terça-feira, 19 de março de 2019

52 MITOS POP - PABLO MIYAZAWA - SENSACIONAL!**********


Passear pelos corredores de uma das poucas boas livrarias que ainda restam, para mim, é a única parte boa da visita a um shopping, já que o número de “discotecas” (antigas lojas onde se vendia  discos), é ainda menor. E foi, numa livraria dessas que me deparei com esse livrinho legal demais e que eu já gostei logo de cara pela capa! O Coringa enlouqueceu Heath Ledger? J.K. Rowling não escreveu os livros Harry Potter? Han Solo atirou primeiro? Bruce e Brandon Lee foram assassinados pela máfia? O Pink Floyd compôs The Dark Side of the Moon para acompanhar O mágico de Oz? O cenário pode variar, mas quem nunca se viu numa discussão sobre temas dos mais variados do universo da Cultura Pop"52 Mitos Pop - Mentiras e verdades do mundo do entretenimento".
Pablo Miyazawa decidiu usar seus conhecimentos como um dos jornalistas de cultura pop mais respeitados do país para tentar separar o que é fato do que é ficção. O resultado é um livro divertido e fácil de ler, repleto de anedotas e histórias de bastidores. Informativo sem nunca ficar restrito somente aos fãs de cada tema. Indispensável para viciados em cultura pop (e não somos todos hoje em dia?) ou simplesmente para quem tem um fraco por teorias da conspiração da internet (de novo, todos nós).


Como uma das inspirações de John Lennon para compor "Lucy In The Sky With Diamonds", foi a fantástica obra de Lewis Carroll - "Alice no País das Maravilhas", escolhi justamente esse capítulo do sensacional livro de Pablo Miyazawa - "52 Mitos Pop - Mentiras e verdades do mundo do entretenimento". Espero que gostem e façam seus comentários. Valeu!
Alice no País das Maravilhas é uma das obras literárias mais famosas de todos os tempos. Foi escrita pelo britânico Lewis Carroll, que na verdade se chamava Charles Hodgson e era um professor universitário de matemática na Christ Church College, em Oxford. O pseudônimo surgiu como uma forma de Hodgson preservar sua privacidade, e já demonstrava sua criatividade; ele traduziu seus dois primeiros nomes (Charles Lutwidge) para o latim (Carolus Ludovicus), inverteu a ordem e traduziu o resultado novamente para o inglês (Lewis Carroll).Publicado pela primeira vez em 1865 e traduzido para 174 idiomas, Alice no País das Maravilhas é conhecido e apreciado pela narrativa rebuscada e pelo ambiente fantasioso de forte apelo psicodélico. É como se a protagonista vivesse em constante estado de sonho (ou pesadelo) enquanto experimenta seus desejos mais secretos e encara seus medos mais profundos. Por causa desse apelo surrealista, as entrelinhas da obra continuam a ser analisadas e interpretadas ao longo dos anos.O que no primeiro momento era compreendido como uma simples fantasia infantil ganhava contornos mais sombrios na medida em que o mundo se tomava menos inocente. Nps anos 1960, havia uma lenda tão difundida que parecia ser verdade: Lewis Carroll estaria sob o efeito de drogas quando escreveu as histórias de Alice, que por sua vez seriam analogias veladas ao consumo de alucinógenos.É verdade que Alice no País das Maravilhas não passa totalmente batido pelo tema das drogas. Há diversas referências óbvias, como a lagarta relaxadamente fumando um narguilé, e outras nem tanto, como o consumo de cogumelos alucinógenos. Vale lembrar que, na época em que essa história foi escrita, a cultura das drogas era abordada de uma maneira toda particular — não havia leis específicas que inibissem o consumo, e substâncias hoje ilícitas, como ópio e cocaína, eram consagradas por suas funções medicinais e podiam ser adquiridas com farmacêuticos. A ideia de se entorpecer recreativamente não era tão distante da realidade de membros da alta classe como Lewis Carroll.A fábula da menina que cai na toca do coelho e depara com criaturas fantásticas e situações bizarras começou a ser escrita mentalmente por Carroll durante um passeio de barco com a presença de algumas crianças — incluindo Alice Liddell, de dez anos, neta do reitor da universidade onde ele lecionava. Para entreter os pequenos passageiros, Carroll passou a contar uma história que ia elaborando em tempo real na cabeça. Ao final do passeio, Alice pediu que escrevesse a aventura completa. Assim, a primeira versão de Alice no País das Maravilhas foi manuscrita e desenhada pelo próprio Carroll como um presente para a menina. A trama era diferente da ‘que ficou consagrada, já que muitos dos fatos mais famosos só foram escritos mais tarde, depois que amigos e familiares do autor o encorajaram a se aprofundar no trabalho. O sucesso não demorou a vir, mas as polêmicas só surgiram quase uma centena de anos mais tarde.É até possível alegar que, se ele realmente usasse drogas, os livros de Alice não seriam tão bem escritos, organizados e recheados de referências à 'vida real". Além do mais, eles mantêm o mesmo estilo literário que Carroll exibiu durante toda a carreira, mesmo antes de se tornar um escritor famoso. Segundo consta, Carroll era um careta incorrigível, religioso, casto e seguidor de regras. No máximo, pode ter experimentado algum tipo de opiáceo para tratar da enxaqueca. De qualquer maneira, nada impediu que as histórias de Alice se consagrassem como uma das grandes alegorias de viagens de drogas na cultura pop. Ainda hoje se tenta descobrir uma conexão entre a vida privada de Lewis Carroll e o conteúdo absurdo das aventuras que escreveu. Há quem acredite que, mesmo sem drogas, ele tinha ideias não muito inocentes em mente quando criava suas histórias — talvez por conta da ambiguidade típica que caracteriza sua narrativa. Talvez Carroll jamais tivesse a intenção de esconder mensagens subliminares em suas obras, mas o fato de também ser um matemático contribuiu para que cada mínimo elemento contido nos livros tivesse uma razão de ser. Seja qual for a verdade, ainda é mais justo observarmos os trabalhos de Lewis Carroll como perfeitos produtos de entretenimento que jamais envelhecerão ou sairão de moda. Qualquer outro contexto secreto está nos olhos do observador.
Lewis Carroll é uma das 70 figuras que aparecem na capa do álbum Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band – obra imortal dos Beatles de 1967.


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