sábado, 30 de novembro de 2019

THE BEATLES - IN MY LIFE - SENSACIONAL!!!⭐⭐⭐⭐⭐


"In My Life", uma das mais belas músicas dos Beatles e também um dos seus maiores clássicos, foi composta por John Lennon e é creditada a Lennon e McCartney. Está localizada exatamente no meio do lado 2 do fantástico Rubber Soul (lançado em 3 de dezembro de 1965) como a 4ª música, depois de “I'm Looking Through You” de Paul McCartney e antes de "If I Needed Someone" de George Harrison. Absolutamente genial, e uma das melhores já compostas por Lennon. "In My Life", tornou-se uma das mais famosas dos Beatles, executada e regravada até hoje por centenas de artistas e presente até em comerciais por todos os cantos do mundo.
Com nostalgia, John Lennon lembra pessoas e lugares que desempenharam algum papel importante no seu passado. A música é contida com estilo em um clima sereno, e remete a "Penny Lane" e "Strawberry Fields Forever" que só apareceriam depois.
Em 1970 (e sempre!), na famosa entrevista para Jann Wenner da revista Rolling Stone, John Lennon afirmou que compôs a música praticamente sozinho com uma pequena contribuição de Paul McCartney. Paul no entanto disse que não só ajudou na composição do começo ao fim como a melodia também era sua. Pessoalmente, dessa vez acho que Macca se enganou. E redondamente.
Mesmo que John tivesse começado a escrever canções mais declaradamente autobiográficas mais de um ano antes, foi com "In My Life" que sentiu ter alcançado a ruptura que o jornalista Kenneth Allsop o encorajara a fazer em 1965, quando sugeriu que se concentrasse em sua vida interior. Gravada em outubro de 1966, foi fruto de uma longa gestação. Começou, de acordo com John, como um longo poema em que ele reflete sobre seus lugares preferidos de infância, fazendo uma jornada de sua casa em Mendips até as docas, a estrada de ferro suspensa que corria pela zona portuária de Liverpool, sob a qual os estivadores buscavam abrigo da chuva. No rascunho da música escrito à mão, na letra meio desconexa, John também listava Penny Lane, Church Road, o relógio da torre, o Abbey Cinema, os galpões do bonde, o café holandês, St Columbus Church, o Dockers Umbrella e Calderstone Park.

Apesar de ela preencher o requisito de ser autobiográfica, Lennon percebeu que não era mais do que uma série de instantâneos agrupados livremente pela sensação de que pontos de referência um dia familiares estavam desaparecendo rapidamente. Os galpões onde estacionavam os bondes, por exemplo, não tinham mais bondes, e o Docker's Umbrella tinha sido desativado. "Era o tipo mais chato de música para cantar no ônibus sobre 'o que fiz nas férias', e não estava funcionando. Então me deitei e a letra sobre os lugares de que me lembro começou a brotar", afirmou. Descartou todos os nomes de lugares e criou uma sensação de luto por uma infância e juventude perdidas, transformando o que de outra forma seria uma canção sobre a mudança na paisagem de Liverpool em uma canção universal sobre o confronto com a morte e a decadência.
Era a história de um sujeito durão, conhecido por rir dos incapacitados, mas que também era um sentimental. No decorrer da vida, ele sempre teve uma caixa onde guardava recordações de infância. Quando escreveu o verso de "In My Life" sobre os amigos mortos e vivos, estava pensando especificamente em Pete Shotton e no antigo Stuart Sutcliffe, que morreu em decorrência de um tumor no cérebro em 1962. John a compôs aos 24 anos e parece um tanto prematuro que olhasse para trás em sua vida, que mal tinha começado. Porém, quando se lê a carta que escreveu para Stu Sutcliffe em 1961, quando só tinha 20, fica evidente que já era um pouco filosófico e sentimental em seus textos e divagações pessoais - mesmo que não fosse ainda nas músicas -, discutindo a natureza da vida e do universo, e tudo o mais.
A origem da melodia de "In My Life" continua em discussão. John Lennon afirma que Paul ajudou em alguns trechos. Paul ainda acredita ter escrito tudo. "Eu lembro que ele tinha a letra em forma de poema, e eu criei algo. A melodia, se eu me lembro direito, foi inspirada em The Miracles", ele conta. Paul quase certamente se referia a "You Really Got A Hold On Me".
Em 2018, os matemáticos Mark Glickman e Ryan Song, da Universidade de Harvard, e Jason Brown, de Dalhousie, fizeram um estudo baseado em estatísticas e concluíram que a música foi escrita por John Lennon.

Para engrandecer ainda mais essa beleza, "In My Life" ainda é adornada pelo belo solo de um som que lembra um cravo, tilintando como um minueto de Bach e lhe dando uma qualidade absurda, clássica, atemporal. Era George Martin, num piano com som acelerado - sua segunda grande contribuição instrumental a uma música dos Beatles, depois do quarteto de cordas em “Yesterday”. George Martin disse que Lennon simplesmente chegou e falou: "toque como Bach".

"In My Life" foi uma das primeiras músicas a serem gravadas para Rubber Soul, os Beatles gravaram a faixa rítmica em 18 de outubro de 1965. Eles fizeram em três tomadas, após um período de ensaio. A pausa instrumental foi deixada sem solo, pois o grupo estava indeciso sobre como deveria soar. Esse dilema foi resolvido em 22 de outubro quando resolveram que George Martin faria o solo de piano. Assim como todas as faixas do álbum, "In My Life" foi produzida por George Martin com Norman Smith como engenheiro de som. John Lennon faz os belíssimos vocais e toca guitarra; Paul McCartney faz backing vocals e toca baixo; George Harrison toca guitarra; Ringo Starr toca sua bateria e percussão e George Martin toca o piano e pandeiro.

A revista Rolling Stone classificou "In My Life" em número 23 na lista de "As 500 Maiores Músicas de Todos os Tempos" e a quinta na lista das "100 Maiores Músicas" dos Beatles. Também ficou em segundo lugar nas 50 faixas da CBC. A revista Mojo a nomeou a melhor música de todos os tempos em 2000. Segundo a Acclaimed Music, é a 160ª música mais celebrada da história da música popular e é uma das mais lembradas dos Beatles sobre nostalgia e sentimentos.

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