insetos (esperanças) voando em cima da gente, Paul estava no palco achando o máximo o grilo no ombro dele. Esse é o tipo de pessoa que ele é”. A afirmação de Lana Palmer, assessora da empresa responsável pela vinda do cantor, mostra que o beatle parece realmente estar em casa. “A preocupação dele é com a música. Com o alcance que ela possa atingir”, explicou. Hoje, Macca, como é carinhosamente conhecido, faz show para pelo menos 50 mil pessoas no Castelão, em Fortaleza, e encerra a quarta turnê brasileira consecutiva, depois de passar por Belo Horizonte e Goiânia (onde aconteceu o episódio com as esperanças). Desde 2010, Paul anualmente dá o ar da graça (antes, apareceu por aqui em 1990 e 1993).
Fortaleza será a nona cidade do país a receber uma apresentação do inglês. “A ideia é prestigiar os locais que normalmente não teriam a chance de receber uma produção desse porte, não teriam a oportunidade de vê-lo”, afirmou Lana. Entretanto, a animada maré deve baixar ano que vem e frustrar quem ainda não conseguiu conferir um show do britânico. A esperança (diferente daquela que pousou em Paul) deve morrer na praia (ou em um lago qualquer, como no caso de Brasília).
Com os eventos relacionados à Copa do Mundo em 2014, ainda não há expectativa para um retorno: “Ele prefere se apresentar nos estádios, para congregar maior número de pessoas. A burocracia em torno de datas e gramados desses locais deve dificultar uma nova vinda, mas nossa Nada indica, porém, que o flerte (em caráter de relacionamento sério) com o Brasil está no fim. O lançamento de um novo disco, já anunciado pelo produtor Mark Ronson, deve impulsionar outras apresentações, além da vitalidade de Sir Paul que, aos 70 anos, parece não perder a vontade de (en)cantar. Brasília, inclusive, pode manter os dedos cruzados. Depois de várias projeções não consolidadas, tudo leva a crer que a capital federal deverá ser considerada na próxima oportunidade. “Dessa vez, o único impedimento foi a inauguração do estádio, que atrasou”, esclareceu Lana. A alegação de falta de estrutura não sustenta mais qualquer justificativa: “Encaramos Goiânia, que possui uma estrutura menor, se comparada a Brasília, e deu tudo certo. Foi lindo”, avaliou. Realmente parece ter sido. O 3 brasiliense Rafael Costa viajou | para a cidade vizinha e, apesar de algumas adversidades, não se arrepende: "Enfrentei fila, fiquei 10 horas em pé, roubaram o estepe do meu carro e ainda me envolvi com um acidente no final. Mas faria tudo de novo". Vamos espe¬rar que Paul também.
Como se não bastasse Paul McCartney brindar os fãs com seus sucessos nas passagens pelo país, o beatle tem se esmerado, também, para imprimir um sotaque mais, digamos, brasileiro durante as apresentações. Isso ficou bem claro em BH, no último sábado, quando o astro mandou um sonoro "uai" em cima do palco. Para completar, disse "ô trem bão, sô". Os mineiros foram à loucura diante das duas expressões típicas do estado. Em Goiânia, na segunda-feira, Macca também improvisou em português. "Boa noite, goianos", falou, logo de início, com a costumeira simpatia. Repetiu o "ô trem bão' e, ao despedir-se dos 45 mil fãs, soltou um "é hora de vazar". Os cearenses devem estar ansiosos para ouvir um "abestado", ou algo do gênero. Ano passado, quando se apresentou por duas noites em Recife, Paul já havia iniciado sua cruzada rumo à aproximação com a plateia. "Boa noite, pernambucanos", "povo arretado" e "cabra da peste" foram entremeados às canções, e o beatle aproveitou para dizer que estava tocando na "terra de Luiz Gonzaga". Em entrevista ao jornal Estado de Minas, no trajeto entre o hotel e o estádio Mineirão no último sábado, Sir Paul pode ter dado uma dica valiosa do porquê de vir tanto ao país. "A cidade é boa e quente. Para uma pessoa que está vindo do inverno inglês, é ótimo encontrar um bom clima", destacou, elogiando também os belorizontinos, "entusiasmados" e "muito simpáticos". Isso porque o concerto ainda nem havia rolado. Questionado sobre uma possível volta ao Brasil, ele disparou: "Adoro este país, então vai ser difícil me manter longe daqui".
