O 60º aniversário da morte de Marilyn Monroe traz oportunidades renovadas para revisitar sua vida e legado, como o documentário ‘O Mistério de Marilyn Monroe’, que tem um gancho em entrevistas gravadas com aqueles que a conheceram.
As gravações são cortesia de Anthony Summers, autor do livro de 1985 sobre Marilyn Monroe, “Goddess”. As entrevistas incluem uma ampla gama de pessoas que cruzaram seu caminho, oferecendo trechos de suas conversas com os diretores John Huston e Billy Wilder e a co-estrela de “Os Homens Preferem as Loiras” de Monroe, Jane Russell. O documentário mina isso, infelizmente, com atores “interpretando” essas pessoas dublando o áudio, uma tentativa de criar a impressão de que o espectador está vendo o outro lado dessas conversas. Além disso, a diretora Emma Cooper dedica grande parte da segunda metade do filme à parte “misteriosa” do título, e as décadas de especulação sobre se sua morte em 1962 foi um suicídio, uma overdose acidental ou, como Summers coloca, “algo mais sinistro”.
Inevitavelmente, essa conversa se volta para os relacionamentos relatados de Monroe com John e Robert F. Kennedy, o assunto de um número aparentemente interminável de documentários e filmes lascivos (principalmente na TV) ao longo dos anos. Na verdade, a ênfase nos Kennedys quase funciona como uma distração de ouvir observações mais intrigantes, como Huston citando a trajetória descendente de Monroe de “The Asphalt Jungle” a “The Misfits” (que ele dirigiu com 11 anos de diferença); ou Wilder dizendo de suas dificuldades relatadas em trabalhar com a atriz, que ele dirigiu em dois de seus melhores filmes, “The Seven Year Itch” e “Some Like It Hot”, “Eu não tive nenhum problema com Monroe. Monroe teve problemas com Monroe”.
Por sua parte, Monroe em entrevistas gravadas fala sobre seus desejos de ser feliz e ser uma boa atriz, dizendo um pouco tristemente com o benefício de uma retrospectiva: “Você tem que trabalhar em ambos”. Como outras estrelas que morreram jovens, Monroe ficou congelada no tempo, com intrigas suficientes em torno dela e dos homens famosos com quem ela namorou e se casou para alimentar teorias da conspiração e garantir que, mesmo seis décadas depois, ela continue sendo o presente da mídia que continua rendendo.
Como a crítica de cinema Christina Newland escreveu: “É extremamente difícil para Marilyn Monroe ser vista como um ser humano real”. Nesse sentido, assistir a “O Mistério de Marylin Monroe” serve como um lembrete, parafraseando a homenagem musical de Elton John, que sua vela se apagou muito antes da exploração dela. O documentário estreou em 27 de abril na Netflix.
Fonte: desejoluxo.com.br por Renata Jordão.
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