A bela e doce "Julia", que encerra o lado B do disco 1 do Álbum Branco dos Beatles, foi composta por John Lennon quando os Beatles estavam em Rishikesh. John escreveu para sua mãe Julia Stanley Lennon, que morreu atropelada por um policial bêbado, em 1958. O jovem Lennon estava com tinha 17 anos.
Em entrevistas posteriores, Lennon disse que dedicou a música para Yoko Ono também: "Era como imaginar a minha mãe e Yoko em uma só pessoa". O estilo dedilhado do violão da canção, também presente em "Dear Prudence" foi ensinado a John por Donovan, o músico escocês amigo dos Beatles que também estava em Rishikesh.
Os primeiras dois versos, "Metade do que vou dizer é sem significado, mas eu digo apenas pra te alcançar, Julia", é uma adaptação do poema "Sand and Foam" do poeta libanês Kahlil Gibran. As linhas originais são: "Metade do que vou dizer é sem significado, mas eu digo a outra metade apenas pra te alcançar". O verso "Quando eu não consigo cantar com o coração, eu só posso falar com a minha mente" vem da frase em tradução livre, "Quando a vida não acha um cantor para cantar o coração dela, a vida produz um filósofo para falar com sua mente". Essa frase é do mesmo poema. Outro termo extraído do poema é "seashell eyes" (olhos de concha). Yoko Ono, que tem o primeiro nome traduzido como "filho do mar" em Japonês, é referida na música na frase, "Filha do oceano, vem me chamar" e também em "Silent Clouds" (na Índia, Lennon recebeu uma carta de Yoko Ono que dizia: "Sou uma nuvem, olhe para mim no céu").Os Beatles gravaram uma demo de "Julia" na casa de George Harrison em Esher, em maio de 1968. Embora muito parecida com a versão posterior de estúdio, essa versão trazia vozes dos outros Beatles e assobios paralelos no final. "Julia" foi a última música gravada para o Álbum Branco. Lennon gravou 3 takes em 13 de outubro de 1968, duplicou as vozes e o violão na última dessas. Apenas John Lennon gravou essa canção, se tornando sua primeira gravação solo.
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