Os fãs de Paul McCartney foram até o Hotel Gran Marquise, na Praia de Iracema, para recepcionar o ex-Beatle. Eles bem que tentaram ver o ídolo de perto, mas não foi dessa vez. De acordo com funcionários do hotel, o músico inglês deu entrada por volta das 21h, e preferiu entrar pelos fundos do estabelecimento. Paul McCartney faz show em Fortaleza nesta quinta-feira (9).
A estudante Adriana Gonçalves Moreno, 23, não escondia a decepção. “Cheguei aqui às 11 horas da manhã e esperava pelo menos ver ele dando um alô para gente de longe. Mas não tem problema. Acredito que hoje ele apareça, fale e acene para gente”, falou esperançosa. Teve fã que chegou de longe para acompanhar o show do ex-Beatle. Os estudantes Eduardo Pedrosa, 19, e Fabiola Feitosa, 22, vieram de Belém do Pará e não ficaram decepcionados por não verem Paul McCartney de perto. “Não tem nenhum problema. O show é hoje e será sensacional como é toda apresentação do maior músico vivo da atualidade”, falou.
Uma das exigências do músico inglês foi a presença de um piano de cauda no seu quarto. O piano que está na suíte dele é do músico cearense Rafael Maia. Ele foi entregar o instrumento na última terça-feira. Tentou entregar uma carta em que pedia que o ex-Beatle autografasse o piano antes de devolver. Não conseguiu, pois quarto estava com a produção do Paul. Ele voltou ao hotel na quarta-feira (8) e entregou a carta com o pedido e uma caneta. É um piano de cauda que Rafael tem há apenas 6 meses. Rafael é formado em música pela Universidade Federal Ceará, tem 22 anos e toca desde os 7 anos. E mesmo sendo um fã do ex-Beatle não irá ao show por compromissos profissionais. “Não comprei os ingressos. Infelizmente tenho alguns compromissos musicais. Queria ir, mas tenho 2 shows marcados para esta quinta-feira à noite”, disse. O ex-Beatle começou sua turnê mundial “Out There!” no último sábado (4) em Belo Horizonte (MG). O show passou por Goiânia (GO) na segunda-feira (6), antes de chegar à Capital Cearense. Paul McCartney está em Fortaleza desde terça-feira para o show de hoje na capital cearense, terceiro e último da turnê Out There no país. Os fãs de Paul estão ansiosos para a apresentação inédita. O grupo “Paul no Castelão” prepara uma surpresa de balões de cores verde e amarela na hora da música “Hey Jude”. “Os balões verdes e amarelos representarão o agradecimento em nome de todos os brasileiros que amam Beatles e Paul McCartney!”, diz a estudante Raina Cândido.
De acordo com a organização, os portões de acesso à Arena Castelão serão abertos às 17 horas, e o show começa às 21 horas. O estádio está fechado para montagem do show desde o 29 de abril. O trânsito do local será modificado para o show. O Brasil é o país de estreia da nova turnê. A performance de Paul McCartney reúne, em cerca de três horas, os maiores sucessos de sua carreira solo, do período do Wings e da época dos Beatles. McCartney se apresenta acompanhado da banda que toca com ele há mais de dez anos: Paul "Wix" Wickens (teclados), Brian Ray (baixo e guitarra), Rusty Anderson (guitarra) e Abe Laboriel Jr. (bateria).
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